Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/guaruja/gh013g.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 07/24/05 12:20:55
Clique aqui para voltar à página inicial de Guarujá
HISTÓRIAS E LENDAS DE GUARUJÁ - BARRA GRANDE
Um vento vermelho na capela da fortaleza (9)

Leva para a página anterior
Unindo patrimônios histórico e artístico, numa simbiose entre passado, presente e futuro, um painel abstracionista de Manabu Mabe surge no interior da centenária Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, surpreendendo por sua atualidade os visitantes que ali talvez esperassem encontrar um altar. Mas, a antiga fortaleza reserva outras surpresas ao visitante. Como o encontro de um velho canhão, que foi noticiado em 2 de julho de 1981 pelo antigo jornal santista Cidade de Santos:
 


O canhão foi descoberto com o auxílio de um aparelho detector eletrônico
Foto publicada com a matéria

Achado canhão na Fortaleza

Um canhão enterrado em uma cova a 40 centímetros do solo, na praça superior da Fortaleza da Barra Grande (junto à praia de Santa Cruz dos Navegantes), foi descoberto pelo professor Luciano Pera Houlmont, no dia 24 de maio, com o auxílio de um aparelho detector eletrônico, de [sua] propriedade. A descoberta foi comunicada à Capitania dos Portos, pois a Fortaleza há cerca de 4 meses passou para a responsabilidade da Marinha, e, segundo o capitão Dirceu, chefe do Serviço Naval da Capitania, será enviado relatório ao Serviço de Documentação Geral da Marinha, órgão que decidirá o destino a ser dado à peça.

O canhão tem comprimento de 2 metros e 60 centímetros; raio de boca, 35 cm e raio de culatra, 50 cm. A peça, totalmente intacta, tem um brasão gravado na parte posterior (culatra) com o desenho de uma coroa, elaborado em aço especial próprio da época em que foi fabricado. Aparentemente, não existe qualquer inscrição ou detalhe que permita conhecer ae que época pertence o canhão e também sua origem, fato que poderá ser possível, como explicou o professor Luciano, caso o canhão seja movido do lugar - o que, entretanto, não pode ser feito manualmente, já que a peça, na impressão do descobridor, deve pesar mais de uma tonelada.

Luciano acredita que o canhão deveria ter pertencido a algum navio, pois apresenta características diferentes de outro canhão existente na Fortaleza. A descoberta foi possível graças ao hobby cultivado por Luciano Pera Houlmont, atualmente em atividade na Divisão Regional de Ensino do Litoral, que em suas horas de folga realiza pesquisas com seu aparelho detector em vários pontos de São Vicente, Santos e áreas próximas.

"Me dedico a este hobby há cerca de um ano e meio, desde que adquiri o aparelho, que por ser simples tem pouco alcance: 50 cm até 1 metro em terreno não úmido, e em área úmida até 50 cm. Foi a primeira vez que estive na Fortaleza, e logo após o achado, comuniquei o fato à Capitania dos Portos". Esta foi a segunda descoberta de Luciano, e como disse a mais importante: "antes, havia encontrado na areia da praia em São Vicente um prego do tipo utilizado há cerca de 100 anos".

Como professor de Ciências e Biologia, Luciano sempre procurou incentivar os alunos a levarem à escola peças antigas por eles encontradas. "Esta área é muito antiga, e bastantes pessoas desconhecem o valor histórico de peças que possuem". Citou, como exemplo, alguns materiais mostrados a ele por seus alunos, como um bacamarte (espingarda utilizada pelos Bandeirantes), revólveres antigos, um vaso de ferro fundido com o brasão do imperador, e uma vértebra de baleia, encontrada na praia do porto de São Vicente, e que lhe foi apresentada por um aluno. A peça hoje encontra-se em sua residência, na Rua XV de Novembro, 370, em São Vicente.

Leva para a página seguinte da série