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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/24/02 20:23:04
Edição 115 - DEZ/2002 

Construção
Perspectivas e balanço do mercado imobiliário

Em coletiva de imprensa realizada no dia 18/12/2002, o Secovi-SP, conjuntamente com a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), divulgou o Balanço do Mercado Imobiliário na Cidade de São Paulo e anunciou as perspectivas para 2003.

Chap Chap: expectativa de revolução na política habitacional (Foto: Vinagre)“A indústria imobiliária espera uma revolução na política habitacional”, afirma Romeu Chap Chap, considerando que há motivos para um prognóstico otimista: “Em âmbito federal, o desenho do Projeto Moradia contém diretrizes consistentes e um Ministério para garantir sua viabilidade. Em âmbito estadual, o governador Geraldo Alckmin promete reintroduzir a Nossa Caixa nas operações de financiamento habitacional, o que significa injeção de consistente volume de recursos no setor, especificamente dentro do nosso Estado”, resume.

Também é esperado mais financiamento para a classe média, em virtude da Resolução 3.005/02, do Conselho Monetário Nacional, que induz os agentes financeiros privados a injetar R$ 33 bilhões (recursos que estavam represados desde o Proer por conta do FCVS e que serão liberados em 100 parcelas mensais).

No que diz respeito à baixa renda, o orçamento do FGTS para 2003 sinaliza continuidade no atendimento a essas famílias. “Há, porém, uma ameaça: um projeto de lei do Senado, proposto pela Bovespa, pretende destinar 12,5% desse Fundo para fortalecer o mercado acionário. É um risco tremendo, que foi objeto de manifesto da indústria imobiliária nacional – incluindo o Secovi-SP -, pois compromete o próprio programa do presidente eleito”, diz Chap Chap.

“O mercado imobiliário da cidade de São Paulo - e, certamente, de outras localidades do País - enfrentou várias dificuldades este ano, na esteira dos resultados do setor em 2001. Em 2001, depois de um excelente primeiro semestre (com incremento de até 30% no volume de unidades vendidas, motivado pela expectativa de estabilidade econômica e redução da taxa de juros), a indústria imobiliária teve de encarar a reversão dessa trajetória nos seis meses que se sucederam. Racionamento de energia elétrica, crise da Argentina, WTC e alta do dólar fizeram com que o segmento fechasse o ano com queda de 5%. Para 2002, os prognósticos eram de melhoria desse cenário. Apesar de se tratar de ano eleitoral, a previsão era de crescimento de 10% no total de imóveis comercializados, o que se confirmou apenas em parte”, analisa.

Ao fazer um balanço do mercado de imóveis em 2002, considerado o período janeiro a outubro/2002, Chap Chap destacou:

A quantidade de unidades comercializadas ficou aquém do projetado: incremento de apenas 3% a 4% em relação ao exercício anterior (estimativa de 14.700 unidades, contra 14.123 em 2001);

O Índice de Velocidade de Vendas no ano (que mede a quantidade de imóveis novos comercializados sobre o total colocado à venda a cada mês) alcançou os 10% de aumento previsto, relativamente a 2001, com ritmo médio de 8,4%, contra 7,6%;

O nível de atividades foi satisfatório no segmento de baixa renda (recursos do FGTS) e surpreendente no alto padrão (recursos próprios) – as unidades de quatro ou mais dormitórios se destacaram em termos de vendas (participação média do segmento saltou de 12% para 25% na totalidade do mercado) e de lançamentos (aumento de 109% em relação a ao ano passado). A classe média permaneceu desatendida (falta de financiamentos).