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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 06/20/01 20:22:44
Bips

La garantia soy... - Enquanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) continua garantindo a segurança das urnas eletrônicas que usa, já está disponivel em página especial no site Voto Seguro a análise dos arquivos de log das urnas de Diadema, onde se detectou uma série de irregularidades e ilegalidades durante as eleições do primeiro turno de 2000. A informação é do engenheiro Amilcar Brunazo Filho, moderador do Fórum do Voto Eletrônico, que vem apurando diversos outros casos do gênero Brasil afora.

Arte no Muro - A Associação Rodrigo Mendes promove o Projeto Arte no Muro, que será realizado no dia 25/6/2001, das 14 às 17 horas, na Praça Central da Granja Julieta, na capital paulista. Em sua 6ª edição, visa proporcionar o convívio dos alunos do curso de artes plásticas com a comunidade, numa atividade de pintura coletiva ao ar livre onde todos podem expressar seu potencial criativo. Com o tema “A Geometria na Arte”, o projeto tem como objetivo abordar a simplicidade e a essência das formas geométricas e suas inúmeras variações, assim como fizeram alguns artistas da História da Arte, Paul Klee, Mondrian, Volpi, Tomie Otake e Rothko.

Com a orientação dos artistas plásticos, educadores e professores da escola Otacília Baeta e Alfonso Ballestero, as técnicas utilizadas serão: acrílica sobre painel de lona; tinta à base de água e pigmentos sintéticos. Os trabalhos realizados ficarão expostos na Associação durante os próximos meses.

Fundada em 1994, a entidade não tem fins lucrativos: sua missão é possibilitar que o indivíduo desfrute dos inúmeros benefícios de conviver com a arte, respeitando as diversidades inerentes ao ser humano. Considerando os princípios da filosofia de inclusão social, adotada pela Unesco, está preparada para receber pessoas de diversas idades e com algum tipo de deficiência (física, mental, sensorial e múltipla) e também qualquer pessoa que se interesse pelo aprendizado da arte.

Leão - Termina em 29/6/2001 o prazo para as empresas entregarem a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) deste ano, com as informações referentes ao ano-base de 2000. Todas as empresas optantes pelo lucro real ou presumido devem entregar a declaração, inclusive as equiparadas e as entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e falimentar. Não precisam entregar as empresas imunes ou isentas, pois já entregaram a declaração até o final de maio. Também estão dispensadas da entrega, entre outras, as empresas optantes pelo Sistema Simplificado de Pagamento de Tributos Federais (Simples), por estarem obrigadas a apresentar a Declaração Simplificada.

A DIPJ conterá informações sobre impostos e contribuições federais devidos pelas empresas, como o Imposto de Renda, IPI, Cofins, PIS/Pasep e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Será transmitida de forma centralizada, pela matriz da empresa, via Internet, pelo programa Receitanet, ou apresentada em disquete nas agências do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e nas unidades da Receita.

Piratas da cara-de-pau - Nas barbas das autoridades encarregadas da repressão à pirataria de programas de computador, circulam via correio eletrônico mensagens como esta, que oferece não só os produtos da Microsoft (Microsoft Word, Microsoft Excel, Microsoft Outlook®, Microsoft PowerPoint®, Microsoft Access - com o símbolo de ®egistrado e tudo), mas até o CD de Treinamento Passo a Passo Interativo do Office XP:

Vá lá... e seja cadastrado na lista de compradores de produtos piratas...
Nova na Web - Está sendo lançado na Internet a WebNova, uma bolsa de negócios para empresas, onde uma empresa interessada na aquisição de um produto ou serviço (que geralmente possa ser prestado ou ao menos descrito de forma escrita) pode entrar em contato com todos os fornecedores cadastrados no sistema de uma só vez, requisitando orçamentos.

Destaque - A Global One conquista o prêmio “Destaque do Ano” concedido pela revista World Telecom por seu serviço de Internet. A escolha levou em conta critérios como desempenho econômico, parcela de mercado, imagem institucional,
investimentos em mercadologia, suporte e adaptação dos produtos ao mercado local. O prêmio será anunciado oficialmente na edição especial “As 100 Maiores de Telecomunicações”, nas bancas no final de 6/2001.

O estilo de Guga - Depois de brilhar em Roland Garros (França), o tenista Gustavo Kuerten (Guga) estrelará o filme da campanha do novo celular da Motorola, o V.120, que vai ao ar em 7/2001. Moderno e arrojado, o telefone, disponível em preto e azul claro, possui rádio FM, a grande sacada para o público jovem, e inclui capas coloridas que podem ser adaptadas ao gosto do usuário. A campanha terá lançamento nacional em TV aberta e a cabo, revistas e cartazes de rua.

Da Web para a revista - O ShopFácil (empresa da Scopus.com, criada em 11/2000) lançou o terceiro número de sua revista, dirigida aos internautas que navegam em seu site. Com 74 páginas e mais de 160  produtos em oferta, tem como maior novidade o AchaFácil, um sistema rápido de localização dos produtos na Internet que facilita a vida dos usuários: para cada produto presente na revista, o ShopFácil criou o código AchaFácil de seis dígitos. Assim, no site, o internauta só precisa digitar este código no campo correspondente para acessar imediatamente o produto escolhido e efetuar a compra na mesma hora. Caso a mercadoria não esteja mais em promoção, o ShopFácil busca e exibe produtos similares com preços semelhantes. 

MSN/esportes - O MSN, portal de serviços e conteúdo da Microsoft, colocou na Web a área de esportes, resultado das parcerias com os sites Pelé.Net, Webventure e 360 Graus. Com o novo canal, os usuários terão acesso a notícias, dicas, eventos e chats relacionados a esportes populares (futebol, automobilismo, basquete, tênis e vôlei), modalidades aquáticas e aéreas (surfe, mergulho, iatismo, pára-quedismo, vôo livre), além de esportes de aventura (biking, montanhismo, fora-de-estrada, rafting e trekking). Para os adeptos de esportes alternativos, o canal oferece uma seção de ecoturismo, com dicas de viagens e informações sobre a prática de atividades ao ar livre. Os usuários também contam com notícias esportivas de outros países e com recursos multimídia (vídeo, papel de parede, imagens panorâmicas projetadas em 360º), disponibilizados pelos parceiros.

Selecionada - A fabricante de computadores Acer anuncia a conquista, pelo terceiro ano consecutivo, do prêmio máximo na categoria Super Marcas de Computadores concedido pela publicação asiática da revista Reader’s Digest. A Acer também recebeu classificações superiores em Hong Kong, Malásia, Tailândia, Filipinas e Taiwan. Este é o terceiro ano consecutivo que a edição asiática da revista organiza a pesquisa, sob o ponto de vista do consumidor, para determinar as marcas preferidas naquele continente, em 38 categorias. O estudo independente foi organizado pela empresa de pesquisa Taylor Nelson Sofres. Após serem classificadas de forma quantitativa e qualitativa, as marcas que alcançaram desempenho superior receberam o status Gold SuperBrand.

A empresa também conquistou o prêmio "Best of Computex 2001", julgado pela revista japonesa Nikkei Byte, para o seu notebook TravelMate 610. O prêmio foi entregue no início de 6/2001, na Computex (considerada como a terceira maior feira de computadores no mundo), em Taipei/Taiwan. Pelo terceiro ano consecutivo, a Acer vence na categoria "Best Mobile PC" e derrotou, nesta edição, o MiNote 7170 da Mitac, forte finalista da categoria. Cerca de 300 empresas concorreram ao prêmio "Best of Computex" em 2001, quase o dobro do número de participantes em 2000.  Foram escolhidas 21 finalistas e só um vencedor para cada uma das sete categorias.

Caminhando - Circula pela Internet brasileira mais uma edição atualizada da Carta de Caminha, revisada pelo internauta Laerte Braga e enviada à lista de debates Novo Milênio por Sérgio Muniz, em 9/6/2001:
 

Imagina só, se Pedro Álvarez Cabral chegasse por aqui nos dias de hoje. Acho que a carta de Caminha seria, mais ou menos, desse jeito. Dá uma lida:

                        A "NOVA" CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA

"Imagine Dulcíssima Majestade que esta Terra de Santa Cruz, hoje chamada Brasil e que a princípio supusemos tratar-se de um monte, depois uma grande ilha, continua belíssima apesar de tudo quanto ouvi e vi em minhas andanças por todos os quatro quantos. 

Majestade Sereníssima, fui além daquelas terras baianas onde pisei, praias e mulheres belíssimas, mergulhei fundo, eu e Cabral, no Brasil do Oiapoc ao Chuí, como dizem os nativos e passo a narrar-lhe minhas impressões de Escrivão Mór desse Reino por graça de Vossa Augusta Majestade. 

Eis o que pude anotar, as impressões que me foram causadas, às quais confrontei com as do intrépido Almirante Cabral, figura assaz celebrada nesta que hoje é uma República:

O presidente que os governa causou-me espanto nunca dantes sentido: fala uma coisa, faz outra completamente diferente. Pareceu-me com profunda nostalgia monárquica. Deu-me a sensação que, mesmo sendo presidente, uma invenção que pessoalmente irei explicar-Lhe Justíssima Majestade, que gostaria mesmo de ser Imperador. Inventou uma tal reeleição para ficar mais um tempo no comando dos negócios do Governo do Brasil, lhe foi possível com farta distribuição de dinheiros a senhores e senhoras do Parlamento (creio que Vossa Majestade há de lembrar-se do Parlamento inglês, ou do Senado romano, ou mesmo dos teatros gregos, as praças, para fazer um idéia do que seja um Parlamento), encarregado de decidir sobre as leis, de fazê-las. 

Quando o presidente quer alguma lei, compra os membros do Parlamento. 

Lá não existem nem duques, nem marqueses, nem condes, nem viscondes, nem barões, mas um tal ACM, gordo a lembrar um daqueles mascates comuns às ruas de nossa inesquecível Lisboa, dono de um vozeirão, que ao menor sinal de rebelião dos tais parlamentares, grita, esculhamba, interpreta um tal regimento a seu favor e consegue o que o governo quer, até porque, quem de fato manda. 

É sócio do principal acionista desta companhia que estão a fundar, controlada por banqueiros de todo o mundo, principalmente, do resto do mundo, brasileiros fora, o Brasil Sociedade Anônima. 

Este sócio a que me refiro chamam-no de Roberto Marinho. Parece que tem algo em torno de 90 anos, mas há quem afirme tratar-se de uma criatura maligna com mais de 100 mil anos. 

Ouvi e fui conferir de perto parra relatar a Vossa Majestade, que uns estranhos senhores chamados de empreiteiros, sobretudo um tipo chamado Sérgio Naya, dedicam-se a construir moradias que duram um tempo, enquanto os incautos compradores pagam as parcelas (aqui vendem em parcelas com juros altíssimos, não aqueles das tabelas reais de Vossa Majestade). Depois, citadas moradias desabam, as pessoas ficam vagando
pelas ruas, pelas casas de parentes e amigos, pedindo justiça, enquanto o dito Naya, um outro duma empresa chamada Encol, muitos outros, dedicam-se a viajar para o exterior e lá a gastarem os dinheiros recebidos, ou aplicá-los em ricos bancos. 

Destarte, é de bom alvitre narrar a Vossa Majestade que, um papel verde a que chamam de dólar, vale mais que qualquer ouro do mundo. É com ele que fazem toda a sorte de negócios. Não há escambo senão entre os mais pobres.

Das índias puras e ingênuas das quais vimos e cobrimos as partes pudentas quando de nossa chegada ao que supúnhamos monte, depois ilha, depois uma grande terra e por fim Brasil, pouco sobrou. Imagine Real Alteza que mais vale uma grande saliência traseira, bem ao gosto nosso (perdoe a irreverência deste súdito) a remexer para todos os lados, em roupas apertadíssimas e curtíssimas, para que apareçam a peso de ouro em um quadrado de vidro e metal a que chamam de televisão e que, ao que pudemos perceber, tem larga influência sobre as pessoas. 

Funciona o dia inteiro. Referidas moçoilas, com suas nádegas protuberantes rebolam, rebolam, são disputadas pela plebe, cantam com vozes magérrimas mas encantam, letras quesugerem pura pornografia e servem de exemplo. Valem mais que qualquer saber, ou quem quer que se dedique a ensinar lições de astronomia, de ciências filosóficas, ou das tantas que conhecemos, às quais aliás, acrescentei conhecimentos que deixarão Vossa Majestade parva. 

Têm até hoje um fascínio muito grande por quinquilharias. Vendem tudo que têm por papéis verdes. Os estrangeiros que aqui chegamos somos tratados como se excelências fôssemos todos, ainda que um ou outro tentem tomar as coisas ameaçando-nos com armas. 

Basta saber negociar que tanto podemos comprar umas estranhas companhias, onde se tira um aparelho de um lado e se fala com outro, certamente coisa que arrepia, assusta. Chamam de telefone o tal aparelho. 

Ou luz, como têm luz. Transformam a noite em dia. Alguns dos nossos compraram muitas coisas aqui. Parece que compraram quase tudo, os irmãos europeus, mais aqueles que os ingleses descobriram, os que chamam de americanos, tudo com troca de quinquilharias por esses negócios esdrúxulos. 

Sabe-se aqui que o presidente deles colocou o seu monte de papel verde numa tal ilha Cayman, coisa dos ingleses também, tem um monte de sócios, lá parece que fica mais seguro. O papel daqui pouco ou quase nada vale em relação ao verde, ainda que ao populacho a tal televisão faça ver ou crer o contrário. 

Pasmo mesmo, estupefato de tal monta, ficamos eu e o Almirante quando percebemos que uns homens de calção e camisas coloridas fazem que com as pessoas percam a compostura, em estranhas construções, à semelhança das arenas romanas, mas que, ao invés de lutarem entre si, correm atrás de uma bola e ganham muitas notas verdes por isso. Via de regra, Alteza, vão para nosso continente onde exercem seu ofício com raro brilho, segundo me dizem e dizem ao Almirante. Chegamos a vestir uma camisa de uma "nação" a que chamam de Rubro-negra e que parece fanatizar boa parte das pessoas aqui: choram, riem, pulam, gritam, vaiam, xingam cabeludíssimos palavrões, depois vão todos para casa. 

Aqui, Notabilíssima Alteza, ainda se dá o que se planta. Só que, a moda das capitanias de Vossa Alteza, ou que alteza tenha sido, a terra é de poucos e preferem um tal financiamento a plantar. Dito financiamento os permite, aos proprietários, viverem nas cidades, em caixas amontoadas uma por sobre a outras, um estranho gosto, enquanto a terra lá fica. Uns brigam por mais terras, os que não plantam, brigam pelos financiamentos. É curioso Majestade que todos os donos votam com o governo daquele presidente que falei a Vossa Alteza. Às vezes até contratam repulsivos seres para matar semelhantes, em flagrante desafio às leis do Senhor de todos, visando manter seus domínios, seus financiamentos. 

Pasme-se como eu e o Almirante Alteza, aqui há milhões de famintos, esquálidos, perambulando pelas ruas das cidades, ou pelos campos, como disse um músico banido em tempos idos, "pelos campos a fome em grandes plantações". Atrevo-me Justíssima Alteza, a dizer-lhe que os versos assim poderiam ser: "pelos campos há fome em grandes plantações". Hei de ser julgado mentiroso, corro o risco do escárnio dos nobres, mas é a mais pura verdade Majestade. 

Eis que resolvo ficar por aqui, completo o relato tão logo chegue ao nosso Reino e apresente-me a Vossa Majestade, fiel súdito, cumpridor de seus deveres. Coisas muitas há que narrar, contar, explicar, detalhar. 

Consegui um objeto curioso, onde as imagens ficam registradas, estáticas, chamam de máquinas fotográficas. Levo algumas imagens fixas a que chamam de fotografias, onde Vossa Alteza poderá melhor entender o que seja o Brasil. 

Coisas como um tal carnaval, uma festa diferente daquela veneziana que conhecemos, onde mulheres saem nuas, onde as pessoas pulam, dançam, fazem tal fuzarca que nos deixa bestificados, tamanho o despudor e veja Majestade, sob a proteção da Polícia. O Brasil é estranho Majestade, muito estranho. Continua como disse, de rara beleza, mas estranha, estranha. 

Ah! Antes de terminar: o tal presidente costuma referir-se aos nativos como "caipiras", "vagabundos", "atrasados", mas parece que gostam dele, afinal, mantiveram-no no poder. Um senhor barbudo, de grande prestígio, disse que é porque preferem o carrasco, estranha atitude, mas parecem preferir. Até o senhor barbudo, já começa a dar sinais de vai atirar-se aos braços do carrasco, digo presidente.

Receba El Rei, Dulcíssima, Sereníssima, Justíssima Majestade, esta carta de seu humilde súdito, perdoe-me a falta de coisas às vezes conexas, mas estou perplexo com o que vi e ouvi. Que Deus Lhe dê vida longa para o gáudio de todos nós.

Pero Vaz de Caminha

                                                                                 Por Laerte Braga