Novo Milênio: Cubatão de antigamente - A antiga Ponte Preta (2)

Construída por volta de 1890 pelos ingleses da Cia. City, para suportar os canos da adutora procedente da represa de Pilões e permitir a passagem do trenzinho de Itutinga com suas cargas de banana para exportação, a Ponte Preta é citada pelo escritor cubatense Afonso Schmidt em seu livro A Primeira Viagem, e por essa citação foi possível determinar o local onde se situava a sua casa. No início do século XXI, a ponte permanecia abandonada, e as ruínas da casa voltaram a desaparecer, engolidas pela favela da Água Fria. À volta da ponte, formou-se o núcleo residencial que ganhou o nome Ponte Preta.

Em 23 de novembro de 2010, uma vistoria pela Secretaria Municipal de Obras motivou que fosse solicitada ao governo estadual a interdição do equipamento ao tráfego de pedestres e veículos, conforme divulgou no dia seguinte a Secretaria de Comunicação Social:

Prefeitura recomenda a interdição da Ponte Preta ao Governo do Estado

Ponte, que faz a ligação entre Água Fria e Pilões, cedeu no último final de semana, colocando usuários em risco

Depois de ser notificada por moradores que a Ponte Preta estaria cedendo desde o último final de semana, por conta da corrosão em suas estruturas metálicas, a secretaria de Obras de Cubatão e a Comissão Municipal de Defesa Civil (COMDEC) realizaram, na manhã de terça-feira (23), vistoria técnica nas estruturas da Ponte, que liga os bairros da Água Fria e Pilões, cujo laudo inicial apontou a necessidade de imediata interdição do equipamento, ante o risco de desabamento total.

Provisoriamente, a COMDEC isolou o local com fitas e cavaletes. Porém, eles foram retirados pelos usuários que se valem da Ponte para fazer a travessia do Rio Cubatão e atingir as localidades situadas nas duas margens do rio.

Por estar situada dentro dos limites do Parque Estadual da Serra do Mar, a Prefeitura fica impedida de adotar medidas mais efetivas, que só podem ser efetuadas com autorização do governo do Estado.

Por isso, o secretário municipal de Obras, Wagner Moura, comunicou, nesta quarta-feira (24), a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) sobre a necessidade de se interromper imediatamente a utilização do logradouro por pedestres e motociclistas.

A CDHU solicitou o envio do relatório oficial da vistoria nesta quinta-feira e se comprometeu a enviar técnicos estaduais ao local ainda no mesmo dia para comprovar a necessidade da interdição.