Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0318b03.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 04/17/06 10:41:37
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - IMPRENSA
A imprensa santista (2-b03)

Leva para a página anterior
Na sua edição especial de 26 de janeiro de 1939, comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade - exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda -, o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):
 


Imagem: reprodução de trecho da matéria original
Demais fotos desta página: publicadas com a matéria

Galeria dos poetas, prosadores e jornalistas de Santos

[...]


Antonio Manoel Fernandes - Nascido em Santos, a 5 de dezembro de 1843, como filho legítimo de Manoel Fernandes e de d. Etelvina M. de Jesus Fernandes. Estudou primeiras letras em Santos, e na idade de 15 anos seguiu para São Paulo, a fim de fazer os preparatórios no Colégio Paulistano, de onde saiu em 1861, para matricular-se no primeiro ano da Academia de Direito. Não se sabe por quê, porém, deixou de formar-se, abandonando a faculdade quando já cursava o seu terceiro ano.

Voltando para Santos, sujeitou-se a concurso de primeira e segunda entrância para provimento de um cargo na Alfândega local, cargo esse que exerceu durante algum tempo.

Amigo da instrução, auxiliado por alguns cidadãos e companheiros, principalmente Sacramento Macuco, fundou e sustentou por quase cinco anos a Escola do Povo, aula noturna, freqüentada por todas as classes, sendo um dos professores gratuitos da mesma escola. Ocupou mais tarde o cargo de juiz de paz, por indicação do dr. Américo Brasiliense, quando presidiu o Estado.

Foi uma das boas figuras santistas nos movimentos da Abolição e da República, tendo fundado O Pyrilampo, em 1876, com Hyppolito da Silva, Sacramento Macuco e o padre Francisco Gonçalves Barroso, e, pouco mais tarde, O Raio, hebdomadário que fez época na cidade. Mais tarde ainda fundou O Popular, órgão noticioso, O Lyrio, e, por fim, o Jornal da Tarde. Foi redator e colaborador do Diário de Notícias, de João Guerra; do Diário de Santos, com o dr. Oliveira Braga Filho, e do Diário da Manhã, com Vicente de Carvalho, Cândido de Carvalho e Alberto Sousa, três notáveis santistas.

Proclamada a República, foi eleito vereador na primeira legislatura, sendo um dos organizadores e signatários da Constituição municipal, ocupando o cargo de 1º secretário da Câmara até princípios de 1895, ocasião em que assumiu a presidência da mesma, para deixá-la a 7 de janeiro do ano seguinte, empossando os novos eleitos.

Em 1896, exerceu o cargo de diretor da Secretaria da Câmara, até 1899. Em outubro de 1901, foi nomeado secretário da Capitania do Porto de Santos, exercendo-o até dezembro do mesmo ano, quando aceitou a nomeação de oficial da Câmara Municipal, do qual se exonerou algum tempo depois, mudando-se para São Paulo.

Além de sua vasta bagagem jornalística, publicou Antonio Manuel Fernandes várias obras, dentre as quais pudemos anotar as seguintes: Paulo e Flora, romance, 1861; Crepúsculos, versos, 1870; A Villa de Conceição de Itanhaém, impressões de viagem, 1871; Pontal da Cruz, romance, 1822 (N.E.: SIC); Diversões, coleção de contos, 1883; Pelo litoral, descrição e história da fundação das cidades de São Sebastião e Villa Bella, 1884.

Esta última obra, de caráter histórico, mereceu um magistral artigo de Júlio Ribeiro, que então redigia o Correio de Santos, bem como a transcrição de algumas páginas pelo ilustrado cientista alemão dr. Von Ihering, diretor do Museu Paulista, num opúsculo sobre o título A Ilha de São Sebastião, publicado por ele quase na mesma época.

Não temos a data exata do falecimento deste ilustre santista, sabemos apenas que morreu em São Paulo, cerca de 1910.


[...]
Leva para a página seguinte da série