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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BIOGRAFIAS
Galeria dos santistas ilustres (2)

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Na sua edição especial de 26 de janeiro de 1939, comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade (exemplar no arquivo do historiador Waldir Rueda), o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):
 


Imagem: reprodução parcial da matéria original

Galeria biográfica dos santistas ilustres

Grandes vultos que se destacaram pela sua atuação notável na história de Santos e do Brasil

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Cons. Martim Francisco Ribeiro de Andrada - Nascido em Santos, a 19 de abril de 1775. Filho do coronel Bonifácio José de Andrada e de d. Maria Bárbara de Andrada.

Seus estudos seguiram a mesma ordem dos que fizera seu irmão José Bonifácio, matriculando-se por fim na Universidade de Coimbra, onde fez curso brilhante, conquistando também o laurel de ciências matemáticas. Em 1800, aos 25 anos de idade, incompletos, já era encarregado, pelo governo português, de uma viagem mineralógica da Extremadura a Coimbra, com José Bonifácio e o tenente-general Napion. Em 1804, era nomeado inspetor das Minas e Bosques da Capitania de São Paulo, ocasião em que voltou para sua pátria. Durante grande parte de sua vida, preferiu os assuntos científicos e a tais estudos dedicou uma grande parte de seu grande saber.

Com a volta de José Bonifácio, em 1819, empenhou-se com ele no problema da independência brasileira, realizando confabulações em Santos, em S. Paulo e finalmente no Rio de Janeiro, que visavam precipitar os acontecimentos. Membro do governo provisório de São Paulo, com José Bonifácio, viu-se envolvido na trama armada pelos retrógrados chefiados por João Carlos Augusto de Oeynhausen; foi preso e remetido a ferros para o Rio de Janeiro, transformando-se aí sua derrota em legítimo triunfo, pois entrou imediatamente para o Ministério, ocupando a pasta da Fazenda, e havendo-se aí com tal habilidade que, ao retirar-se do governo, tendo feito a despesa com toda a guerra da Independência, deixou nos cofres do Tesouro Público uma soma de valores suficientes para resgatar a dívida criada.

Como seus irmãos, foi eleito deputado à Assembléia Constituinte Brasileira, formando aí a famosa trilogia andradina, que tão saliente papel teve naquele primeiro grande conclave político nacional, até sua dissolução, sendo então preso e deportado, com José Bonifácio e Antonio Carlos, realizando com eles a mais aviltante via-crucis que se poderia impor a um homem da sua qualidade.

Só em 1828 puderam os Andradas voltar da França, após sacrifícios e sofrimentos sem número, e Martim Francisco foi encerrado numa das prisões do Rio de Janeiro, para responder à devassa, mandada instaurar por decreto de 24 de novembro daquele ano, da qual foi absolvido pela Relação do Distrito, a 6 de setembro do mesmo ano.

Logo em seguida já era exaltado, via-se eleito deputado pela província de Minas Gerais, recusando as honras do Ministério, a convite insistente do imperador.

Foi deputado ainda noutras legislaturas, preferindo a oposição, e por fim, após a sua luta pela maioridade de d. Pedro II, aceitou a incumbência de organizar o ministério do novo imperante, ficando Antonio Carlos com a pasta do Império e ele com a da Fazenda. Permanece aí apenas nove meses, quando passaram ambos para a oposição. Retirou-se então para Santos, alquebrado pelas lutas, mais do que pela idade, e ainda aí, em seu refúgio definitivo, foi atingi-lo a sua exautoração de gentil-homem da Câmara de S.M. Imperial. Faleceu em sua terra, a 3 de fevereiro de 1844, com 70 anos incompletos.

Deixou cerca de 40 obras de vários gêneros, mas em sua maioria científicas.

Teve vários títulos honoríficos e ocupou, como já ficou entrevisto, os mais altos cargos políticos e sociais, no desempenho dos quais demonstrou sua grande capacidade de administrador, de cientista, de polemista, de literato e de filósofo, tendo sido ele o autor do projeto de lei, de 19 de agosto de 1823, criando em S. Paulo e em Olinda uma Universidade, e em São Paulo, imediatamente, uma Faculdade de Direito, projeto esse que se tornou lei pela mão de outro santista, o Visconde de São Leopoldo, em 11 de agosto de 1827.


Cons. Martim Francisco
Imagem publicada com a matéria


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