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Edição 141 - Jun/2005
Arquitetura

Roteiro valoriza patrimônio

A história de Guarujá contada a partir de projetos de arquitetos famosos

Com a proposta de divulgar Guarujá, o secretário de Turismo Marcelo Pedroso está discutindo o potencial da "Pérola do Atlântico", tendo como foco a evolução da Arquitetura na Cidade. "A partir da década de 30 do século passado, as grandes famílias aristocratas da Capital e do Interior construíram casas de veraneio em Guarujá", argumenta o secretário. "E para isso contratavam os melhores e mais famosos arquitetos da época. Nossa expectativa é mapear esses imóveis e elaborar um roteiro, para que as pessoas possam conheçam a história e a importância desses imóveis".


Edifício Sobre as Ondas: projeto do arquiteto Jayme Fonseca Rodrigues
Foto: Sandra Netto

Foram relacionados vários imóveis, da Praia das Astúrias à Praia da Enseada, projetadas por arquitetos famosos, a maior parte constituída de modernistas. Na Praia de Pitangueiras, destaque para o Edifício Sobre as Ondas, do arquiteto Jayme Fonseca Rodrigues, e a Casa de Pedra, incrustada nas rochas que dividem as Praias das Astúrias e Pitangueiras, projetada pelo arquiteto italiano, Henrique Cristofani, conhecido como Verona, do escritório de arquitetura de Gregori Warchavchik. Na Enseada, foram identificadas inúmeras casas projetadas por Warchavchik, entre outros.

Outro estudo da arquitetura em Guarujá revela uma evolução nas edificações militares. Quatro dos oito fortes do roteiro criado pela Secretaria de Estado de Turismo estão no Município: Fortaleza da Barra, Vera Cruz de Itapema, Forte São Luís e o Forte dos Andradas, que é o único ainda em atividade militar, sediando a 1ª Brigada de Bateria Antiaérea do Litoral brasileiro. Nesses locais será possível conhecer a arquitetura militar desde o século XVI até o século passado.

Marcelo Pedroso frisa que a ocupação de Guarujá foi intensificada no final do século XIX. De acordo com o professor Nestor Goulart Reis, no livro São Paulo e outras cidades, em 1892 a Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro iniciou um plano de urbanização com a implantação de conjunto turístico no local em que hoje se encontra o centro do Guarujá. Para isso, importou dos Estados Unidos uma cidade completa com peças de pinho de riga da Geórgia, com cassino, hotel, igreja, além de 46 casas residenciais e de uma linha férrea, que fazia a ligação da vila com o canal e o porto de Santos, em frente ao terminal da São Paulo Railway. Infelizmente, nada foi preservado. Como também não há vestígios do Grand Hotel de la Plage, projetado pelo Escritório Ramos de Azevedo, inaugurado em 1912, composto de quatro edifícios, com três e quatro andares.


Casa de Pedra, entre Astúrias e Pitangueiras
Foto: Sandra Netto