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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 1/12/1998.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/07/00 14:03:52
Bips

Dica – Se o leitor tem problemas com linhas telefônicas ruidosas ou familiares que tiram o telefone do gancho no meio de uma conexão com a Internet, ou utiliza o serviço de segunda linha de uma central telefônica por programa armazenado (CPA), existe uma solução que geralmente dá bons resultados para evitar a queda da conexão nesses casos. 

No Windows, localize [Painel de Controle/Modems/Propriedades/Conexão/Avançadas/ Configurações Adicionais] e acrescente a string padrão [S10=255] (sem os colchetes). 

Back Orifice – Eis um teste simples para se detectar se algum hacker implantou o Back Orifice no seu PC e está espionando seu computador: abra uma janela DOS e digite no prompt esta linha de comando [netstat -an | find "31337"], sem os colchetes e com atenção para o caracter [|] que, na maioria dos teclados, fica junto com o caracter de barra invertida [\]. Se o computador responder apenas com um prompt simples, tudo OK, mas se ele responder com algo como [TCP [endereço IP]:31337 [endereço IP] LISTENING], seus mais caros segredos provavelmente já estão nas mãos do Polichinelo... A dica está na revista internet.br de 11/1998, com extensa matéria sobre o problema, como detectar e eliminar o Back Orifice...

Natal Nintendo – A Nintendo of America Inc. apresenta amanhã (N.E.: 2/12/1998) sua nova linha de produtos que chega ao mercado com vistas a este Natal. Executivos da empresa no Brasil e na América Latina se reúnem com a imprensa amanhã, no hotel Inter-Continental da capital paulista, para apresentar os planos da empresa para o próximo ano, e destacar, entre os lançamentos natalinos, o GameBoy Color e os games The Legend of Zelda, The Ocarina Of Time, Star Wars: Rogue Squadron.

Bug – A Zurich Seguros desenvolveu e está distribuindo aos seus clientes o manual "Ano 2000. O que fazer?", que alerta sobre a importância de se testar máquinas e equipamentos com relação ao Bug do Milênio. O livrete explica no modo passo-a-passo, de forma simplificada, como fazer essa verificação nos computadores (e outros sistemas que utilizem processadores) e também nos programas (softwares), podendo ser solicitada também por quem o desejar, gratuitamente, pelo e-mail celso.barata@zurich.com.

O manual ajuda os leigos a entenderem o problema, e inclusive tem uma lista de endereços na Internet bastante útil para quem quiser se aprofundar no assunto, mas peca - como outros conselhos que têm sido dados por aí - pelo simplismo do teste, que pode dar uma falsa sensação de segurança caso se obtenha bons resultados, ou pode causar danos se não forem adotadas certas cautelas antes de se testar os equipamentos.

Vale a intenção, mas o livrete não explica - e Informática já alertou na edição passada - que, se não for feita antes uma cópia de segurança dos arquivos, e desativados todos os programas cuja execução dependa de data, ou que tenham prazo de validade até o ano 2000, o teste de alterar o clock do computador pode fazer com que arquivos sejam apagados ou softwares sejam travados para uso futuro, pois a máquina enganada estará executando agora procedimentos que só deveria realizar na data escolhida para o teste. Em muitos casos, a reversão da data não reverterá os danos causados pelo teste...

Outro problema: o Bug não é apenas uma questão do computador apresentar a data com quatro dígitos. Ele precisa reconhecer que o ano 2000 é bissexto (ao contrário dos três anos seculares anteriores), e isso não é lembrado no manual na segunda vez em que propõe o teste. Além disso, existem sistemas que recebem a data errada do relógio mas possuem um esquema de compensação para apresentar uma data aparentemente correta, dando a falsa impressão de que está tudo em ordem. Se um dos programas instalados buscar a informação de data diretamente no relógio da máquina, sobrepassando tais sistemas, a falha ocorrerá, e só então é que será detectada.

Os especialistas lembram também que existem programas tipo TSR (Terminate and Stay Resident) que fazem a conversão de datas, resolvendo temporariamente o problema. Mas, basta que o programa seja apagado ou danificado numa reconfiguração futura da máquina para problemas inesperados surgirem, o que deixa margem a um grande risco para as empresas que utilizarem esse truque.

Diz a famosa Lei de Murphy: se alguma coisa tiver a mínima chance de dar errado, dará. E se não houver chance alguma de uma falha surgir, então pode ter absoluta certeza: ela aparecerá!

No seu ou no meu? – Pode-se dizer, extrapolando um pouco, que Santos e o mundo viram, pela primeira vez, uma situação de guerra civil por causa de um computador. Afinal, empresários e trabalhadores se confrontaram nas ruas para decidir em que computador será rodada a listagem dos portuários avulsos escalados para o trabalho no porto, se no equipamento dos sindicatos laborais, se no do OGMO... O resto são detalhes, não é?

E eles? – Buguinho fez uma pergunta pertinente: os vírus ativados por data estão preparados para agir a partir do ano 2000? Afinal, a redução no tamanho dos programas, que levou ao uso do ano com dois dígitos e daí ao surgimento do Bug, é também primordial na criação dos vírus de computador, que precisam ser pequenos e ágeis pela sua própria natureza. Será que estaremos livres de alguns vírus no ano 2000, ou eles endoidarão de vez, complicando ainda mais a vida do usuário de informática?

O inseto – O especialista em criptografia Amílcar Brunazzo Filho lembra, via e-mail, que a origem do termo Bug para designar falhas de computação não seria hard, mas soft. Explica: o problema não seria o inseto (bug) entrar nos imensos computadores a válvula dos anos 40/50 e provocar pequenos curto-circuitos, com os conseqüentes erros nos cálculos, mas sim de um ou alguns insetos terem sido "impressos" nas listagens emitidas pelas máquinas. Como as listagens processadas vinham em caracteres binários (zeros e uns), um inseto esmagado contra o papel poderia passar, no meio de tantos dígitos, por mais um, e um leitor desatento não teria percebido que até hoje não foi inventada a impressão 3D. Descoberta a falha, com a remoção do inseto do papel, os cientistas teriam passado a usar essa piada, e a cada resultado estranho, diziam: "Vamos procurar onde está o inseto (bug)". O termo teria pegado assim...

Bem, mantemos nossa versão, apoiados por diversas publicações, mas registramos essa variante. E deixamos ao leitor a polêmica: afinal, o bug surgiu como falha de hardware (pela queima de circuitos que provocaram resultados errôneos) ou de software (por aparecer na listagem impressa)? Ou vice-versa (o resultado errado surgiu porque o software não detectou o circuito danificado, ou porque o hardware "imprimiu" o mosquito sobre uma listagem perfeita)? Ih, complicou...