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Notícias do bonde:

DIÁRIO OFICIAL DE SANTOS (páginas 1, 6 e 7) - 17/JAN/2002

D.O.Santos, página 1, 17/1/2002. Foto de Antônio Vargas

 
Restauração
Bonde Camarão está quase pronto

Já está quase tudo pronto para a viagem inaugural do bonde camarão totalmente restaurado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos). O veículo elétrico será entregue à população, no próximo dia 26, mais exatamente às 11h30, com saída da Praça Mauá. Nos dia 26 e 27, as passagens serão gratuitas, e está programada uma grande festa com shows musicais, queima de fogos, exposição de fotos, soltura de balões etc. Após a entrega, o bonde camarão fará o mesmo trajeto do Bonde Turístico, que circula desde setembro de 2000 pelas ruas do Centro Histórico, fazendo um trajeto de 1.700 metros. Na próxima segunda-feira, protegido por capas de material plástico, o bonde será transportado numa carreta da CET para o Centro, onde passará por testes a partir das 22 horas.

O trabalho de recuperação, que levou exatos 12 meses, foi concluído e a equipe especializada da CET só está cuidando dos últimos detalhes do acabamento, como lixamento da parte de madeira do bondinho, colocação das janelas, fabricadas exatamente como eram as originais. Todas as peças foram montadas e o truck de quatro rodas, que havia sido separado da carroçaria para possibilitar o trabalho, já foi recolocado no seu lugar de origem, unindo o motor à parte superior do bondinho.

Os bancos foram envernizados e brilham à espera de passageiros, as duas portas automáticas já funcionam e a pintura externa está impecável, dando ao Camarão a mesma cor verde da época em que ainda transportava santistas e turistas pela Cidade. Os frisos dourados foram polidos e reluzem aos olhos de quem queira ver renascer um passado não muito distante. Os serviços de marcenaria, funilaria, mecânica e elétrica foram feitos na própria CET, assim como a confecção de algumas peças. Apenas aquelas que exigiam mão-de-obra especializada foram fabricadas em outros locais.

D.O.Santos, página 6, 17/1/2002. Foto de Antônio Vargas

Veículo é de fabricação escocesa

Santos foi tradicional cliente da Companhia Hurst Nelson, produtora de bondes com fábrica em Motherwell, subúrbio de Glasgow, a capital da Escócia. O bonde fechado que será colocado em circulação no Centro histórico com o número 40, foi encomendado àquela Companhia em 27 de fevereiro de 1911, junto com mais 19 veículos, segundo o especialista em transportes públicos Allen Morrison, atualmente radicado em Nova York. Embora sendo escocesa, a H. Nelson tinha agentes na Inglaterra, o que gerou dúvidas entre os historiadores sobre a procedência dos bondes, com alguns atribuindo origem inglesa aos veículos – na verdade fabricados em Motherwell/Escócia.

Detalhes - Os últimos bondes em Santos deixaram de circular definitivamente em 28 de fevereiro de 1971. Até dezembro de 2000, o bonde 40 era apenas uma grande carcaça guardada no pátio da Creche Candinha Ribeiro de Mendonça, na Vila Mathias. "A decisão de recuperarmos o último exemplar de bondes exigiu muito esforço do pessoal da CET, desde o transporte da creche para as nossas oficinas, até a pesquisa e execução dos detalhes", conta José Carlos Bergamini (Zecão).

Ele relembra que o camarão estava em péssimo estado de conservação, "não tinha motor, nem controle elétrico nem nada de mecânica. Algumas características originais foram copiadas do bondinho da Praça das Bandeiras". A catraca de ferro fundido, por exemplo, data de 1953, e estava guardada no almoxarifado da CSTC. Ela foi latonada em dourado e polida. Os bondes fechados contavam com catracas para registrar a passagem dos usuários, diferentemente dos bondes abertos.

Funcionários da companhia executaram trabalho minucioso para restaurar o camarão

D.O.Santos, pág. 7, 17/1/2002. Foto de Antônio Vargas

Competência marca trabalho de equipe

Se foi possível transformar em realidade todo o projeto de reforma do último exemplar de bonde existente em Santos – o bonde fechado ou camarão, tudo se deve à dedicada e competente equipe de mais de 20 funcionários da Companhia
de Engenharia de Tráfego (CET-Santos). O time escalado para essa tarefa, que levou quase um ano, realizou um minucioso trabalho de restauração reproduzindo
detalhes do veículo exatamente como eram os bondes na época em que ainda circulavam pelo município. Cada um dos profissionais tem uma função
diferente, que somadas resultaram no objetivo esperado: dar nova vida ao bonde, colocá-lo em funcionamento e contribuir para a revitalização do Centro histórico de Santos, que já conta com um bonde aberto e um reboque.

Não é à toa que o veículo já é o mais novo mascote da Companhia, e com certeza será também o de toda a Cidade. Integrante da mesma equipe, coordenada por engenheiros da CET, que trabalhou no restauro do Bonde Turístico do Centro, do reboque e do bonde fechado do Gonzaga. José Luiz de Alvarenga é o técnico eletrotécnico, que atua na mesma área do eletricista Alberto Aparecido Gonçalves. A mecânica é parte importantíssima da reforma, que fica por conta de Reginaldo Carvalho de Andrade, Yvanny Araújo Cordeiro de Andrade, Antônio Carlos Nobre Machado e Paulo Alves dos Passos.

Visual teve tratamento especial

A participação incansável dos técnicos atendeu a todos os detalhes

D.O.Santos, pág. 7, 17/1/2002. Foto de Antônio Vargas

Os responsáveis pelo visual do veículo, pintado em cores cuidadosamente escolhidas, com predominância do verde escuro, são os pintores Carlos Roberto Rulian e Genivaldo Baptista dos Santos. Quem cuida da parte de manutenção é o Amaro Pereira de Souza, enquanto o marceneiro Alexandre Martiniano dos Santos faz milagres na fabricação de bancos, janelas, portas, estribos, assoalhos etc, auxiliado pelos marceneiros Valdeci Ferreira Silva e João Pereira Filho.

O supervisor de funilaria é o Antônio Rodrigues Bonfim, funileiro e soldador da CSTC há 18 anos. O lubrificador é o Carlos Alberto Silva, e Clayton Roberto F. Cabral tem sido incansável na condução da viatura que transporta peças para cima e para baixo.

O responsável pela montagem das peças recuperadas e ou fabricadas é Mário Luiz Francisco dos Santos, que não mediu esforços para juntá-las em seus devidos lugares no bondinho, considerado um verdadeiro quebra-cabeças. Para completar a equipe, há o estagiário Fernando Duarte Gago, e os ajudantes Wagnilson de Oliveira Braga, Paulo Francisco, Alexandre Pauser e Sônia Maria da Silva.