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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Matadouro
Histórias do Matadouro Municipal (3)

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Matéria publicada na última página do jornal santista A Tribuna, em 7 de abril de 1973:

Imagem: reprodução parcial da página, com a matéria

Matadouro fechará para sempre

Será  fechado, definitivamente, no dia 11, o Matadouro Municipal, que nos últimos anos esteve sob a direção da firma J. Ribas e Cia. Ltda. A decisão foi tomada pela Dipoa - Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal -, baseada em relatório da Inspetoria Regional da Defesa Sanitária, sediada em Santos.

No relatório, a IRDS informou à Dipoa que, em levantamento realizado, ficou constatado que o fechamento do Matadouro Municipal não comprometeria o abastecimento de carne para a Baixada, já que nem 10 por cento dos açougues da região recebia o produto do matadouro. Segundo o relatório, a carne, considerada de 2ª categoria, era vendida, praticamente toda, na região do ABC (Santo André, São Bernardo e São Caetano).

Feito o levantamento, a Inspetoria Regional de Defesa Sanitária fez um estudo das condições de funcionamento do Matadouro Municipal. Durante três meses, um funcionário desse órgão trabalhou no local, constatando as "péssimas condições de funcionamento e, principalmente, a falta de higiene".

Contrato - A Secretaria de Assuntos Jurídicos da Prefeitura de Santos, por determinação do interventor federal, está preparando a rescisão do contrato pelo qual o Matadouro Municipal foi entregue à firma J. Ribas & Cia. Ltda.

Segundo informações da pasta, a medida atende às condições restritivas impostas pelos ministérios da Fazenda e da Agricultura à empresa concessionária do matadouro no que diz respeito à atividade financeira e à situação de higiene daquelas dependências.

A Prefeitura está fazendo um inventário, para que fiquem caracterizados os bens pertencentes ao município, e os da empresa concessionária. Posteriormente, a administração municipal estudará a destinação do edifício e da área onde se localiza o matadouro. Para isso, o interventor nomeará comissão que deverá contar com a participação de secretários municipais.

Foto  publicada com a matéria

A confirmação veio em matéria publicada no jornal santista A Tribuna, em 12 de abril de 1973, na página 3 do primeiro caderno:

Imagem: reprodução parcial da página, com a matéria

Matadouro está fechado. Definitivamente

Ontem foi o último dia de funcionamento do Matadouro Municipal, que realizou seu último abate (199 cabeças) no dia 5. A determinação para o fechamento definitivo do estabelecimento, que vinha sendo administrado pela firma J. Ribas e Cia. Ltda. partiu da Dipoa (Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal). Porém, até as 17,30 horas de ontem, o órgão não havia lacrado as dependências do matadouro, como tem feito com os demais estabelecimentos fechados em outros pontos do Estado.

"Acho estranho que os fiscais ainda não tenham aparecido - dizia o diretor Carlos Eduardo Souza Pires, da J. Ribas -. Recebi um comunicado da Prefeitura, de que a paralisação seria hoje (ontem), mas até agora não apareceu ninguém".

Não afetará - Confirmado o levantamento feito pela Inspetoria Regional da Defesa Sanitária, o diretor afirmou que não causará problemas ao abastecimento local o fechamento do matadouro. "Nossa produção - dizia ele - era destinada em sua maioria (75%) ao ABC e São Paulo".

Carlos Eduardo Souza Pires concorda, também, que eram más as condições de higiene em que vinha funcionando o estabelecimento. "É claro que a limpeza não era excelente, mas, mesmo que construíssemos um novo prédio, de acordo com todas as exigências do Governo, de nada adiantaria.

"O local em que se situa o matadouro é a questão principal: cercado por uma avenida de grande movimento (N. S. de Fátima), o mangue e o depósito de lixo da Cidade. Seria mesmo impossível continuar".

Com o fechamento definitivo do Matadouro Municipal, cerca de 40 pessoas perderão seus empregos, já que a firma J. Ribas pretende manter apenas 10 ou 15 dos atuais funcionários, que são 50.

Vai continuar - "Dentro de 10 dias pretendemos levantar a concordata; depois disso, pensamos continuar no ramo com um novo frigorífico fora de Santos, pois aqui não há condições de sobrevivência", finalizou o diretor da J. Ribas e Cia. Ltda.

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