Clique aqui para voltar à página inicialESPECIAL: FESTAS JUNINAS
http://www.novomilenio.inf.br/festas/junina02.htm
Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no jornal Cidade de Santos,
de Santos/SP, em 12/6/1977
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 06/12/02 17:04:05

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Tonico, Janjão, Pedroca. Nomes e tradições

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Embora o número de pessoas chamadas João e Pedro esteja diminuindo, observando-se relações de candidatos aprovados nos exames vestibulares, listas de empregados, relações as mais diversas, nota-se a grande popularidade do nome Antonio, sozinho ou em combinação com outros (José Antonio, Antonio Roberto etc.), só perdendo geralmente para José.

Antonio é também o nome que dá maior número de apelidos familiares, os chamados hipocorísticos. São incontáveis em nossas famílias apelidos como Tonho, Tonio, Toninho, Tonico, Nico, Nino, Antoninho. Os outros dois santos de junho são relativamente pobres em hipocorísticos (João - Janjão, às vezes Juca; Pedro - Pedroca, Doca), embora seja comum aparecerem na forma diminutiva Joãozinho e Pedrinho.

Procissão marítima em homenagem a São Pedro, em Ilha Grande/RJ

Fogueira, duas histórias - Para as fogueiras que são acesas nas festas juninas, existem duas explicações, a lendária e a histórica, ambas mostrando que a tradição da fogueira está mais ligada à festa de São João.

Na explicação lendária, quando Nossa Senhora foi visitar Santa Isabel, que estava prestes a ser mãe de São João Batista, ficou combinado um sinal, para quando o menino nascesse: se ele nascesse de dia, Isabel mandaria içar uma bandeira branca. Se à noite, uma fogueira avisaria Maria. Como João nasceu à tarde, Isabel determinou as duas providências. Essa seria também a explicação do Mastro de São João, e das bandeirolas coloridas que enfeitam os locais das festas.

Entretanto, pela história, o costume de se acender fogueiras nesta época do ano veio para o Brasil com os descobridores, e é um dos mais antigos do mundo, aparecendo em lendas de todos os povos. Na Europa era costume se acenderem fogueiras entre os dias 21 e 22 de junho, em homenagem ao Sol. A Igreja adotou o costume, passando para a festa do santo do dia, São João. Portugueses, italianos e espanhóis trouxeram o costume para o Novo Mundo, onde já existia algo parecido nas festas ao Sol, do Peru, por exemplo.

Fogos e rojões - Uma lenda explica a tradição de se fazer barulho nas festas: São Zacarias, pai de São João, gostava muito de crianças, mas Deus não lhe concedia a graça de ser pai. Já andava desanimado, quando um anjo lhe apareceu para anunciar a chegada do Batista. Tão grande foi sua alegria, que Zacarias emudeceu e assim ficou até o filho nascer.

No dia do nascimento, foram lhe mostrar a criança e perguntar como desejava que o menino se chamasse. Fazendo um grande esforço, Zacarias falou: - João! E, desse momento em diante, recuperou a voz. Houve, então, demonstrações de alegria e um barulho enorme, que deu origem às bombas e aos foguetes nas noites de São João.

Balões, vindos da China - Empregados inicialmente na iluminação festiva, os balões, de origem chinesa, foram levados para Veneza, disseminando-se pela Europa e América. Basicamente, são um invólucro de papel de seda sanfonado, tendo no interior uma vela. Os mais sofisticados são decorados com desenhos de dragões e quiosques, templos de telhados recurvos, ou beldades de olhos repuxados e pés minúsculos, revelando assim sua origem chinesa.

As propriedades ascensórias dos balões - com o ar de seu interior esquentando pela vela, tornando o artefato mais leve que o ar em volta - foram muito estudadas pelo padre santista Bartolomeu de Gusmão, seguido pelos irmãos franceses Montgolfier, que fizeram seus modelos em escala maior, criando os aeróstatos, meio de transporte muito utilizado até a tragédia do Zeppelin.

Foram proibidos pelo perigo de incêndio que representam: nas cidades, pela possibilidade de atingirem combustíveis e materiais inflamáveis; e no campo por incendiarem florestas e campos. Por esse motivo, continua válida a campanha "Balão no Céu, Perigo no Chão".

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