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Movimento Nacional em Defesa
da Língua Portuguesa

Nossa homenagem ao saudoso Tota

Aristóteles Gomes (Tota)
João Pessoa/PB
(?/?/?) - 26/10/2001

Onde estiver, receba um abraço dos amigos do MNDLP...
 

Alguns exemplos de como já faz falta no grupo:
 

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Fala a minha língua?
Explicando o novo vazamento de óleo, a gerência da Petrobras
 disse que não houve um "blow out" mas um "kick".
Se estivesse depondo no parlamento inglês ou no congresso
americano, o gerente já teria sido "kick out".

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Para completar esta história de “shopping” conto um caso verídico. Existe um bar em João Pessoa há mais de cem anos: o Bar Querubim. Pois, os herdeiros o transferiram  para um “shopping”, e, para modernizá-lo, entrar na moda dos nomes em inglês, alteram o nome:
Querubim Bar.

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A propósito de inglês, repito uma história que já contei aqui na
lista.

Um namorado convidou a namorada para jantar em um fast food, a
moça não gostou e danou o sapato no rosto dele. "Leve a sua
mãe! Safado! Para este lugar."

Ocorreu que ele leu fast food usando a fonética da nossa língua.

Como vês uma coisa desta aqui no Nordeste pode até causar 
mortes. Imagine se o pai da moça assistisse ao namorado fazer 
um convite deste à sua filha. O cabra morre na hora :-)))

Aristóteles
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Jamais li George Orwell. Li tudo que encontrei escrito por nordestinos, brasileiros e alguns portugueses. Autores estrangeiros só uns dois ou três - salvo alguns filósofos gregos. Eis o porquê do meu traço: do que me faz ser um nordestino castiço, mais ainda, um brasileiro apaixonado. Porém a frase de George Orwell que destaquei parece ser uma ser um prenúncio do futuro-quase-presente.

A "modernidade" trouxe-nos, ou, está nos trazendo um projeto sócio-econômico que pretende acabar com as fronteiras geopolíticas,  com os paradigmas inerentes à cidadania, ou seja, aqueles da espécie humana (a ética, a solidariedade e a pluralidade de pensamentos), para produzir uma massa de viventes que não pensa, só produz, portando, de gente reduzida à condição de insumo à produção de uma elite-econômica, esta sim! pensante.

Não será isto uma neo-escravidão ? E como a língua se nos representa uma espécie de estrada às idéias, não é de estranhar que será obliterando esta vias que buscarão reeditatar o que bem podemos chamar de pangéa-econômica. Que sabe ?... menina Jussara.

Um abraço,

Aristóteles

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Esta proposta de Leamartine me fez lembrar um "causo" que ocorreu aqui em João Pessoa.

No passado existiam uns serviços de alto-falante, aqui denominados dedifusoras. Era comum pessoas simples dedicarem músicas e mensagens carinhosas a amigos e namorados.

Certa vez um moça foi à Difusora para enviar várias músicas ao namorado. Ela pediu ao locutor para anunciar a seguinte mensagem: Atenção! O. X., escute esta música que um alguém está lhe dedicando com amor e carinho.

Fez isto por vários dias. O locutor, já cansado desta mensagem perguntou à moça quem era O.X. Ela então respondeu...

- Ontonces você num sabe quem é O.X., home ?! O.X. é Ontôe Xofé (Antônio chofer), home!!!

     :-)))

Aristóteles

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Será que encontraremos dentro em breve nos jornais anúncios assim?:

Precisa-se de uma secretária. Cachorras e chuchucas com idade entre entre 18 e 25 anos deverão se a apresentar ao nosso tigrão munidas de todos os babilaques no endereço abaixo.

Rua das Convertidas, 69  - Jardim dos Prazeres

(pior que endereço existe em uma cidade da Paraíba) :-))))

Aristóteles

(mensagens eletrônicas na lista de debates Idioma, do MNDLP)

"Em verdade sou um eterno aprendiz. Aprende-se sempre, amiga.  Dos sábios, dos tolos, daqueles que imaginamos ignorantes, enfim, de tudo e 
todos que nos cercam. Neste mundo, tudo encerra um professor. Do espinho à flor, do choro ao riso, do ruído ao silêncio. Nada acontece ou existe desprovido de pelo menos uma informação. Segundo a segundo, vividos, estamos sendo informados de coisas e fatos que mal percebemos.

É a resenha da vida, amiga. Ela é contínua e interminável. Dela aprende o homem e os homens. Monta em nós uma soma de pormenores, cujo total, chamamos de saber. Devemos observá-la com atenção. Posto que é dela, da vida vivida, que realmente aprendemos.

A aprendizagem tem muitas faces. Se nos são as cunhas da vida.

Algum dia te direi do esquecimento: o gêmeo do saber.

Do erro que cometi, acabei aprendendo. Eu, um homem detentor de tão 
poucas fortunas, tomei ciência de que neste mundo-de-meu-deus, 
existes. Fato que me faz saber que sou mais afortunado do que 
imaginava. Agora sei: fazes parte das parcelas da minha soma existencial, ora para minha felicidade, reconhecida, identificada. Saístes do rol das dantes irreveladas, cuja soma, na minha aritmética, sempre se me parece maior que a que consigo apurar, mas que, em verdade, sou eu próprio. Vês?! Temos parcelas ocultas. Todos somos assim, menina. O segredo da vida feliz estão nestas parcela ocultas do somatório das nossas vidas. Sinta o prazer destas descobertas. Descubra-as, Célia. E serás, cada vez mais, feliz.

A luz que ilumina estas descobertas, revelando as tuas parcelas de felicidade, emana da tua própria alma. Os obstáculos à visão, à descoberta, estão nos valores materiais. Pense nisto.

Um imenso abraço,

Aristóteles "

(mensagem eletrônica a Célia Peres de Oliva, em 7/2000)

"(...) Sei que pouco sabiam a respeito da vida cotidiana dele, mas posso resumir que, como ele mesmo dizia, era um pãe (espécie de pai e mãe ao mesmo tempo), pois além de ser este cérebro privilegiado que vocês todos conheceram, era também um dedicado pai que se detinha inclusive nas tarefas domésticas. Era um excelente cozinheiro (vocês não imaginam a delícia que era sua feijoada, apesar da bagunça que ficava a cozinha!).

Sabia mesmo tudo a respeito de muita coisa, e não era só teoria, era um habilidoso construtor de engenhocas, tanto que no colegial era conhecido como professor Pardal. Também brincávamos aqui em casa dizendo que ele era "Bombril": tinha mil e uma utilidades! Assim, sempre tive orgulho de ter um pai tão genial.

E agora, esse orgulho foi aumentado ao perceber o quão reconhecido ele era por tantas outras pessoas (...).

Sensivelmente,
Patrícia Simões Gomes" 
(filha de Aristóteles Gomes)
Santos,  27 de outubro de 2001.

             Querido amigo Tota,

             Primeiro de tudo, gostaria de te dar os parabéns pela tua nova
data de aniversário: 25 de outubro de 2001, dia em que você nasceu na
Dimensão Celeste.

             Faço isso com muito amor fraternal e a felicidade de saber que
você está ao lado d'Êle, mas confesso que essa alegria pela tua entrada
triunfal na Nova Vida me traz lágrimas copiosas, já que a distância que nos
separa, agora, resulta em saudades, né?

             Sabe, Tota, dias atrás eu havia enviado aos colegas das listas
uma mensagem na qual estava expressa toda a minha admiração por você, e eu
dissera que os todos os profetas haviam sido reconhecidos após as suas
mortes, tendo sido, alguns deles, até mesmo assassinados.

              Amigão, eu não quiz que você partisse, por causa daquela
afirmação, apensa justificava a NOSSA escolha, minha e dos colegas, pela tua
"presidência", pelo teu magistério entre nós, entre os nordestinos, entre os
brasileiros.

              Veja, querido amigo, agora você não tem como escapar de ser
NUCLEAR, todos nós gravitando em torno de ti, das tuas idéias, girando
fortemente atraídos pela sabedoria das tuas palavras, idéias, chistes...

               Somente um ser nuclear pode ter tanta força de atração como
tu tinhas, quando da tua passagem pelo nosso planetinha azul, e
incrementaste mais ainda, nessa, agora,  tua nova Jornada Celestial.

                Perdoe-me se pareço tolo, seu cabra arretado, mas apesar do
desconsolo de não podermos ter, os colegas das listas e eu, as tuas
mensagens físicas, nem podermos mais ouvir a tua voz forte e pausada, quase
indolente, nem termos mais como sentir esse forte sotaque paraibano a nos
brindar com as luzes que emanavam do teu cérebro, quero que recebas esta
carta, e a leias com carinho, pois esta mensagem, que o Grande Carteiro
Celestial há de te entregar, contém não mais uma homenagem, mas um
agradecimento por tudo o que fizeste e trouxeste para nós outros.

                Observe, Aristóteles, que mundo maravilhoso poderíamos ter,
se a vida pudesse ser vivida de acordo com o que o Criador nos sugeriu.

                Veja nós dois: nesta Terra fomos amigos, sem nunca nos
termos visto pessoalmente, apenas falado telefonicamente, e por correio
eletrônico, mas tendo um com o outro uma forte ligação fraternal, com total
identidade de pensamentos e ideais, apesar das inúmeras diferenças que
tínhamos e vivenciamos.

                 Eu, um descendente de árabes, que teve todas as
oportunidades na vida. Você, de origem judaica, que viu todas as
oportunidades passarem ao largo dos teus dias.

                 Eu, um cristão ortodoxo que viveu o Islamismo na Arábia
Saudita. Você, um ser TOTAL, que nos mostrou, a mim e a todos os que
conviveram contigo neste lapso temporal terreno, a essência do Judaísmo, o
sincretismo religioso que vige no Nordeste brasileiro, ao mesmo tempo em que
vivia, sem alardear, as raízes do Cristianismo, do Budismo, do Xintoísmo, em
uma maravilhosa e espetacular vida ecumênica, plena de Fé, como só mesmo um
Iluminado como tu poderia viver.

                 Exercemos a unidade dentro da diversidade.

                 Quando uma vez eu disse, na lista do voto-e,  "Aristóteles
para Presidente", alguém disse "Haddad para vice!", e tenho, por isso,
sérias desconfianças que você quiz me "sacanear", subindo aos céus só para
me deixar com esse "mico" na mão, né?

                  Mas não quero substituir você, amigão, nem tenho estofo
para isso!

                  Confira só, querido Tota: você agregou gente das mais
variadas origens, formações, idades, raças...

                  Tem o Professor Del Picchia (em São Paulo), o talentoso
guri Fontolan (no Paraná), a Rejane Lüthermaier (no Rio Grande do Sul), a
Professora Maria Luiza (na Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o
nosso Kika Brunazo (aqui de Santos), Evandro (nas Alterosas), Maneschy (ao
lado da estátua do Cristo Redentor, que você agora conhece pessoalmente, por
estar à direita d'Ele...), Gil (também no Rio), o Paulo Gustavo (no Piauí),
Paulo Mora (lá na França! ...), Paulo Henrique (em Sampa), o portentoso
Carlos Pimentel (que te reconheceu um espaço obrigatório, no Novo Milênio!),
a Rita Polli (em Brasília, mas longe do Anhangá!), Marcos Pacheco (em
Floripa...), o Washington Neves (na Bahia), os amigos de Umuarama, o
Leamartine (que, lá do Rio, tem por ti uma admiração inobliterável!),
Benjamim (da turma do Rio), tanta gente, Tota!

                  Tem, também, o Coronel Roberto Carvalho, lá de Curitiba,
que também expressou a sua admiração por ti, mas não soube, ainda, dessa tua
Viagem inesperada e definitiva.

                   Só mesmo alguém muito especial como você, Aristóteles
Gomes, o Tota, para que essa união mágica, esotérica, quase metafísica
pudesse ocorrer!

                   Você deve estar vendo que estamos todos te aplaudindo,
porque a tua vida foi um exemplo para todos nós, não só os teus amigos, mas
todos os brasileiros que têm compromissos com a Nação, com a Pátria, com a
DIGNIDADE do SER HUMANO.

                  Temos que ver Deus em cada um dos nossos semelhantes, né
Tota?

                  Você VIU Deus em cada um daqueles com quem conviveu, e
isso é que te fez o Tota, e não apenas mais um aristóteles na vida.

                  Eu fico emocionado com as os pequenos detalhes da nossa
curta convivência, Tota, e um dos fatos que mais me marcou a vida foi quando
você me disse que seria melhor não colocar o teu nome no livro do voto-e,
porque poderia haver alguma represália na universidade. Mas que se eu
entendesse que seria necessário, então que eu pusesse, que você concordaria.
Por esse gesto de desprendimento, que os amigos da lista nunca ficaram
sabendo, eu sugeri que te fosse dado um outro nome, lembra?

                 Aziz Tota Al Gharbi , um professor de uma universidade do
Nordeste brasileiro.

                 Porque você era Aziz (querido), Tota, e um guerreiro (Al
Gharbi), lembra?

                 Pois é, amigão!

                 Nunca vou me esquecer a risada que você deu, e a aprovação
imediata ao nome! ...

                 Um descendente de judeus com nome árabe!

                 Esse deveria ser um sonho digno de John Lennon, que nem
pensou nessa possibilidade, quando compôs "Imagine", né?

                 Quando você me falou daquele faca árabe que te havia sido
dada de presente, em São José dos Campos, e que havia sido perdida em uma
mudança, eu te prometi que te daria outra, não é mesmo? Bem, eu não viajei
para o Líbano, mas como havia me lembrado disso no começo da semana, após a
mensagem em que eu expressei a minha admiração por ti, encomendei uma
novinha, aqui em Santos, em um excelente armeiro que mora perto do meu
escritório. Ficará pronta em 45 dias, é toda dourada, com o cabo cravejado
de pedras brasileiras (que é mais adequado para uma homenagem a um
brasileiro da gema...), mas ainda não sei como te enviar...

                    Eu queria, como te disse, te entregar a faca quando te
visitasse em João Pessoa, e já estava planejando fazer isso em dezembro.

                    Mas agora...

                    Tota: estou feliz por ti,  porque você trocou esta
Terra, e a tua querida Paraíba, todos eles locais áridos, cheios de
desigualdades, injustiças, desamor, e que te faziam sofrer angústias e
agruras inomináveis, por um Lugar verdejante, confortável,  Luminoso, onde
não há dor, nem tristeza, nem lamentação, mas Vida Eterna.

                   Aqui, eu te senti  "entregar os pontos" quando houve
aquela barbaridade no Congresso, em que os corruptos e corruptores impediram
que as  máquinas de opinar, como você chamava as urnas eletrônicas,
sofressem as modificações que garantiriam dias melhores para o Brasil, pela
via do voto seguro. Você perguntava "e agora? a quem recorrer?"

                   Nós continuaremos aqui, lutando pelos TEUS ideais, que
são, também, os nossos.

                   Afinal, "amigo é coisa prá se guardar do lado esquerdo do
peito..."

                  Vamos perseverar, e recorrer a tudo e a quem for possível.

                   Você, nosso Presidente, agora Celestialmente Nuclear
(deve ser, certamente,  designado pelo Criador para comandar e liderar uma
grande Legião, uma das maiores Falanges, de Anjos Protetores) poderá
impetrar ações em um Foro bem mais privilegiado que esses aqui nossos, que
são bem chinfrins, comparados com os teus.

                   (Mais uma vez você, com méritos, está bem acima de todos
nós! ...)

                   Dê lembranças para os anjos Nagib (meu pai), Tannus e
Labibe (meus avós maternos), Salim e Hadla (avós paternos), que se ainda não
te foram apresentados, mais um pouco sê-lo-ão.

                   Ouvi dizer que está havendo Aí uma grande Festa para
comemorar a tua chegada, com a presença de todos aqueles filósofos e
profetas que te antecederam, e que foram reconhecidos só após as suas
passagens pela Transição.

                    Não se preocupe nem aflija com as minhas lágrimas,
querido amigo Tota, que elas, apesar de abundantes, são só de saudades.

                    Em nome da Fraternidade, do sentimento maior que deve
unir os seres humanos, quero me despedir, nesta carta, com um versinho de
uma canção popular:

                    "Eu tenho tanto que te falar,
                     mas com palavras, não sei dizer
                     como é grande, o meu amor por você!"

                     Luz e Paz, Tota!

                     Tota! ...

                     Do teu amigo

                     Carlos Tebecherani Haddad.
 

P.S. Não ligue para os erros de concordância, regência, o escambau, que tudo
o que eu escrevi saiu, como sempre, do fundo do meu coração.

                     Carlos.

O nosso Tota era amigo pessoal do meu pai. Ambos eram radioamadores (PR7AEH e PT7CLD) e se conheciam pessoalmente em razão do radiomadorismo. Falavam-se todas as manhãs, numa rodada conhecida como "café da manhã" entre os operadores de rádio (...).

Hoje, mais uma vez, o Carlos T. Haddad fala com o coração e é absolutamente feliz, principalmente quando se refere ao Tota no presente, porque é assim que a lembrança dele, seus ensinamentos, suas lições e sua vida devem ser lembrados.

Peço - agora publicamente - licença ao Carlos para subscrever sua mensagem "in totum" (ou seria "in TOTAm?"), prestando, desta forma, meu sincero tributo ao homem que aprendi a respeitar e gostar, ao longo do tempo, mesmo quando dele divergia diametralmente, o que era raro.

Acho que fomos todos privilegiados pela convivência com o Tota. E devemos agradecer ao Senhor por isso.

Tota já deve estar aprontando horrores lá no céu. Deve estar discutindo a autoridade de Pedro pois, afinal, foi colocado como guardião do céu sem eleição direta. Por outro lado, não deve estar querendo aceitar o pedacinho privilegiado do céu que o Senhor reservou para ele, argumentando com Pedro: -"como posso ficar aqui, no bem bom, se tantos irmãos estão no purgatório?"

O Tota é assim...   especial em tudo!

Um abraço,

Paulo Henrique M. de Oliveira