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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - FAUNA
Animais passeiam pela política municipal (9)

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Não bastasse o tucano ser símbolo de um partido político nacional, e o guará vermelho ter se tornado o símbolo da recuperação ambiental cubatense, aves raras e outros animais também fazem suas visitas ao prédio do Legislativo municipal, às indústrias locais e aos parques ecológicos, tornando-se notícia na imprensa regional. Os espécimes raros estudados no manguezal cubatense são destacados também, nesta matéria publicada no jornal santista A Tribuna, em 22 de janeiro de 2001, página B-3:


Quatro ninhos de saracura foram encontrados nos manguezais de Santos e Cubatão
Foto: Robson Silva e Silva/Especial para A Tribuna, publicada com a matéria

MEIO-AMBIENTE

Biólogos estudam reprodução de saracuras

Observações de dois especialistas da região são inéditas para a Ciência

Uma das 200 espécies de aves já identificadas nos manguezais de Cubatão e Santos é a saracura-três-potes (nome científico Aramides cajanea). Desde 1994 estudando as aves da região, os biólogos Robson Silva e Silva e Fábio Olmos, que têm nesse projeto o patrocínio da Ultrafértil, começaram a reunir informações e dados de campo referentes a essa ave.

Mesmo sendo a mais comum das saracuras do Brasil, e também ocorrendo na América Central e quase toda a América do Sul, muito pouco se sabe sobre a sua biologia e, principalmente, a sua reprodução.

"As saracuras da região pertencem a uma sub-espécie (ou raça geográfica) que é conhecida apenas para as regiões de manguezais de São Paulo e Paraná, e todas as nossas observações são inéditas para a ciência", revela Robson.

Não é nada fácil ver uma saracura no mangue, pois são animais muito tímidos e cautelosos. Mas, por outro lado, são muito barulhentos e inclusive a sua voz se originou do nome. Eles gritam: três potes, três potes, três potes.

A procura dos ninhos de saracuras começou nos manguezais de Cananéia e Iguape, no litoral Sul de São Paulo, onde os pesquisadores também atuam. Lá encontraram até hoje quatro ninhos, um deles com cinco filhotes.

Imóvel - Atualmente, outros quatro ninhos foram localizados nos manguezais de Santos e Cubatão, em especial aqueles que compõem a área de preservação ambiental da Ultrafértil.

Dois deles já foram atacados por predadores (urubus e mãos-peladas), que comeram os ovos dos ninhos. Os outros contêm um e cinco ovos.

Uma característica interessante desta ave arisca é que durante o período em que um dos adultos está incubando seus ovos ou filhotes, fica imóvel, sentado no ninho. "A ave que incubava os filhotes só se afastou do ninho quando chegamos a alguns centímetros de distância", explica Robson.

Ao contrário de outras aves aquáticas que vivem e se reproduzem no mangue, como os guarás, garças e socós, as saracuras têm o hábito de construir seus ninhos isolados.

Os biólogos já divulgaram algumas destas informações em 1998, ao contribuir para a publicação do livro Rails: a guide to the Rails, Crakes, Gallinules and Coots of the World, de Barry Taylor. Rail é o nome em inglês da nossa saracura.

O livro é um guia de identificação e contém todos os dados sobre as espécies da família Rallidae, à qual pertencem as saracuras, frangos d'água e pintos d'água do mundo.

Em breve, os biólogos vão encaminhar para publicação, em uma revista científica internacional, um artigo contendo todas as suas observações.

Na mesma página:


Colhereiro busca alimentos
Foto: José Moraes, publicada com a matéria

Colhereiro freqüenta mangues da Cidade

A ave, do tamanho de uma garça, possui uma penugem rosa clara e um grande bico em forma de colher

Da Sucursal

Moradores do Jardim Caraguatá - bairro situado na margem direita da Rodovia dos Imigrantes (sentido Cubatão para São Vicente) - registraram na semana passada as primeiras visitas de um pássaro estranho, que se alimentava no banhado (pequena lagoa formada pela entrada das águas do Rio Casqueiro), próximo à ponte da Imigrantes, na margem da Estrada Metalúrgico Ricardo Reis: um colhereiro.

Ave do tamanho de uma garça, em lugar da penugem branca o colhereiro tem coloração rosa pálida e uma característica que o diferencia imediatamente das outras aves: o bico imenso em forma de colher, de grande porte, com a qual revolve o fundo dos mangues em busca de alimentos.

O biólogo Robson Silva e Silva, uma das maiores autoridades em guarás (vermelhos), disse que essas aves migram, nesta época, do Rio Grande do Sul.

"A gente vê colhereiros na região principalmente entre novembro e março. As aves avistadas nos mangues de Cubatão vêm do Rio Grande do Sul e chegam no máximo ao Rio de Janeiro, sempre em banhados e mangues. Eles se reproduzem e depois migram para o Norte". O colhereiro não chama tanto a atenção quanto o guará, com sua forte coloração vermelha. Mas é maior e se distingue pelo estranho bico.

Vida aquática - Há outras colônias que partem do pantanal de Mato Grosso e do Pará. Mexem com o bico em forma de colher o fundo da lama e comem moluscos e caranguejos.

Com 70 quilômetros quadrados de mangues, Cubatão é freqüentado por cerca de 80 espécies diferentes de aves e animais, dentre eles alguns considerados em fase de extinção pelo Ibama, como o jacaré-de-papo-amarelo, a lontra e o guará.

Considerada na década de 70 como uma das mais poluídas do mundo - por causa da implantação do pólo industrial sem preocupações de preservação ambiental - a Cidade está há mais de dez anos colhendo resultados positivos dos investimentos no controle da poluição.

A vida aquática é um atestado de que o programa de controle ambiental desenvolvido pelas indústrias, sob a supervisão da Cetesb, está dando resultados.

A lama retirada do fundo dos rios criou uma faixa esverdeada de oito quilômetros de comprimento por 10 a 20 metros de profundidade, formando praias de até dois quilômetros de extensão. Essas aves começam a migrar agora no sentido dos mangues dos rios Mariana e Branco, em São Vicente.

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