Aluna é convidada a reger a Banda Sinfônica

A EMEF. "Lorena" foi a escolhida para uma experiência pioneira de divulgação musical em Cubatão, quando a Banda Sinfônica de Cubatão ali se apresentou, na manhã do dia 9/6/2004, iniciando o projeto "Conhecendo a Sinfônica" - que nos meses seguintes deve ser levado a outras escolas cubatenses. Tal trabalho também voltará a ocorrer nesta escola: a apresentação do dia 9 foi destinada às crianças das primeiras quatro séries do Ensino Fundamental, e está prevista nova apresentação, no segundo semestre de 2004, para alunos de 5ª a 8ª séries.

Orquestra promoveu a interação com os alunos da EMEF "Lorena"

O concerto didático, na quadra de esportes da escola, foi regido pelo maestro Marcos Sadao Shirakawa, tendo como assistente de regência Ulisses Damacena. Eles foram recepcionados pela diretora da  EMEF. "Lorena", professora Zilda Pereira da Silva Gonçalves, demais professores e assistentes de direção, que reuniram os alunos na quadra poliesportiva coberta.

O clima frio e o céu nublado não prejudicaram a apresentação, que atingiu o objetivo de despertar o interesse dos alunos, não apenas pelo repertório mas principalmente pela oportunidade que as crianças tiveram de interagir com os músicos, pegando a batuta no lugar do maestro.

Estudantes de 1ª a 4ª séries participaram da experiência pioneira

Um folheto então distribuído pelos visitantes ajudou os alunos a entenderem melhor o que é uma banda sinfônica, com texto transcrito do trabalho Banda Sinfônica de São Paulo, de Henrique Lion:

"Podemos definir banda sinfônica como um grande conjunto formado por instrumentos de sopro e percussão (60 a 90 músicos), que se diferencia das orquestras sinfônicas e das bandas tradicionais (civis ou militares) pela diversidade de sua formação instrumental e abrangência de repertório.

"Assim, além dos instrumentos normalmente empregados pelas bandas convencionais, utiliza oboés, corne-inglês, diversas espécies de clarinetes e saxofones, vasto naipe de percussao e cordas. Esta formação pode ser alterada de acordo com a natureza das obras, o que a torna apta à execução de transcrições do repertório concebido para a orquestra sinfônica e adequado à música contemporânea, justificando assim o fato de seu vasto repertório original, fruto da produção artística do século XX.

Crianças acompanharam as explicações com grande interesse

"No Brasil, a palavra banda é geralmente associada às formações militares, aos coretos das cidades do interior e, ainda, ao circo; mas apenas muito ocasionalmente a um corpo sinfônico estável, voltado para a música de concerto do mais alto nível de excelência, como é o caso da Banda Sinfônica de Cubatão. Assim, antes de tudo, a música que se entende destinada a essa formação parece restringir-se às marchas (festivas ou fúnebres), dobrados, fanfarras e hinos.

"A assombrosa multiplicação das bandas militares e escolares no novo centro econômico e cultural do mundo - os Estados Unidos da América - constituiu uma verdadeira revolução em termos de formação e repertório das bandas. No espaço de apenas vinte anos, a partir de meados da década de 1930, vieram à luz inumeráveis obras-primas destinadas às diversas combinações de instrumentos de sopros. Muitos compositores deste século escreveram especificamente para bandas, mas foram os compositores norte-americanos que a adotaram como seu principal meio de expressão e enriqueceram enormemente sua literatura de concerto".

Músicos procuraram incentivar nas crianças o interesse pela arte musical

O folheto da Banda Sinfônica relaciona os instrumentos empregados pelos músicos, usando como referência o Dicionário de Música Zahar, do editor Luiz Paulo Horta:

"Pode parecer curioso, mas as corporações musicais se dividem em famílias. Na Banda Sinfônica de Cubatão, existem esses instrumentos assim distribuídos:

"Família das madeiras - Os instrumentos de sopro conhecidos como Madeiras são, como seu nome sugere, basicamente feitos de madeira, mesmo as flautas feitas de metal. Os sons são produzidos pelo sopro do instrumentista, que penetra no instrumento através de um orifício oval. O comprimento da coluna de ar determina a altura da nota: quanto mais curta a coluna, mais aguda será a nota e vice-versa. São Madeiras, além do oboé, o clarinete, o fagote, o saxofone, a flauta e outros.

"Família dos metais - trompa, trompete, trombone, tuba e eufônio (bombardino): os sons do naipe de metais são produzidos também através do sopro. Os instrumentos são construídos por uma liga de metais, que substituiu o latão e o bronze. O timbre do instrumento depende do bocal, do diâmetro interno do tubo e da abertura.

"Percussão: Ritmos - caixa, bumbo, triângulo, pratos...; Melódicos - tímpano, xilofone, bells, vibrafone, marimba".

Uma experiência aplaudida pelos alunos, a de ser o regente por alguns momentos

Tendo como fonte de informações o maestro Antônio Carlos Neves, diretor do Conservatório Dramático e Musical de Tatui/SP, o folheto termina citando algumas dicas para quem vai a um concerto:

"O silêncio é fundamental, pois a música valoriza as pequenas nuances sonoras e os sons suaves. A platéia colabora (e muito!) com o silêncio. As palmas fazem parte da tradição, mas, cuidado, muitas peças apresentam seções chamadas de movimentos, com pausa entre elas. Quem vai assistir um concerto pela primeira vez pode observar o restante da platéia, evitando assim ficar em dúvida na hora dos aplausos e do intervalo. Geralmente os movimentos estão escritos no Programa, é bom conferir.

"O papel do maestro é, basicamente, cuidar da harmonia sonora, assegurando o equilíbrio entre todos os instrumentos. A batuta serve para, entre outras coisas, marcar a velocidade e o ritmo da banda.

"Talvez possa parecer estranho o maestro cumprimentar apenas um músico ao entrar, mas esse músico geralmente é o spalla, que é o músico mais importante da corporação. Com esse gesto, o maestro simbolicamente está cumprimentando todos os outros músicos".

A regente da escola e o regente da orquestra, no final da apresentação musical