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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/27/03 15:31:17
Edição 116 - JAN/2003 

Opinião

2003: razões para otimismo

Romeu Chap Chap (*)

Há uma expectativa muito especial em relação a 2003. As últimas eleições reacenderam a chama do otimismo, essa energia vital que nos faz persistir. Os brasileiros depositaram nas urnas a vontade de ver o País progredir mais, apropriando-se de todos os avanços até então obtidos – especialmente a democracia e o controle da inflação, mas combatendo com maior eficácia a falta de emprego e outras carências inaceitáveis, como fome e falta de teto.

Particularmente para a indústria imobiliária, ávida por exercer sua função social de produzir abrigos e gerar postos de trabalho, as perspectivas para o próximo ano são bastante positivas.

No que diz respeito ao Estado de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin está empenhado em desenvolver e implementar uma política habitacional efetiva. Além de vários programas em estudo – para os quais, conforme anunciou, contará com a participação da iniciativa privada -, promete reintroduzir a Nossa Caixa nas operações de financiamento à produção e à aquisição de moradias. O fato é muito relevante, pois a instituição detém considerável volume de recursos captados em caderneta de poupança.

Em âmbito federal, os cenários são igualmente promissores. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem no combate ao déficit habitacional uma "questão de honra". Para tanto, deverá colocar em prática seu Projeto Moradia – elaborado pelo Instituto Cidadania bem antes das eleições.

Tal projeto – que tem o Ministério das Cidades como responsável por sua execução - traz várias diretrizes interessantes para uma nova política habitacional, privilegiando a oferta de teto para as famílias de baixa renda. 

É evidente que nada ocorrerá por passe de mágica. Oferecer moradia digna aos brasileiros depende de políticas claras e fontes de recursos abundantes e muito bem definidas. Depende ainda de um ambiente econômico mais estabilizado e, principalmente, de taxas de juros suportáveis pelas atividades produtivas e pela sociedade.

O governo Lula terá pela frente o desafio de reduzir os juros para ampliar a atividade econômica e, ao mesmo tempo, manter a inflação sob controle, de forma a dissipar o fantasma da indexação, que voltou a preocupar o cenário nacional.
Essa providência, nada simples, é indispensável para que se possam desenvolver todos os projetos e programas já idealizados.

Lembre-se que, se o desafio é grande, o apoio da população brasileira é ainda maior. Estamos otimistas. Vamos superar o período de ajuste inicial e, rapidamente, passar à fase das realizações. Confiamos que 2003 reservará importantes conquistas para um país desde há muito carente de vontade política na área da habitação.

(*) Romeu Chap Chap é presidente do Secovi-SP e da Romeu Chap Chap Desenvolvimento e Consultoria Imobiliária S/C Ltda.