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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - Poluição - Lenda
O vale da morte e da vida (17-D)

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Matéria publicada no jornal santista A Tribuna, em 27 de maio de 1992, alguns dias antes da conferência Eco-92 (ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução da matéria, catalogada na Hemeroteca Municipal de Santos

Imprensa elogia esforço de Cubatão

Da Sucursal de Cubatão

O esforço pela recuperação ambiental de Cubatão foi admitido pela maioria dos jornalistas que participaram do Seminário Eco-Imprensa-92, realizado no fim de semana, no Município. Expoentes da imprensa especializada em Meio Ambiente, dentre eles Fernando Gabeira, Randau Marques e Rodolfo Konder, reconheceram a eficácia do controle da poluição industrial na Cidade. E, embora apresentassem uma visão ainda crítica da situação, concordaram que, se os programas de controle forem mantidos com rigor, a qualidade de vida em Cubatão melhorará.

O mais crítico deles, Randau Marques, disse que apesar dos evidentes avanços, ainda falta muito para que Cubatão possa ostentar sem medo o título de Cidade Símbolo da Ecologia. Mas, reconheceu o trabalho sério que está sendo desenvolvido para a implantação de novas fontes de energia.

Gás – Na Europa, onde o esforço pelo controle da poluição industrial foi mais que uma decisão econômica do que uma preocupação com a comunidade, segundo explicou, as indústrias diminuíram o lançamento de resíduos na atmosfera ao utilizar gás para alimentar as caldeiras.

Em Cubatão, com a promessa da disponibilidade do gás do Poço de Merluza ainda em julho deste ano, o controle das fontes de poluição do ar chegará a 99%, conforme a Cetesb.

Randau Marques acredita que, só depois disso, e com a adoção de medidas que resultem na remoção dos metais pesados existentes nas margens dos rios Cubatão (em Pilões) e Casqueiro (Vila dos Pescadores) a qualidade ambiental da Cidade vai atingir níveis bem melhores.

Fernando Gabeira abordou a responsabilidade da Imprensa na discussão dos temas ambientais e na sua relação com a realidade política e social. "As informações precisam ser traduzidas de forma a que todo mundo conheça a realidade de cada País".

Nesse sentido, destacou a importância da Eco-92. Mais de 170 países, que de modo geral não se entendem, estarão unidos em busca de soluções para a sobrevivência do planeta.

Desenvolvimento – A última grande reunião para discutir a questão ambiental ocorreu há 20 anos, em Estocolmo, e resultou na adoção de uma política desenvolvimentista que produziu situações como a de Cubatão.

"Esta é a primeira reunião depois da Guerra Fria, o que veio gerar uma série de contradições que envolvem o Norte e o Sul, o rico e o pobre", observou Gabeira. Ele alerta para o fato de que a Imprensa brasileira não pode ver o mundo pela ótica dos países do Hemisfério Norte, mais ricos, mais poderosos e poluidores.

Os Estados Unidos, por exemplo, já admitem dizer que o efeito estufa precisa ser controlado o mais rápido possível. Porém,não respondem até que nível deve ser escalonado esse controle, nem a tecnologia adotada para isso. Esses segredos tecnológicos serão, segundo os norte-americanos, uma forma de enriquecimento desses países, em detrimento dos pobres.

Rodolfo Konder, por seu lado, acredita que na Eco-92 resultarão formas técnicas de desenvolvimento sustentado, com a produção industrial respeitando a natureza. Ressalvou, porém, a responsabilidade da Imprensa: "Não podemos esperar da Imprensa mais do que a sociedade tem a oferecer".

Concurso – O prefeito Nei Serra acredita que o encontro contribuiu para mostrar aos jornalistas especializados em meio ambiente a nova realidade de Cubatão.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Raul Christiano Sanchez, disse que o prefeito lançou oficialmente, durante o seminário, o Concurso Nacional de Jornalismo – Prêmio Cubatão de Imprensa, com o objetivo de difundir os princípios e resultados obtidos na recuperação ambiental.

As inscrições estão abertas até 20 de agosto, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Praça dos Emancipadores, s/nº.

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