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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - FAUNA
Animais passeiam pela política municipal (3)

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Não bastasse o tucano ser símbolo de um partido político nacional, e o guará vermelho ter se tornado o símbolo da recuperação ambiental cubatense, aves raras e outros animais também fazem suas visitas ao prédio do Legislativo municipal, às indústrias locais e aos parques ecológicos, tornando-se notícia na imprensa regional. Como nesta matéria publicada em 9 de junho de 2006 no jornal santista Diário do Litoral:


AMIZADE - O gavião Tonico virou mascote e, mesmo livre, não vai embora
Foto: Nair Bueno/DL

Indústria tem reserva natural para fauna e flora

Lucas Martins
Repórter

Soda cáustica, cloro e derivados. Estes são os produtos fabricados pela Carbocloro, indústria do Pólo Industrial de Cubatão. Mas, na Semana do Meio-Ambiente, as personagens mais importantes da fábrica são as mais de 120 espécies de árvores e 156 de animais, que convivem com os processos de produção de forma harmônica.

Desde 1997, a empresa recebe animais apreendidos pela Polícia Ambiental e pelo Instituto Brasileiro do Meio-Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). São produtos do tráfico de animais silvestres. Aqueles que fazem parte da fauna da região e que conseguem se readaptar, são devolvidos à natureza. Caso contrário, permanecem nos viveiros.

"Todas (as jaulas) são pelo menos três vezes maiores do que limite mínimo determinado pelo Ibama. A preocupação com o bem estar dos animais é enorme", garante a bióloga responsável pelo programa da empresa, Maria Cecília Furegato.

Além dos viveiros, dentro do terreno da fábrica, lado a lado com os equipamentos industriais, estão 40 mil m² de Mata Atlântica. Destes, 7 mil m² foram tombados pelo Ibama em 1991 como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

Nas décadas de 50 e 60, toda a região da encosta da Serra do Mar, em Cubatão, foi bastante degradada pelo início das atividades do pólo industrial. À época, não havia a necessária preocupação com os danos que os resíduos dos processos de produção poderiam causar ao meio-ambiente.

Com a destruição quase completa dos ecossistemas da Mata Atlântica, houve uma mobilização, já em meados da década de 70, para recuperar a fauna e a flora nativas. Foram pelo menos duas décadas para que as espécies voltassem a se proliferar na região.

"A partir do momento em que houve uma preocupação em não se agredir a natureza, ela foi se recuperando por si só", explica o gerente de engenharia de fábrica, Celso Fernandes da Cruz. "Hoje, até o ambiente de trabalho é mais agradável".

Quem teve papel importante no reflorestamento foram os pássaros. Houve plantio de palmitos que atraem aves pioneiras, aquelas que trazem sementes de outros pontos da Mata Atlântica. "Isso formou uma diversidade até maior do que a existente anteriormente".

Mascote - Em uma das visitas da Polícia Ambiental à fábrica, um gavião com uma das asas machucada chegou para ficar três meses: período de tratamento e contato com os funcionários, especialmente com o líder de manutenção, Alcides Antunes Vid. Ele foi escolhido para ser responsável pelos animais devido ao seu amor por eles.

Durante o tratamento, "Seo" Alcides batizou o gavião de Tonico. Mas o dia da soltura chegou. A ave seria devolvida a seu habitat natural. Entretanto, o inesperado aconteceu. Mesmo em liberdade e curado, Tonico não foi embora. Está há três anos "morando" no setor de manutenção da fábrica. Come na mão dos funcionários e passeia pela área comum. "Ele é nosso amigo, nosso mascote. De vez em quando sai para voar, mas sempre volta".

Idéias - O trabalho do dia-a-dia na oficina de manutenção da empresa também ganhou um toque especial. Um grande aquário foi colocado na parede que separa o local do corredor. Os funcionários trabalham de frente para os diversos peixes. "Foi uma idéia que partiu deles próprios e que a empresa resolveu abraçar", conta Fernandes da Cruz.

Outro aquário, também instalado por iniciativa dos operários da fábrica, está em uma passagem da estação de tratamento de água - que é captada de rios da região, usada para resfriamento nos processos industriais, tratada e depois devolvida. "A vida dos peixes no aquário, à vista de todos, é a prova de que devolvemos água de qualidade. Melhor do que coletamos", garante Cruz.

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