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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - ESPORTE
Esporte cubatense: futebol e muito mais (1)

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Embora ainda não tenha permitido a formação de grandes clubes, o esporte em Cubatão tem revelado muitos talentos individuais e diversas equipes, com atuações marcantes inclusive no exterior, registrando ainda diversos episódios curiosos. Como o do jogo com Gasolina/Pelé, em 1956, que o jornal santista A Tribuna recordou em matéria de 12 de julho de 2009, na página A-12:


Antes de ser profissional, Pelé foi do time amador do Santos F. C.

Foto: Davi Ribeiro, em 16/6/2009, publicada com a matéria

PELÉ

Um jogo que marcou Cubatão

O Rei do Futebol, que jogou em 1956 contra o Comercial Santista Futebol Clube, fará palestra para crianças cubatenses amanhã

Thiago Macedo

Da Redação

Naquele sábado, 8 de setembro de 1956, os amantes do futebol acordaram mais cedo. O sol brilhava no céu de Cubatão. Era dia de clássico no campo do Comercial Santista Futebol Clube, na Fabril. Na várzea, o time era um dos melhores do Estado, chegando a ser vice-campeão amador do interior, naquela época. E quando entrava em campo era para fazer bonito. Não havia jogo que o barranco ao lado do gramado ficasse vazio. E naquele dia não foi diferente.

O Comercial iria enfrentar a equipe amadora do Santos Futebol Clube. Sem dúvidas, um dos maiores clássicos do futebol de várzea da década de 50. O técnico do Comercial, Argemiro Cascardi, no dia que marcou o confronto avisou ao pessoal do Peixe: "Leva um time reforçado porque não queremos passar vergonha". Argemiro tinha medo de sua equipe ganhar muito fácil e o jogo não ter graça. Não era uma partida comum. Era o que os boleiros chamam de prova de honra. Afinal, o Comercial tinha na linha o centro-médio Tião, ex-jogador do Flamengo. Oda, que foi profissional no Paraná, e o craque Ditinho, o Benedito Pascoal Soares.

Argemiro, além de técnico, era chefe do setor de acabamento da Companhia Santista de Papel, uma patrocinadora informal da equipe cubatense. Dias antes do clássico, na quarta-feira, Oda, jogador muito requisitado pela várzea, havia enfrentado o mesmo time amador do Santos, só que desta vez defendendo a camisa do Vasquinho, um dos rivais do Comercial.

Na sexta-feira, no último treino da equipe cubatense antes do jogo contra o Peixe, o ex-vereador e um dos mais antigos moradores da Fabril, Romeu Magalhães, hoje com 70 anos, ouviu Oda avisar: "Olha, domingo vamos jogar contra o Santos, precisamos tomar cuidado com um negrinho que tem lá, um tal de Gasolina. Esse moleque é o cão".

Então, o sábado chegou. Era o dia do clássico. Romeu estava na torcida. Não jogou pelo time principal do Comercial. Ditinho também não. Estava machucado. Mesmo assim, guardam na memória até hoje o show de bola a que assistiram. Não do Comercial. Mas o show da equipe santista, principalmente do tão temido Gasolina. O menino franzino marcou quatro gols na vitória do Peixe por 7 a 1 sobre os cubatenses. Gasolina, além de acabar com o jogo, ainda bagunçou com os adversários. Até o ex-jogador do Flamengo, Tião, um dos craques do time da casa, levou chapéu.

Inconformado, depois da partida, Tião perguntou a Gasolina como ele havia dado aquele drible. Foi tão rápido que Tião nem viu a bola. Humilde, Gasolina disse que havia sido um lance de sorte.

Romeu conta que aquele foi o último jogo de Gasolina na equipe amadora do Santos. Em seguida, ele foi dar show entre os profissionais e passou a ser chamado de Pelé, o melhor jogador de futebol de todos os tempos.

MEMÓRIA

O jogo de que participou em 1956 foi o último da carreira amadora de Pelé, até então conhecido como Gasolina,

segundo lembram moradores do Bairro Fabril

 

Palestra - Amanhã, Pelé estará novamente em Cubatão. Não para jogar bola. Ele vai se encontrar com estudantes da rede municipal de ensino, no Centro Esportivo Castelo Branco, às 15 horas, para falar da importância do esporte na formação do cidadão. Quem sabe entre as crianças que encontrarão o Rei do Futebol não tenha alguma que seja conhecida como Gasolina.


Ainda conhecido como Gasolina, Pelé (no destaque)

 jogou em 8 de setembro de 1956 contra o Comercial

Foto: reprodução, publicada com a matéria

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