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Edição 146 - Nov/2005
Sociedade

Maçons do grau 33º reúnem-se em Santos

Encontros regionais visam dar polimento à mente e evoluir sempre

Luiz Carlos Ferraz

O Conselho Regional dos Grandes Inspetores Gerais da Ordem no Estado de São Paulo, subordinado ao Supremo Conselho do Brasil para o Grau 33º do Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande Oriente do Brasil reuniu-se no dia 22/10/2005, no Templo da Loja Fraternidade de Santos, com a presença de irmãos graduados da Baixada Santista, Grande São Paulo e Interior do Estado, sob a coordenação do Delegado Litúrgico do Supremo Conselho do Brasil (SCB), no Estado de São Paulo, Soberano Irmão Emílio Sanchez Dimitroff, representando o Soberano Grande Comendador do Rito, Ney Coelho Soares.


Bortoloni, Ricardo Trecco, Emílio Dimitroff e Saul Costa: reconhecimento maçônico
Foto: Luiz Carlos Ferraz

O Conselho Regional dos Grandes Inspetores Gerais da Ordem funciona em cada Estado da Federação e congrega os maçons que atingiram o grau filosófico 33º, o mais elevado da Ordem. Durante a sessão foram entregues medalhas e diplomas de reconhecimento maçônico do SCB a Saul Ferreira Costa, da Loja Fraternidade, e José de Paula Bortoloni, da Loja D. Pedro I.


Ariovaldo: boas-vindas aos graduados
Foto: Luiz Carlos Ferraz

Em seguida, os irmãos conheceram as dependências da Casa do Sol, antigo Asilo de Inválidos de Santos, no Morro da Nova Cintra, onde foram recepcionados pelo presidente Ariovaldo Flosi Jorge e almoçaram. Na oportunidade, o diretor Glauco de Lima Guedes apresentou histórico sobre a entidade, fundada em 1904 pela Fraternidade, que abriga 100 moradores e é referência internacional no atendimento ao idoso. 


Tullio: "chi si ferma é perduto"
Foto: Luiz Carlos Ferraz

Conforme explicou o Grande Secretário Geral de Relações Exteriores do Supremo Conselho do Brasil, Soberano Irmão Tullio Colacioppo, o órgão em seu Poder Central é composto de 33 membros e possui Conselhos Regionais em cada um dos Estados brasileiros. Nestes Conselhos Regionais, após terem alcançado o grau máximo, os membros participam de sessões específicas, quando são abordados os temas concernentes ao grau. Na Casa do Sol, Tullio deu a seguinte entrevista ao Perspectiva

Jornal Perspectiva – Qual a atuação do Conselho Regional?

Tullio Colacioppo – O Conselho Regional é um ponto de referência das pessoas que atingiram o grau máximo da Maçonaria filosófica. É aí que elas continuam se desenvolvendo e dão polimento à sua mente, prosseguindo nos estudos e evoluindo sempre. Nós, do grau 33º, estamos sempre aprendendo. A última coisa que vamos aprender na vida será a experiência da morte. Em italiano se diz “chi si ferma é perduto”, ou seja, quem pára está perdido. Nossa mente é como uma espada: se a deixarmos parada por um tempo, ela enferruja. Os temas são variados e envolvem desde assuntos de Maçonaria, até Química, Física, Matemática, História, Ciências, Religião, Filosofia e outros. Quem chega ao grau 33º alcança quase o limite do conhecimento material. Mas ainda tem a oportunidade de, metafisicamente, formar conceitos sobre o que lhe foi induzido na mente e, com essa experiência, poder deduzir e fazer reflexões, meditações, exteriorizando o que se concretizou no seu Eu e, a partir daí, ser semente, para que a Maçonaria produza novos frutos.

Perspectiva – O que significa ser grau 33º?

Tullio – Estar preparado para morrer, porque já lhe foi acionada a chave, fazendo-o entender, compreender e assimilar que não sabe de onde veio, não sabe o que veio fazer aqui nesta terra e nem para onde vai. Não sabe o que a escatologia fará de nós depois da morte, não sabe nada sobre cosmogonia e, portanto, o que se passou conosco antes desta vida. Se é só matéria ou, se é matéria mais espírito. Todos têm um conceito, mas ninguém tem absoluta certeza. Como disse Descartes: "a única verdade é a dúvida". O 33º é o homem consciente da dúvida total, ou melhor, que uma única existência é insuficiente para a formação de todos os conceitos necessários para a explicação de verdades inatingíveis pela razão humana. Existem outras futuras existências? Quem pode afirmar com absoluta certeza? Como será? Quantas dúvidas...

Perspectiva – Como a Maçonaria avalia a situação do Brasil?

Tullio – No que concerne aos assuntos políticos que estamos assistindo, o Grande Oriente do Brasil já se pronunciou publicamente por escrito, e, como membro da excelsa Congregação, assinei o documento. Mas não sou autorizado a me manifestar isoladamente sobre política. A Maçonaria não se abstém de falar, mas fala em conjunto, quando a excelsa Congregação se reúne e se posiciona.

Perspectiva – De que forma a Maçonaria atua em benefício do País?

Tullio – A Maçonaria tem um leque de linhas de raciocínio que constituem a atuação da Ordem. E, todas essas linhas estão muito interessadas em que a Maçonaria volte a ocupar o lugar de destaque dentro da vida política nacional, como ocupou durante os episódios da Independência, da Abolição da Escravatura, da Proclamação da República e tantos outros fatos.

Perspectiva – Qual a situação da instituição no mundo?

Tullio – Dou uma definição para que o leitor possa deduzir: a Maçonaria se preocupa com o aperfeiçoamento da humanidade. E, para tanto, pensa que aperfeiçoando um homem, uma molécula dessa humanidade, já começou a cumprir seu papel na sociedade. Acredito que a Maçonaria está em ascensão. Cada vez mais os homens estão se conscientizando que só o pão não alimenta completamente. Aquela teoria "prima vivere e poi filosofare", já é uma coisa fora de moda. Às vezes, a pessoa se alimenta só de filosofia e vê o pão passar e não lhe faz falta. Um dos maiores exemplos foi o cientista-filósofo Albert Einstein. Um homem muito simples, porém, mais preocupado com a espiritualidade do que com os bens materiais.


Glauco: histórico sobre a Casa do Sol
Foto: Luiz Carlos Ferraz