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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TRILHOS
2008: os trens deixam o centro da cidade (1)

Reivindicação de décadas da população, enfim atendida...

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Por mais de um século, a população de Santos enfrentou o problema representado pela passagem de trens na área urbana, interrompendo o trânsito em todas as principais avenidas, às vezes por longo período para manobras, ou de madrugada acordando com o apito das locomotivas - além dos acidentes periodicamente ocorridos com motoristas imprudentes ou equipamentos falhos de sinalização. Primeiro foram encerradas as atividades da linha de passageiros que servia o litoral Sul paulista; depois, fechadas estações como a da Avenida Ana Costa; e, com os acertos para que os trens alcançassem o porto contornando a cidade, foi possível enfim desviá-los em fevereiro de 2008 para fora da área urbana.

O principal acerto foi a negociação dos direitos de passagem dos trens (de bitola métrica) da sucessora da Sorocabana/Fepasa/Brasil Ferrovias (a ALL - América Latina Logística) com a sucessora da São Paulo Railway/Estrada de Ferro Santos-Jundiaí/RFFSA (a MRS Logística), que usa bitola larga, compreendendo a colocação do terceiro trilho e integração dos controles.

Sobre o tema, o jornal A Tribuna publicou, em suas edições impressa e eletrônica, em 24 de maio de 2007:


A saída dos trens será possível graças à implantação de uma nova linha no trecho entre Cubatão e Santos
Foto: Alberto Marques, publicada com a matéria

Quinta-feira, 24 de Maio de 2007, 08:23

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Serviço será desativado em Santos

Em três meses, trens deixarão de passar pelo perímetro urbano

Luiz Gomes Otero

Da Redação

Elza Maria Barbosa, de 56 anos, que mora no Marapé, e Odair Rodrigues Pimentel, de 61 anos, que reside no Macuco, têm pelo menos um ponto em comum: ambos possuem imóveis próximos da linha férrea que corta a Cidade.

Há vários anos, os dois vêm constatando os impactos que a presença dos trens de carga na Cidade provoca no trânsito e no meio ambiente, em função do barulho causado pelas composições, além da conseqüente desvalorização dos imóveis mais próximos.

Dentro de três meses, esta realidade deve começar a mudar com a desativação do transporte ferroviário de carga dentro do perímetro urbano santista. A medida foi anunciada esta semana por uma das concessionárias que atuam no setor na região, a MRS Logística.

A saída dos trens de carga, cujas manobras ainda atormentam motoristas em cruzamentos cortados por linhas férreas, será possível graças à implantação de uma nova linha, com bitola mista, no trecho entre Cubatão e Santos.

O presidente da MRS Logística, Júlio Fontana, confirmou o início da colocação do novo ramal, acertada através de um acordo firmado com outra concessionária, a América Latina Logística (ALL), que opera o ramal antes administrado pela Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM).

A previsão de término é para a segunda quinzena de agosto. Serão implantados 14 quilômetros de trilhos de bitola mista.

Para o prefeito João Paulo Tavares Papa, a notícia representa uma conquista para a população santista "que há vários anos vinha pedindo a saída dessas composições de carga. O Município não comporta mais esse modelo de transporte".

A luta começou a ganhar novos contornos a partir de 2005, em um seminário realizado na Capital, no qual Papa defendeu a necessidade de implantação do terceiro trilho.

No ano passado, a Prefeitura solicitou ao Conselho de Autoridade Portuária (CAP) a convocação de todas as partes envolvidas no assunto, inclusive da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), que acabou ocorrendo no início deste ano. Em março, as duas empresas informaram que já haviam chegado a um acordo sobre a instalação da bitola mista entre Cubatão e Santos, cuja obra já está devidamente homologada pela ANTT.

Papa destacou que, tanto em São Vicente como em Santos, os problemas foram semelhantes. "A convivência com os trens de carga criou uma espécie de barreira urbanística e trouxe uma série de transtornos à população, como a poluição sonora e insegurança em pontos movimentados de veículos automotores".

Outro ponto que sempre causou prejuízos foi o estado de abandono das áreas que margeiam a linha férrea, que ainda resultam no surgimento de depósitos irregulares de lixo.

A Prefeitura chegou a investir na reurbanização de alguns pontos, como no trecho entre o Canal 2 e a Rua Visconde de Faria, no Campo Grande. Entretanto, ainda há muitos trechos problemáticos, como o do Macuco, no cruzamento da linha férrea com a Rua Silva Jardim.

Vantagens - Um estudo preliminar feito pela Prefeitura aponta que o projeto do VLT proporcionaria uma série de pontos positivos. Os veículos são mais ágeis do que os modelos convencionais de trens de passageiros e não-poluentes (movidos a eletricidade ou gás).

Mobilidade - Outra singularidade destacada no estudo é a garantia de mobilidade e confiabilidade do sistema, além da segurança e conforto proporcionados para atrair o público usuário.

Estudo - Em paralelo, a Prefeitura está concluindo um estudo de racionalização das linhas municipais, preparando-as para integração tarifária temporal com as linhas metropolitanas.

Número

5 milhões de reais é o valor estimado pela MRS Logística para implantação de 14 quilômetros de bitola mista entre Cubatão e Santos

 

 

Quinta-feira, 24 de Maio de 2007, 08:25

VLT ganha novo impulso

A confirmação da saída dos trens de carga da Cidade abre uma nova perspectiva para a implantação do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) na Baixada Santista. O prefeito João Paulo Tavares Papa entende que o empreendimento representa um novo desafio a ser enfrentado pelo Governo do Estado, que deve concluir um estudo sobre a origem e destino dos passageiros das linhas intermunicipais.

Papa se reuniu recentemente com o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portela, que se interessou pelo projeto. "Ele (Portela) deve dar um retorno dentro de um mês, após a conclusão do estudo da demanda de passageiros na região".

A concepção do VLT defendida por Papa se baseia na implantação da primeira fase entre Santos e São Vicente, com 18 quilômetros de extensão e seis pontos de parada na Cidade. A segunda etapa contaria com mais quatro quilômetros interligando a estrutura inicial ao Valongo.

O sistema contaria ainda com quatro linhas alimentadoras metropolitanas, usando ônibus articulados.

A Tribuna tentou estabelecer contato com a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos para conhecer detalhes sobre o andamento do projeto do VLT, mas não houve retorno das ligações até o fechamento desta edição.

FRASE

"O VLT terá que ser encarado como um projeto voltado para o desenvolvimento socioeconômico e urbano da Baixada Santista"

João Paulo Tavares Papa, prefeito de Santos

 

Quinta-feira, 24 de Maio de 2007, 08:24

Moradores convivem com o barulho

Morando há mais de 20 anos na Rua Gaspar Ricardo, no Marapé, Elza Maria Barbosa já se acostumou com o barulho das composições que passam nos fundos de sua casa. "Como a sinalização é pouca aqui, os maquinistas já chegam apitando lá de longe. Até estranho quando eles não passam".

As lembranças da convivência com os trens não são boas. Ela disse que presenciou diversos acidentes envolvendo carros de passeio e as composições ferroviárias. "Teve um recentemente que por pouco não toma maiores proporções. Se por um lado o motorista abusa da sorte, por outro, todos nós sabemos que os trens de carga não deveriam mais passar pela Cidade".

O mesmo tipo de situação vivenciou Odair Rodrigues Pimentel, de 61 anos, que nasceu em uma casa da Viela Junto Juquiá, no Macuco. Ele conta que durante a infância viu vários acidentes no trecho do ramal que atravessa a Rua 28 de Setembro. "Naquela época, os terrenos eram mais bem cuidados. Não havia lixo porque os funcionários da empresa concessionária fiscalizavam".

Depois de casar e constituir família, Pimentel retornou para a casa há cerca de um mês para morar em definitivo com sua mulher e filhos. "Soube de um acidente terrível onde uma criança morreu ao ser atropelada pelas rodas do trem".


Odair já viu vários acidentes no trecho da Rua 28 de Setembro
Foto: Alberto Marques, publicada com a matéria

Destaques

>>Vantagens

Um estudo preliminar feito pela Prefeitura aponta que o projeto do VLT proporcionaria uma série de pontos positivos. Os veículos são mais ágeis do que os modelos convencionais de trens de passageiros e não-poluentes (movidos a eletricidade ou gás).

>> Mobilidade

Outra singularidade destacada no estudo é a garantia de mobilidade e confiabilidade do sistema, além da segurança e conforto proporcionados para atrair ao público usuário.

>> Estudo

Em paralelo, a Prefeitura está concluindo um estudo de racionalização das linhas municipais, preparando-as para integração tarifária temporal com as linhas metropolitanas.

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