Edição 113 - OUT/2002

Unificar as Polícias

Prioridade de todos os candidatos nas campanhas do recente pleito, é grande a expectativa do cidadão sobre o que farão os próximos governantes para melhorar a Segurança Pública. Elegeu-se um presidente que disse possuir o melhor programa deste setor para o país e, no caso de São Paulo, um governador, que aliás venceu aquele que seria o autor do programa do presidente, que também enfatizou que cuidaria da segurança, anunciando mais Polícia nas ruas. 

Se este pano de fundo pode servir de alento que a tendência é mudar, mesmo porque do jeito como o crime se organiza é insuportável continuar, só o tempo dirá. Certo é que, ainda hoje, a realidade do cotidiano é marcada pela escalada da violência urbana, agravada pelas questões sociais, e exibe, no seu verso, a incompetência policial, seja civil ou militar, para controlar a situação. 

O despreparo dos agentes, desta e daquela instituição, deve ser enfrentado. A cena de um oficial da PM dando cacetadas num torcedor de futebol revela desvio de formação, ainda que se divulgue a rigidez e a eficiência do treinamento prestado na Academia Militar do Barro Branco, em São Paulo. O que falar então, da Polícia Civil, cujo treinamento de um delegado o habilita após disparar seis tiros? Evidente que há um longo caminho até a necessária, e possível, unificação das Polícias.