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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - RÁDIO E TV
TV Pólo (1)

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Este resumo da história e das atividades da TV Pólo foi preparado pela própria emissora, em 2007, e mostra também um pouco das dificuldades que um canal comunitário enfrenta para se expandir, dando ainda uma ideia ampla da luta que as emissoras de televisão comunitárias enfrentam em termos nacionais para se firmarem como uma opção aos canais comerciais e oficiais existentes na televisão aberta.

Faixas pelas ruas de Cubatão, em agosto de 2002, anunciam o surgimento da TV Pólo

Foto: Departamento de Imprensa/PMC

TV PÓLO – Canal Comunitário de Cubatão

Cubatão é a cidade sede do maior polo industrial da América Latina, o que lhe dá a condição de ser considerada, também, uma das cidades mais ricas do País, porém, por trás de tudo isso existe um grande índice de problemas sociais. De uma população estimada em 110 mil habitantes, 55% dela sobrevivem de áreas de invasão, em condições precárias e, em conflito com suas raízes culturais, uma vez que a maioria dessa população é oriunda de diversos estados brasileiros.

Na verdade, Cubatão tem muito o que contar em seus 474 anos de fundação do povoado, dos quais 58 anos como cidade emancipada politicamente.

No decorrer de todos esses anos de emancipação político-administrativa, a comunidade cubatense tem deparado com a necessidade do direito a informação. Direito este que precisa ser ampliado para que possa atingir todos as classes sociais da Cidade.

Sonho atrasado - Em Cubatão, como deve acontecer também em outras cidades do País, o Governo Federal dá concessões de radiodifusão a empresas que não têm qualquer vínculo com a cidade. Para suprir a deficiência da informação local, várias rádios chamadas de "comunitárias" foram surgindo na informalidade, o que acontece até os dias de hoje, por falta de decisão política do Governo Federal, que autoriza o funcionamento de várias rádios comerciais em uma única cidade e não dá o mesmo direito às rádios comunitárias, para que possam operar legalmente.

A mesma problemática foi detectada por Francisco Carlos dos Santos, já no primeiro ano de Faculdade de Comunicação, em 1989, quando os veículos, TVs comerciais em especial, não davam e não dão a devida atenção às cidades de sua cobertura, ou seja, estão muito distantes da realidade local e de sua comunidade. Pensando nisso, Francisco convidou o amigo Marcelo André Parreira de Oliveira e juntos começaram a articular ideias sobre a possibilidade de se montar uma TV comunitária em sinal aberto "um projeto de risco". O receio de uma ação judicial e as dificuldades da época atrasaram nossos sonhos por alguns anos.

Início, enfim - Seis anos depois, retomamos nosso projeto a partir do surgimento da Televisão a Cabo, um dos sistemas de transmissão das chamadas TVs por Assinatura, ou TVs Pagas, por Lei 8.977 de 6 de janeiro de 1995, regulamentada pelo Decreto-Lei 2.206 de 14 de abril de 1997, que estabelece a obrigatoriedade das operadoras de TV a Cabo, beneficiárias da concessão de canais para, na sua área de prestação de serviços, disponibilizar seis canais básicos de utilização gratuita, no sentido dos canais de acesso público, como denominados nos Estados Unidos. Pelo Artigo 23 são três canais legislativos (destinados ao Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas/Câmaras de Vereadores).

Vários encontros, desencontros e reuniões foram feitos com diversas entidades que não entendiam o que era uma TV Comunitária. Consideravam que era uma ação ilegal, clandestina, e tinham  receio de participar.

Contudo, conseguimos juntar alguns clubes de servir e entidades (Ordem dos Advogados do Brasil-Cubatão, Grêmio dos Servidores Municipais de Cubatão, Associação Teatro do Kaos, Associação Cubatense para a Capacitação e Exercício da Cidadania - não mais associados - e ainda Associação Comercial e Industrial de Cubatão e Rotary Club de Cubatão, estes dois associados da emissora) e, em agosto de 2000, depois de toda a documentação registrada no Cartório de Títulos e Documentos, foi fundada a Associação Cubatense dos Produtores de Vídeos Independentes (ACPVI), com o nome fantasia de TV Pólo.

Em julho de 2001, foi dada entrada na documentação junto à operadora de TV a Cabo, na época Canbrás, a qual autorizou a concessão em agosto de 2002, e, exatamente no dia 1º de setembro de 2002, a TV PÓLO entrava no ar, exibindo informações pelo PowerPoint e vídeos institucionais da Cidade em fitas VHS. Iniciamos em Cubatão o processo de descentralização e democratização da informação.

Os encontros e desencontros, reclamações e críticas por parte da população não pararam por aí, uma vez que o público não conseguia ter uma boa recepção do sinal da TV Pólo. É isso mesmo, a operadora autorizou a operacionalização da tv comunitária no canal 96, frequência de FM que sofre todo tipo de interferência, principalmente das rádios piratas. Com muita insistência conseguimos migrar em março de 2007 para o canal 19 e, um mês depois estávamos operando com excelente nível de imagem no canal 18. Esta fator mudou por completo a imagem do canal comunitário de Cubatão, que passou a ser referência na cidade.

Um ponto importante que merece destaque é o fato de a emissora não possuir um equipamento sequer. O idealizador do projeto (Francisco) emprestou à TV os equipamentos necessários, como vídeos S-VHS, distribuidor de vídeo, monitores de TV, mesa de corte e duas câmeras de vídeo. A TV teve também a colaboração dos empresários Jorge Ayala (que emprestou dois vídeos VHS) e Cesar (da loja C&A, que cedeu um computador com rack), do empresário Tico Barbosa (que possibilitou a locação do imóvel em S. Vicente) e dos voluntários Wanderlei Abrelli, José Pimentel e Adalberto Medeiros, o Bia, que também emprestavam suas câmeras.

Na época, as instituições associadas dispunham mensalmente de R$ 100,00, para as despesas com aluguel, água e energia. Em seguida o valor passou para R$ 120,00. Com 90% de inadimplência, as próprias entidades pediram desligamento da Associação Cubatense dos Produtores de Vídeos Independentes (ACPVI)-TV Pólo. Não fosse a Cia. Siderúrgica Paulista (Cosipa), que mantinha seu programa TV Cosipa no ar pela TV Pólo, o canal Comunitário de Cubatão teria sido extinto então.

Um ano depois, a Cosipa deixou de contribuir com a TV. Mais um momento de insistência por parte dos idealizadores. Por vezes, recursos pessoais entravam na conta da TV para pagamento de despesas de aluguel. A comunidade não sabe: as dificuldades de manter no ar a emissora são enormes. Só superadas pelo desejo de vencer e de ver a cidade mais informada e politizada.

Equipe da TV Pólo entrevista autoridades locais, em 16 de janeiro de 2006

Foto: Departamento de Imprensa/PMC

Cidadania - A satisfação de termos a primeira emissora de TV genuinamente cubatense foi motivo de alegria tanto para os assinantes de TV por assinatura, como para a comunidade em geral - que perceberam, na TV, a oportunidade de mostrar Cubatão para os cubatenses. Enfim, a TV Pólo é o canal da cidadania, resgatando história e lembrando culturas dos diversos estados brasileiros; levando informações, música, cultura, esportes, educação, entretenimento, ações de caráter social; enfim, a emissora iniciou na Cidade o processo de mobilização pela democratização da comunicação, abrindo espaço para a diversidade e realidade da comunidade local.

Vale lembrar que, nesse período, a Região Metropolitana da Baixada Santista já era atendida por algumas televisões abertas, como a afiliada da Globo (TV Tribuna), do SBT (TV Brasil), Record (TV Mar) e a Educativa Santa Cecília TV. Outras, como a VTV e Band Litoral, surgiram depois. São emissoras comerciais, com o foco positivo na cidade de Santos e tratamento diferenciado para  as cidades circunvizinhas.

De repente, em 2004, fomos surpreendidos com a notícia de que Cubatão teria uma TV Educativa em sinal aberto. Doce ilusão. Trata-se de uma concessão cedida à Fundação Visconde de São Leopoldo, que até então nenhuma autoridade de Cubatão sabe a fundo de sua existência, a quem serve, qual a programação e a que veio, pois também não tem ligação ou vinculo com nossa querida Cubatão.

Desabafos à parte, o que nos dá segurança e mais vontade de trabalhar pela Cidade é o fato de sermos abordados na rua pela comunidade que se vê, nas informações que passamos, pela proximidade dos diversos ideais e pela exibição de programas de interesse público-social. Os elogios, creditamos ao nosso grupo de voluntariado que se desdobra graciosamente para colocar no ar nossa programação, nosso povo e as idéias da comunidade. Os problemas técnicos e as críticas, nós da diretoria - ainda em processo de aprendizagem - vamos solucionando aos poucos, buscando informações com outras TVs comunitárias que também enfrentam problemas, seja de ordem financeira ou técnica.

Por falar em problema técnico, a TV Pólo – Canal Comunitário de Cubatão também sofre com isso, pois a operadora, que hoje é a Net/Vivax, não disponibiliza um cabeçal em Cubatão. Por isso, toda a produção da emissora (TV Pólo) tem de ser levada ao centro de transmissão, que fica na cidade de São Vicente, cerca de 8 quilômetros de distância, o que inviabiliza também a transmissão ao vivo.

O trabalho realizado pela emissora possibilitou que a Câmara Municipal de Cubatão reconhecesse a entidade (ACPVI) como de Utilidade Pública. A propositura foi apresentada em 2004 pelo vereador João Mineiro.

O primeiro estúdio da TV foi na Avenida Nove de Abril, nº 2.090. Hoje, funciona na Rua 7 de Setembro, nº 26, na Vila Nova (N. E.: em maio de 2012, os estúdios foram transferidos para a Av. 9 de Abril, 3.300, na Vila Nova).

Anúncio da emissora, sobre a mudança no canal de transmissão da TV a cabo Vivax

Imagem: Jornal da Cidade, Cubatão, edição de 18 de novembro de 2006

Recursos - Por ser uma ONG, a TV Pólo enfrenta grande dificuldade financeira. Hoje os recursos são oriundos de alguns programas veiculados na emissora, como AEPET, Igreja Betel e Fuxico da Arte, além de apoio cultural, por vezes, conseguido da Prefeitura Municipal de Cubatão.

Além disso, a cobertura das despesas da emissora tem a colaboração da empresa RTA-Engenharia Ambiental, Perfecta-Prestação de Serviços e ABS-Assessoria Imobiliária. Tais recursos possibilitaram também a aquisição de duas novas câmeras de vídeo 3ccd, modelo compacto, uma mesa de áudio e uma ilha de edição não linear.

Programas produzidos pela emissora:

Giro Social (cobertura de inaugurações, posses e premiações)

Pólo Cultural (bandas musicais)

Fuxico da Arte (artesanato em geral) aluga nosso estúdio

Tá na Tela (dicas de filmes, livros e agenda cultural)

Sarau Eletrônico (poesias e literatura)

Papo na Pólo (entrevistas)

Embaixador (esportivo)

Contando História (histórias, contos e lendas infantis)

Mukifo (programa dirigido ao público jovem)

Panorama da Notícia (telejornal semanal)

Terapia do Riso (contador de piadas, humorista)

Causos Cubatenses e Personagens (causos, histórias e fatos da cidade)

Painel da Cidade (Telejornal Semanal) aluga nosso estúdio

Especial Pólo (programas institucionais)

Tv Xereta (curiosidades)

Programas prontos exibidos pela emissora:

AEPET – Associação dos Engenheiros da Petrobrás

SITA – STOP (Associação dos Psicanalistas)

SITA - Homem Universal

Hardo Soft (informática)

Stay Heavy (musical)

Ver TV

Videos Institucionais de diversas ONGs de todo o País

SEBRAE – Empreendedorismo

Igreja Betel (evangélico)

Missões (missionários Batistas)

 

Jornalista Joyce de Castro entrevista para a TV Pólo o prefeito de Cubatão, Clermont Castor, no lançamento do livro da Agenda 21 Cubatão 2020, em 31 de agosto de 2006

Foto: Departamento de Imprensa/PMC

Futuro - A busca pela democratização da informação é ponto fundamental dos cerca de 80 canais comunitários espalhados pelo Brasil. Por isso, a TV Pólo, integrante da Associação Brasileira dos Canais Comunitários (ABCCOM), participa ativamente das ações que visam transpor as TVs comunitárias a cabo para o sinal aberto, a exemplo do que ocorreu recentemente com as TVs Legislativas, quando o Governo Federal autorizou sua transmissão em sinal aberto. Considerando que a lei da TV a cabo não mudou e que a TV Legislativa também é regida por ela, cabe aqui o direito da isonomia, dando o mesmo direito às TVs comunitárias de operar em sinal aberto.

A discussão do momento é a implantação do sistema digital de televisão, da qual as TVs comunitárias também devem estar inseridas e integradas no pacote do Governo Federal, que mantém no seu discurso a idéia da democratização da informação.

Homenagem - A direção da TV Pólo – Canal Comunitário de Cubatão, faz questão de deixar registrado que a efetiva colaboração de todos os voluntários fez com que o canal comunitário  chegasse até os dias de hoje. Parabéns a todos.

Presidente: Marcelo André Parreira de Oliveira

Diretor Técnico: Serafim Romualdo Costa Neto

Tesoureiro: José Henrique

Diretor de Programação: Francisco Carlos dos Santos

Voluntários: Ademir Quintino, José Jacildo, José Mário, Simone, José Henrique Junior, Lídia Lícia, Lohan, Glauber, Nei Silva, Welington, Antonio Ribeiro, José Pimentel, Arlindo Ferreira, Natanael Alencar,  Ricardo, Rafaela Mercês, Joyce de Castro, Serafim Romualdo Costa Neto, Marcelo André Parreira de Oliveira, Vanderlei de Abreu, Vânia Cruz, Jane Quintão, Pablo Torres, Gustavo Miranda, Tiago Reis, Angelina Mafra, Nalva Leal, Patrícia Lamberti, Camila Latrova, Elisangela Bezerra, Caroline Carneiro, Carlos Felipe, Elisangela, Osvaldo, Roberto Marcio Braga, Francisco Carlos dos Santos.

Marcelo André Parreira de Oliveira

Tv Pólo – Canal 18 da Vivax/Net

tvpolo@gmail.com

(13) 3372-9603, 9131-4444, 9112-4389

 

Grupo de estudantes da Universidade de Pittsburg (EUA) conhece o estúdio da TV Pólo, onde é entrevistado, no dia 14 de maio de 2009

Fotos: Dilson Silva Mato Grosso/Departamento de Imprensa/Prefeitura de Cubatão

 

Antonio Ribeiro, apresentador do programa Terapia do Riso

CLIQUE NA IMAGEM para ver o trecho inicial do programa de 30/1/2007 e os créditos finais

(arquivo Windows Media Video - WMV - 52 segundos - tela 720x576 - 960 kbps - 5,74 MB)

Imagem: captura de frame do programa

 

Na edição de 5 de julho de 2011 (ano 2, número 17), a publicação Informa Cubatão, editada pela Prefeitura deste município, divulgou na página 2, seção Orgulho de Cubatão:

Foto: divulgação, publicada com a matéria

TV Polo, democratizando a informação

Democratizar a informação. Esse era o grande objetivo de Francisco Carlos dos Santos e Marcelo André Parreira de Oliveira ao fundarem a TV Polo. Desde 2002, a emissora comunitária pode ser sintonizada em Cubatão nos canais 11 e 18 da NET. Para chegar lá, foi preciso muita luta. Luta essa que continua até hoje.

"Começamos a conversar sobre o projeto em 1996. Naquela época, muita gente não entendia o que era uma TV comunitária, pensavam que era algo ilegal. Além disso, fazer televisão era muito caro. Começamos a procurar entidades para nos apoiar, conversamos com profissionais que nos deram dicas de como improvisar, desenvolvemos soluções caseiras para nossos empecilhos técnicos. Foi um começo difícil", diz Marcelo André, presidente do canal.

Finalmente, em agosto de 2000, após o registro de toda documentação necessária, foi fundada a Associação Cubatense dos Produtores de Vídeos Independentes (ACPVI).

A concessão do canal só saiu dois anos depois. No dia 1º de setembro de 2002, o sonho era realizado: a TV Polo entrava no ar, exibindo informações e vídeos institucionais da cidade.

Era a primeira emissora genuinamente cubatense, funcionando com apoio de entidades e voluntários. Aos poucos, as pessoas começaram a acreditar na ideia, a fortalecê-la. Marcelo acredita que "fomos convencendo a comunidade de que todos conseguem produzir TV, mesmo sem ser um profissional de comunicação. Você pode aprender a operar uma câmera, a apresentar e até editar um programa. Queremos que as pessoas não sejam só espectadoras."

Hoje, a TV Polo faz uma transmissão de qualidade, exibindo cerca de 30 programas, como Fuxico da Arte, Sarau Eletrônico, Papo na Polo, Família Etc. e Tal, Ligado no Esporte, Contando História, Geração Mukifera, Terapia do Riso, Espaço Animal e Saúde na Polo. "Os resultados são muito positivos. Mas não estamos satisfeitos. Continuamos lutando pela democratização da informação na cidade e pela mudança da legislação dos canais comunitários", conclui Marcelo. Em 2004, a Câmara Municipal reconheceu a ACPVI como entidade de utilidade pública.

Os interessados em realizar doações ou oferecer serviços voluntários devem entrar em contato pelo telefone 3372-1641. A programação da TV Polo também é transmitida no site www.tvpolocubatao.com.br.

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