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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - Os sambaquis
Montes de conchas contam a pré-história (2)

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Como eram os habitantes de Cubatão, alguns milênios atrás? Para responder a essa pergunta, inúmeros estudiosos percorrem áreas hoje ocupadas por importantes indústrias, em busca dos vestígios desse passado remoto: os sambaquis. Conforme publicado pelo jornalista Manuel Alves Fernandes no caderno especial Cubatão - 50 anos, do jornal santista A Tribuna, em 9 de abril de 1999:
 


Parede da trincheira aberta no sambaqui nº 5 pelo IPH-USP
na década de 1980, para efetuar estudos arqueológicos
Foto: Cesar Cunha Ferreira, foto-geógrafo, 9/8/2004

ORIGEM

Sambaquis guardam ossos dos indígenas

Os restos desses antepassados estão na área onde hoje fica a Cosipa e no sítio Cotia-Pará

Pequeno, baixo e atarracado. Assim foi o primeiro habitante de Cubatão, há cinco mil anos.

Se hoje Cubatão é apenas um ponto de passagem de turistas ávidos de chegar às praias, vindos do Planalto, o morador de Cubatão pode consolar-se com uma verdade histórica: os mangues da região constituíam, nessa época, o principal ponto de atração para os turistas visitarem a região.

Os mariscos e crustáceos dessa rica região de mangues, onde hoje sobrevivem guarás com a intensa coloração avermelhada exatamente por causa dos pequenos caranguejos que lhes servem de alimento, eram petiscos muito procurados pelos indígenas.

Os primeiros homens a deixar sinais da sua presença em Cubatão foram tribos nômades de tupinambás, antepassados dos índios que o lusitano e desgarrado João Ramalho encontrou no Planalto Paulista, por volta de 1520.

Tal como os paulistas que descem pela Rodovia dos Imigrantes, sujeitando-se aos demorados congestionamentos, seus antepassados, os índios tupinambás, migravam para a Baixada para dedicar-se à colheita (comiam o que a natureza dava), à pesca nos mangues e à caça nas matas.

Só que não desciam no verão. Partiam para a caça e pesca nos meses de inverno, quando escasseavam as frutas no planalto.

Como se sabe da existência deles?

Deixaram marcas mais do que evidentes ali onde hoje fica a Cosipa: arcos, pontas de flechas, utensílios rudimentares e o seu próprio esqueleto, misturado e conservado pelas milhares de conchas de mariscos que se davam ao trabalho apenas de pegar, cozinhar e comer, tamanha a abundância e a generosidade da vida marinha na época. Essa mistura calcária garantiu a preservação.

Sambaquis - Cinco mil anos depois, foram descobertos por antropólogos que deram a essas pequenas acumulações de conchas, ossos humanos e de animais o nome de sambaquis. O mais famoso deles fica na antiga Ilha dos Amores, uma área situada dentro da Cosipa e que é preservada pela Universidade de São Paulo (USP). Outra área demarcada mas ainda inexplorada está situada na encosta do Morro do Cotia-Pará, final do Caminho Dois, próximo ao Rio Paranhos.

Curiosamente, a região é hoje habitada por invasores de mangues que ali instalaram favelas e que se alimentam, de quando em vez, dos caranguejos que constituíam parte da alimentação dos antepassados cubatenses.

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