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GEOGRAFIA E ECONOMIA DE CUBATÃO
Projeto O Vale Perdido

Esquecido por muito tempo, apesar de sua riqueza ambiental, o Vale Itutinga-Pilões começou no século XXI a ser o alvo de um projeto de resgate histórico, cultural e ambiental, o Projeto O Vale Perdido.

HERANÇA , MEMÓRIA E PRESERVAÇÃO

A natureza é a única e mais valiosa herança que  o planeta deixa  ao homem. Seja os grandes “maciços florestais” e a imensidão azul dos oceanos ou os pequenos resquícios e nichos ecológicos. Nós, terráqueos, esquecemos dessa dádiva natural  e generosa ... A manutenção da vida na Terra. É hora de agir, reagir, conhecer, educar...PRESERVE!!!!

Mensagem dos autores do projeto


Antiga área desmatada em plena recuperação. Observe-se a quantidade de epífitas
Foto: Cesar Cunha Ferreira, foto-geógrafo, 17/6/2004

Razão de ser do projeto

O vale Itutinga-Pilões, conhecido também como vale do rio Cubatão, tem sido a grande ligação entre a Planície Costeira da Baixada Santista e o Planalto Atlântico, além de ser um importante manancial abastecedor água da região. No passado, o vale serviu como via de colonização e recentemente (século XX) como via de transporte - assegurando, definitivamente, a relação porto-indústria/capital paulista.

Ao longo dos últimos cem anos, sítios, favelas e grandes rodovias instalaram-se no vale e o rio foi aproveitado para a geração de energia na pequena usina hidrelétrica da Companhia Santista de Papel, sendo utilizado até hoje pelo Governo de Estado de São Paulo como fonte de abastecimento de água para grande parte da população da Baixada Santista. O vale do rio Cubatão foi usado e espoliado, ao mesmo tempo em que foi sendo esquecido pela maioria dos cubatenses. 

As práticas do passado, como o reflorestamento ou a introdução de espécies intrusas, a poluição atmosférica, e recentemente, a ocupação indiscriminada, levaram o vale a um quadro de degradação, cindindo o elo entre o homem  e a  natureza.

O Projeto Vale Perdido pretende resgatar a memória perdida do vale do rio Cubatão, contando a sua história, levantando seu patrimônio ecológico e  compreendendo, assim a sua importância para o município de Cubatão e região.

Inicialmente o público alvo são os alunos da Rede Municipal de Ensino Fundamental de Cubatão, preferencialmente da 6ª série, já que o conteúdo programático desta série se compatibiliza com os vários aspectos a serem abordados pelo projeto, além de contemplar de maneira muito satisfatória os Parâmetros Curriculares Nacionais, mais especificamente os Temas Transversais que tratam a Ética e o Meio-Ambiente. Futuramente  o público alvo pode estender-se para outras escolas do município (rede estadual e particular) e outras entidades afins.

Mais do que realizar um amplo trabalho de educação ambiental e de resgate histórico, o projeto visa criar um fato que sirva de base para uma grande mobilização social pela preservação do vale do rio Cubatão e sua transformação num eixo de desenvolvimento cultural e turístico, catalisando todas as iniciativas, criando um espaço de lazer e de conservação da paisagem, da fauna e da flora.

O projeto é uma oportunidade de recuperar a memória do vale do rio Cubatão e descobrir que a área vem resistindo à degradação, com plantas, animais, paisagens significativas e segredos de sua história que são compartilhados por poucos. Será possível demonstrar que o desenvolvimento sustentável, calçado na educação ambiental, no ecoturismo e/ou no turismo de aventura, finalmente pode reconciliar o homem com o vale do rio Cubatão .

A realização deste projeto - mobilizando alunos, professores e o setor privado -, dissemina o conhecimento, contribuindo efetivamente para a recuperação cultural e ambiental, e assim, resgatar a dívida histórica da sociedade para com o vale do rio Cubatão.


Enorme bromélia junto a sede (sítio Cedro) do projeto: um excelente bioindicador
Foto: Cesar Cunha Ferreira, foto-geógrafo, 17/6/2004

Por quê estamos no projeto

O Projeto Vale Perdido é uma iniciativa do corpo técnico-docente da Secretaria de Desenvolvimento Educaçional de Cubatão (Seduc), sendo formado por professores engajados na educação ambiental e na divulgação do conhecimento histórico, em parceria com o Sítio Cedro, que demonstrou profundo interesse e sensibilidade em compartilhar o espaço com a escola, objetivando a preservação e a conscientização ecológica.

Desta forma, o Estudo do Meio apresenta um forte apelo educacional, capaz de produzir um efeito duradouro na formação de opinião necessária às grandes transformações. Neste projeto, procuramos contribuir com a capacitação dos professores e o amplo apoio da direção das escolas envolvidas.

Visando garantir o sucesso do Estudo do Meio, informações prévias serão transmitidas aos alunos, pelo corpo docente previamente preparado dos respectivos estabelecimentos de ensino. Ou seja, o conteúdo a ser passado aos alunos será elaborado e analisado pela Oficina Pedagógica, a fim de obter resultados conceituais e comportamentais relevantes do aluno.

Todas as partes envolvidas acreditam que a preservação ambiental só ocorrerá com a aproximação do homem com o meio-ambiente, e ao nosso ver, isto só é possível através do conhecimento de sua história e das suas riquezas naturais que ainda se mantêm vivas frente ao descaso de todos.


 Rio Cubatão,a origem da água para o abastecimento da Baixada Santista
Foto: Cesar Cunha Ferreira, foto-geógrafo, 17/6/2004

O Estudo do Meio

Diferente de excursão e exploração do meio, o Estudo do Meio pode ser conceituado, no dizer da professora Sylvia Magaldi, como 'o estudo de parcelas da realidade através de observações e pesquisas diretas, realizadas pelos alunos". É um método didático e altamente recomendado por:

Favorecer a integração aluno-professor;
Permitir a reintegração da escola com o meio;
Desenvolver  as técnicas de observar, descobrir, documentar, analisar, criticar e utilizar diferentes meios de expressão;
Desenvolver a sensibilidade diante da natureza e das obras humanas;
Reconhecer a importância dos fatos e processos históricos (conhecer o passado, se posicionar e atuar no presente e modificar o futuro);
Criar a consciência de responsabilidade, a idéia de participação e ética;
Informar em larga escala.

A eficácia deste método didático, conhecido como Estudo do Meio, só ocorrerá se antecipadamente o aluno conhecer conceitos fundamentais básicos sobre o assunto e da área em que ele vai atuar. Desta forma, foram elaborados um texto de referência ("O Vale Perdido") e uma Proposta de Trabalho Interdisciplinar, que darão suporte aos professores durante as aulas que anteciparão o Estudo do Meio, oferecendo condições de trabalhar aspectos fundamentais inerentes ao local em questão.

O Estudo do Meio será realizado no vale do rio Cubatão a partir do Sítio Cedro , base de apoio cedida pela iniciativa privada, de onde ramificam-se várias trilhas ecológicas de curta, média e longa duração e de diferentes graus de dificuldade, através de riachos em meio da vegetação nativa ora degradada e assentamentos humanos de diferentes graus de impacto ambiental.

A paisagem tropical, o patrimônio histórico, as relações do homem com o vale, a Mata Atlântica e a fauna são temas a serem abordados durante o Estudo do Meio, mostrando in loco grande parte das informações obtidas em sala de aula.


 Alunos da EMEF. "Lorena" na área do projeto
Foto: Cesar Cunha Ferreira, foto-geógrafo, 17/6/2004

Equipe Responsável

A equipe responsável pelo projeto O Vale Perdido é formada por Ana Maria Ferreira dos Santos (professora de Matemática), Aníbal Gouvêa de Lima (proprietário do Sítio Cedro), Cesar Cunha Ferreira (geógrafo e professor de Geografia), Ivan Halajko (gerente da Educação na Seduc de Cubatão, professor de Ciências), Marildo Passerani (professor de História) e Selma Maria Andrade de Oliveira (assistente de direção da E.M.E.F. "Bernardo José Maria de Lorena")

Veja mais:
Texto referencial sobre o Vale Perdido
Glossário do Vale Perdido