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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática
do jornal A Tribuna de Santos/SP, em 2 de dezembro de 1997
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/04/00 04:34:40

HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 23 - O futuro que vem aí
Técnicas variadas determinam a direção do
olhar

Há pelo menos cinco técnicas para se controlar o movimento ocular a partir da reflexão da luz no olho, usando-se principalmente a luz infravermelha. Uma delas considera a diferença de cor entre a parte branca (limbus) do olho e a íris, geralmente escura (ou mesmo negra), mas como a comparação é feita em relação à cabeça da pessoa, esta precisaria estar imóvel. Outro modo é registrar o movimento da pupila, e (ao contrário da chamada técnica Limbus Tracking) permite controlar também movimentos verticais do olho.

As quatro reflexões Purkinje de um raio de luz

A terceira técnica é registrar o reflexo de uma luz (preferencialmente infravermelha) projetada sobre o olho da pessoa. Existem quatro resultados, conhecidos como imagens Purkinje. A primeira, também chamada de glint, é o reflexo da luz na retina (o brilho do olho): com o movimento ocular, a posição relativa da glint e o centro do “brilho do olho” mudam também, permitindo assim calcular a posição. Mas, um movimento lateral da cabeça pode por a imagem do olho fora de foco, ou sair  da posição captada pela câmara de vídeos que registra os reflexos. São aproveitáveis basicamente movimentos entre 12 e 15 graus positivos e negativos (mais que isso, seriam necessários cálculos de correção geométrica bem mais complexos). São questões que os pesquisadores esperam resolver dentro de algum tempo.

Uma das técnicas mais recentes se baseia na digitalização da imagem do olho do usuário: uma luz estática é apontada para ele, capta-se a imagem da cabeça e – pelo brilho da luz na glint, é localizado o olho direito, obtendo-se uma pequena imagem (40 por 15 pixels ou menos) centrada na glint. A partir daí, são traçadas as coordenadas.

O quarto método usa as primeira e quarta imagens Purkinje para determinar a direção do olhar, a partir do cálculo entre as diferenças entre as duas reflexões. Mais acurado que outros métodos, tem apenas o inconveniente de ser necessário controlar rigorosamente a iluminação ambiente, que pode interferir nos resultados da quarta imagem Purkinje.

Existe ainda o método da eletro-oculografia, baseada no fato de existir um campo eletrostático que se movimenta com o olho. Registrando-se as pequenas diferenças nesse campo, pode-se obter a posição do olho, a partir de eletrodos colocados próximos ao olho. Consegue-se assim controlar movimentos oculares de até 70 graus positivos ou negativos.