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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Colônia lusa
A cidade dos portugueses (20)

Álbum mostra o perfil da colônia portuguesa em Santos e no Brasil, em 1929
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Organizado para representar a colônia luso-brasileira na Exposição Ibero-AmericanaClique na imagem para voltar ao início deste álbum realizada em Sevilha em 1929, este Álbum da Colônia Portuguesa no Brasil, com cerca de 600 páginas, foi encontrado incompleto no acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos (SHEC). Editado no próprio ano de 1929 por Teófilo Carinhas, e confeccionado nas oficinas gráficas da publicação Numero..., de Carinhas & Cia. Ltda., no Rio de Janeiro, é parcialmente reproduzido nestas páginas, com ortografia atualizada:
 


Imagem: reprodução da página 401 do álbum

Organizações musicais

De Norte a Sul, por todas as vilas e aldeias de Portugal... de um hemisfério a outro hemisfério, por todos os países do mundo onde se encontrem núcleos coloniais de portugueses, hão de aparecer fatalmente os orfeões e as bandas, uniões ou centros musicais.

Portugal nasceu cantando... e, cantando espalhará por toda a parte a força da sua raça e a beleza dos seus feitos... a graça cavalheiresca dos amores, a ternura espiritual dos berços, o enlevo carinhoso das mães e a fantasia quimérica de sonhadores eternos.

Portugal nasceu da música embaladora do oceano e o coração dos portugueses é um cofre de cantigas.

Fundar uma banda portuguesa em qualquer ponto do mundo é recordar Portugal e, se recordar é enaltecer e glorificar, os criadores das sociedades musicais enaltecem e glorificam a pátria.

Não é como pode julgar-se à primeira vista descabida ou forte demais esta afirmação; e não é, porquanto os orfeões e as bandas trazem, aos nossos ouvidos de exilados, o ritmo e o colorido da terra distante, e ensinam aos nossos filhos, e dizem aos nossos amigos, como se vive e canta, como se ri e chora das bandas de lá do Atlântico.

E foi assim... e foi por ser assim... que na colônia portuguesa de Santos apareceram a Banda da União Portuguesa e o Grupo Musical do Centro Republicano Português, como dois núcleos afirmativos do acendrado patriotismo da raça, obrigando todos aqueles que os escutam a relembrar enlevados e saudosos a terra que lhes foi berço.

Estes dois núcleos musicais merecem os mais rasgados elogios e a nossa melhor atenção, porquanto são ambos quase que exclusivamente compostos por elementos que têm que mourejar dia a dia, afanosamente, a sustentação própria e a dos seus.

É devido aos seus esforços e aos dos seus dirigentes que estas organizações portuguesas crescem e progridem sem desfalecimentos.

Porque Portugal nasceu embalado na música do oceano... e o coração dos portugueses é um cofre de cantigas.

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Para Alcacer-Quibir, e para Aljubarrota, para os serões conventuais ou para os saraus palacianos, para toda a parte enfim, onde houvessem de aparecer portugueses, amando ou combatendo, lá apareciam sempre além da espada e do montante, da acha d'armas e do arcabuz a guitarra e o mandolin.

A par da força brava e destemida do guerreiro, que a espada eternizara para a história, a alma terna e generosa do trovador cantava endeixas e soluçava amores na onda harmoniosa das guitarras.

São desta raça os portugueses de Santos, que sabem quanto vale o ensinamento da trova e a grande harmonia reveladora da música.


Sociedade União Portuguesa

Imagem: reprodução da página 401 do álbum

 


Diretoria da Sociedade União Portuguesa

Imagem: reprodução da página 401 do álbum

 


Grupo Musical do Centro Republicano Português de Santos

Imagem: reprodução da página 401 do álbum

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