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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - IMPRENSA
A imprensa santista (13)

Jornal pioneiro era chamado de revista
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Texto publicado no Almanaque de Santos - 1969, editado por Roteiros Turísticos de Santos, de P. Bandeira Jr., tendo como redator responsável Olao Rodrigues (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda) - página 35:
 


Primeira página da primeira edição impressa, de 2 de setembro de 1849

Imagem enviada a Novo Milênio pelo internauta Ary O. Céllio

Revista Comercial, primeiro jornal daqui

Tinha o título de Revista Comercial o primeiro jornal que se fundou em Santos, cujo número inicial surgiu dia 2 de setembro de 1840 (N.E.: SIC: esta data seria 1849, afirmando alguns historiadores que existiram anteriormente edições manuscritas), que é, pois, a data da fundação da imprensa santista. Com duas páginas e publicado aos domingos, era de propriedade do dr. Guilherme Delius, natural de Hamburgo onde nasceu em 1802.

Impresso na Tipografia Comercial do mesmo proprietário, o jornal passou a circular nos outros dias da semana, à exceção de segunda-feira, com número dobrado de páginas. Enfrentando insuperáveis dificuldades, o dr. Guilherme Delius, que era médico, irmão da Santa Casa e professor no Colégio Alemão, vendeu em 2 de novembro de 1865 o jornal e tipografia ao dr. Antônio Pereira dos Santos, natural de Santos, formado em Direito pela Faculdade de São Pulo e casado com Joana Carolina Xavier.

A Revista Comercial ficou por espaço de 7 anos sob a direção do dr. Antônio Pereira dos Santos, depois de editada durante 17 anos pelo médico germânico. Mas a 17 de abril de 1872, foi o jornal vendido a João Carlos Behn e Jorge Elias Behn, que o adquiriram e também a tipografia por 9.000$000, pagáveis em obrigações a prazo.

Todavia, o primeiro jornal de Santos não prosperou e os irmãos Beh tiveram que suspender a sua publicação, o que valeu pesada sátira do Diário de Santos, seu concorrente, que deu destaque a uma alegoria, tarjada de luto, em que figuravam estas expressões, entre dois desenhos chocarreiros: Resquiecat in pace, À alma da revista. Os assinantes reconhecidos.

Costa e Silva Sobrinho, no capítulo sobre a Revista Comercial, em seu grande livro Santos Noutros Tempos, salienta que o jornal "foi um espelho fiel da vida da cidade, não só quanto ao seu aspecto político e administrativo, senão também quanto à sua vida comercial, intelectual e social. Uma das páginas mais eloqüentes da história de Santos está na história de sua imprensa, que vem hoje de cem anos atrás, quando a cidade, aninhada entre a faixa e prata do estuário e o verdor sobranceiro dos morros, contava no máximo seis mil habitantes. O dia 2 de setembro de 1849 deve ficar gravado para sempre na memória de todos. É o dia da inauguração da imprensa santista - flamante centelha dessa imprensa universal que foi para os povos como que uma segunda revelação".


Foi com esta alegoria que o Diário de Santos satirizou o fechamento do primeiro jornal de Santos

Ilustração: Lauro Ribeiro da Silva (Ribs), publicada com a matéria

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