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Santistas, nas barrancas do Paranapanema [09]

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Livro de Santos Amorim, lançado em novembro de 1932, relata a participação de um batalhão santista na Revolução Constitucionalista daquele ano:
Nós queremos descanso

Ficamos acantonados num amplo prédio. De dois andares. Deveríamos ir, na madrugada de 28, para as trincheiras. Essa era a ordem do tenente-coronel Castro e Silva, sub-comandante da praça de guerra. Era demais. Deliberamos, então, pedir descanso. Ou exigi-lo. Nem que ficasse presa toda a 1ª Cia.

Renato Pimenta - a primeira vez na vida que o vi empertigado e solene - dirigiu-se àquele oficial. Em nome de todos nós. Fez-lhe sentir a nossa pretensão. E justificou-a. Plenamente. Com habilidade.

O tenente-coronel Castro e Silva foi intolerante. Não nos atendeu e qualificou-nos de "tropa de retaguarda". A situação tornou-se grave. Os sargentos Péricles, Pitta e José Lydio de Castro não se contiveram. Protestaram contra a aleivosia. Com a nossa integral solidariedade. E permanecemos dispostos a não seguir para as trincheiras. Bastava-nos, já, de servir de joguetes aos caprichos de comandos estranhos ao nosso. O brio dos santistas clamava por uma justa reparação. A ofensa tinha que ser retirada. Que se retratasse quem no-la havia feito. Nós é que não cederíamos um palmo. Fossemos, embora, para a cadeia. Ou nos passassem pelas armas. Se pudessem...


O coronel Milton discursa aos soldados

Nesse pé a situação. Chega o coronel Milton. Manda a 1ª Cia. entrar em forma. Discursa aos soldados. Palavras de extremo carinho. Tece rasgados louvores à ação corajosa dos voluntários santistas. Esclarece que tinha se dado um mal-entendido. Estava ali para o desfazer. Sabia perfeitamente que a 1ª Cia. sempre se conduzira com bravura nos combates em que tomara parte. Sentia-se bem, portanto, em ser o primeiro a proclamar o seu valor. Era indispensável, porém, que acatássemos as suas ordens. Rumando para o campo da batalha. Para não deixar S. Paulo entregue, sem defesa, à sanha voraz do inimigo. E perorava:

- "Santistas! Para a frente! Mais esse sacrifício! Será a nossa última arrancada! Viva São Paulo!"

Nós correspondemos ao viva. Emocionados. Mas não estávamos satisfeitos. Porque se nos chamara "tropa de retaguarda"?

O tenente-coronel Castro estava ali. Ao lado do coronel Milton. Apesar da brilhante oração desse ilustre militar, entretanto, não tínhamos mudado de atitude. Nem mudaríamos. Enquanto o autor do agravo não se desdissesse. À nossa face. O tenente Gayer compreendeu isso. Falou ao coronel Milton. E, logo em seguida, o tenente-coronel Castro e Silva retificava o que dissera. Isto é, que a 1ª Cia. do 7º Batalhão não era "tropa de retaguarda". E não era mesmo. Não foi favor nenhum repetir essa verdade. Nós é que fizemos questão de honra de ser desagravados. Publicamente. Solenemente.


SÃO CINCO... - José Fontes. Romeu Rocha. Daniel Torrecilla. Raphael Paino. Santos Amorim


Chega o coronel Favilla

Na madrugada de 28 chega o coronel Favilla. Soubera das ocorrências da véspera. Vinha prestar assistência aos seus comandados. Pusemo-lo ao par do que se passara. Ele colocou-se ao nosso lado. Não admitia que alguém, fosse lá quem fosse, tivesse pretendido negar a nossa cooperação valiosa na luta armada. Confortou-nos. Revelou-se o soldado criterioso que é. O amigo dedicado que nunca nos desampara.


Turvinho

Tudo resolvido satisfatoriamente. Vamos para Turvinho. Manhã de 29. Lá chegamos. Pouco tempo depois. A varejeira persegue-nos. Impiedosamente. Obrigando-nos a ficar longas horas no recesso da mata sombria. Ao anoitecer. A tropa é distribuída por diversas casinholas de pau-a-pique. Que estão abandonadas. E vazias. Eu, Heródoto e Horácio Santos Silva, Antonio Rocha, Alcides Pupo de Godoy. Ficamos na capelinha de Santa Luzia. Conosco, muitos outros rapazes. Dormiremos ali. No pequeno templo. Que a fé religiosa da gente simples de Turvinho erguera. Em louvor de Santa Luzia. Milagrosa protetora dos cegos.

No modestíssimo altar existem velas. Levadas por mãos piedosas. De crentes. Nós as acendemos. E rezamos. Suplicando ao Altíssimo pela boa sorte de todos os brasileiros que se combatiam.

Nos acomodamos. No chão escuro da capelinha. Guardando silêncio profundo. Todos nós acreditamos em Deus. Felizes dos que crêem. Dos que nunca perdem a fé na misericórdia e na justiça do Supremo Criador.


Capitão Samuel Franco

Desde S. Miguel Arcanjo, a 1ª Cia. tem novo comandante. É ele o capitão Samuel Junqueira Franco. Moço ainda. Físico vigoroso. Semblante fechado. Parece-nos pouco amigo de rir. Fuma desesperadamente. Sua figura, no todo, atrai simpatia e respeito. Vê-se logo que é um militar de valor. Compenetrado dos seus altos deveres. Paulista de verdade. Integrado de coração na causa que defendemos. Agora sob a sua esclarecida orientação. Que não demora a revelar-se. Brilhante. Profícua.

O capitão Samuel Franco ganhou rapidamente a confiança e a estima dos voluntários santistas. Todos nós o acompanharíamos. Em qualquer hipótese. Até para o abismo. Sem desfalecimentos. Nunca foi oficial de P.C. O seu temperamento não lhe permitiria, jamais, ficar longe dos seus comandados. Sempre os acompanhava. Valente. Abnegado. Sem ostentação. Sem veleidades ridículas. Eu guardo desse homem a mais grata lembrança.

Fui testemunha dos seus sacrifícios.

Admirei, sempre, a inteireza moral do seu caráter. A bondade incomparável do seu coração. E, acima disso, a lealdade raríssima dos seus sentimentos de paulista.

***

Em Turvinho. Passamos regularmente. Sacrificando penosas. Chupando favos de mel. Tomando banho no Monjolo. Água à fartura. Muito límpida. Muito fria. Verdade é que as pulgas - sempre as pulgas! - continuavam nos atormentando. Durante a noite. No decorrer do dia os carrapatos as substituíam... Para maior desespero nosso.

O sargento Rômulo da Costa e Silva dava o cavaco. Eu, também. Horácio Assumpção, entretanto, se declarava familiarizado com os terríveis sugadores do nosso sangue. Não os matava. Como nós fazíamos. Era piedoso.


ATHIÉ JORGE CURY! É ele mesmo. Em carne e osso. Pronto e resolvido a entrar em ação. Fazendo barreira aos pelotaços inimigos...


Para a frente

Deixamos Turvinho a 30. Em direção a uma fazenda. Dois quilômetros à frente. A pé. Mas erramos o caminho. Tivemos que retroceder. Afinal, chegamos. Uma parte alojou-se em ranchos próximos. Outra foi para o mato. Armar barracas. Eurico Marianno dos Santos foi comigo. Já estávamos instalados. Veio ordem de tornar à fazenda. Voltamos. Ali passamos a noite.

No dia seguinte. Pela manhã. Organizaram-se duas patrulhas. Para fazer um reconhecimento. Nas cercanias da fazenda. O sargento José Lydio de Castro comandava uma. Eu conduzia outra. Perlustramos dezenas de quilômetros. Ambas inutilmente. Eu e meus companheiros vamos sair, cheios de surpresa, no Monjolo de Turvinho!

E caminhávamos certos de descobrir e aprisionar tropa adversária! Foi um fiasco tremendo. O cabo Adair (que desde esse dia ficou sendo o Cabo Visado) garantia ter visto o inimigo. Que o visara. Desfechando-lhe um tiro. José Alves Rodrigues, meu conterrâneo. Calunga. Dizia o mesmo. Joaquim Ataxerxes Coelho e Altamir Coelho. Figuravam nesse episódio. E outros soldados também. Episódio que terminou numa tempestade de gargalhadas. Não era para menos.

Regressamos à tarde. Com as pernas doídas de tanto andar. Suando em bica. Com um apetite de avestruz. Até pedra devoraríamos. Almoçamos à vontade. Tomamos café. Valeu-nos isso. E tínhamos ordem de prontidão. Para nova viagem.


Fazenda Forquilha

Íamos, então, para Forquilha. Todas as viagens são feitas durante a noite. Por quê? Será para o inimigo não nos ver? E o barulho dos motores dos caminhões? E a luz dos seus faróis? E a algazarra dos soldados?

Afinal, estamos na estrada. Seguimos. O primeiro carro, pouco distante, tomba. Fica de pneus para o ar. Tão violento fora o choque. Alguns nossos companheiros da 3ª Cia., que o ocupavam, são arremessados à distância. Dentro de um lamaçal. Ficam irreconhecíveis. Em estado deplorável. Com muito custo safam-se da lagoa lodosa.

Um deles se contunde. Outros, ligeiramente. Verdadeiro milagre poupou-nos a uma morte trágica. Horrível. Recordo-me de ter visto, coberto de lama da cabeça aos pés, Cyrillo Guimarães de Lima. Uma cena impressionante. A noite era gélida. Eles, coitados, não tinham outra farda para vestir. Foram então mandados recolher. Onde pudessem passar a noite.

Nós, os da 1ª Cia., prosseguimos. Indo fazer parada em uma curva da estrada. Perto da cozinha do Batalhão 14 de Julho. Que já havia deixado Taquaral.

Após demorada espera surgem diversos caminhões. Que nos transportam para a Fazenda Forquilha. Onde acampamos. No escuro. Tendo por teto o céu. O frio continua implacável. A fedentina põe-nos desesperados e tontos. Desse modo, a noite inteira. O capitão Samuel Franco se compadece de todos nós. Mas não há recursos possíveis. É preciso agüentar firme. Agüentamos.


Tropas que se retiram

1º de outubro. Faz sol. A manhã é esplêndida. Chega um saco cheio de cartas. Outro com pequenos volumes. É a correspondência dos santistas.

E presentes que lhe mandam da abençoada terra. Que há mais de dois meses não vemos. Caminhamos meio quilômetro para tomar café. Pão, não há. Bolachas chegarão no dia seguinte. Constantino Molitzas e Annibal Caetano. Regressam de Santos. Contam-nos coisas tristíssimas. Desenroladas na capital. E na cidade invicta de Braz Cubas. Ficamos pesarosos. É o começo do fim. Que não tardará a vir. Para desgraça de S. Paulo. Para desgraça do Brasil.

Durante horas seguidas. Vemos passar dezenas e dezenas de caminhões. Repletos de soldados constitucionalistas. Retiram-se. É o que nos dizem. Mas para onde vão? É o que não sabem dizer-nos... Prevemos o que sucede. São Paulo perdeu a guerra. Abandonamos nossas posições. Para que os inimigos as ocupem.

Entretanto, por que nos ocultam a verdade dolorosíssima?


O BATISMO DO ARISTIDES


Chega a nossa vez...

Depois do almoço. O capitão Samuel Franco ordena levantemos acampamento. Não dispomos de caminhões. No momento. Apenas um. Que transportará a cozinha. Nosso rumo é S. Miguel Arcanjo. Os soldados que não quiserem esperar transporte poderão seguir a pé. A maior parte se locomove. Três léguas a palmilhar. Acidentadas. Subidas enormes. Descidas perigosas. Iniciamos a marcha. A marcha da derrota. Ninguém fala. Ninguém ri. Eu, José Ferreira Coelho, Clóvis e Rômulo Costa e Silva. Caminhamos unidos. Depois, Renato Pimenta. Athié Jorge Cury. Jorge Aun. José Antonio de Oliveira. Outros. Muitos outros. Uma procissão. Silenciosa. Olhos para o chão. Como somos infelizes...

S. Miguel ainda está bem longe. Fazemos ligeiro descanso. Para continuar a jornada aspérrima. E vamos. Vamos até chegar lá. A tarde agonizava. Agonizavam, também, as nossas esperanças de voluntários paulistas. De soldados de Santos. Que tinham se batido por um ideal nobilíssimo. Por um São Paulo livre dentro de um Brasil unido. Que não mereciam ser vendidos. Atraiçoados. Que preferiam ter ficado sem vida nos campos de batalha. A continuar vivendo como escravos.

***

Chegamos a São Miguel. Onde passamos uma noite. Fico ciente da marcha dos acontecimentos. Por intermédio do virtuoso padre Olegário. Vigário das Perdizes, em São paulo. Que ali se encontra há dias. No exercício do seu sacerdócio. Esse digno ministro de Deus conta-me tudo. Com os olhos marejados de lágrimas. Escuto-o sem ânimo para dizer-lhe uma só palavra. Profundamente emocionado.


Rumo a Pilar

Na tarde de 2. Saímos de São Miguel Arcanjo. Rumo direto a Pilar. São 55 quilômetros de percurso. Vamos no Carro de Socorro. É o último. E o único. Vai conosco o tenente Roberto Ralston. Chegamos de madrugada. Ficando acantonados em casas particulares. Percorremos a velha cidade. É movimentada. Tem vida própria. Ruas bem tratadas. Prédios elegantes. Povo acolhedor. Vamos à Igreja. Buscar consolo na fé. Prosternar-nos aos pés de Deus. E rogar-lhe, mãos postas, pela felicidade da nossa estremecida Pátria.


A caminho de Sorocaba

Não nos interessava mais o dia de amanhã. Iríamos para onde quisessem nos levar. Já que nos haviam tirado das trincheiras. Para entregá-las ao adversário. Que devia estar radiante. Soberbo com a tristíssima vitória. Que a traição lhe conquistara.

Assim, indiferentes a tudo que pudesse acontecer, foi que embarcamos para Sorocaba. Pouco se nos dando lá ficássemos presos. Como constava. Como se repetia. Com insistência. Partimos às 19 horas. Uma viagem tormentosa. A noite inteira. Numa estrada quase interminável. Saltando dos caminhões. A todos os instantes. Impulsionando aqueles pesados veículos. Caindo de momento a momento. Parando ainda por falta de gasolina. Depois da derrota, não havia castigo mais humilhante. Somente a têmpera de um paulista resistiria galhardamente a tantos martírios. Nós resistimos.

Entramos em Sorocaba. Dia 4. Às 8 horas. Chovia. Almoçamos na Casa do Soldado. E fomos, depois, para o Quartel. Onde ficamos até a tarde. Aguardando embarque. Para São Paulo. De regresso, enfim, para Santos.

Expressivas demonstrações de generoso apreço recebemos, nós, os santistas, na grande e bela cidade industrial. Que é legítimo orgulho dos paulistas. Pela sua importância. E pelos sentimentos hospitaleiros do seu nobre povo.

Aqui lhe deixamos a nossa gratidão.


Entrega de armamento e munições

Foi o episódio mais comovente que eu já assisti. Em toda a minha existência. Com 38 anos de idade. Falta-me serenidade para reproduzi-lo. Só ao recordá-lo, agora, exalto-me. Sinto-me mais paulista ainda. Mais orgulhoso de ser brasileiro. Porque esse episódio bastaria para glorificar, civicamente, todo um povo.

Os voluntários da 1ª Cia. entram em forma. É a ordem do cap. Samuel Franco. Vão entregar a ele, nosso comandante, o armamento e a munição. Que S. Paulo nos confiara. Para defendê-lo no campo da luta. Redimindo-o. Libertando-o. Com o nosso sangue. Com a nossa vida.

Ficamos em linha. Um a um vai se despojando. Do fuzil. Do sabre. Dos cartuchos. Nenhum de nós se conforma com esse vexame. Manifestamos nossa revolta. Santa revolta dos que têm pundonor. Mas seria loucura qualquer atitude contrária. Estamos vencidos. Fora das trincheiras. É certo. Porque, dentro delas, jamais nos derrotariam. Entretanto, precisamos ser fortes na adversidade. Como fomos serenos sempre. Em melhores dias. No passado. No presente. No futuro.

Os santistas saem de forma. Ainda envergam a farda. Porque não têm, ali, o traje civil para substituí-la. Estão desarmados. E de luto. Uma fita negra simbólica atada ao braço esquerdo. Do lado coração. S. Paulo também veste luto. Todos os paulistas. A catástrofe é imensa.


Olivério Pilar Antunes. Santos Amorim. João Pereira de Carvalho. Dario de Freitas Pimentel


A despedida do capitão Samuel Franco

Formamos em quatro. Todos os soldados da 1ª. O capitão Samuel Junqueira Franco vai despedir-se. Dos voluntários que comandou. E que ainda comandará. Quando quiser. O momento é emocionante. Nós o ouvimos com religioso silêncio. O bravo e ilustre oficial dirige-nos vibrante oração. Traça, em palavras candentes, a hora dolorosa que São Paulo atravessa. Afirma que a traição venceu São Paulo. Mas não abateu o entusiasmo cívico dos paulistas. Que esse, nunca se abateria. Elogia-nos. Realçando o nosso valor. A nossa coragem. A nossa bravura. Canta um hino de glória aos paulistas. À terra maravilhosa de Piratininga. Levanta um viva aos santistas. E vem, depois, abraçar soldado por soldado.

Aclamamos, demoradamente, o valoroso militar. Fazendo justiça aos seus méritos. Ao seu caráter sem dobras. À sua intrepidez de autêntico paulista.


A minha saudação

Uma força irresistível me compele para a frente. Ordenando-me que fale. Eu me perfilo. Peço licença. E digo o que sinto. Vertiginosamente. Em meu nome. E pelos meus companheiros. Que ali estão. Como eu. Sentindo o amargor da derrota. De uma derrota que não nos desonra. Porque não fomos vencidos lealmente. Peito a peito.

Enalteço a figura admirável e heróica do capitão Samuel Franco. Desvaneço-me de defrontar-me com um paulista da sua têmpera. Merecedor do nosso afeto e da nossa admiração. Asseguro-lhe a nossa irrestrita solidariedade. Para a paz ou para a guerra. Sem cogitarmos das conseqüências. Proclamo a nossa fé absoluta nos altos destinos históricos de São Paulo. E na vitória integral do ideal que nos levara a correr para as trincheiras.

Focalizo o momento angustioso que São Paulo atravessa. E quero ir além. Mas não posso. As palavras morrem-me na garganta. A comoção domina-me. Olho em derredor. Meus companheiros choram. Eu choro também. Copiosamente. Todos me abraçam. Eu vou para longe. Quero ficar só. Para dar largas à minha dor cruciante. De paulista e de escravo!

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