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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BIOGRAFIAS
Galeria dos santistas ilustres (1)

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Na sua edição especial de 26 de janeiro de 1939, comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade (exemplar no arquivo do historiador Waldir Rueda), o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):
 


Imagem: reprodução parcial da matéria original

Galeria biográfica dos santistas ilustres

Grandes vultos que se destacaram pela sua atuação notável na história de Santos e do Brasil

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Cons. José Bonifácio de Andrada e Silva (O Patriarca) - Nascido em Santos, a 13 de junho de 1763. Filho do coronel Bonifácio José de Andrada e d. Maria Bárbara da Silva. Cognominado "o pai da Pátria" e "patriarca da Independência".

Estudou em Santos com seu próprio pai e com o padre d. Manoel da Ressurreição. Partiu para São Paulo aos 14 anos, onde fez o curso de Humanidades, seguindo depois para o Rio de Janeiro e de lá para Portugal, onde entrou para a Universidade de Coimbra com 20 anos, tomando, ali, o grau de bacharel. Foi então para Lisboa, onde ingressou na Academia Real de Ciências, até ser mais tarde seu secretário perpétuo.

Em 1790 seguiu em viagem por toda a Europa, acompanhado de seu amigo brasileiro Manoel Ferreira da Câmara Bittencourt. Durante 10 anos estudou e viajou a Europa, sendo aluno de Lavoisier, de Chaptal e Fourcroy, de Jussieu e Hauy, de Werner, de Lemps, de Kohler, de Kjozsch, de Friesleben, de Lampadius e de outros luminares da ciência contemporânea. Mandara-o a essa viagem Martinho de Mello, ministro de d. Maria I, pelo receio "de que fosse fazer uma revolução no Brasil".

Sua vida foi uma trajetória de lutas sociais, políticas, literárias e científicas, cheia de peripécias, de triunfos e de derrotas, de alegrias e de sofrimentos, de exaltação e de sacrifício. Impôs-se José Bonifácio como expoente em todos os campos de atividade.

Voltando ao Brasil em 1819, por manobra de Thomás Antonio de Villa Nova Portugal, ministro de d. João VI no Rio de Janeiro, o português a quem tanto deve a Independência brasileira, desde então sua figura foi-se impondo ao ambiente, até tornar-se o coordenador de todo o movimento independentista e sua principal figura, conseguindo a separação política e administrativa do Brasil.

Até o fim de sua vida foi provado pelos dissabores e pelos ódios pequeninos, que só serviram para aureolar sua veneranda figura e impô-la pela fibra, pela resistência moral, pela resignação, a ele que já se impusera pela capacidade de sua inteligência, pelo tamanho de seu gênio, pela vastidão de sua cultura.

Faleceu José Bonifácio, em Niterói, a 6 de abril de 1838, aos 75 anos de idade, e suas cinzas foram, anos depois, transferidas daquela cidade fluminense para Santos, onde estão recolhidas ao lado co Convento do Carmo, no Panteão Andradino, ao lado das de seus gloriosos irmãos. Um ano depois de sua morte, pela lei n. 122, de 26 de janeiro de 1839, o dr. Venâncio José Lisboa, presidente da província de São Paulo, dando cumprimento à deliberação da Câmara dos Deputados, em honra à sua memória, elevava Santos à categoria de cidade.

Contam-se por uma centena, quase, as obras de José Bonifácio, a primeira de 1790, e a última, póstuma, de 1846, a sua excelente Viagem Mineralógica na Província de São Paulo, em colaboração com Martim Francisco. Possuía mais de 30 títulos de instituições literárias e científicas de todo o mundo e ocupou os mais altos cargos políticos e sociais do Brasil, inclusive o de tutor dos filhos menores de d. Pedro I, por decreto de 6 de abril de 1831.


Cons. José Bonifácio de Andrada e Silva
Imagem publicada com a matéria


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