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AGENDA 21 - CUBATÃO 2020

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Clique na imagem para voltar ao índice de Agenda 21 Cubatão 2020Texto do livro "Cubatão 2020 - A Cidade que Queremos", lançado em 2006, incorporando com algumas modificações o diagnóstico da cidade e as propostas para realização até o ano 2020, dentro do projeto Agenda 21:
 

Imagem: reprodução da página. Fotos: Rolando Roebbelen

1 - A região metropolitana e o contexto de Cubatão

1.1 ORIGENS

Cubatão surgiu como ponto de ligação entre as trilhas que vinham do alto da Serra do Mar e as vias aquáticas para São Vicente, Santos e o mundo. Conseguiu prosperidade econômica com o controle da barreira fiscal e do transbordo de cargas entre o porto santista e São Paulo de Piratininga. Esse sistema integrando os modais terrestre e aquático foi, provavelmente, a primeira experiência brasileira em transporte multimodal.

A fonte de renda advinda do transporte de cargas começou a diminuir após a construção da estrada ligando Cubatão ao Porto de Santos, em 1827, e deixou de existir, definitivamente, com a construção da ferrovia, 40 anos depois, já que as cargas e pessoas passavam por Cubatão sem transbordo ou escala, como anteriormente.

O povoado sobreviveu, entretanto, graças à indústria extrativista e ao cultivo da banana. Em fins do século XIX, Cubatão se tornou um imenso bananal, entremeado pelo cultivo de outras frutas, o que permitiu a consolidação do povoado.

O escoamento da banana era feito por pequenas ferrovias internas que levavam a fruta até a estação e, dali, para a capital e o porto santista, de onde seguiam principalmente para a Argentina.

Vista parcial do centro de Cubatão

Foto: Rolando Roebbelen, publicada no livro Agenda 21 Cubatão 2020

1.2 INDUSTRIALIZAÇÃO

No final do século XIX e início do XX, algumas indústrias se instalaram no município. Um curtume, em 1895, uma fábrica de corantes (Anilinas), em 1916, outra de papel (Fabril), em 1918, e a hidrelétrica Henry Borden, em 1926, que garantiu boa parte da força motriz para a capital paulista. Também houve o desenvolvimento das ligações rodoviárias entre o Planalto Paulista e a Baixada Santista, com a melhoria do Caminho do Mar (1925) e a inauguração da Via Anchieta (1947). esses fatores contribuíram para Cubatão tornar-se um local atrativo para a expansão industrial paulista, nos anos subseqüentes.

Em 1955, com a entrada em operação da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC), e, depois, com a implantação da Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), tem início a industrialização de fato. Essas duas empresas tornaram-se marcos do desenvolvimento industrial e de profundas mudanças sociais no município.

A caracterização geomórfica da região foi decisiva na escolha desse local para a implantação do maior pólo industrial da América Latina. O vale entre montanhas, com abundância de lenha e água, estaria também protegido de ataques da aviação inimiga - vivia-se o auge da Guerra Fria, não esquecido o medo de bombardeios aéreos surgidos na Segunda Guerra Mundial.

Porém logo se perceberia que área assim protegida impedia a dispersão de poluentes, gerando uma verdadeira catástrofe ambiental que atingiu seu ápice no início da década de 1980. Isso felizmente já é passado: a partir de 1983, com a implantação do Programa de Controle de Poluição, as indústrias passaram a controlar e eliminar as fontes poluidoras, e o vale vem se recompondo em termos ecológicos e agora já é conhecido como Vale da Vida.

A industrialização provocou uma forte corrente migratória para Cubatão. Havia muitos empregos com poucas exigências técnicas nas obras civis de instalação das indústrias. O quadro de uma população rural, até então predominante, rapidamente se inverteu. Em 1950, havia 5.377 pessoas na área rural e 6.426 na urbana; em 1960, 6.281 na rural contra 18.885 na urbana. Em 1970, a população urbana representava 73%, e a rural, 27%. Atualmente a população urbana já alcança 96,4% do total.

Indicadores demográficos de Cubatão

Indicador demográfico

Ano

Unidade

R. metropolitana

Cubatão

Crescimento anual

1991/2000

%

2,16

1,8

Densidade demográfica

2000

Hab./km²

622

732

Taxa de urbanização

2000

%

99,6

99,4

População

2000

pessoas

1.476.820

108.309

Fonte: IBGE

Terminada a fase de implantação das indústrias e construção de rodovias, no final da década de 1970, muitos trabalhadores de baixa qualificação foram dispensados, criando-se problemas sociais como o subemprego e o trabalho informal.

Uma das conseqüências do subemprego foi o aumento da população que improvisava moradias em locais inadequados, como as encostas da Serra do Mar e as regiões de mangue, num processo de ocupação desordenada e crescente que se estende aos dias de hoje. Por outro lado, os trabalhadores mais qualificados, oriundos dos municípios vizinhos, também passaram a se deslocar diariamente a Cubatão, que se tornou uma importante base econômica para outras cidades da região.

A Região Metropolitana da Baixada Santista

Imagem publicada no livro Agenda 21 Cubatão 2020.

1.3 REGIÃO METROPOLITANA

Em 1996, foi criada a região metropolitana da Baixada Santista, abrangendo os municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. Foi constituído o Conselho de Desenvolvimento da Baixada (Condesb) e, em 1998, foi criada a Agência Metropolitana (Agem). Essas instituições realizam reuniões periódicas para discutir e propor ações conjuntas e formular projetos de interesse metropolitano. Entretanto, a falta de capacidade institucional de ação efetiva das regiões metropolitanas no quadro legal brasileiro dificulta a implementação de planos e propostas, retardando a integração metropolitana nas áreas de infra-estrutura e serviços.

A Região Metropolitana, como um todo, registra um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, mas possui uma flagrante desigualdade entre os municípios. Cubatão apresenta o menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) entre os 9 municípios da região, 0,772, enquanto Santos tem o maior índice, 0,871. No entanto, segundo dados do IBGE de 2002, Cubatão aparece como a cidade mais rica da região e a 39ª do país, enquanto Santos, respectivamente, ocupa a 2ª e 45ª posições. Em relação à renda per capita, a de Cubatão era de R$ 40.337, e a de Santos, R$ 9.696.

PIB e renda per capita da RMBS - 2002

Cidade

 PIB (*)

Renda per capita

Cubatão

4.567.617

40.337

Santos

4.054.114

 9.696

Bertioga

    229.535

 6.490

Guarujá

1.810.531

 6.455

Praia Grande

1.071.959

 5.016

Mongaguá

    188.031

 4.735

Itanhaém

    375.385

 4.726

Peruíbe

    266.986

 4.700

São Vicente

1.117.558

 3.564

(*) A valores de mercado corrente (x 1.000)

Fonte: IBGE

Região metropolitana da Baixada Santista

Município

População

Área km²

Área %

IDH–M 1991

IDH–M 2000

Santos

   417.983

271

11,4

0,838

0,871

São Vicente

   303.351

146

  6,2

0,765

0,798

Praia Grande

   193.582

145

  6,1

0,740

0,796

Bertioga

    30.039

482

20,3

0,739

0,792

Guarujá

   264.812

137

  5,8

0,720

0,788

Mongaguá

     35.098

135

  5,7

0,726

0,783

Peruíbe

     51.451

328

13,8

0,733

0,783

Itanhaém

     71.995

581

24,5

0,730

0,779

Cubatão

   108.309

148

  6,2 

0,723

0,772

RMBS

1.476.620

2.373   

  

  

  

* IDH–M: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

Fontes: População (CENSO IBGE 2000)
Área: Instituto Geográfico e Cartográfico/ Elaboração Emplasa,1992
IDH–M: Secretaria Estadual de Economia e Planejamento, 2004
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