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NOTÍCIAS 2003

Surge a Rede Brasileira de Combate ao Câncer

Lançamento da RBCC acontece em 11/2/2003, no Itaú Cultural, na capital paulista

A Sociedade Brasileira de Cancerologia e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica lançam no dia 11/2/2003, às 11 horas, no Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149, na capital paulista) a Rede Brasileira de Combate ao Câncer (RBCC). Trata-se de uma programação de alta qualidade científica que será transmitida para pontos de todos os estados do País, via satélite, pela TV Web Conexão Médica. Na oportunidade, também será lançado o portal RBCC, que trará toda a programação da rede e o conteúdo de programas com informações gerais sobre a doença.

A RBCC atingirá, inicialmente, mais de 100 instituições que atuam na luta contra a doença. Seu objetivo principal é propiciar a troca de experiências entre os centros de referência e os hospitais que atuam no combate ao câncer, disseminar a instrução de novas técnicas de prevenção e detecção do câncer e a coleta de dados epidemiológicos. Todas essas ações buscam garantir a constante atualização médica e um atendimento de melhor qualidade à população.

Assim, a RBCC democratiza o conhecimento científico e possibilita que médicos, de todos os pontos do Brasil, mantenham-se freqüentemente atualizados quanto ao que há de mais eficaz em termos, por exemplo, de tratamentos, remédios e vacinas em testes.

"Este é um projeto grandioso, que visa criar condições para que possamos não apenas combater como diminuir a incidência do câncer, que é a segunda doença que mais mata no Brasil", afirma Raul Cruz Lima, presidente da Conexão Médica. "Com o conteúdo gerado pelas sociedades e o apoio dos principais especialistas do País, além dos centros de referência, teremos condição de fornecer a todos os profissionais da área e também aos de outras especialidades informações do que há de mais avançado na prevenção e combate à doença.

Interligando o Brasil - A RBCC incorporará inicialmente 32 dos 77 centros públicos nacionais, além de 92 entidades, entre associações médicas estaduais e hospitais particulares já assinantes da TV Web Conexão Médica. Ao todo, serão 123 auditórios por todo o País. O intuito, a médio prazo, é interligar todos os centros que trabalham na prevenção e combate ao câncer.

A primeira fase, inaugurada em 11/2/2003, focaliza a instrução de profissionais de saúde especializados no tratamento do câncer. Terá duração de um ano. A segunda fase será dirigida a não-especialistas. O objetivo é aumentar ao máximo a abrangência da RBCC, transmitindo informações importantes ao público leigo.

A Rede pretende proporcionar acesso direto aos programas de voluntariados nos hospitais de câncer e aos mais de 20 milhões de pacientes e familiares envolvidos com o tratamento e o diagnóstico da doença.

Antes do início da RBCC, já participavam do projeto as seguintes instituições: Hospital Sírio Libanês, Hospital Santa Rita de Porto Alegre, Hospital do Câncer de Barretos, dentre outros, além das Sociedades Brasileiras de Radioterapia, de Oncologia Pediátrica e de Enfermagem Oncológica. Para a parte específica de Pediatria Oncológica, a Conexão Médica está associada ao Centro St. Jude Research Hospital, em Memphis, EUA.

O que é a Conexão Médica - Com tecnologia de vídeo digital, a Conexão Médica opera em banda larga, oferecendo a mais alta qualidade de imagens, sons, e dados para a transmissão de cirurgias e as mais avançadas técnicas desenvolvidas nos maiores centros de referência do mundo. O sistema é extremamente simples: para a recepção das imagens basta apenas uma antena parabólica que capta o sinal do satélite e uma placa para computador que decodifica este sinal. Esta solução pode ser instalada em qualquer local do Brasil, independentemente de qualquer outro tipo de telecomunicação que já exista no local.

A Conexão Médica leva atualização médica para todo o Brasil. É uma TVWeb que fornece a seus assinantes, via satélite, programas de atualização médica em qualidade digital. Forma uma rede de instituições médicas, com a participação dos principais hospitais e os mais reconhecidos profissionais da área, para intercâmbio e difusão do conhecimento médico mais atual e relevante.

Médicos e profissionais da área da saúde fazem sua atualização em instituições assinantes da rede que podem ser hospitais, clínicas, associações médicas, cooperativas e planos de saúde. Com isso, é possível difundir o conteúdo a um número maior de profissionais e integrar o processo de atualização aos locais de trabalho.

Programação de alto nível - A grade de programação da RBCC terá sua pauta definida em reuniões semanais e mensais. Alguns programas já estão definidos, como a Reunião Nacional de Oncologia, com discussão de casos clínicos, o Programa de Educação na Residência Médica, com a apresentação de "Casos-Conceito" nas neoplasias mais comuns no Brasil, o Programa de Cancerologia para não especialistas, com o intuito de divulgar os principais conceitos em Oncologia, e o Sabadão Oncológico, simpósio periódico com temas relevantes na Oncologia por telemedicina. Além dos programas específicos para médicos, a Rede tem como objetivo vir a transmitir programas para leigos e para a capacitação do voluntariado.

Segundo o Dr. Frederico Perego Costa, diretor do Programa de Ensino à Distância da Sociedade Brasileira de Cancerologia, o intuito é disseminar informações destinadas à melhoria da qualidade de vida dos pacientes portadores de câncer e promover programas de prevenção de doenças, como os cânceres de mama e ginecológicos, por exemplo.

"Realizamos um projeto piloto em que conectamos 25 auditórios em hospitais particulares e Associações Médicas para reuniões multidisciplinares em Oncologia", comenta Dr. Frederico. "Após 42 reuniões realizadas, ficou demonstrado que a integração dos médicos é possível, necessária e definitivamente influencia o tratamento oferecido ao pacientes".

Recordista de mortes - O câncer é a segunda causa de mortes por doença no Brasil, perdendo apenas para as doenças do aparelho circulatório. Segundo estimativas oficiais, a doença seria responsável, em 2002, por 122.600 óbitos, sendo 66.060 do sexo masculino e 56.540 do sexo feminino. O número de novos casos diagnosticados seria de 337.535. Os tumores responsáveis pelas maiores taxas de incidência e mortalidade no país são os de pele, próstata e pulmão para os homens, e mama, pele e colo de útero para as mulheres.

Uma das principais causas de morte em todo o mundo é o câncer de pulmão. No Brasil, ele merece também um grande destaque porque é a primeira causa de morte por câncer entre os homens e a segunda entre as mulheres. Um dos principais fatores de risco que constitui o câncer de pulmão é o tabagismo, cujo risco é superior a 90%.

Ë nesse quadro que instituições renomadas de todo o mundo vêm investindo em estudos para o tratamento da doença. E os avanços nas pesquisas têm garantido, nos últimos anos, um grande progresso, visando não apenas a sobrevida do paciente, mas também a garantia de uma qualidade de vida, por intermédio de novas técnicas, terapias e procedimentos no combate à doença.

"A ciência na cancerologia avançou muito nos últimos anos. É necessária uma reorganização dos conceitos, uma constante atualização dos médicos e uma reavaliação dos tratamentos para melhorar a abordagem do paciente com câncer", avalia a Dra. Nise Yamaguchi, diretora científica da Sociedade Brasileira de Cancerologia. "Temos a certeza de que a RBCC será fundamental para garantir uma qualidade de vida melhor, por intermédio de novas técnicas, terapias e procedimentos no enfrentamento à doença".

"A disseminação científica de qualidade é a principal finalidade das Sociedades Científicas e da RBCC. É uma forma de desempenharmos nosso papel com agilidade e fidelidade", completa o Dr. André Moraes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.