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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Congresso eucarístico, 1941 (4)
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Em 20 de julho de 1941 instalava-se em Santos o 1º Congresso Eucarístico Diocesano, realizado na praia do Gonzaga, ao redor da Fonte Luminosa Nove de Julho. O evento continuou nos dias seguintes, com procissões, conferências, missas pontifícias, e na apoteose o transporte processional da imagem de Nossa Senhora Aparecida até o pavilhão oficial do congresso. Na época, d. Paulo de Tarso Campos era bispo de Santos.

O encerramento desse congresso foi destacado pelo jornal santista A Tribuna, na terça-feira, 29/7/1941 (página 5 - ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução parcial da matéria publicada em A Tribuna de 29/7/1941

Encerramento do 1º Congresso Eucarístico Diocesano de Santos

As imponentes cerimônias levadas a efeito domingo último

No Pavilhão Oficial foi celebrado solene Pontifical, por d. José Gaspar de Afonseca e Silva, arcebispo metropolitano de S. Paulo - Recepção no Paço Municipal - Concentração da juventude masculina na Praça Mauá - Cortejo Triunfal Eucarístico e benção do SS. Sacramento

A brilhante oração de encerramento, proferida pelo arcebispo de S. Paulo - Regresso à capital dos prelados que estiveram presentes ao congresso - Outras notas

A população católica de Santos assistiu, domingo último, aos diversos atos comemorativos de encerramento do 1º Congresso Eucarístico Diocesano, que desde o dia 20 vinha sendo realizado nesta cidade, com todo o brilhantismo da liturgia.

Às imponentes cerimônias de anteontem esteve presente incalculável número de devotos, que seguiram, com a devida contrição, todo o cerimonial da igreja católica, num grandioso espetáculo, como nunca foi levado a efeito em nossa cidade.

Solene Pontifical no Pavilhão Oficial do Congresso - Desde as primeiras horas de domingo último, a população católica de Santos começou a rumar para o Gonzaga, a fim de assistir ao solene Pontifical que, às 10 horas, ali celebrou d. José Gaspar de Afonseca e Silva, que se paramentou na capela do Paço Episcopal, à Avenida Ana Costa, e de onde foi conduzido processionalmente até o altar do Pavilhão Oficial.

Muito antes da chegada do grande cortejo, já extraordinária massa popular se aglomerava nas proximidades da Fonte 9 de Julho.

Nessa procissão participaram os bispos, Seminário Central, numerosas associações católicas, federações marianas masculinas e femininas, colégios religiosos, clero regular e secular, vicentinos, irmandades e confrarias, ginásios etc., além das extensas filas de povo.

Autoridades civis e militares estiveram também presentes à cerimônia.

D. José Gaspar de Afonseca e Silva, com as vestes sagradas, veio sob o pálio, dando, durante o trajeto, a bênção ao povo.

O coro da Missa Pontifical esteve a cargo do Seminário Central, da capital, que entoou hinos e cânticos litúrgicos durante o magnificente ato, que terminou por volta das 12,30 horas, quando o povo começou a se dispersar.

Recepção no Paço Municipal - Às 14,30 horas, o dr. Antônio Gomide Ribeiro dos Santos, chefe do Executivo local, recepcionou, no Paço Municipal, os ilustres prelados que vieram a Santos a fim de assistir aos atos comemorativos do 1º Congresso Eucarístico Diocesano da nossa cidade.

A essa reunião de cortesia compareceram d. José Gaspar de Afonseca e Silva, d. Paulo de Tarso Campos, os bispos que até ontem Santos hospedou e autoridades civis e militares.

No salão principal do Paço o dr. Antônio Ribeiro dos Santos entreteve palestra com os distintos visitantes, aos quais ofereceu uma xícara de café.

Concentração na Praça Mauá - Ao mesmo tempo em que eram recebidos, pelo governador da cidade e outros altos funcionários da Prefeitura, os altos dignitários do clero e demais membros de sua comitiva, realizava-se, na Praça Mauá, defronte ao Paço, a grande concentração da juventude católica masculina, integrada pelas Federações dos Congregados Marianos de Santos e da capital, professorado católico de S. Paulo, estudantes e moços em geral da cidade, em homenagem ao Episcopado paulista e às autoridades.

Além dos Tiros de Guerra ns. 11 e 598 e a E.I.M. 53, acompanhados de suas bandas marciais e dos congregados marianos desta cidade e da capital, que traziam suas bandeiras e insígnias, via-se também grande número de fiéis.

Da sacada principal do Paço Municipal, para onde se dirigiram o sr. arcebispo, bispos da Província Eclesiástica, autoridades civis e militares, de Santos, S. Vicente e Guarujá, foram pronunciados diversos discursos.

O primeiro a usar da palavra foi o dr. Carlos Pacheco Cirilo, que se congratulou com o Episcopado paulista pelo êxito do Congresso, terminando por demonstrar o alto espírito de fé católica da juventude de nossa cidade e o apoio dado pelas autoridades constituídas ao Congresso.

Seguiu-se com a palavra o sr. Jaime Hourneaux de Moura, presidente da Federação Mariana Masculina, que fez um retrospecto da religião católica. Recordou alguns episódios da história da igreja, terminando por se congratular pelo êxito que marcou o 1º Congresso Eucarístico de Santos, que, disse, "deu ensejo a que a mocidade mariana demonstrasse a sua ardente fé na religião".

Agradecendo as homenagens, em nome do Episcopado paulista, usou da palavra, em feliz improviso, d. Francisco Borja do Amaral, bispo de Lorena, que pôs em destaque o elevado espírito católico do povo santista, "esse povo - frisou - que demonstrou reconhecer em Cristo o seu guia em todas as horas, esse Mestre divino que há de derramar as suas bênçãos a toda a população".

Terminada a oração do bispo de Lorena, fez-se ouvir o dr. Antônio Gomide Ribeiro dos Santos, prefeito de Santos, que salientou o poder da Eucaristia, a sua influência na formação moral dos povos, nos atos dos representantes dos poderes públicos, terminando por erguer um hino de louvor ao espírito católico do nosso povo, e à sua demonstração de fé, durante o conclave que se ia encerrar, poucas horas depois, de maneira tão imponente.

As últimas palavras do governador da cidade foram recebidas por prolongada salva de palmas.

Pouco depois d. José Gaspar de Afonseca e demais prelados se retiravam do Paço, desfazendo-se, na mesma ocasião, a concentração da juventude mariana.

- Abrilhantaram essa solenidade as bandas de música do Corpo de Bombeiros, e a do Instituto "Da. Escolástica Rosa".


Detalhe tomado no salão nobre da Prefeitura Municipal, quando da recepção oferecida pelo dr. Gomide Ribeiro dos Santos, chefe do Executivo local, a d. José Gaspar de Afonseca e Silva, arcebispo metropolitano, e aos bispos da província paulistana, sua comitiva e às pessoas gradas
Foto e legenda publicadas em A Tribuna de 29/7/1941

Cortejo triunfal eucarístico - Às 16 horas, teve início, na esquina das avenidas Conselheiro Nébias e Campos Sales, o solene cortejo triunfal eucarístico, que assinalou o último ato público do Congresso.

Enorme foi a massa popular que tomou parte no imponente cortejo.

Participaram da procissão, precedendo o carro triunfal, no qual, em um altar ali instalado, d. José Gaspar de Afonseca e Silva conduzia, ajoelhado, o SS. Sacramento, os colégios de nossa cidade, ginásios, associações femininas, asilos, tiros de guerra, congregações, clero secular e regular, assim como grande número de fiéis.

Iniciado às 16 horas, o cortejo, que seguiu pela Avenida Conselheiro Nébias, ruas Minas Gerais, Galeão Carvalhal e Avenida Ana Costa, somente às 18,10 horas chegou ao pavilhão do Gonzaga.

O primeiro colégio a dar entrada no Gonzaga foi o Ginásio Santista, vindo depois a representação do Colégio Arquidiocesano, da capital, Colégio Assuncion, também de São Paulo, Asilo "Anália Franco", as Cruzadas Eucarísticas, os colégios S. José, Instituto "Da. Escolástica Rosa", Coração de Maria, Stela Maris e as Filhas de Maria, que iam ocupando os lugares designados pelas autoridades do serviço de trânsito, a cargo do dr. Nelson da Veiga, que o superintende com grande eficiência.

Chegaram depois os congregados marianos de Santos e da capital, os tiros de guerra e Escola de Instrução Militar, vindo, depois, os 300 membros do Seminário Central de S. Paulo e o clero secular e regular.

Postaram-se, também, perto da Fonte Luminosa, 60 crianças do Cruzada Católica.

Chegada do Santíssimo Sacramento - Nessa ocasião, já noite fechada, o Gonzaga apresentava aspecto deslumbrante, inteiramente tomado pelos participantes do cortejo e pela multidão que se aglomerava em torno dos cordões de isolamento.

O majestoso Pavilhão do Congresso estava profusamente iluminado. À sua volta se achavam os membros das congregações religiosas e as bandas de música do Corpo de Bombeiros e Luso-Brasileira.

Uma hora depois, isto é, às 19,10 minutos, o carro triunfal, no qual se achava o Santíssimo Sacramento, deu entrada no Gonzaga. À sua passagem, o povo ajoelhava-se e manifestava seu respeito e fé.

Defronte ao Pavilhão, d. José Gaspar de Afonseca e Silva, que durante todo o trajeto se conservou ajoelhado com o Santíssimo Sacramento, retirou-se do carro e colocou-o no altar do Pavilhão.

Bênção do Santíssimo Sacramento - Deu-se início, então, à solene bênção do Santíssimo Sacramento, com os cânticos litúrgicos entoados pelo coro. Às 19,20 horas, d. José Gaspar de Afonseca, dirigindo o SS. Sacramento para o povo, dava a sua bênção, ouvindo-se, então, o Hino Nacional.

Terminada essa cerimônia, fez uso da palavra, saudando o arcebispo metropolitano, o dr. Hipólito do Rego que, em brilhante oração, em nome do povo santista, pôs também em destaque a atividade de d. Paulo de Tarso Campos, bispo diocesano, na realização do Congresso Eucarístico, bem como a obra que realiza em prol das populações do litoral Norte e Sul do Estado.

Oração de d. José Gaspar de Afonseca e Silva no encerramento do Congresso - Encerrando o Primeiro Congresso Eucarístico de Santos, usou da palavra d. José Gaspar de Afonseca e Silva, arcebispo metropolitano, que saudou em seu nome e no dos bispos presentes, o povo de Santos, o qual disse que "com as manifestações que acabava de se prestar a Jesus Eucarístico, afirmava aos olhos de todo o Brasil o seu elevado e ardente espírito católico. Aquele que duvidasse desse estado de alma do povo santista, não teria dificuldades em constatar o seu acendrado amor a Cristo. Bastava, apenas, apreciar o espetáculo que se oferecia aos olhos de todos. Santos, assim, não desmentiu a fé que herdou de seus antecessores. Mais do que as palavras, era o espetáculo que se presenciava". E afirmou: "Nesta nobilíssima e encantadora cidade, Cristo Vive, Reina e Impera".

Prosseguiu, falando sobre o êxito do Congresso, o apoio prestado pelas autoridades, à pessoa de d. Paulo de Tarso Campos, bispo diocesano, a que se deve todo o brilhantismo dessa imponente manifestação de fé. Reportou-se ainda à obra que o bispo diocesano realiza no litoral Norte e Sul de S. Paulo, com as atividades desenvolvidas pela "A. L. A." (Associação Litoral de Anchieta), verdadeira obra de assistência social e de educação às populações abandonadas, desde Ubatuba a Iguape, até as montanhas do Apiaí.

E terminou: "Santos não sairá daqui sem prestar homenagem grandiosa ao nosso Deus, a N. S. Jesus Cristo, nosso Mestre, nossa Vida, nosso Caminho e nossa Verdade". Concitou, por fim, a que o povo acenasse com seus lenços, véus e chapéus e levantasse um brado de fé e entusiasmo, o que foi feito por três vezes. As suas últimas palavras foram dirigidas a d. Paulo de Tarso Campos, para quem pediu, também, erguesse o povo os seus lenços, terminando, dessa forma, apoteoticamente, o último ato do Primeiro Congresso Eucarístico Diocesano.

Almoço íntimo no Palácio Episcopal - Às 13 horas de ontem, d. Paulo de Tarso Campos ofereceu, no Palácio Episcopal, um almoço íntimo aos srs. bispos e sua comitiva.

Nessa reunião tomaram parte também os srs. vigários gerais da nossa diocese.

Fazendo uso da palavra, d. Paulo de Tarso Campos agradeceu o comparecimento dos ilustres prelados e a sua eficiente colaboração para o êxito do Congresso.

Regresso do sr. arcebispo metropolitano - Às 18 horas de ontem regressou à capital, pela estrada de rodagem, d. José Gaspar de Afonseca e Silva, arcebispo metropolitano, que presidiu os diversos atos do Congresso anteontem findo, e que, durante a sua permanência nesta cidade esteve hospedado no Palácio Episcopal.

O ilustre prelado foi acompanhado até o Cubatão por d. Paulo de Tarso Campos, cônego Macedo e pelo cura da Catedral, padre Francisco Lino dos Passos.

Às 14 horas, seguiram para São Paulo os bispos que estiveram em Santos a fim de participar do grandioso conclave religioso. Da capital, rumaram eles para os seus respectivos bispados.

Ao seu embarque compareceram à estação da S.P.R.: d. Paulo de Tarso Campos, dr. Antônio Gomide Ribeiro dos Santos, comissão do protocolo e clero.

Várias - O ilustrado cônego Macedo foi infatigável como locutor das comemorações do Congresso, graças ao qual não se verificou o mais leve deslize no decorrer de todas as cerimônias.

- O sr. Querubim Corrêa, o conhecido ex-locutor das nossas estações difusoras, muito cooperou, por sua vez, para o êxito do conclave.

- O dr. Nelson da Veiga, diretor do Trânsito, tudo providenciou, e graças a ele, a população pôde assistir, sem os atropelos, a todos os atos do Congresso.

Os clichês acima focalizam os atos culminantes de encerramento do 1º Congresso Eucarístico Diocesano de Santos, realizados anteontem. Ao alto, da esquerda para a direita, por ocasião do solene Pontifical celebrado por d. José Gaspar de Afonseca e Silva, no altar do Pavilhão Oficial do Congresso, ás 10 horas, (...)

 

 (...) e um aspecto da chegada da procissão conduzindo o Santíssimo. (...)

 

(...) Ao centro, na mesma ordem: alunas dos colégios Coração de Maria, Stela Maris e S. José, vestidas de anjo, vendo-se ao fundo os pajens de honra; (...)

 

(...) o arcebispo metropolitano quando fazia uso da palavra, na cerimônia do encerramento do Congresso, e o dr. Hipólito do Rego na ocasião em que discursava, na mesma cerimônia. (...)

 

 (...) Em baixo: dois aspectos do imponente cortejo religioso (...)

 


(...) no instante em que chegava ao Pavilhão
Fotos e legenda publicadas em A Tribuna de 29/7/1941

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