Como em diversos horários durante o dia, é novamente hora do traffic list, quando o segundo oficial de radiocomunicações, José Arcanjo de Barros, está atento aos sinais Morse transmitidos pelas estações costeiras do Serviço Móvel Marítimo, com a previsão meteorológica e das condições do mar, aviso aos navegantes (bóias defeituosas ou fora de posição, exercícios de tiro naval etc.). Nesses horários, são também relacionadas as mensagens de terra para cada navio, pois são períodos em que as embarcações estão mais atentas às comunicações de terra.

Por exemplo, para explicar a razão da estação Olinda Rádio sumir às vezes das 20 horas às 8 horas da manhã seguinte, apesar de ser a segunda mais potente do Brasil (a principal é Rio Rádio, do Rio de Janeiro). Já ocorreu a situação do navio, atracado no Recife, tentar contato via Olinda Rádio (por não estar ligado o cabo telefônico com o cais) e não conseguir, ou ter recepção muito ruim em todos os canais de VHF em outro caso.

Uma vez, depois de mais de 40 minutos de tentativas, foi necessário pedir à praticagem que telefonasse a Olinda Rádio para que esta atendesse o chamado radiofônico (o que foi objeto de sindicância depois, na Embratel)...

Entre Fortaleza e Macapá falta uma estação rádio mais potente (a de Belém não conta, está muito afastada da rota de navegação e tem pouca potência para uso em fonia), como constatam na prática os marítimos, que aliás aproveitam para elogiar Junção Rádio, situada em Rio Grande, na outra ponta da costa brasileira...

Os marinheiros também se perguntam o motivo de a Embratel não divulgar, pelos boletins diários de Aviso aos Navegantes, a criação de uma nova estação costeira. Por exemplo, onde se localiza uma tal de Guamaré Rádio? Foram feitas tentativas de bordo para identificá-la, por fonia, sem resposta...