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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Crônica policial - 25
Nos tempos da gravata borboleta

Quando criminoso usar gravata não significava ser de "colarinho branco"...

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Quem conhece apenas o Brasil do século 21 mal pode imaginar que já existiram criminosos engravatados que não estavam ligados a crimes financeiros e de corrupção. Eram criminosos comuns, em roupas cotidianas, por incrível que possa parecer. Como neste caso, registrado pelo jornal santista A Tribuna, na página 6 da edição de 20 de dezembro de 1925 (ortografia atualizada nesta transcrição):

Narciso Jayme dos Santos, o rancoroso indivíduo que premeditou e levou a efeito a vingança contra o casal Cerdeira

Imagem: reprodução parcial da pagina com a matéria

O assalto da Rua Bittencourt

Graças às felizes e bem conduzidas diligências da Delegacia Regional de Polícia, está, desde anteontem, todo esclarecido o caso da Rua Bittencourt, do qual foi protagonista o nacional Narciso Jayme dos Santos e vítimas o capitalista Antonio Cerdeira Brandão e sua esposa, Maria Almeida Brandão.

Naquele departamento policial, ontem, prosseguiu o inquérito ali aberto sobre o fato, tendo sido Narciso reconhecido por várias testemunhas como o mesmo indivíduo que, a martelo, agrediu aquele casa, que ainda se encontra em tratamento no hospital da Beneficência Portuguesa.

Tendo vindo de São Paulo funcionários da delegacia de técnica policial, que realizaram várias pesquisas na casa n. 287 da Rua Bittencourt, o dr. Coriolano Góes, delegado regional, que preside àquele inquérito, remeterá hoje àquela delegacia, na capital, as impressões digitais de Narciso, colhidas na casa do casal Cerdeira, para o devido confronto com as apanhadas pelo pessoal da polícia de S. Paulo.

O rancoroso indivíduo, que continua a afirmar ter sido uma vingança e não o roubo o móvel do crime, continua recolhido à Central, tendo sido posta em liberdade a sua amante, Maria Alves Santos.

No espírito público, alarmado com a efetivação daquele assalto, causou muito boa impressão o resultado feliz a que chegou o dr. Coriolano Góes, com a elucidação completa do crime e com a prisão do seu autor, cujo clichê damos com estas linhas.

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