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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BIOGRAFIAS
Galeria dos santistas ilustres (10)

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Na sua edição especial de 26 de janeiro de 1939, comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade (exemplar no arquivo do historiador Waldir Rueda), o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):
 


Imagem: reprodução parcial da matéria original

Galeria biográfica dos santistas ilustres

Grandes vultos que se destacaram pela sua atuação notável na história de Santos e do Brasil

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Barão Aguiar de Andrada (Dr. Francisco Xavier da Costa Aguiar de Andrada) - Nasceu em Santos, a 5 de fevereiro de 1825, do legítimo consórcio de Francisco Xavier da Costa Aguiar de Andrada com d. Maria Zelinda de Andrada, sendo sobrinho dos Andradas, sobrinho e genro do conselheiro José Ricardo, e irmão do tenente José Ricardo da Costa Aguiar, ilustre oficial da marinha brasileira, morto em combate na guerra do Paraguai.

Fez seus primeiros estudos em Santos. Foi para São Paulo, mais tarde, onde os completou, formando-se em Direito, na Faculdade local. Em 1850 já estava em Santos, e vemos que, de 1851 a 1852, era administrador do Hospital da Santa Casa, prestando serviços à sua terra. Foi então nomeado juiz municipal de Santos, cargo em que permaneceu até cerca de 1858, quando ingressou na carreira diplomática, onde iria desempenhar os melhores serviços em favor do país, servindo importantes missões no Rio da Prata, no Chile e nos Estados Unidos.

Começou como adido de legação em Washington, passando depois para Londres, como secretário. Nomeado encarregado de negócios na Colômbia e Venezuela, em 9 de outubro de 1863; no Chile, em 26 de dezembro de 1866, foi ministro residente nesse país, em 21 de dezembro de 1871, e no Uruguai, em 19 de setembro de 1873, servindo, depois, a 25 de novembro de 1874, como enviado extraordinário e ministro plenipotenciário no Uruguai e na República Argentina, em dezembro de 1875; na Áustria-Hungria em 27 de julho de 1878; no Chile, em 11 de dezembro de 1886; em Portugal, a 20 de agosto de 1888; na Suíça, a 2 de agosto de 1890; na Itália (Santa Sé), a 2 de março de 1891; e, finalmente, nos Estados Unidos, em 30 de abril do mesmo ano.

Assinalaram-se como atos importantes praticados durante a sua trajetória diplomática os tratados entre a Argentina e o Paraguai, assinados a 3 de fevereiro de 1876; o tratado definitivo de paz, de limites e de arbitramento e amizade, comércio e navegação entre os mesmos países. Aí, de acordo com ordens do barão de Cotegipe, o conselheiro barão Aguiar de Andrada procurou obter de Bernardo Irigoyen, então ministro das Relações Exteriores da Argentina, a troca das retificações do Tratado de Limites de 14 de dezembro de 1857, que fora celebrado pelo visconde do Rio Branco, com o governo do general Urquiza, o que conseguiu.

Em 1886, no Chile, conseguiu resolver questões entre aquele país, o Peru e a Bolívia, com Lopes Netto e Lafayette Rodrigues Pereira, como árbitros brasileiros, sob sua chefia. A 30 de julho de 1877, assinava, com o ministro Ambrósio Velasco e o encarregado de Negócios da Argentina em Montevidéu, Jacintho Villegas, o protocolo daquela data, para garantia efetiva da independência, soberania e integridade territorial do Paraguai.

Pelo tratado de 7 de setembro de 1889, devia ser submetida ao arbitramento do presidente dos Estados Unidos da América a importantíssima questão das Missões. Foi então escolhido para primeiro delegado plenipotenciário, chefe da missão especial incumbida da defesa dos direitos do Brasil, apresentando credenciais ao presidente Harrison, a 18 de janeiro de 1892. Era tarde, porém. A morte não lhe permitiu esse último serviço à pátria, surpreendendo-o a meio desse grande trabalho. Terminou sua carreira e sua vida, em pleno apogeu, falecendo, nos Estados Unidos, a 28 de março de 1892, com 67 anos de idade.

A República manteve o mesmo respeito que lhe votara o Império, e foi a melhor homenagem que lhe prestou ao talento, à cultura, à habilidade, ao caráter e à probidade.


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