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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/20/00 22:34:46
Marcas que a História deixou

Febre amarela na Baixada Santista? Não é tão impossível: Santos mesmo já passou por diversas epidemias de febre amarela e até hoje guarda as marcas dessa fase negra de sua história: os canais e o cemitério do Saboó. 

História: há 112 anos, a população santista era de 15.605 pessoas. Cinco anos depois, em 1890, tinha caído para 13.012 habitantes. Parte da população tinha morrido por causa das epidemias que grassavam na região, e outra parte tinha fugido da cidade. 

As piores epidemias foram as de febre amarela, que em 1873 causou a morte de 150 pessoas e de outras 200 em 1876. No final do século passado, mais de 750 pessoas tinham morrido com essa doença. Os hospitais não conseguiam atender todos os doentes e muitos isolamentos e enfermarias foram instalados em conventos como o do Carmo e mosteiros como o de São Bento.

Outras - Não era uma epidemia isolada: registravam-se também epidemias de peste bubônica, varíola, difteria, tuberculose. Os navios foram proibidos de atracar, sendo as cargas levadas até eles em pequenos barcos. Santos era um porto maldito, evitado pelos navios estrangeiros, e foram tantos os mortos que se precisou construir o cemitério do Saboó, bem maior que o do Paquetá. 

Foram criadas as comissões Sanitária e do Saneamento, sendo esta chefiada pelo engenheiro Saturnino de Brito. Para corrigir as péssimas condições ambientais da cidade, ele projetou o sistema de esgotos, com lançamento dos detritos em mar aberto (na Ponta de Itaipu, na atual Praia Grande), uma rede subterrânea para receber a água da chuva e um sistema de nove canais de drenagem, cortando a planície de mar a mar, usando a força das marés para renovar as águas e evitar que ficassem paradas. O primeiro desses canais, que hoje marcam a cidade (o Canal 1), completa em breve 70 anos: foi inaugurado em 27 de agosto de 1907.

Febre amarela endêmica na América do Sul, em mapa de Travel Health-1997
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Quem: médico Meyer Reznik

Esta série de matérias foi publicada originalmente pelo autor 
no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP em 15/4/1997
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