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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - VIDA ANIMAL
Fauna santista (4)

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Toda região tem um conjunto de animais que a caracteriza, em certa época, e que pode mudar pela ação humana, tanto na direção de um enriquecimento da fauna, como no sentido de sua aniquilação. Os morcegos têm presença regular em Santos, especialmente no verão, como registrou o jornal santista A Tribuna, na página A-3 da edição de 29 de novembro de 2010:

Imagem: reprodução parcial da matéria original

MORCEGOS

Eles chegam para a temporada

Verão é favorável para a reprodução daqueles que se alimentam de insetos

Patrícia Fagueiro

Da Redação

Verão é a estação do calor, de praia. E também de morcegos. A temporada é favorável à manutenção e reprodução de espécies que se alimentam de insetos, como a Myotis nigricans, a segunda mais encontrada em Santos, de acordo com a Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses de Santos (Sevicoz).

No verão, os ovos de insetos se rompem mais facilmente. Assim, com a oferta ampliada de comida, os morcegos insetívoros permanecem no local em que sua fome será mais facilmente saciada. Benéficos ao homem, esses mamíferos se reproduzem com mais facilidade especialmente de novembro a fevereiro. Por isso, é comum se deparar nessa época com morcegos caídos no chão. Geralmente, são insetívoros bem jovens, que tentaram sair do seu abrigo, mas não conseguiram levantar vôo.

Em Santos, a espécie mais comum é a Artibeus lituratus, frugívora, ou seja, que se alimenta de frutos. Mas, de acordo com a Sevicoz, na Cidade também ocorre a Desmodus rotundus, única das 1.200 espécies conhecidas que se alimenta do sangue de outros mamíferos - entre eles, o homem.

A presença cada vez mais comum de morcegos (que são animais silvestres) nas áreas urbanas é intrigante. Mas os especialistas ajudam a entender o que pode estar por trás dessa migração.

"Os morcegos frugívoros não saem da floresta para área urbana. Eles migram para o local onde as condições são mais propícias, onde há maior oferta de comida e abrigo. E as cidades acabam atraindo os bichos, porque o habitat natural deles está sendo devastado", explica Wilson Uieda, especialista em morcegos e professor do Departamento de Zoologia do Campus Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Nas árvores - Esqueça que os locais que podem abrigar morcegos são só aqueles bem escuros. Os postes de luz atraem muitos insetos, especialmente cupins, no verão. Logo, chamarão também a atenção dos morcegos que se alimentam de insetos.

O que dizer dos chapéus-de-sol ao lado de postes de iluminação? De acordo com Uieda, essas árvores são um dos abrigos preferidos dos morcegos frugívoros, que causam medo, por conta de seus 70 centímetros de envergadura. O bicho está longe de ser agressivo, mas os humanos devem tomar cuidado em eventuais encontros.

"Geralmente, eles, os Artibeus lituratus, voam em bandos de três ou quatro e saem das árvores com frutos nas bocas, em vôos rasantes. Quando trombam com alguém, o cidadão toma um susto, tenta afastar o animal, também assustado, com a mão, e acaba levando uma mordida, que pode transmitir a raiva", explica Uieda.

Segundo a Prefeitura de Santos, as solicitações mais comuns sobre a presença de morcegos se referem a "ruas e logradouros densamente arborizados com árvores frutíferas, com pouca iluminação e também em áreas urbanizadas próximas aos morros".

Bem perto - Forros de casas, poços de elevador, dutos de ventilação, juntas de dilatação, caixas de persianas e bueiros são abrigos urbanos típicos para morcegos. Mesmo que esse mamífero voador entre em sua casa, a orientação é não manipulá-lo, pois ele pode morder e transmitir raiva.

Nada de tentar matá-lo também. Além de serem animais silvestres protegidos pela lei federal 9.605/98, os morcegos contribuem para o equilíbrio ecológico, especialmente no que diz respeito ao controle de infestações e à polinização. A orientação é telefonar para o serviço mais indicado para realizar a remoção do animal (veja destaque).

No Brasil, já foram encontradas 166 espécies de morcegos. Nos Estados Unidos, apenas 44. "Temos quase quatro vezes mais espécies porque, na América do Norte, as florestas são homogêneas. O espaço brasileiro é formado por nichos diferentes de florestas", diz Uieda.

Extinção - Embora alguns pesquisadores defendam que há espécies de morcegos em risco de extinção, o especialista da Unesp acredita que os estudos ainda estão no início.

"Há dez anos, uma espécie considerada restrita aos estados de São Paulo  Rio de Janeiro estava na lista de animais em risco de extinção. A partir do momento que se estudou mais, verificou-se que ela também ocorria nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul, e até no Paraguai. Ela saiu da lista".

Cada espécie no seu galho

ARTIBEUS LITURATUS - Mais comum em Santos, alimenta-se de frutas. Busca refúgio nos galhos das árvores e vive em bandos. De coloração parda, possui quatro listras brancas na cabeça, acima e abaixo dos olhos. A espécie pode assustar pelo seu tamanho. Contribui para o aumento da arborização ao espalhar as sementes das frutas das quais se alimenta.

Tamanho: 70 cm. Peso: 70 gramas

Foto: reprodução, publicada com a matéria

 

MYOTIS NIGRICANS - Segunda espécie mais comum na Cidade, alimenta-se de insetos, sendo fundamental para controlar infestações. Este insetívoro voador é um dos menores mamíferos conhecidos. Sua pelagem tem tonalidade marrom escuro.

Tamanho: 13 cm. Peso: 4 gramas

Foto: reprodução, publicada com a matéria

 

DESMODUS ROTUNDUS - Menos comuns na Cidade, é a única espécie de morcego que se alimenta do sangue de mamíferos, dentre eles o homem. Ocorre apenas na América Latina, do México à Argentina. Ele não chupa o sangue humano, apenas o lambe após a mordida. Robusto, possui pelagem cinza brilhante. Mas pode apresentar tons avermelhados, dourados ou mesmo alaranjados.

Tamanho: 35 cm. Peso: 40 gramas

Foto: reprodução, publicada com a matéria

MEDICINA
Muito discriminado, o morcego da espécie Desmodus rotundus, que se alimenta do sangue dos mamíferos, pode ser a salvação para muitos portadores de doenças vasculares, como a trombose. Quando um mosquito pica alguém, libera uma substância presente em sua saliva chamada desmoteplase, um poderoso anticoagulante. Testes científicos ainda estão sendo realizados em animais.
MORDIDA RAIVOSA
Qualquer espécie de morcego pode morder o sr humano, mesmo que ela não seja hematófaga. O mecanismo de defesa do animal o condiciona a reagir assim ao sentir-se ameaçado. Como o bicho pode estar com o vírus da raiva, o ideal é que a pessoa que recebeu a mordida seja imediatamente vacinada. Após a mordida, o local deve ser bem lavado com água e sabão. O tratamento sugerido pelo Ministério da Saúde sugere uma dose de soro anti-rábico e cinco doses de vacina anti-rábica.
NÃO MEXA NO MORCEGO
Se você encontrasse um morcego dentro da sua casa, o que faria? A orientação dada por especialistas e também pelo poder público é não o manejar de forma alguma e muito menos tentar matá-lo. Nada de colocar o cachorro ou o gato como algozes. O mamífero voador pode se assustar e morder os humanos e também os bichos de estimação.

Por ser um animal silvestre, o morcego está protegido pela lei federal 9.605/98. No caso de qualquer ocorrência em Santos que envolva o bicho, a equipe da Seção de Vigilância  Controle de Zoonoses de Santos deve ser acionada por meio do telefone 3203-2903.

VARIEDADE
166 espécies de morcegos já foram encontradas no Brasil

44 espécies locais desse mamífero voador também foram registradas nos Estados Unidos

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