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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 10/09/01 20:25:18
Bips 

PGP e o terrorismo - Logo após os ataques terroristas a alvos norte-americanos, e os comentários sobre o uso de truques para burlar a vigilância eletrônica sobre as comunicações - entre eles o sistema de autenticação de mensagens PGP (Pretty Good Privacy), o criador desse sistema de chaves públicas e privadas de criptografia, Phil Zimmermann, divulgou mensagem explicando que uma entrevista dada ao jornal Washington Post foi alterada pelos editores, dando a impressão ao leitor de que ele teria mudado de opinião sobre a validade do uso do sistema de criptografia que criou. 

Ele continua entendendo que o uso popular de criptografia de mensagens é útil à democracia, mesmo que eventuais malefícios possam surgir de seu uso por grupos terroristas. Zimmerman tranqüilizou os usuários do sistema, dizendo que não concorda com a criação de portas de trás (backdoors) no programa. Este é o texto original da mensagem em inglês:
 

The Friday September 21st Washington Post carried an article by Ariana Cha that I feel misrepresents my views on the role of PGP encryption software in the September 11th terrorist attacks. She interviewed me on Monday September 17th, and we talked about how I felt about the possibility that the terrorists might have used PGP in planning their attack. The article states that as the inventor of PGP, I was "overwhelmed with feelings of guilt".  I never implied that in the interview, and specifically went out of my way to emphasize to her that that was not the case, and made her repeat back to me this point so that she would not get it wrong in the article. This misrepresentation is serious, because it implies that under the duress of terrorism I have changed my principles on the importance of cryptography for protecting privacy and civil liberties in the information age. 

Because of the political sensitivity of how my views were to be expressed, Ms. Cha read to me most of the article by phone before she submitted it to her editors, and the article had no such statement or implication when she read it to me. The article that appeared in the Post was significantly shorter than the original, and had the abovementioned crucial change in wording. I can only speculate that her editors must have taken some inappropriate liberties in abbreviating my feelings to such an inaccurate soundbite. 

In the interview six days after the attack, we talked about the fact that I had cried over the heartbreaking tragedy, as everyone else did. But the tears were not because of guilt over the fact that I developed PGP, they were over the human tragedy of it all. I also told her about some hate mail I received that blamed me for developing a technology that could be used by terrorists. I told her that I felt bad about the possibility of terrorists using PGP, but that I also felt that this was outweighed by the fact that PGP was a tool for human rights around the world, which was my original intent in developing it ten years ago. It appears that this nuance of reasoning was lost on someone at the Washington Post. I imagine this may be caused by this newspaper's staff being stretched to their limits last week. 

In these emotional times, we in the crypto community find ourselves having to defend our technology from well-intentioned but misguided efforts by politicians to impose new regulations on the use of strong cryptography. I do not want to give ammunition to these efforts by appearing to cave in on my principles. I think the article correctly showed that I'm not an ideologue when faced with a tragedy of this magnitude. Did I re-examine my principles in the wake of this tragedy? Of course I did. But the outcome of this re-examination was the same as it was during the years of public debate, that strong cryptography does more good for a democratic society than harm, even if it can be used by terrorists. Read my lips: I have no regrets about developing PGP. 

The question of whether strong cryptography should be restricted by the government was debated all through the 1990's. This debate had the participation of the White House, the NSA, the FBI, the courts, the Congress, the computer industry, civilian academia, and the press. This debate fully took into account the question of terrorists using strong crypto, and in fact, that was one of the core issues of the debate. Nonetheless, society's collective decision (over the FBI's objections) was that on the whole, we would be better off with strong crypto, unencumbered with government back doors. The export controls were lifted and no domestic controls were imposed. I feel this was a good decision, because we took the time and had such broad expert participation. Under the present emotional pressure, if we make a rash decision to reverse such a careful decision, it will only lead to terrible mistakes that will not only hurt our democracy, but will also increase the vulnerability of our national information infrastructure. 

PGP users should rest assured that I would still not acquiesce to any back doors in PGP.

It is noteworthy that I had only received a single piece of hate mail on this subject.  Because of all the press interviews I was dealing with, I did not have time to quietly compose a carefully worded reply to the hate mail, so I did not send a reply at all. After the article appeared, I received hundreds of supportive emails, flooding in at two or three per minute on the day of the article.

I have always enjoyed good relations with the press over the past decade,
especially with the Washington Post. I'm sure they will get it right next time.

The article in question appears at
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/articles/A1234-2001Sep20.html
 

Philip Zimmermann
24 September 2001
(This letter may be widely circulated)

Mundo em 2015 - Este curioso texto de autoria anônima vem circulando pelas listas de mensagens eletrônicas da Internet brasileira:
 

2015
Agosto de 2015. Um grupo de amigos na faixa dos 25 anos conversa num bar submarino, a última moda entre os lugares mais badalados. As paredes são de vidro e você pode ver os peixes do lado de fora. O grupo de jovens está usando camisas iguais para dizerem que estão juntos, outra mania que está tomando conta da cidade. Depois de chegarem ao balcão e entregarem receitas médicas falsas, pegam seus cigarrinhos de maconha e se sentam a mesa (a erva está liberada para fins médicos e os bares e restaurantes conseguiram na Justiça um jeito de servirem maconha em seus estabelecimentos alegando prestar reforço terapêutico). Eles começam a conversar. - Hoje vi na Internet um site sobre a Xuxa. Como eu era fã dela!

- Caramba! A Xuxa? Que engraçado! Depois me dá o endereço desse site. Não vejo um site sobre a rainha há anos. Poxa eu também gostava dela. Eu ia sempre no programa dela. Como era mesmo o nome? Xou da Xuxa?

- Não, era Xuxa Parque. Aquilo era muito bom, não? Não é igual a essas porcarias que têm por aí agora. Os programas infantis não são mais inteligentes como eram antigamente. Com a Xuxa a gente aprendia a cantar, pular... Como era educativo.

- Coitada da Xuxa. Não merecia o que aconteceu com ela. Ela deu tanto amor para a Sasha. Aquela menina não devia ter feito aquilo. Como ela pode ter se virado contra a própria mãe e escrever um livro onde falou aquilo tudo!

- Pois, é! Nunca ninguém achou que ela era usada pela própria mãe para atrair a mídia. Eu achei normal a Xuxa posar nua com a Sasha. Acho que foi um trabalho artístico. Ninguém botou maldade vendo a Sasha pelada com a mãe na Playboy. Essa revolta foi coisa que puseram na cabeça dela. Deve ter sido aquela namoradinha dela. Como era mesmo o nome da namorada da Sasha?

- Andressa! Andressa Liberato!

- Isso! A filha do Gugu, né?

- Gugu! Nem lembrava mais dele! Vocês se lembram dos programas de domingo de antigamente? Não dava para comprar nada pela WebTV! Se alguém quisesse comprar aquelas coisas que o Gugu anunciava tinha que ir na loja procurar né? Acho que nem tinha WebTV, tinha?

- Não tinha não. Mas o Gugu nem precisava daquilo. Era muito divertido, né? Tinha a banheira, onde o pessoal tentava pegar o sabonete.

- Eles usavam sunga e biquíni, né? Ou já era todo mundo pelado?

- Não, naquela época não tinha apelação! Era todo mundo vestido. E tinha close só no corpo dos convidados. Não tinha sexo explícito. E só ia gente legal. As mulheres tinham talento. Era o pessoal do movimento do axé e do movimento do pagode. A galera que batalhava para levar cultura ao povo.

- Eu ainda tenho uns CD-Roms do Tch@n. Eu queria achar uns da época em que não tinha o arroba no nome do grupo. Se não me engano, ainda não tinha quatro Sheilas.

- Exatamente. E eram só três Sheilas. E todas eram mulheres mesmo. Ainda não tinha travesti.

- Isso foi antes ou depois daquela idéia de Miss Tch@n, com uma candidata de cada estado brasileiro tentando ser a Morena ou a Loura do Tch@n do ano? Acabou ganhando uma do estado da Argentina, que tinha acabado de ser anexado.

- Nem lembro mais. O concurso foi no Domingão do Faustão, da Globosoft?

- Não era Globosoft ainda, não. A Microsoft ainda não tinha comprado a Globo. E o Faustão não ia se submeter ao concurso de Tch@n, não.

- Como não? Acho que ele fez alguma coisa com o Tch@n, sim.

- O Domingão do Faustão era cult! Quem via sabia que tava vendo porcaria! Era engraçado ver aquilo, né?

- Não, ainda não era cult, não! Minha namorada via amarradona. Ela vibrava quando os atores da Globosoft iam lá no palco para serem homenageados. Eu mesmo fui muito lá no auditório. Mas eu gostava mesmo era do Luciano Huck.

- É mesmo, o Luciano Huck! Ele era um grande revelador de talentos né? Tinha aquela Sobrinhazinha, que usava um chicotinho e fazia propaganda do Kuat, mexendo com a cabeça de um cara mais velho, que ela chamava de tio.

- Não, você está confundindo tudo! A mulher que o Luciano Huck descobriu era a Tiazinha! Ela era loura e usava um véu e era toda inchada de silicone! Era aquela que se matou depois que foi reprovada no concurso para ser loura do Tch@n, no programa do Rafael Polegar. A menina que fazia propaganda de refrigerante, que eu acho que era de Fanta ou Sukita, era outra e sumiu depois que apareceu pelada na Playboy.

- Ela sumiu porque tentou virar funkeira, lembra? Como é que ela ia adivinhar que o funk iria acabar tão rápido!

- Acho que o funk acabou depois daquele problemão que deu com o pai do filho da Simony, lembra?

- A Simony! Cara! Ela era maluca! Lembra que ela ficou grávida de novo quando foi na prisão conhecer o maníaco do parque? Aí o pai do primeiro filho dela, que eu nem lembro o nome, mas tinha virado cantor de funk, arrumou toda aquela confusão. Prendeu ela num quarto, chamou o João Kleber, que já estava no lugar do Faustão, e matou a Simony ao vivo!

- Foi chocante na época, mas depois todo domingo algum programa fazia alguma coisa assim, para ganhar ibope. Teve o Claudinho matando o Buchecha, o Roberto Justus matando a Eliana, o Supla matando aquele argentino que pegou a Marta Suplicy, o Zezé di Camargo matando o Luciano... e quase que o Junior matou a Sandy!

- Mas esse último foi a maior armação, para fazer o Junior parecer mau. Quando descobriram que era estratégia de marketing os dois caíram no esquecimento.

- Aquele tempo que era bom, né? A gente tinha informação o tempo todo com esses programas. E também tinha cultura, porque depois convocavam um psicólogo no palco para explicar tudo pro público. As crianças aprendiam muito mais.

- E como aprendiam. Tinha um monte de programa sobre sexo. Tinha o da Monique Evans, tinha o da MTV, tinha as novelas, tinha o da Babi...

- Babi? Não lembro.

- Acho que era Babi, mesmo. Não lembro também. Mas lembro que era tudo só falado. Não tinha sacanagem. Tudo era tratado com seriedade e com o objetivo de tirar dúvidas do público. Não é que nem o Malhação de hoje em dia, que mostra tudo explicitamente.

- Mas vai dizer que você não vê Malhação? 

- Não vejo não. É muito cedo e ainda estou no trabalho às 5 da tarde. E não me interesso por criancinha fazendo sexo explítico. Gosto de mulher já com peito.

- Mas a Angeliquinha Gonçalves, aquela que é filha da Angélica com o André Gonçalves, tem 9 anos e já tem peito.

- Ah, silicone não conta! Todo mundo me critica, mas acho esquisito criança com silicone.

- Besteira sua. Minha irmã tem 8 anos e vai pedir uma prótese de Natal.

- Ah, mas eu sou meio retrógrado mesmo. Sou saudosista. Queria voltar para a minha infância. Naquele tempo em que não tinha apelação nem porcaria na mídia e as pessoas só apareciam por seu talento. Vou agora mesmo pra casa pra procurar na internet alguns sites sobre Luciano Szafir, Verônica Costa, Adriane Galisteu, Latino, Netinho, Gugu, Faustão, Simony, Tch@n, Carla Perez, Sandy & Júnior e Vera Loyola. Té mais!