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CUBATÃO DE ANTIGAMENTE
As obras de Jean Luciano (4)
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Residindo na França, mas visitando Cubatão periodicamente, o artista Jean Ange Luciano é bem conhecido dos cubatenses, por colocar em suas telas temas ligados à história da cidade. Não por acaso, uma de suas telas mais conhecidas, Menino Felipe, de 1977, decora o Bloco Cultural do Paço Municipal de Cubatão. Em nova fase artística, Jean produziu em 2005 esta tela, que mostra no seu estúdio na França:


O quadro "Pompei a la Londe"
Imagem enviada a Novo Milênio por Jean Ange Luciano, em 22/11/2005

Em depoimento autobiográfico especial para Novo Milênio, enviado em agosto de 2005, ao retornar de sua viagem anual à região italiana de Colletorto e Molise (onde tem parentes), ele conta, usando a terceira pessoa:

JEAN  LUCIANO

Hyères, no Sul da França, onde Jean Luciano nasceu em 1936, é uma cidade à beira do Mar Mediterrâneo.

Começou a andar e a nadar ao mesmo tempo. Talvez seja este amor pelo mar que, depois dos estudos básicos e de desenho industrial, levou-o muito jovem à escola da Marinha Militar.

Ao mesmo tempo, em Toulon teve aulas livres de desenho com o professor Giraudon, da École des Arts et Métiers. Jean o conheceu ainda menino e andava atrás de grupos que o mestre reunia num parque público nos domingos de manhã, onde Jean morava, para pintar ao ar livre. Da Marinha saiu sete anos depois, com também um diploma de homem-rã - que, na época, era um passaporte para a liberdade.

Com um bilhete só de ida, visto de entrada e os cumprimentos da Embaixada do Brasil em Paris, como imigrante que era, desembarcou do navio Provence, no início de fevereiro de 1960, no Rio de Janeiro.

Mergulhou durante três anos nas águas lodosas do porto e na barra de Santos. Motivos de saúde o afastaram do mar por uns anos. Então retomou o desenho, arquitetônico desta vez, trabalhando com arquitetos e empresas de renome em Santos.

Ao mesmo tempo desenvolveu, impelido pela companheira Clara, um desenho a nanquim e bico-de-pena, procurando uma expressão própria, impondo-se reproduções enormes, num trabalho solitário, fugindo das tendências contemporâneas e não se preocupando com elas.

Preto no branco, certamente pela proximidade do desenho técnico, trabalho de paciência banindo o traço técnico, pouco custoso, de efeito na grande sensibilidade do claro/escuro. Isenta de subterfúgios.

Inícios difíceis e peregrinações para divulgar o trabalho nas cidades em volta da capital, até os confins do Estado e no exterior, acumulando exposições oficiais, entre 1965 e 1975.

Em 1968, a família se mudou de Santos para a rua Maranhão, em Cubatão, onde Jean passou a desenvolver grandes atividades artísticas junto à Prefeitura e à Câmara Municipal. Inúmeras obras importantes nasceram então e enriqueceram o acervo da Cidade de Cubatão. Um tempo de magia na produção artística, mas no auge da poluição ambiental, constrangendo-o a voltar para junto do mar de Santos, em 1972.

Jean foi diretor, entre 1974 e 1977, da Galeria de Arte da Aliança Francesa de Santos, onde foram realizadas 32 exposições individuais com artistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Alcançou uma certa notoriedade na França, Espanha, Portugal e Itália. Somando uma centena de exposições coletivas e obtendo vários prêmios tanto no Brasil como no exterior, além de quarenta exposições individuais, sempre com o desenho a bico-de-pena. Nos últimos anos na Itália, começou a usar o óleo na execução de grandes trabalhos, sempre - como muitos disseram - numa linguagem expressiva, sem limites culturais nem temporais.

Hoje vive e trabalha na França, sempre em Hyères. Sentindo saudades, frequentemente volta à Baixada.


Tela integrante de exposição realizada em 2005 na galeria da Aliança Francesa, em Santos
Imagem cedida a Novo Milênio por Jean Ange Luciano


Imagem: reprodução parcial do convite para a exposição


Imagem: gravura de Jean Ange Luciano

Em 30 de junho de 2008, foi anunciado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Cubatão (Condepac) o tombamento de três telas pintadas por Jean Luciano:

Telas do pintor Jean Luciano são tombadas como Patrimônio Cultural de Cubatão

 

O decreto nº 9.239 de 23 de julho de 2008, publicado no jornal A Tribuna de 29 de julho de 2008, dispõe sobre o tombamento das telas pintadas pelo artista Jean Ange Luciano. As três telas pintadas pelo artista, pertencentes ao acervo da Prefeitura Municipal de Cubatão, foram tombadas como patrimônio cultural da cidade por seu interesse cultural e artístico, através do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Cubatão (Condepac).

Segundo o presidente do Conselho, Welington Ribeiro Borges, o tombamento das telas garante a proteção e a preservação dos bens para as futuras gerações. Além disso, considera importante que as telas sejam expostas ao público, garantindo o acesso da população à arte e à história de Cubatão.

As telas tombadas são: Martim Afonso de Souza no Porto de Piaçaguera  (reprodução da tela de Benedito Calixto de Jesus, demonstrando a chegada de Martim Afonso de Souza em terras que viriam a ser as duas primeiras sesmarias brasileiras. O colonizador é recebido por João Ramalho, que o guiou a Piratininga, em 1552 (dimensões da tela 2,00m x 1, 95m – técnica: óleo sobre tela – data: 1974); o Retrato de Martim Afonso de Souza (reprodução de tela de José Wasth Rodrigues – dimensões da tela: 1,50m x 1,50m – técnica: óleo sobre tela - data: 1974) e o Menino Felipe (retrata a cidade de Cubatão na perspectiva de Afonso Schimidt através de sua obra Zanzalá, sendo o quadro premiado dentro das comemorações da VIII Semana Afonso Schimidt – dimensões da tela: 1,40m x 1,31m – técnica: óleo sobre tela – data: 1977).

 

Jean Luciano - O pintor, que vive na França, é bem conhecido pelos cubatenses, pois viveu na Cidade durante cinco anos. "Morei em Cubatão, na Rua Maranhão, no bairro Vila Santa Rosa, tenho uma ligação muito forte com a Cidade e vários amigos aqui". Jean veio para o Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro, em 1960. O diploma de Desenho mecânico proporcionou-lhe trabalho nas indústrias de Taubaté e de São Paulo.

Apaixonado pelo mar, o artista transferiu-se para Santos, onde ficou até 1968. Posteriormente, radicou-se em Cubatão, onde residiu até 1972.

Em 1974, abriu uma exposição em que retratou, em 50 desenhos em bico-de-pena, a cidade de Cubatão na perspectiva de Afonso Schmidt, por meio da obra Zanzalá, dentro das comemorações do V Semana Afonso Schmidt.

Jean Luciano alcançou notoriedade na França, Espanha, Portugal e Itália, somando uma centena de exposições coletivas e individuais, sempre com desenho a bico-de-pena.

Em 1977, o artista plástico Jean Ange Luciano foi o vencedor do Prêmio Afonso Schimidt, com um quadro que retratou o Menino Felipe. A obra se tornou um símbolo por fazer uma síntese dos escritos do principal literato cubatense, atualmente, decora o Bloco Cultural do Paço Municipal de Cubatão.

 

Departamento de Imprensa - 30/07/2008
20080730-TombamentodasTelasdeJeanLuciano-ALSB-doc- Zanza 6


Quadro pintado por encomenda da Transportadora Meca, em 2009, mostra um veículo da empresa transitando pela Estrada Velha do Mar, tendo Cubatão ao fundo. "Se olharem bem da até para determinar os morros da tela do Benedito Calixto, a curva do rio e o Largo do Sapo. Foi uma encomenda do amigo Raoul, empresário e dono da transportadora MECA, que detém o original", observou o artista, em mensagem enviada desde a França a Novo Milênio, informando que a paisagem foi baseada em uma foto feita por ele nesse local, na década de 1970

Imagem enviada a Novo Milênio por Jean Ange Luciano, em 5 de março de 2009


Vista da cidade natal do pintor, a francesa Hyères, em óleo sobre tela: "Um pedacinho da minha terra primeira, pois a segunda, pedação, é o teu País", afirmou Jean, em dedicatória

Imagem: tela enviada ao jornalista Carlos Pimentel Mendes pelo artista Jean Ange Luciano, em 18 de dezembro de 2012

Hyères, no Sul da França, vista do Chemin du Fenouillet, em março de 2009

Imagem: Google Maps/Street View (acesso: 5/2/2013)

 

A cidade natal de Jean Luciano, vista do Chemin de la Roquette, em março de 2009

Imagem: Google Maps/Street View (acesso: 5/2/2013)

 

Área central de Hyères, na Avenue Alphonse Denis, em fevereiro de 2009

Imagem: Google Maps/Street View (acesso: 5/2/2013)

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