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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SAGA NIPÔNICA
Os primeiros 70 anos

A história, em um álbum comemorativo de 1978...

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Quando se comemorou o 70º aniversário da chegada a Santos da primeira leva de imigrantes japoneses, foi editado um álbum especial pela Editora Cultura Brasileira, da capital paulista, coordenado pelo editor Massao Ohno. Desse álbum, "70 anos de imigração japonesa no Brasil", consta este relato:

 

A presença e os investimentos japoneses no Brasil (I)

Japão - mercado para produtos brasileiros

I - Antecedentes do investimento japonês no Brasil

Em 1916, foi constituída no Japão a Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha (Companhia Ultramarina de Empreendimentos S.A. Nessa época, a imigração era englobada e vista do ângulo da política nacional. Por isso, a citada empresa teve a participação oficial do governo japonês, que subsidiava as despesas dos emigrantes japoneses vindos para o Brasil.

Nove anos depois, em 1927, foi constituída oura empresa voltada para a emigração, a Brasil Takushoku Kumiai, conhecida como Bratac. Tratava-se de uma associação de capital de províncias e de entidades privadas.

Tanto a Kaigai como a Bratac comprara terra para ser revendida, em lotes, para os imigrantes. Constituíram um núcleo colonizador e cuidaram dos financiamentos e do fornecimento dos materiais necessários, além de propiciar educação. Técnicos das empresas dirigiam ou ensinavam métodos de cultivo, distribuíam sementes e mudas, compravam a produção dos imigrantes, praticavam uma forma de agroindústria e, mesmo, exportavam. Paralelamente às empresas já citadas, funcionavam outras, como a Tozan Noji S.A., a Fazenda Nomura e a Colonização Nippak S.A.

Em 1934, surgiu no Brasil a lei que limitava a entrada de imigrantes no País a 2 por cento do total de pessoas chegadas nos 50 anos anteriores. Tal lei suscitou grande impacto no Japão, porém, ao mesmo tempo, aquele país começou a investir no sentido lato do termo, no Brasil.

Antes da II Guerra Mundial já existiam aqui filiais de empresas japonesas como a Nippak Menka S.A., a Toyo Menka S.A., a Loja Konishi e a Itoh Chu (C. Itoh) e a Astoria. As duas primeiras voltavam-se à comercialização do algodão, e todas possuíam sede em São Paulo.

Na época, a indústria têxtil japonesa era uma das maiores do mundo, absorvendo, portanto, o algodão produzido no Brasil.

No Rio de Janeiro, funcionava a Yokohama Shokin Ginko, atual Banco de Tokyo, que trabalhava no setor de câmbio, principalmente.

Essas empresas, em sua quase totalidade, foram liquidadas compulsoriamente ou ficaram sob administração do governo brasileiro, quando o Brasil começou a participar da guerra mundial. Todos os empreendimentos japoneses, a nível empresarial, foram suspensos.

Escaparam à situação o Setor Financeiro da Tozan e a Bratac (atual Banco da América do Sul), que constituíram uma casa financeira independente. Por sua vez, a Yokohama teve suas contas congeladas.

II - Investimentos japoneses no Brasil no período de pós-guerra

Em 1954, o Fuji Bank passou a participar acionariamente do Banco da América do Sul. A partir desta data, começou uma nova etapa do investimento japonês no Brasil, diferenciado daquele anterior à guerra, quando o governo japonês investia principalmente na imigração. Assim, iniciou-se o fluxo de capital privado japonês ao setor agro-industrial brasileiro.

Até 1957, eram 23 as empresas que investiam no Brasil, dedicando-se à comercialização de matérias-primas amplamente produzidas aqui e das quais o Japão era carente, e às indústrias têxtil e leve.

Analisando-se os setores de atividade, podemos concluir que a filosofia do investimento japonês não mudou muito em relação ao período anterior à guerra.

III - Usiminas - O primeiro modelo de associação empresarial nipo-brasileiro

O ano de 1958 foi marcante no que diz respeito ao relacionamento entre o Brasil e o Japão. Nesse ano, foi constituída a Usiminas S.A., produto do grande esforço desenvolvido pelo então presidente Juscelino Kubitschek e o  embaixador japonês, Yoshiro Ando.

Em dezembro de 1955, o embaixador Ando recebeu a visita de Yukishigue Tamura, na época deputado por São Paulo. Tamura informou-lhe que industriais paulistas estavam planejando a construção de uma siderúrgica - a Cosipa -, e desejavam a colaboração do Japão, apoiados pelo governador do Estado. Imediatamente, o embaixador japonês telegrafou para o Ministério do Exterior do Japão, que, por sua vez, consultou o Ministério da Indústria e Comércio, o da Fazenda e o Banco de Importação e Exportação daquele país. Depois de várias reuniões, chegou-se à conclusão que ainda não era o momento propício para um investimento de grande porte, por fortes motivos ligados à então conjuntura japonesa.

Naquela época, o Japão passava por uma fase de euforia econômica, graças às encomendas norte-americanas de materiais que seriam utilizados em apoio à Guerra da Coréia. O próprio governo não cogitava de investir no exterior.

Porém, reiteradamente o embaixador Ando solicitou a participação japonesa na Cosipa. Finalmente, o Ministério do Exterior japonês levou o caso para Arakazu Ojima, presidente da Federação das Indústrias Siderúrgicas do Japão e da Siderúrgica Yawata, que prometeu estudar o caso e cuja primeira providência foi enviar ao Brasil o engenheiro Massao Yukawa.

Yukawa visitou Cubatão, onde seria construída a siderúrgica, e deu o seguinte parecer: "O local é estreito e o solo frágil. Seria necessário um enorme investimento para as construções básicas. Em se tratando de uma siderúrgica de pequeno porte, não haveria problemas. Mas, em caso de ampliações futuras, haveriam inconvenientes".

Não se tratava de um parecer muito animador para o embaixador Ando. Porém, este não demorou muito a recobrar o entusiasmo e, em seguida, propôs a Yukawa uma visita a Minas Gerais - terra do presidente Juscelino Kubitschek - e às suas grandes jazidas de minério de ferro.

Na realidade, Ando era grande amigo de Kubitschek e concordava plenamente com seus planos de desenvolvimento nacional. Daí, sua insistência quanto à participação japonesa no processo de expansão da siderurgia nacional.

Yukawa terminou por participar desse entusiasmo e prorrogou seu regresso ao Japão para visitar vários locais no Estado de Minas, optando por aquele que lhe pareceu de maior viabilidade, nas proximidades da Acesita. O carvão mineral, carente no local, poderia ser transportado pela mesma via férrea que transportaria minério de  ferro de Itapira a Vitória.

Logo depois, chegou às mãos de Ojima, o presidente da Federação, um pedido de colaboração por parte do governo brasileiro, em termos oficiais, e o projeto Usiminas começou a ser delineado.

Uma vez terminada a missão, Yukawa voltou ao Japão e garantiu a viabilidade de construção da usina siderúrgica, pedindo o apoio de Hiroshigue Ohbori, vice-secretário do Departamento das Indústrias, do Ministério da Indústria e Comércio do Japão.

Ohbori, por seu lado, visitou Kohgoro Uemura, vice-presidente da Keindanren (Confederação das Indústrias do Japão), e Teizo Horigoshi, secretário da mesma entidade, em busca de uma fórmula de participação. Assim, a Keindanren constituiu um sub-comitê, presidido por Taizo Ishizaka, do qual faziam parte mais de dez indústrias siderúrgicas e de maquinaria pesada.

Com a constituição desse sub-comitê, ficou caracterizada a colaboração do governo e entidades públicas japonesas. Vieram para o Brasil missões de pesquisa e contato, em duas oportunidades, e, a 3 de junho de 1957, foi assinado no Rio de Janeiro um acordo sobre a constituição de uma empresa siderúrgica nipo-brasileira.

Quatorze empresas japonesas passaram a participar acionariamente do projeto: Yahata Seitetsu, Fuji Seitetsu, Nippon Kohkan, Kohbe Seikoh, Kawasaki Seitetsu, Sumitomo Kinzoku, Nakayama Seikoh, Toshiba, Hitachi, Mitsubishi Denki, Mitsubishi Zoosen, Ishikawajima Juuko, Shibaura Kyodo Koogyo e Fuji Denki, as sete primeiras dedicadas à siderurgia e metalurgia e as demais à indústria pesada ou estaleiros.

A Nippon Usiminas Kabushiki-Kaisha teve um capital inicial autorizado de 2,8 bilhões de ienes e capital integralizado de 700 milhões de ienes e para presidi-la foi escolhido, do lado japonês, Teijiro Toyota.

Em 1956, o investimento total para a construção da usina era orçado em Cr$ 10 bilhões, com um capital de Cr$ 13,2 bilhões de cruzeiros. A participação do Brasil era de 60% e a do Japão, 40%, e se planejava uma produção de aço da ordem de 500 mil toneladas.

A 26 de outubro de 1962 foi inaugurado o primeiro alto-forno, com a presença do então presidente João Goulart; do governador do Estado de Minas Gerais, Magalhães Pinto; do ex-ministro das Relações Exteriores do Japão e do embaixador japonês no Brasil, Keiiti Tatsuke, numa data de suma importância para as relações econômicas entre Brasil e Japão.

Os detalhes do projeto - O andamento do projeto, do lado japonês, é bastante pormenorizado na Usiminas Monogatari (A História da Usiminas), de Yassuzo Nakasawa. Aqui, fazemos uma síntese do caráter e dos problemas enfrentados na realização de tal empreendimento.

Em primeiro lugar, a transferência de tecnologia foi perfeita, perfeição esta evidenciada se compararmos com associações entre o Brasil e outros países, no campo siderúrgico. Após dez anos da inauguração da Usiminas, sua administração foi inteiramente transferida para as mãos de brasileiros e o Brasil começou a desenvolver sua própria tecnologia.

Nas primeiras etapas da construção da usina registrou-se grande movimento de técnicos, em termos de troca, e com isso praticamente todas as siderúrgicas brasileiras começaram a possuir a mais moderna técnica de instalação de usinas. Nesse ponto, empresas ocidentais chegaram mesmo a ridicularizar, por vezes, o método das empresas siderúrgicas japonesas, segundo consta nos anais japoneses.

Hoje, a Usiminas constitui não apenas uma meca de tecnologia da indústria siderúrgica brasileira, mas obteve também o reconhecimento do Lloyd's Register of Shipping - LRS (N.E.: entidade inglesa classificadora da frota mundial de embarcações). É uma usina que, sozinha, pode fornecer chapas de aço para estaleiros de toda a América do Sul. Fornece 100% do material utilizado nos estaleiros nacionais; 60% dos trilhos usados em vias férreas e do material empregado em indústrias pesadas; 50% de chapas de aço usadas na indústria automobilística e 40% do material utilizado nas indústrias de refrigeração.

Em 1977, quando da visita da missão governamental japonesa de investimentos ao Brasil, o presidente do INPI (N.E.: Instituto Nacional de Propriedade Industrial) disse aos visitantes que o caso da Usiminas transformou-se em modelo de sucesso quanto à transferência de tecnologia.

O Japão também ganhou muito com o projeto. Arakazu Ojima, que praticamente decidiu a participação japonesa no empreendimento, diz: "Não faltaram críticas, mesmo dentro do Japão, quanto à participação no projeto Usiminas, através de colaboração tecnológica e auxílio econômico. Porém, sua realização causou grande impacto no mundo siderúrgico internacional e, após a construção da Usiminas, surgiram inúmeras solicitações de colaboração tecnológica. Nós, particularmente, investimos no projeto brasileiro tecnologia das mais modernas e o melhor pessoal técnico e, em toda a etapa de construção, estivemos presente de corpo e alma. Acho que isso explica o sucesso de hoje".

Porém, também há os problemas a serem considerados. Primeiro, a inflação galopante brasileira. Como exemplo, o índice de preços no atacado era de 11,2% em 1958; 38,1% em 1959; 3,8% em 1960; 38,4% em 1961; 53,2% em 1962; 73,5% em 1963; 91,6% em 1964.

Os japoneses previam, no início, apenas 40%, conforme a tabela cronológica de construção e pela qual enviavam as respectivas parcelas de investimento.

Com uma inflação que ultrapassava toda a expectativa, o valor da construção começou a aumentar consideravelmente.

Outro problema: a falta de infra-estrutura. Como exemplo, o telex que ligava Brasil e Japão tinha apenas um canal no Rio de Janeiro e do Rio para Belo Horizonte e São Paulo-Belo Horizonte não havia uma ligação telefônica direta. A ligação entre Belo Horizonte e Itatinga era feita por avião ou jipe.

Em 1958, finalmente, foi instalado um sistema de telecomunicação, porém a legislação brasileira não permitia o uso de idiomas estrangeiros, o que originou obstáculos para um bom entendimento entre ambas as partes. Aliás, esse obstáculo de idioma às vezes passava de trágico a cômico. O engenheiro encarregado de construir o gás holder recorda o seguinte: "O projeto de máquina do gás holder foi feito por uma empresa alemã. Sua montagem, por engenheiros americanos, e a instalação, por brasileiros. Imagine a confusão de idiomas. Em cada etapa de construção havia uma reunião das partes encarregadas, exigindo a presença de intérpretes de língua japonesa, portuguesa, inglesa e alemã. Tudo ao mesmo tempo".

O exemplo é um caso excepcional, porém a dificuldade de entendimento entre japoneses e brasileiros sempre houve e nesse ponto, quem auxiliou bastante foram os nisseis que, em sua maioria, eram formados nas universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Mesmo recebendo ofertas de emprego mais vantajosas, foram trabalhar na Usiminas. Na etapa de construção da usina trabalharam, pelo menos, 50 nisseis.

De outro lado, havia um contraste entre organização e decisão, contraste detectado em fatos como este: o Japão enviou três missões de pesquisa preliminar, incluindo a vinda de Yukawa, o que provocou certa expectativa quanto à decisão japonesa, no Brasil. Uma vez estabelecido o entendimento, a situação inverteu-se. Foi a vez do lado brasileiro apresentar problemas para a concretização do evento, dificuldades em geral, oriundas da política econômico-financeira, o que determinou certa frustração para os japoneses. Por isto, houve quem criticasse a viabilidade, em si, do projeto Usiminas.

Os obstáculos já referidos são também, de certa forma, os problemas de hoje no que diz respeito a projetos de associação entre Brasil e Japão. Porém, foram muitas e grandes as lições extraídas da construção da Usiminas.

Todavia, o mais importante é que a usina, apesar de todas as objeções e contratempos, teve grande sucesso. Hoje conta com um lucro de Cr$ 279.359.000 e visa a uma produção anual de 5.300 mil toneladas de aço em 1982. Atualmente, ainda está na fase de ampliação de suas instalações.

IV - Economia brasileira após a Revolução de 1964

Em 1961, Jânio Quadros chegou à Presidência da República, através de maciça votação popular. Porém, após um exercício de sete meses subitamente renunciou e foi substituído por João Goulart, até então vice-presidente. A partir desta data, até março de 1964, o Brasil experimentou uma situação caótica. Sucediam-se greves e questões trabalhistas e o índice de inflação atingiu 80% em 1963 e, para o ano seguinte, havia a expectativa de que chegasse a 140%.

Dada esta situação, os investimentos estrangeiros no Brasil, incluindo os do Japão, foram praticamente paralisados, e a entrada de capitais externos àquela época (1961/64) foi apenas o necessário para manter empresas subsidiárias instaladas no Brasil.

Com a Revolução de 31 de março de 1964, o presidente João Goulart retirou-se do País. A 11 de abril do mesmo ano, o marechal Castelo Branco foi eleito presidente e indicou como seu ministro do Planejamento o sr. Roberto Campos, e para o Ministério da Fazenda, Otávio Bulhões. Iniciou-se então o plano de reconstrução econômica.

O plano de Roberto Campos abarcava o triênio compreendido entre 1964 e 1966 e visava aos seguintes objetivos: 1) Contenção da inflação; 2) melhoria da balança de pagamentos; 3) remanejamento da política salarial; 4) ajustamento das defasagens sócio-econômicas entre as diversas regiões e, ao mesmo tempo, melhoria do relacionamento com os EUA; 5) atrair o investimento estrangeiro e 6) sanear o orçamento, aplicar a contenção financeira. Enfim, visava à reconstrução econômica através do método ortodoxo.

Na época, a correção monetária serviria como instrumento de correlação entre a contenção e o crescimento econômico do País. Essa política começou a surtir efeitos, tanto que, em 1966, a inflação caiu em 38,8% e, por sua vez, o crescimento econômico foi restabelecido em 4,4%.

Os sucessores de Castelo Branco na Presidência, Costa e Silva e Emílio Médici, contaram com Delfim Netto no Ministério da Fazenda, e no início da década de 70 surgiu a era do chamado "milagre econômico brasileiro". Delfim adotou o sistema flexível de câmbio, ampliou o mercado de capitais, baixou os juros e determinou outras providências.

Em 1968, o PRoduto Interno Bruto (PIB) cresceu em 6,5 por cento; a inflação, 24,5%. Em novembro de 1969, quando da posse de Medici, começaram a surgir grandes planos como o PIN, o PIS, o Proterra, Prodoeste e Provale. Porém, o destaque foi para a consecução do I Plano Nacional de Desenvolvimento, realizado de 1971 a 1974, e que tinha como base um tripé formado pelo governo, a iniciativa privada e empresas estrangeiras. Do equilíbrio do plano surgiria o crescimento econômico.

Suas metas eram as seguintes:

1) Reforçar o poder competitivo das empresas privada no mercado externo, particularmente, em produto e custo;

2) Promover a introdução de know-how nas empresas privadas, evitando que o mercado fosse dominado pelas empresas governamentais ou de capital externo;

3) Instalar o centro de energia nuclear e construir a usina de energia elétrica movida por esse tipo de energia;

4) Desenvolver a extração de produtos minerais e promover a exportação desses minérios, dando maior ênfase ao ferro, alumínio, estanho, chumbo, cobre, níquel, titânio e outros;

5) Promover o aumento de produtos agrícolas, modificando o método tradicional de produção.

6) Promover o desenvolvimento integral da região nordestina e amazônica.

Restabelecido o crédito internacional ao Brasil, o crescimento econômico do País foi simplesmente extraordinário: 9,3% em 1968; 9,0% em 1969; 9,5% em 1970; 11,3% em 1971; 10,4% em 1972 e 11,4% em 1973.

Por outro lado, o índice inflacionário registrou uma queda gradativa, conforme indicam os seguintes dados: 19,2% em 1970; 19,8% em 1971; 15,5% em 1972 e 15,7% em 1973.

Porém, a crise internacional do petróleo, em 1973, repercutiu profundamente na economia brasileira. Assim, o governo que tomou posse a 15 de março de 1974 teve que lutar em duas frentes distintas. Uma, a do ressarcimento da inflação provocada pela crise e uma situação difícil na balança de pagamentos, e, outra, representada pelo aumento da disponibilidade de mão-de-obra.

Já no início do atual governo, o II PND era considerado de difícil realização, segundo alguns economistas. No entanto, o referido plano foi elaborado exatamente para contornar a situação, de acordo com outros.

Na realidade, qualquer que fosse a providência governamental, o fato é que o crescimento econômico do Brasil - que, em 1974, fora de 9,6% - caiu em 4,6%, em 1975. Em 1976, voltou a 9,2%, um dos maiores do mundo.

Porém, o índice inflacionário começou a crescer: dos 34,5% e 29,2% registrados em 1974 e 1975, subiu para 46,3% em 1976. A balança comercial também registrou quedas sensíveis.

Para enfrentar a situação, o governo adotou várias medidas no sentido de conter as importações; concentrou nas mãos do ministro da Fazenda o poder de decisão na luta contra a inflação; reduziu os investimentos de financiamentos públicos; enfim, adotou um conjunto de medidas voltadas para a desaceleração econômica que surtiu os efeitos desejados e, em 1977, o índice inflacionário foi da ordem de 38,7%. De outro lado, os produtos agrícolas encontraram um bom mercado internacional, contribuindo substancialmente para um superávit de US$ 100 milhões da balança comercial.

Assim, resume-se a política econômica dos sucessivos governos pós-revolucionários e, baseados neste contexto, vejamos a evolução de investimentos japoneses no Brasil.

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