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BAIXADA SANTISTA/temas - A QUESTÃO PESQUEIRA
Capítulo 4

 
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O "Diamante de Porter" em estudo exploratório multicaso no setor pesqueiro exportador de Santos

João Ribeiro Natário Neto


4.4 O Modelo do Diamante para o Setor Pesqueiro em Santos

A verificação do diamante de Porter foi conduzida através do confronto de 10 enunciados teóricos (Quadros 5 a 14), em uma única tabela, abrangendo os quatro determinantes, bem como o papel do governo no processo de vantagem competitiva da indústria pesqueira exportadora de Santos.

 
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Fatores
especializados
oferecem uma
base decisiva
e sustentável
para a
vantagem
competitiva.
O país conta com eficientes centros de qualificação de profissionais para a indústria exportadora de pescados, bem como de laboratórios e institutos de pesquisa (USP, IP - ATA, UNESP, FATEC, etc)? p>Há interesse das empresas em parcerias para estabelecer convênios com entidades de ensino locais e centros especializados da Europa, EUA, China, Índia, Japão, Peru e Chile (Ex.: USP, UNESP x universidade parceira no exterior), como forma de ampliar a qualificação de profissionais?

Há interesse das empresas no sentido de capacitar profissionais para atuar com processos e tecnologias de última geração, inclusive com a expatriação, enviando brasileiros para o exterior e trazendo alguns estrangeiros para o Brasil com o objetivo de transferir know-how?

Existe na exportadora de pescado política de desenvolvimento de pessoas, com foco para a capacitação de profissionais para lidarem com as novas tecnologias agregadas?

NÃO
Quadro 5 - Condições de fatores especializados
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

Condições de fatores - Fatores especializados oferecem uma base decisiva e sustentável para a vantagem competitiva - A RMBS não conta com eficientes centros de qualificação de profissionais para o setor exportador de pescados, bem como de laboratórios e institutos de pesquisas - As empresas "A", "B" e "C" se utilizam de universidades e laboratórios no Rio de Janeiro para análises de metais e histaminas. As tentativas com universidades locais, laboratórios e institutos não corresponderam às expectativas da indústria pesqueira.

Estas empresas têm interesse em parcerias e convênios com entidades de ensino locais e centros especializados do exterior, porém encontram dificuldades para viabilização, quer pela limitação de pesquisas, laboratórios, e universidades e incapacidade de investir diretamente, sem aporte e parcerias dos governos municipais, estaduais, federal, entidades de classe e associações.

Não há nas empresas "A", "B" e "C" política de desenvolvimento de pessoas/empregados/colaboradores com foco na capacitação profissional para lidarem com as novas tecnologias agregadas. A empresa "A" adquiriu maquinário para empacotar/embalar a vácuo e a capacitação dos empregados foi realizada pelos próprios sócios e fornecedor. Esta mesma empresa pretende contatar um cliente a Inglaterra (supermercado) e tentar viabilizar a exportação com embalagem dentro do padrão inglês, direto para as prateleiras.

Estas empresasnão demonstram, atualmente, muito interesse em capacitar profissionais para atuar com processos e tecnologias de última geração, enviando brasileiros aos principais centros e trazendo estrangeiros com o objetivo de transferir know-how.

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Fatores
adiantados
são os mais
significativos
para a
vantagem
competitiva e
fazem parte
integral do
projeto e
desenvolvimento
de produtos e
processos de
uma empresa.
A indústria exportadora de pescados trabalha com metodologia de desenvolvimento de projetos na linha da engenharia da pesca, simultaneamente envolvendo todas as áreas nesse processo?

O segmento está totalmente globalizado?

  Quadro 6 - Condições de fatores adiantados
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

Fatores adiantados são os mais significativos para a vantagem competitiva e fazem parte integral do projeto de desenvolvimento de produtos e processos de uma empresa - O segmento pesqueiro exportador é globalizado, porém as indústrias de pescados não trabalham com metodologia de desenvolvimento de projetos na linha da engenharia de pesca, simultaneamente envolvendo todas as áreas no processo.

 
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Compradores
internos
sofisticados
e exigentes
pressionam
as empresas
locais a inovar
mais depressa
e a obter
Vantagem
Competitiva
em comparação
com rivais
estrangeiros.
Como os exportadores de Santos promovem algum processo de inovação para atender as exigências dos consumidores locais?

Com a entrada de produtos importados houve alguma mudança significativa no perfil de exigência dos consumidores?

Se houve, esta mudança pode ser caracterizada como sofisticada o suficiente para impulsionar a indústria a se diferenciar no mercado mundial?

Nos casos estudados, quais as principais exigências do mercado interno e do mercado externo?

NÃO
Quadro 7 - Condições de demanda - Compradores internos
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

Condições de demanda - Compradores internos sofisticados e exigentes pressionam as empresas locais a inovar mais depressa e a obter vantagem competitiva em comparação com rivais estrangeiros - No mercado brasileiro, os compradores internos não pressionam as empresas neste sentido, as inovações são impostas pelo mercado externo.

Segundo as empresas, os consumidores brasileiros de classe média e alta costumam ser e são influenciados pelos modismos dos mercados americano e europeu; a partir daí, os exportadores adaptam as embalagens para os compradores regionais.

Exemplo recente é a exigência de certos restaurantes de classe alta, em São Paulo, que exigem embalagens importadas, fechadas a vácuo, onde somente entra o oxigênio para manutenção da coloração vermelha. Outros exigem embalagens com data de vencimento maior, para demonstrar que se trata de mercadoria recente, popularmente conhecidas como frescas.

 
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As empresas
de um país
adquirem
vantagens
se as
necessidades
dos
compradores
nacionais
prenunciam
as dos
compradores
de outros
países.
Com a globalização, a indústria exportadora pesqueira, fornecedores, prestadores de serviços, têm interesse em direcionar suas ações para o desenvolvimento de tecnologias para mercados emergentes e que poderão atingir, também, os países desenvolvidos?

Esta estratégia poderá ser o importante diferencial dos exportadores para a Vantagem Competitiva?

As empresas estudadas confirmam essa tendência?

NÃO
Quadro 8: Condições de demanda - Compradores de outros países
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

Condições de demanda - As empresas de um país adquirem vantagens se as necessidades dos compradores nacionais prenunciam as dos compradores de outros países - Com a globalização, a indústria exportadora pesqueira, fornecedores, prestadores de serviços da RMBS não têm demonstrado interesse em direcionar suas ações para o desenvolvimento de tecnologias para mercados emergentes e que poderiam, também, atingir os países desenvolvidos.

Alguns fornecedores situam-se fora da Região, do Estado de São Paulo, outros são importadores ou representantes comerciais. Os compradores nacionais ainda são incipientes. Esta estratégia poderia ser o importante diferencial dos exportadores para dar início do processo da Vantagem Competitiva, mas não é valorizada pelas exportadoras "A", "B" e "C", que não confirmam essa tendência.

 
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A presença
de indústrias
fornecedoras
internacionalmente
competitivas num
país cria vantagens
nas outras
indústrias ligadas.
Faz parte do desenvolvimento de projetos, para a introdução de novos produtos e tecnologias, a qualificação dos fornecedores locais, para que a indústria como um todo seja competitiva internacionalmente.

No caso-piloto da pesquisa, será verificada a porcentagem de fornecedores qualificados para competirem globalmente?

E se os principai fornecedores se qualificaram, num âmbito global, ex.: ISO?

NÃO
Quadro 9: Indústrias correlatas e de apoio
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

Indústrias correlatas e de apoio - A presença de indústrias fornecedoras internacionalmente competitivas num país cria vantagens nas outras indústrias ligadas - Na RMBS não há desenvolvimento de projetos para a introdução de novos produtos e tecnologias, e também não há qualificação dos fornecedores locais para que a indústria como um todo seja competitiva internacionalmente.

 
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O êxito da
indústria
nacional
depende
das práticas
administrativas
e da
organização
das empresas
participantes
e é diretamente
afetado pelo
contexto do
país, que
cria fortes
tendências.
Verificaremos se a cadeia da indústria exportadora de pescados passou, passa ou passará, por significativas transformações estruturais?

Se continua praticando um modelo de organização piramidal, com distâncias bem definidas entre o topo e a base?

Se é uma característica do ambiente nacional onde se insere?

O que pode contribuir para a melhoria dos resultados de qualidade e produtividade, neste segmento?

NÃO
Quadro 10: Estratégia, estrutura e rivalidade - práticas administrativas
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

Estratégia, estrutura e rivalidade - O êxito da indústria nacional depende das práticas administrativas e da organização das empresas participantes e que são diretamente afetadas pelo contexto do país, que cria fortes tendências. - A cadeia da indústria exportadora de pescados passa e passará por significativas transformações estruturais, em função da política governamental para o setor, embora continue praticando um modelo de organização piramidal, com distâncias bem definidas entre o topo e a base, que ganha mensalmente R$ 600,00, para o pescador profissional; e R$ 630,00, para o especializado, enquanto o Mestre de embarcação recebe R$ 1.150,00, por mês, mais pequena participação na captura de pescados.

Esta é uma característica do ambiente nacional onde se insere. A capacitação profissional de qualidade, em todos os níveis, tecnologias agregadas, criação de clusters, poderão contribuir para a melhoria dos resultados de qualidade e produtividade neste segmento.

 
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Os países
têm êxito na
indústria
quando as
metas das
empresas
estão
alinhadas
com as
fontes da
vantagem
competitiva.
Qual o valor anual em dólares que o setor vem investindo nos últimos 4 anos para o desenvolvimento do setor exportador?

Quais os outros indicadores que demonstrarão esse alinhamento, como aumento de qualidade, produtividade anual, rentabilidade e lucro?

NÃO
Quadro 11: Estratégia, estrutura e rivalidade - metas
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

Os países têm êxito na indústria quando as metas das empresas estão alinhadas com as fontes da vantagem competitiva. - Não foi possível apurar qual o valor anual em dólares dos investimentos, nos últimos 4 anos, para o desenvolvimento do setor exportador. Apuramos que foram feitos somente investimentos para manutenção do ativo imobilizado, um arrendamento e uma compra de máquina para empacotamento a vácuo.

Os outros indicadores que demonstraram esse alinhamento, como aumento de qualidade, produtividade anual, rentabilidade e lucro, estiveram vinculados somente à âncora cambial, período final do governo FHC, quando houve crescimento médio anual de 12,5%, durante os dois últimos anos, segundo a empresa "A"; já no primeiro e segundo anos do governo Lula o crescimento médio anual foi de 10%, e deverá ter encerrado 2005 com crescimento perto de zero por cento.

 
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Na competição
global,
as empresas
bem sucedidas
competem
vigorosamente
no seu país e
pressionam-se,
mutuamente,
para melhorar
e inovar.
Quantas empresas estão atuando hoje na exportação de pescados?

Nos últimos quatro anos ampliou-se ou houve redução no cenário competitivo local?

Produtos com maior valor agregado foram exportados?

As importações de pescados e a rivalidade local trouxeram mais melhorias e inovações?

O Brasil exporta hoje para os principais mercados mundiais, tais como: América do Norte, Europa e Ásia?

SIM
Quadro 12: Estratégia, estrutura e rivalidade - inovação
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

Estratégia, estrutura e rivalidade - Na competição global, as empresas bem sucedidas competem vigorosamente no seu país e pressionam-se mutuamente para melhorar e inovar - Atualmente apenas 3 (três) estão atuando no segmento exportador, houve uma redução no cenário competitivo local, nos últimos anos, dos 5 (cinco) exportadores 2 (dois) decidiram atender ao mercado interno, por decisão econômica/financeira.

O peixe-sapo, considerado como o de maior valor agregado, é exportado, pela empresa "A", à Coréia do Sul, que importa peixes mais populares da Argentina, para colocação no mercado interno, sem agregar melhorias e/ou inovações. O Brasil e a RMBS exportam hoje para os principais mercados mundiais, como América do Norte, Europa e Ásia, através das empresas "A", "B" e "C".

 
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A vantagem
competitiva
depende mais
de políticas
governamentais
bem sucedidas,
ao invés do
envolvimento
direto do
governo
no processo.
O governo brasileiro tem atuado de forma a alavancar o processo da vantagem competitiva do Setor Pesqueiro Exportador?

Investimentos e Legislação estão beneficiando o setor?

Para ampliar o potencial de exportações estão sendo fechados acordos internacionais importantes?

A política de câmbio de taxas Livres tornou o mercado mais favorável ao processo de exportações?

SIM
 Quadro 13: O papel do Governo - políticas governamentais
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

O papel do Governo - A vantagem competitiva depende mais de políticas governamentais bem sucedidas ao invés do envolvimento direto do governo no processo - O governo brasileiro, de forma lenta e tímida, reinicia o processo de criação da vantagem competitiva do Setor Pesqueiro Exportador por meio de uma política setorial específica. Linhas de crédito, financiamento, combustível com subsídio, e a legislação estão beneficiando o setor. Para ampliar o potencial de exportações, em 2004, foram enviadas missões a 7 (sete) países, com o objetivo de fechar acordos internacionais importantes. A política de câmbio de taxas livres tornou o mercado menos favorável ao processo de exportações, tendo em vista a atual valorização o Real frente ao Dólar.

O governo, a partir do ano 2000, passou a controlar melhor a exploração estrangeira em águas profundas brasileiras. Como o país não possui barcos apropriados para este tipo de pesca, a exploração de espécies com alto valor no mercado europeu, asiático e americano, como o caranguejo real, peixe-sapo e o camarão-caribineiro, estava sendo amplamente feita por outros países.

Hoje, sessenta barcos estrangeiros arrendados estão em atividade na costa brasileira sob a observação da Secretaria Especial da Pesca e Aquicultura.
Em outubro de 2005, foi aprovada pelo Congresso a Medida Provisória 255 - (MP do Bem), com incentivos fiscais amparados pela Lei 11.196/2005, para as empresas que exportarem até 80% de sua produção: estão isentas de recolhimento do PIS - Programa de Integração Social e da Cofins - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.

 
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A concentração
geográfica é
importante para
a gênese da
Vantagem
Competitiva
porque amplia
as forças que
aprimoram e
mantêm essa vantagem.
As empresas pesqueiras exportadoras do Estado de São Paulo estão concentradas em Santos/Guarujá e receberam 72,9% de toda a produção de pescados ao ano 2002. (IP-ATA) 

Há ou não um cluster pesqueiro desenvolvido em Santos/Guarujá?

Há necessidade de intervenção governamental - Ex.: infra-estrutura?

NÃO
Quadro 14: O papel do Governo - clusters
Fonte: Adaptado de
Regime Automotivo e Competitividade da Indústria Automobilística Brasileira (2003)

Não há cluster pesqueiro na RMBS, porém, o governo estadual pretende transformar o estuário de Santos no principal pólo da indústria naval Brasileira, instalando dois estaleiros na Região, que devem gerar 10 mil empregos.

A primeira meta é construir em São Paulo parte dos 22 navios de grande porte que a Petrobrás vai adquirir nos próximos anos. A expectativa é que estes navios representem um investimento de US$ 1,3 bilhão em circulação na indústria naval brasileira até dezembro/2006.

A estratégia traçada pelo governo do estado prevê a retomada da construção de plataformas de extração de petróleo na Baixada Santista. Há cerca de duas décadas, quatro plataformas chegaram a ser produzidas na região e exportadas para o Oriente Médio, sem o sucesso e retorno esperado.

O governo do estado deverá exercer o papel de indutor do negócio, juntando os dois elos dessa cadeia, ou seja, os proprietários de áreas às margens do Estuário e os construtores de navios. O governo já está conversando com grandes construtores de navios do mundo, que estão na Coréia e no Japão.

O segundo estaleiro a ser erguido no estuário deverá se especializar no reparo e manutenção de embarcações de grande porte. A idéia é transformá-lo em referência no Atlântico Sul, de forma a atender uma demanda por serviços de alta complexidade.

O Governo de São Paulo está disposto a implantar a infra-estrutura de apoio aos estaleiros e assume a responsabilidade de viabilizar eventuais garantias necessárias à liberação dos créditos para os grupos empresariais dispostos a ingressar no negócio. O Estado dará isenção de ICMS.

Para Porter (1999, p.248), a escassez dos aglomerados nos países em desenvolvimento não os impedem de competir, porém os impedem de aumentar a produtividade e o aprimoramento. As exportações crescerão durante algum tempo, com base no baixo custo da mão-de-obra local e na exploração de recursos naturais com tecnologia importada, porém de forma restritiva, porque não será possível aumentar a produtividade e o valor do produto.

Segundo Schmitz (1997), a formação de clusters não garante crescimento e competitividade, ganhos econômicos de forma automática, mas é apenas facilitador para se atingir esses objetivos, através da divisão do trabalho e especialização entre os pequenos produtores; surgimento de fornecedores de matérias-primas ou componentes, bem como de máquinas novas e usadas; serviços de manutenção; aparecimento de agentes comerciais para o mercado interno e externo; surgimento de prestadores de serviços especializados como contábeis, financeiros, técnicos e de mercado; aparecimento de um grupo de trabalhadores com habilidades setoriais específicas; ação conjunta dos produtores locais.

As empresas que fazem parte do cluster possuem menores custos no acesso a informações, maior freqüência e estabilidade nas transações, bem como importantes relações informais, criando um ambiente de menor incerteza nos investimentos em ativos específicos, fundamentais para o aumento da eficiência econômica dos produtores, fazendo com que cada um que pertence ao cluster se beneficie de economias externas de forma mais eficiente do que um produtor semelhante que esteja fora do cluster (SCHMITZ, 1997).


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