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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Crônica policial - 13
Queria o balão, ganhou um galo

Uma história do tempo em que se corria pelas ruas atrás dos balões juninos

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Muito antes de se pensar em construir refinarias e outras indústrias na região, tornando mais perigoso e proibido soltar balões nas festas juninas, uma das brincadeiras entre as crianças santistas era recuperar os balões que caíam, após apagada a mecha cujo ar quente os mantinha no ar. Ao avistar o balão no céu, era preciso adivinhar onde ele cairia e correr para lá, tentando chegar antes do resto da molecada.

Este registro foi feito pelo jornal vespertino Folha de Santos, em 26 de junho de 1930 (página 5 - exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda - ortografia atualizada nesta transcrição):

Imagem: reprodução parcial da matéria original

Foi apanhar o balão e apanhou uma paulada

Quem o mandou meter-se com crianças?

Arnaldo Lopes já não é nenhum bebê, pois conta 19 anos de idade, e é de estatura robusta. Pois o Arnaldo, com aquela idade e aquele corpo, ainda corre atrás de balões. Ao ver no ar os zeppelins de papel, entusiasma-se extraordinariamente. Fica qual um garoto de 7 anos, e é tal a sua loucura, que se confunde com a meninada, chegando ao desplante de com ela discutir e brigar.

A despeito do seu tamanho, não leva muita vantagem com os garotos, que lhe disputam a posse do balão. Foi o que sucedeu ontem.

Arnaldo Lopes estava à porta de sua residência, na Rua Amador Bueno n. 479, cerca das 7 horas, quando viu surgir um grande balão, que descia próximo à sua residência. Um bando de garotos, em algazarra ensurdecedora, aguardava impaciente a caída do referido balão. Arnaldo não se conteve e para lá foi também.

Os pretendentes do balão eram muitos, mas Arnaldo, valendo-se do seu físico de homem, dominou os seus pequenos rivais. Um dos menores, justamente revoltado com a atitude do Arnaldo, foi à sua residência, armou-se de um pau, e voltou imediatamente para onde estava o conquistador do cobiçado balão. Apanhando-o distraído, vibrou-lhe valente paulada na cabeça, fugindo em seguida.

Arnaldo, que recebeu um ferimento na cabeça, todo ensangüentado foi à polícia solicitar guia para se medicar.

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