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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ACS
A associação comercial dos santistas (4-t)

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Texto inserido no Almanaque de Santos - 1971, editado no final de 1970 por Ariel Editora e Publicidade, de Santos/SP, tendo como redator responsável o falecido jornalista Olao Rodrigues. Nessa publicação, as páginas 170 a 300 formam uma Edição Comemorativa do Centenário da Associação Comercial de Santos:
 

Associação Comercial de Santos - 1870/1970


Eis a história que se firmou à sombra da grandeza de Santos

Estes homens fundaram a Associação Comercial

Vicente Nicolau de Vergueiro – Foi um dos vanguardeiros do movimento que objetivou a fundação da Praça do Comércio. Presidente da diretoria provisória e das três primeiras diretorias, o comendador Nicolau de Campos Vergueiro, barão e depois visconde, perpetua-se na Galeria dos Benfeitores de Santos, tantos foram os serviços de realce que lhe tributou. Vereador à Câmara Municipal de Santos e deputado provincial, deu valedora ajuda à Santa Casa da Misericórdia, Beneficência Portuguesa, Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio, Asilo de Órfãos e a outras instituições de assistência social, além de estabelecimentos culturais, recreativos e escolares.

Antônio Ferreira da Silva Júnior – Vice-presidente das duas primeiras diretorias em 1874 e 75 e 1875 e 76 e presidente em 1879 e 80, 1881 e 82 e 1883 e 84, o barão (depois visconde) de Embaré, santista de nascimento, exerceu também a vereança municipal em reiteradas legislaturas; foi deputado provincial em 1884 e 85 e provedor da Santa Casa de Misericórdia em 1880-1882. Amigo da Instrução, mandou construir, de parceria com o visconde Vergueiro, uma escola pública na Rua Dois de Dezembro (hoje D. Pedro II), no local em que atualmente funciona a Caixa Econômica do Estado, posteriormente denominada "Grupo Escolar Olavo Bilac". Deu recursos ainda para a instalação do Externato Júlio Ribeiro, onde lecionou o grande gramático. Foi uma das grandes figuras de Santos no século. Faleceu no Rio de Janeiro em 21 de dezembro de 1887, no dia em que completava 63 anos de idade.

Inácio Wallace da Gama Cócrane – Integrou o pequeno grupo que cuidou da fundação da entidade agora centenária. Membro da diretoria provisória e secretário das duas primeiras diretorias, foi cidadão de largo prestígio na sociedade, política e cultura do município. Com seu genro Antônio Vieira Barbosa constituiu a casa de comissões V. Barbosa & Cia., na Rua Direita (hoje 15 de Novembro) n. 18. Foi engenheiro fiscal da Companhia de Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, co-proprietário da Tipografia comercial, onde se imprimia a Revista Comercial, o primeiro jornal que circulou em Santos; deputado provincial, vereador e presidente da Câmara Municipal de Santos. O dr. Inácio Wallace da Gama Cócrane, abolicionista e membro do Partido Conservador, foi ainda tenente-coronel do 3º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional e Definidor da Venerável Ordem Terceira do Carmo. Deixou ilustre descendência. Faleceu em S. Paulo em 19 de fevereiro de 1912. A Municipalidade deu-lhe o nome a uma das principais vias públicas do Mercado – a "Dr. Cócrane".

Antônio Zerrenner – Alemão de nascimento e grande amigo de Santos, foi sócio da tradicional firma Zerrenner, Bülow & Cia., com escritórios primitivos na Rua 24 de Maio n. 2. Operava essa organização no comércio de navegação marítima, agente da Norddeustch Lloyd Bremen; seguros terrestres e marítimos, exportação e armazenagem de café, consignação de sal e ainda explorava ponte ou trapiche. Foi cônsul da Holanda, com sede na Rua José Ricardo n. 1, e um dos fundadores da Companhia Antarctica Paulista. Sua grande obra deve ser entendida como a Fundação Helena e Antônio Zerrenner, a benemérita instituição de amparo e assistência a todos os funcionários e dependentes da conceituada empresa industrial do País.

Francis Spencer Hampshire – Foi diretor nos biênios 1883 e 84 e 1893 e 94. Sócio da firma F. S. Hampshire  Cia., que teve escritórios nas ruas 25 de Março ns. 32 e 73, Amador Bueno e 15 de Novembro. Agente de várias companhias de navegação marítima, como a Liverpool Brazil & River Plate Mail Steamers e Lamport Holt Line, também operava no comércio de café em companhias de seguro estrangeiras. A tradicional firma era também proprietária do pontão Celina. Em 1890, fez ele donativo de 940$000 à Sociedade Portuguesa de Beneficência, em seu nome e no de cidadãos ingleses, pelo bom tratamento que elementos da colônia britânica tiveram naquele hospital durante a epidemia da febre amarela. Foi dos sete fundadores da ACS que no cinqüentenário, em 1920, receberam a medalha de ouro comemorativa. Nessa oportunidade, aliás, o sr. F. S. Hampshire achava-se na Inglaterra, fazendo-se representar na solenidade. Faleceu na cidade de Oxford Suny, na Inglaterra, em 16 de fevereiro de 1924.

Adam von Bülow – Sócio da firma Zerrenner Bülow & Cia., com escritórios, na época, na Rua 24 de Maio n. 2, agente da Norddeustch Lloyd Bremen. Esse estabelecimento comercial, de larga tradição na Praça, também operava no ramo de exportação e armazenamento de café, consignação de sal e em seguros marítimos e terrestres, proprietária ainda de um dos trapiches do porto. O sr. Adam von Bülow, um dos fundadores da Cia. Antarctica Paulista, foi vice-cônsul da Dinamarca, Holanda, Suécia, Noruega, Hungria e Áustria. Faleceu em S. Paulo no dia 21 de maio de 1921.

Camilo de Andrade – Além de fundador da ACS, foi membro da comissão de contas da primeira diretoria, em 1874 e 75, e diretor do Banco Mercantil de Santos, cargo que deixou para assumir elevado posto no Banco da República, hoje Banco do Brasil, antes, portanto, do colapso daquela casa bancária. Ocupou a Inspetoria da Alfândega de Santos, nomeado em 5 de agosto de 1884. Durante o surto da varíola, em 1872, associado ao com. Vergueiro, de quem era desvelado amigo, instalou uma enfermaria na Beneficência Portuguesa para atender, a expensas de amigos, os enfermos sem recursos prestando também dedicada colaboração por ocasião dos surtos de febre amarela. O comendador Camilo de Andrade, entre outras atividades benfazejas, criou cursos noturnos na Sociedade Auxiliadora da Instrução. Homem de talento, prestou magnânimo concurso a clubes e entidades culturais. Foi presidente, em março de 1883, da banca examinadora de Português do Externato Azurara, que, dirigido pelos profs. José de Azurara e Joseph Michelet, funcionava na Rua do Rosário n. 8.

Francisco Emílio de Sá – Natural de Santos, foi corretor de café, negociante de sacaria e fundador do Boletim Comercial. Membro da Câmara Municipal, muito se empenhou pela construção do Mercado Municipal Provisório, que se localizou no Largo dos Gusmões, que é hoje o Largo Azevedo Júnior. Coube-lhe inaugurar o jardim da Praça do Andrada.

Presidente interino que era da Câmara Municipal, o que ocorreu em 10 de novembro de 1882. Em 1896, juntamente com Afonso de Vergueiro, Ernesto Cândido Gomes, Inácio Penteado e Antônio Franco de Lacerda, liberou o material vindo da Itália, que compreendia o mausoléu do conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, embargado pela Alfândega quando os despojos do Patriarca ainda se encontravam na Igreja do Carmo.

Cônsul do Chile, com sede na Rua Santo Antônio n. 51, abolicionista convicto e amigo da Instrução, deve-se-lhe a criação da Escola do Povo, em São Vicente. Francisco Emílio d Sá, uma das grandes figuras de Santos e São Vicente, no outro século, foi casado com d. Elvira Sá, genitor de Francisco Sá, jornalista e teatrólogo, patrono da Colônia de Férias do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de S. Paulo em Santos, na Avenida Almirante Cócrane n. 9, e avô de Francisco Emílio de Sá, também jornalista profissional e alto funcionário, aposentado, da Câmara Municipal de Santos, integrante do quadro de redatores esportivos de A Tribuna, a que há anos serve com dedicação e operosidade.

Esse fundador da nossa Associação foi também diretor de sede da primeira diretoria do Jóquei Clube, eleito em 23 de setembro de 1876. Como se vê, antes do Jóquei Clube Santista, fundado em 27 de julho de 1919, já havia no Município uma entidade turfística. Francisco Emílio de Sá faleceu em Santos no dia 14 de maio de 1899, com 54 anos de idade.

Francisco Antônio Rosas – Foi membro da Câmara Municipal de Santos, na mesma legislatura em que intervieram outros fundadores da ACS, como Francisco Emílio de Sá, João Otávio dos Santos, Antônio Augusto Bittencourt, Antônio Franco de Araújo Viana, João José Teixeira, Francisco de Paula Coelho, cel. José Proost de Sousa, Joaquim Manuel Alves Lima, Felix Bento Viana e com. João Manuel Alfaia Rodrigues. Era uma vereança, portanto, integrada por negociantes, fundadores e sócios da Associação Comercial.

Gustavo Backheuser – Fez parte da diretoria provisória de 1870-74 e foi diretor no biênio de 1879 e 80. Em 1899 estava estabelecido na Praça da República ns. 28-30, com casa de importação e consignação, com filial em São Paulo, na Rua José Bonifácio n. 39. Líder da coletividade alemã e comerciante de influência na Praça do Comércio, deixou ilustre descendência.

José Martins dos Santos – Homem influente em Santos e São Vicente, membro da Câmara Municipal, prestou saliente ajuda a instituições pias de ambos os municípios. Em 1877 mandou instalar dois lampiões no adro da Igreja Matriz de São Vicente.

Rodolfo Wursten – Titular da firma R. Wusten & Cia., foi diretor nos períodos de 1874 e 75, 1875 e 76, 1877 e 78 e 1881 e 82.

José Francisco de Morais – Em 20 de março de 1884, em ineditorial publicado no Diário de Santos, atendendo a ponderações dos seus amigos Camilo de Andrade e Antônio Augusto Bittencourt, também fundadores da ACS, declarou desistir da ação por injúrias que movera contra Bernardino Clementino Nébias, que era solicitador na Comarca e administrador das oficinas da Revista Comercial. Declarara ainda que levara o ofensor ao banco dos réus por pretender uma reparação moral, que viera com a sentença de pronúncia proferida pelo juiz municipal. José Francisco de Morais faleceu em 6 de julho de 1912. Assinalando o trespasse, a diretoria daquele ano, presidida pelo dr. Antônio Teixeira de Assunção Neto, sublinhou: "O já reduzido número de sócios fundadores sobreviventes sofreu novo corte com o falecimento, em julho, do decano dos intermediários de café nesta Praça, sr. José Francisco de Morais, um dos amigos desta Casa e a cuja tradição oral devemos informações úteis e interessantes".

Luís G. Backheuser – Sócio da firma Backheuser & Leão, estabelecida na Rua 25 de Março ns. 6-68, com loja e armazém de louças. Filho de Gustavo Backheuser, era casado com d. Ana Joaquina de Freitas Backheuser e residia na Rua do Rosário n. 96. Faleceu no dia 23 de abril de 1889.

José Carneiro da Silva Braga – Comerciante estabelecido na Rua Santo Antônio n. 16, sob a razão social de Silva Braga & Cia., explorava o comércio de comissões e consignações. Era membro da Câmara Municipal de Santos em 1869, um ano antes, pois, de haver fundado a Associação. Aliás, no período de 1873-1876 voltou a fazer parte da vereança.

Joaquim Manuel Alves Lima – Vice-presidente no biênio 1883 e 84, numa das presidências do barão de Embaré. Na atividade comercial, dirigiu firma individual e depois sob a razão social de Alves Lima  Cia. Foi dos mais afervorados republicanos. Exerceu o mandato de vereador à Câmara Municipal de Santos no período de 1883-86.

Gregório Inocêncio de Freitas – Em 1880, na administração do barão de Embaré, na qualidade de suplente e na forma do estatuto, preencheu a vaga aberta com o falecimento do sr. G. de Pottere.

Walter T. Wright – Foi membro da junta governativa que em 1899, logo após a Proclamação da República, administrou o Município por decisão tomada pelo povo. Era corretor e tinha escritório na Rua Onze de Junho, numa das dependências do segundo edifício-sede da Associação.

Antônio de Freitas Guimarães Júnior – Pertencia à firma Freitas Guimarães & Cia., de que seu genitor era o titular. Integrado intensamente na sociedade do século passado (N.E.: século XIX), deixou distinta descendência.

C. N. Budich – Sócio da firma C. Budich, que explorava um dos trapiches do porto, no local conhecido por "Capela". Esse trapiche e mais 7 formavam a plataforma marítima de Santos em toda a extensão da praia (N.E.: lado do Enguaguaçu). Alguns deles ainda subsistiam quando do início das obras do cais pela Companhia Docas de Santos.

Luís José Pereira – O Clube XV, como se sabe, foi fundado por 15 cidadãos, mas 17 outros foram considerados instaladores, entre os quais Luís José Pereira.

C. P. Nielsen – Banqueiro dos mais conceituados, era diretor do Banco do Comércio e Indústria, cuja agência se situava na Rua 25 de Março n. 85 (atualmente 15 de Novembro).

Vitorino José Gomes – Diretor na última administração do com. Nicolau Vergueiro, no biênio 1877 e 78. Em 1879 seu nome não mais constava do quadro associativo.

Ed. Pezoldt – Além de fundador, foi diretor da ACS em mais de um corpo administrativo. Em 1887, era sócio da firma Pezoldt & Haffers Cia., na Rua 25 de Março n. 8, que operava no ramo de exportação de mercadorias em geral, notadamente café.

Godofredo Augusto Schmidt – Foi tradutor juramentado da Alfândega de Santos, comissário e exportador de café. Fez fortuna, mas perdeu tudo com a queda de transações. Nasceu na cidade de Hannover, mas preferiu a nacionalidade alemã. Vinco para o Brasil, viveu em Petrópolis, onde casou com d. Josefina Gueit, de nacionalidade francesa. De Petrópolis foi para Cananéia e aí foi diretor de uma colônia, transferindo-se, afinal, para Santos. O casal teve 11 filhos. Contraiu novas núpcias, morrendo em São Paulo, já com 80 anos. Morou em São Vicente e era pessoa muito relacionada nessa cidade, onde tinha vários parentes, como o sr. Raul Schmidt, seu sobrinho. Godofredo Augusto Schmidt foi avô do grande escritor e jornalista Afonso Schmidt.

Luís José dos Santos Dias – Como secretário da mesa, coube-lhe lavrar a ata da primeira assembléia geral, em 17 de setembro de 1874. Em 1890, logo após a Proclamação da República, a Câmara Municipal foi transformada em Conselho de Intendência ou, precisamente, no dia 19 de fevereiro, por ato do dr. Prudente de Morais. Chefe do Executivo paulista, Luís José dos Santos Dias foi um dos 7 membros nomeados, como um outro fundador da ACS, Francisco Emílio de Sá.

José Carneiro Bastos – Além de comerciante, desenvolveu atividade político-partidária. No período de 7 de janeiro de 1899 a 7 de janeiro de 1902, fez parte do Conselho de Intendência, que era de nomeação do presidente do Estado. Prestou também relevantes serviços a instituições culturais e assistenciais, entre as quais a Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio, de cuja diretoria participou em 1899, no cargo de Tesoureiro.

John Ford – Diretor nos biênios 1891-92, 1895-96 e 1897-98, era sócio da firma J. Ford & Cia., na Rua 25 de Março n. 95, que operava no ramo de exportação de café e outras mercadorias.

José de Azurem Costa – Membro da diretoria provisória e tesoureiro da primeira e segunda diretoria nos biênios 1874 e 75 e 1875 e 76, foi sócio da firma Azurem Costa & Cia., na Rua Santo Antônio n. 17.

Antônio de Freitas Guimarães – Titular da firma comissária de café Freitas Guimarães & Cia., estabelecida na Rua Santo Antônio n. 27. Prestou assinalados serviços à Sociedade Portuguesa de Beneficência, de que foi presidente em 1868, além de exercer outros cargos nessa tradicional instituição, como o de tesoureiro, da qual se tornou sócio benfeitor. Também à Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio prestou desvelado concurso. Releva registrar que seu sobrinho, Antônio de Freitas Guimarães Sobrinho, integrou a diretoria da ACS no biênio 1907 e 1908, no cargo de 1º secretário, sendo um dos grandes animadores do movimento em prol da construção da sede social própria, a segunda que contou a entidade. Foi esse ilustre santista vereador nas legislaturas de 1911ª 1923 e presidente nos períodos de 1914-17 e 1917-20, bem como provedor da Santa Casa da Misericórdia. Faleceu em Campinas no Hospital da Beneficência Portuguesa, no dia 20 de abril de 1921.

Manuel Franco de Araújo Viana – Estabelecido na Rua Santo Antonio n. 56 com casa comissária de café, foi secretário da ACS nos anos de 1893 e 1894. Proclamada a República em 1889, o povo designou junta governativa para dirigir provisoriamente o Município, e entre os nomes aclamados figurava o dr. Manuel Franco de Araújo Viana. Em 1892, foi nomeado para a Câmara Municipal na vaga aberta pelo dr. João Galeão Carvalhal, tomando posse em 6 de abril daquele ano e exercendo o mandato até 1896. Republicano convicto, de palavra fácil e convincente, foi dos mais destacados membros do Partido Republicano.

John Knowles – A firma Rosse & Knowles, de que era sócio, localizada na Rua Marquês de Herval n. 8, operava no comércio de máquinas de beneficiar café.

José Ricardo Wright – Diretor nos biênios 1874 e 75, 1875 e 76, 1879 e 80 e 1881 e 82. Comerciante de conceito, provocou funda repercussão o lance que o atingira por insucesso em determinados negócios, requerendo ele próprio a falência. Uma de suas preocupações foi dirigir-se à ACS e solicitar demissão do cargo que então exercia na diretoria. Em resposta, o corpo dirigente manifestou que, comerciante honrado que era, o demissionário logo se reabilitaria e voltaria a prestar outros bons serviços à entidade, que o acolheria de braços abertos. Foi grande cooperador da Beneficência Portuguesa.

Antônio Franco de Araújo Viana – Integrante do corpo comercial de Santos, foi membro da Câmara Municipal em 1881, em cujo cargo deu sobejas manifestações de inteligência, dedicação e espírito público.

Otto Helm – Titular da firma Otto Helm & Cia., sucessora de Prates & Cia.

José Custódio de Oliveira Setúbal – Comerciante e político, foi membro do Partido Liberal que em 1876 incluiu seu nome na chapa eleitoral para juízes de paz da Comarca.

E. Wockerodt – Eleito diretor no biênio 1881 e 82, dirigiu a firma Wockerodt & Cia., que operava no ramo de navegação marítima e era agente da Deutsche Dampschifahrts Gesellschaft Kosmos.

João Nepomuceno Freire – Assinando-se "João N. Freitas", foi um dos 94 comerciantes e associados que participaram da memorável assembléia geral do dia 17 de setembro de 1874, quando foi eleita a primeira diretoria e declarada solenemente instalada a ACS. Genitor do dr. João Nepomuceno Freire Júnior, promotor público em 1887 e membro do Conselho de Intendência no período de 1892-96. 

Joaquim Luís Pizarro – Coletor das Rendas Provinciais em Santos, cargo que exerceu até 1865, quando foi substituído por Francisco Martins dos Santos.

Antônio José Viana – Republicano e abolicionista, cujos movimentos defendeu com intransigência e destemor, bom orador que era, foi um dos membros do Conselho de Intendência que, em 30 de dezembro de 1891, assumiu o governo do Município, então exercido por junta governativa representada pela Associação Comercial. Ao lado de outros amigos da cultura artística, colaborou decisivamente para a construção e instalação do Teatro Guarani.

Joaquim da Rocha Leite – Comerciante e político. No período de 1873-76 ocupou cadeira na Câmara Municipal. Casou em 3 de abril de 1869 com d. Narcisa Augusta, filha do comendador Manuel Lourenço da Rocha, também fundador da ACS. Faleceu em 16 de agosto de 1918 esse ascendente da família Rocha Leite, "na qual a virtude é um nobre atributo".

José Antônio Pereira dos Santos – Elemento de prestígio na vida comercial, política e social de Santos. Natural deste Município, foi coletor geral das rendas da Província e exerceu a vereança nos anos de 1858, 1859, 1861, 1873, 1874, 1875 e 1876. Em 1861 fez parte da comissão nomeada pela Câmara Municipal para providenciar a aquisição popular de um monumento para acolher os despojos do Patriarca da Independência. Faleceu em São Paulo no dia 14 de julho de 1884.

João Antônio Pereira dos Santos – Outra figura de evidência nos círculos comerciais, políticos e sociais do outro século. Nasceu em Santos em 1842 e em 1862 casou com d. Maria Venâncio da Rocha Pereira. Em 1875 edra agente da Companhia Nacional de Navegação a Vapor, a cuja frota pertenciam os navios Rio Paraná, Rio de Janeiro, Rio Negro e outros, com escritórios na Rua Xavier da Silveira ns. 33 e 35. Foi considerado um dos instaladores do Clube XV, fundado em 12 de junho de 1869. Exerceu mandato de vereador e o era até seu falecimento,em Petrópolis, em 1886, sendo sua vaga ocupada por Belisário Soares Ciubi. O capitão João Antônio Pereira dos Santos, em 16 de agosto de 1885, foi contemplado com a quantia de 500:000$000 (Cr$ 500,00) pela Loteria Federal, que lhe coube como aquisidor do bilhete n. 164.328. Doou 10:000$000 (Cr$ 10,00) à Santa Casa da Misericórdia e 2:000$000 (Cr$ 2,00) à Sociedade Auxiliadora da Instrução. Nessa mesma loteria, o sr. Lucas Alves Fortunato foi premiado com 10:000$000 (Cr$ 10,00) como aproximação do prêmio maior.

Antônio Augusto Bittencourt – Além de comerciante, era elemento afeiçoado à política, membro influente do Partido Liberal. Aliás, em 187, quando decidiu tomar parte nas eleições, essa agremiação partidária, de larga ressonância na vida político-administrativa do Município, organizou a primeira chapa ao pleito municipal e dela participou o dr. Antônio Augusto Bittencourt ao lado dos srs. Alexandre Martins Rodrigues, João Otávio dos Santos e Antônio Ferreira da Silva Sobrinho. Foi um dos mais operosos membros da Câmara Municipal de Santos, exercendo o mandato popular de 1877 a 1880.

José Proost de Sousa – Estabelecido com escritório de comissões na Rua José Ricardo n. 14, foi vereador em diferentes legislaturas, como em 1873-76; membro do Conselho Municipal de Instrução Pública, procurador da Santa Casa em 1887 e seu provedor em 1904 e 1905, comandante superior da Guarda Nacional, procurador da Irmandade do Senhor dos Passos e tesoureiro da primeira diretoria da Associação Protetora da Infância Desvalida, o coronel Proost de Sousa ainda pertenceu à associação que construíra e instalara o Teatro Guarani. Exerceu, outrossim, o cargo de correspondente da Caixa Filial do Banco do Brasil em São Paulo e foi membro influente do Partido Conservador. Nascido em Santos em 11 de março de 1842, tem sua memória homenageada na terra natal, com seu ilustre nome dado a uma de nossas vias públicas. Figura de evidência nos círculos sociais, políticos e culturais do outro século, deixou tradicional e benquista descendência.

Alexandre José da Silva – Era proprietário do prédio em que funcionou o primeiro teatro de Santos, situado no Largo da Coroação, hoje Visconde de Mauá. Onde até há pouco se localizou a agência de passageiros da Viação Cometa. Criticado aquele prédio pelo estado ruinoso, a fiscalização da Câmara Municipal mandou proceder a obras de reparo pelo mestre Tomás Antônio de Azevedo, com a devida autorização de Alexandre Antônio da Silva.

Henri Leuba – Eleito diretor em 17 de setembro de 1874, quando se formou o primeiro corpo administrativo, resignou ao cargo por entender não poder prestar serviços à entidade, em face do que dispunha o art. 18 do estatuto, estrangeiro que era. Pertencia à firma Auguste Leuba & Cia., que operava no comércio de navegação, importação e exportação, e ainda explorava uma ponte de atracação de navios. Auguste Leuba & Cia. eram agentes da Chargeurs Réunis, com escritórios na Rua Direita (hoje 15 de Novembro) n. 60.

João Antônio Teixeira – Direto nos biênios 1874-75 e 1875-76, exerceu a vereança no ano de 1881. Afervorado católico, foi diretor da Ordem Terceira do Carmo. Deu seu concurso à Beneficência Portuguesa.

Francisco de Paula Coelho – Comerciante acatado, exerceu o mandato de vereador nos anos de 1869, 1873, 1874, 1875 e 1876 e o cargo de subdelegado de Polícia em 1870. Além de fundador, participou da primeira diretoria da entidade centenária, como membro da comissão de contas. Na qualidade de procurador do padre Bartolomeu Taddei, diretor-geral do Apostolado do Sagrado Coração de Jesus, adquiriu no dia 13 de março de 1897 por 12 contos de réis o terreno de propriedade de Manuel Augusto Alfaia Rodrigues e sua esposa, na Rua da Constituição n. 190, onde se ergueu o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, que foi um dos templos de maior freqüência da população católica de Santos, demolido por efeito da explosão do gasômetro da Cidade de Santos – Serviços de Eletricidade e Gás, hoje Light – Serviço de Eletricidade S.A., no dia 9 de janeiro de 1967, e que lhe abalou os alicerces. Por sinal, nova igreja, de linhas ultra-modernas, também sob a invocação do Coração de Jesus, deverá erguer-se no bairro da Ponta da Praia.

Emil Adamczyk – Fundador da firma Adamczyk & Cia., das principais da Praça, que operava com café e sal. Em 1882 transferiu-se para a Alemanha, exercendo as funções de cônsul honorário do Brasil na cidade de Wiesbaden. Deixou distintos descendentes, como Roberto Emílio Alvse Adamczyk, seu filho, que foi tradutor juramentado da Alfândega de Santos e genitor, entre outros, de Roberto Adamczyk, alto funcionário nos dias de hoje da firma Epaminondas Aguiar. O sr. Emílio Alves Adamczyk foi casado com d. Maria Alves Adamczyk, filha do comendador Manuel Alves Ferreira da Silva, primeiro cônsul de Portugal em Santos e presidente da primeira diretoria da Sociedade Portuguesa de Beneficência. Ela faleceu em 6 de agosto de 1906. Morava a família Adamczyk na Rua General Câmara n. 324.

Bento Tomaz Viana – Comissário de café dos mais acatados, era sócio da firma Bento Viana & Barros, com escritório situado na Rua 25 de Março n. 5.

Augusto da Silva Prates – Sócio da firma Prates & Filho, de que foram sucessores Otto Helm & Cia. Vice-presidente da diretoria em 1877 e 78 e membro da Comissão de Contas da primeira diretoria, em 1874, exerceu de 1877 a 880 o mandato de vereador, sendo membro influente do Partido Libertador. Em 1878 viajou para a Europa em busca de melhora para sua saúde, considerada grave.

Carlos Wagner – Eleito membro da primeira diretoria na memorável assembléia geral do dia 17 de setembro de 1874, resignou ao cargo imediatamente, como o sr. Henri Leuba, por sentir-se incompatibilizado, estrangeiro que era, pelo artigo 18 do estatuto. Dirimida a interpretação daquele dispositivo estatutário, foi novamente eleito diretor e já na diretoria de 1875 e 7 estava em plena atividade. Foi também dos integrantes da diretoria provisória, a que deu vida constitucional à Associação.

Henrique Pedro de Oliveira – Foi dos fundadores do Jóquei Clube, o primeiro que se instituiu em Santos, em 23 de setembro de 1876, cabendo-lhe exercer o cargo de tesoureiro da diretoria inicial, de que era presidente Antônio Ferreira da Silva Sobrinho, primo-irmão do barão de Embaré. Ajudante de despachante da Alfândega, foi dos criadores dos cursos noturnos da Sociedade Auxiliadora da Instrução.

Adolph Trommel – Sócio da firma A. Trommel & Cia., tradicional na Praça, com escritórios em seus primeiros anos de atividade na Rua Santo Antônio n. 20 e Praça dos Andradas n. 50 e armazéns na Rua Santo Antônio n. 46. Explorava o comércio de exportação e importação e era agente da Companhia de Seguros Transatlantische Feuerversickerings – Action-Gesellschaft. Em 22 de dezembro de 1920, como um dos sete sócios fundadores remanescentes da Associação, recebeu medalha de ouro comemorativa do Jubileu de Ouro, por intermédio do seu representante, sr. Max Weisflogh, pois se achava na Alemanha, para onde a diretoria telegrafou, com ele se congratulando com o evento. O sr. Adolph Trommel foi diretor nos períodos de 1883 e 84, 1887 e 88 e 1881 e 82.

John Miller – Esse sócio fundador estava estabelecido em 1885 na Rua 25 de Março n. 46 com material de construção civil, notadamente madeiras e telhas francesas.

Joaquim Franco de Lacerda – Era sócio de José de Lacerda Guimarães, girando a firma sob a razão social de J. F. de Lacerda & Cia. A partir de 30 de junho de 1883, a sociedade foi desfeita amigavelmente com a retirada do sócio comanditário José de Lacerda Guimarães, organizando Joaquim Franco de Lacerda nova firma em companhia de Antônio de Lacerda Franco, que passou a operar com o comércio de comissões em geral. Vale dizer que Antônio de Lacerda Franco, cidadão de largo prestígio político e social, foi presidente da ACS em 1887 e 1888 e um dos membros da Junta Governativa que logo depois da proclamação da República, aclamada pelo povo, dirigiu os destinos de Santos. Joaquim Franco de Lacerda, no dia 22 de setembro de 1886, retornou a Santos após dois anos de permanência na Europa e, nessa oportunidade, recebeu consagradora homenagem de seus amigos e admiradores.

Antônio José da Silva Bastos – Membro influente da colônia portuguesa, comerciante acatado, era casado com d. Maria Plácida da Silva Bastos e genitor da prendada vicentina d. Maria Bárbara Bastos ("d. Sinhara"), que em 17 de abril de 1869 casou com Francisco Américo de Faria. Antônio José da Silva Bastos fez parte da associação que fundou e instalou o Teatro Guarani. Faleceu aos 62 anos de idade, no dia 24 de março de 1879.

Teodoro de Meneses Forjaz – Foi o presidente da primeira Assembléia Geral da ACS, no dia 17 de setembro de 1874, quando da eleição da primeira diretoria definitiva, cabendo-lhe a honra de declarar instalada a Associação Comercial de Santos. O major Teodoro de Meneses Forjaz foi vereador nos períodos de 1859-1864 e 1873-1876.

J. W. Schmidt – Titular da firma J. W. Schmidt & Cia., estabelecida na Rua Santo Antônio n. 40, operava no comércio de navegação marítima J. W. Schmidt & Cia., eram agentes de navios de bandeira alemã, como o Rio e Buenos Aires, populares na época pela regularidade e freqüência em nosso porto.

David Ellis Júnior – Diretor nos períodos de 1879 e 1880, 1895 e 1896 e 1897 e 1898.

Antônio Nicolau de Sá – Além de sua integração na vida comercial e social de Santos, o com. Antônio Nicolau de Sá prestou eficiente colaboração à Santa Casa da Misericórdia e Beneficência Portuguesa, das quais se tornou sócio benemérito.

D. A. Beaver – Foi dos comerciantes estrangeiros eleitos para a primeira diretoria que dissentiram do famoso art. 18 do estatuto, cuja interpretação, na verdade, provocou dúvidas e agastamento, notadamente entre os sócios não brasileiros. Todavia, a divergência foi satisfatoriamente dirimida, e a primeira diretoria completou-se com a eleição, por 30 votos, do sr. D. A. Beaver, que obteve 31 votos. O sr. D. A. Beaver era sócio da firma Beaver & Lumière, estabelecida na Travessa Santo Antônio n. 1, que explorava o ramo de exportação, comissões e consignações.

Antônio Freire Henriques – Natural de Santos, onde nasceu em 26 de dezembro de 1826, era alto funcionário do Banco Mauá. Estava ligado à família Xavier da Silveira pelo matrimônio de sua filha d. Inácia Amália Freire com o sr. Francisco Xavier da Silveira. Com um grupo de 14 outros cidadãos, fundou em 12 de junho de 1869 o Clube XV, agora em sede nova, na Avenida Vicente de Carvalho, esquinas da Avenida Washington Luís e Rua Canuto Valdemar Nogueira Ortiz.

João Manuel Alfaia Rodrigues – Era proprietário de casa de louças, porcelanas, cristais e outros produtos que vendia no atacado e a varejo, fundada em 1832 e localizada na Rua 15 de Novembro n. 2, com filial em Campinas. Transformada a razão social para Alfaia & Filho, com o ingresso do João Manuel Alfaia Rodrigues Júnior, outro fundador da Associação, a firma prosperou, tornou-se, no ramo, das principais da Praça. Em 1855, João Manuel Alfaia Rodrigues era cônsul da Espanha, com sede na Rua 25 de Março n. 112, cargo que exercia em 1886, na qualidade de decano do corpo consular. E por exercer o decanato, a diretoria da Associação comercial oficiou-lhe naquele ao, convidando-o a tomar parte nas homenagens à memória do conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva (o Moço), falecido em São Paulo em 26 de outubro de 1886, mandando hastear em funeral as bandeiras de todo os consulados de Santos. Era genitor dos comendadores João Manuel Alfaia Rodrigues Júnior e Manuel Augusto Alfaia Rodrigues.

Manuel Lourenço da Rocha – Primitivamente instalado com ramo de comércio na Rua Meridional n. 24 (hoje Visconde do Rio Branco), casado com d. Elisa Carolina Pereira e sogro de Joaquim da Rocha Leite, ouro fundador da ACS, nasceu na cidade do Porto, em 1817. Foi também fundador da Sociedade Portuguesa de Beneficência e seu presidente por mais de uma vez. Muito se empenhou para a edificação do primeiro hospital, no Paquetá, cabendo-lhe, como presidente, assinar a escritura de um terreno no local denominado "Bexiguentos", doado por Antônio Ferreira da Silva e esposa, genitores do barão e depois visconde de Embaré. Quando do lançamento da pedra fundamental, era ele presidente do Conselho. Foi dos grandes impulsionadores da Beneficência Portuguesa, que lhe outorgou o diploma de sócio benemérito e inaugurou seu retrato a óleo, em concorrida cerimônia. Faleceu o com. Manuel Lourenço da Rocha em 30 de agosto de 1886, de grave enfermidade, depois de suportar a ingratidão de pessoas que não haviam compreendido a natureza do lance que o levara ao colapso comercial.

João Manuel Alfaia Rodrigues Júnior – Muito jovem, foi sócio da firma comercial do genitor e, como comerciante, assinou o Livro de Honra, tornando-se um dos fundadores da ACS. Elemento de evidente prestígio nos círculos sociais, políticos, culturais e religiosos de Santos, foi vereador em diversas legislaturas e ocupou o cargo de presidente da Câmara Municipal. Foi decisivo o seu concurso na ereção do monumento a Bartolomeu de Gusmão, cujas cinzas providenciou, mais tarde, para que fossem trasladadas para Santos, sua terra natal, para o quê empreendeu viagem à Espanha. Cônsul da Argentina, portador de comendas e títulos de diversos países, era homem sensível a atos de benemerência. Foi dos sete fundadores remanescentes da Associação; em 1920, na data do cinqüentenário, recebeu a medalha comemorativa do Jubileu de Ouro, cabendo-lhe agradecer a honraria em nome dos demais sócios sobreviventes. Há no Macuco uma rua com o nome do prestante cidadão santista.

Manuel José Martins Patusca – Estabelecido individualmente com depósito de sal na Praça do Andrada n. 13 e posteriormente, sob a razão social de Patusca & Filho, na mesma via pública, n. 28. Prestou excelentes serviços à Santa Casa de Misericórdia, da qual foi mordomo e procurador-geral, bem como à Sociedade Portuguesa de Beneficência, de que foi diretor, de ambas recebendo diplomas honoríficos. Português, muito se empenhou pelo progresso social de Santos, berço de seus descendentes. Era genitor de Sizino Patusca, que, em companhia de Alfredo Pinto e Benedito Guimarães, editou o Almanaque Santista em 1890. Integrado fundamente em nossa sociedade, Sizino Pausa foi pai de Araken Patusca, nome que se consagrou no futebol santista, paulista e brasileiro, e de dois outros bons futebolistas: Ari e Ararê Patusca. Manuel José Martins Patusca foi avô de d. Ismênia da Silveira Pinto de Oliveira, figura benquista na Cidade, pela vinculação nos círculos sociais, religiosos, esportivos e assistenciais.

João Otávio dos Santos – Tinha escritório na Rua Santo Antônio n. 39  operava no ramo de comissões em geral, depois de ser guarda-livros. Foi provedor da Santa Casa de Santos de 1875 a 1878. Como político, militou no Partido Liberal e exerceu em diferentes legislaturas a vereança, sendo presidente por mais de uma vez da Câmara Municipal. Sua grande obra foi a fundação do Instituto D. Escolástica Rosa, em homenagem à memória da genitora. Seu único testamenteiro e inventariante, o com. Júlio Conceição, dirigiu a construção dessa casa de Ensino, confiando-a, em seguida, à Santa Casa de Misericórdia, segundo desejo expresso de João Otávio dos Santos. Esse benfeitor da Cidade nasceu no dia 8 de março de 1830 e faleceu em 9 de julho de 900, estando suas cinzas colocadas em urna especial no embasamento da estátua que, em sua memória, o com. Júlio Conceição mandou erigir e se encontra em dependências do Instituto Dona Escolástica Rosa.

Manuel Pereira da Rocha Soares – Secretário da diretoria no período bienal de 1877  78, era titular da firma Rocha Soares & Cia., que ficava na Rua Santo Antônio n. 65. Capitalista, tinha várias propriedades, como os prédios das ruas 24 de Maio n. 2-4 e Comércio ns. 141-151. Português do bispado do Porto, matrimoniou-se em Santos com d. Amélia Carolina Vieira Bueno em 15 de julho de 1865. Foi presidente em 1887 de A Previdência Paulista, a primeira companhia de seguros terrestres e marítimos brasileira instalada em Santos, em ato havido na sede social da Ass. Comercial. Prestou assinalados serviços à Sociedade Portuguesa de Beneficência, de que foi secretário em 1866 e presidente em 1882 e 1886, recebendo naquele ano o título de sócio benemérito. Em 1920, quando do cinqüentenário da Associação, foi um dos sete sócios fundadores sobreviventes que receberam a medalha de ouro comemorativa, em afetiva cerimônia presidida pelo dr. A. S. Azevedo Júnior. O comendador Rocha Soares faleceu em São Paulo, no dia 1º de maio de 1924.

João Alberto Casimiro da Costa – Sob firma individual, operava no comércio de exportação de café, como no ano financeiro de 1885 e 1886, quando embarcou pelo porto 5.909 sacas de café. Mais tarde, foi um dos dirigentes da casa importadora C. Costa & Cia., com escritórios na Rua 15 de Novembro n. 109, no antigo solar em que morou o patriarca José Bonifácio de Andrada e Silva, hoje servindo ao Banco do Comércio e Indústria de São Paulo, localizando-se os armazéns no Largo Azevedo Júnior. Por volta de 1918 e 1919, a firma passou a girar sob a razão social de C. Costa Fontes & Cia., com a admissão do sr. Sérgio Cesário Costa Fontes, irmão do dr. Silvério Fontes. Era das mais tradicionais e conceituadas casas importadoras da Praça, ultimamente estabelecida na Rua General Câmara. João Alberto Casimiro da Costa, irmão de Matias Casimiro Alberto da Costa – o patrono de Vila Matias – foi diretor da Associação Comercial nos períodos de 1881 e 1882 e 1885 e 1886, no cargo de secretário. Em 1920, por ocasião do 50º aniversário da entidade, integrava ele o Grupo dos 7, homenageado pela diretoria presidida pelo dr. A. S. Azevedo Júnior, por serem seus membros os únicos sócios remanescentes.

Antônio Pereira da Costa Guimarães – Esse prestante cidadão português assinalou sua atividade em Santos por dois atos, pelo menos, que bem definem o sentimento de fraternidade e espírito de servir: fundou a Beneficência Portuguesa e a Associação Comercial. De efeito, foi dos comerciantes que assinaram o Livro de Honra e se tornaram instituidores da corporação comercial que agora alcança o centenário. E um dos 20 cidadãos portugueses que a 21 de agosto de 1859 se reuniram na residência do sr. José Joaquim de Sousa Airam Martins, na Rua Direita (hoje 15 de Novembro) n. 20 e fundaram a Sociedade Portuguesa de Beneficência. Antônio Pereira da Costa Guimarães integrou o primeiro corpo diretivo da Beneficência, no cargo de conselheiro, prestando decisivo concurso à instituição em diferentes períodos, o que lhe valeu título de benemerência.

Francisco Feliciano da Silva – Elemento de evidência na cidade do outro século, tanto na sociedade como nas esferas político-administrativas e culturais. Foi nomeado em 26 de novembro de 1891 para o Conselho de Intendência Municipal, em cujo cargo se houve com operosidade e espírito público.

José da Costa Silveira – Pertencente à firma cafeeira Costa Silveira & Cia., exerceu a vice-presidência da Associação no biênio de 1893 e 1894. Em 1887 sua firma estava localizada na Rua 25 de Março n. 21; em 1895, na Rua Santo Antônio, 80.

Manuel Pinto Soares – Membro da Comissão de Contas da primeira diretoria, em 1874 e 1875, juntamente com os srs. Camilo de Andrade e Francisco de Paula Coelho. Aliás, durante a eleição da diretoria inicial, verificada na Assembléia Geral do dia 17 de setembro de 1874, obteve 2 votos. Insuficientes, não há dúvida, mas não deixou de ter seu nome sufragado.

J. J. Barboza Júnior – Corretor geral de café, como o eram em 1885 os srs. Walter T. Wright, Benedito da Silva Carmo e  H. E. Bidolac. Naquele ano, a ACS convidou-o, como os demais corretores, para promover subsidiariamente o serviço de ensaque de café. Vale apontar que em 1885 a Associação pleiteou e obteve da Junta Comercial do Distrito o aumento para 8 do número de corretores na Praça.

Tomás da Rocha Leão – Diretor nos anos de 1879 e 1880, quando da primeira presidência do barão de Embaré, deu valedor concurso a instituições assistenciais, como à Sociedade Portuguesa de Beneficência.

Os outros 29 fundadores: até 1881, quando o corpo associativo da ACS era constituído individualmente, e não por firmas comerciais como até aqui, havia mais os seguintes sócios: Bento Pereira Soares, João Manuel Arruda e Francisco Antônio de Sousa. Até 1880, além daqueles constavam do quadro de associados os srs. Henrique José Rodrigues, José Lopes dos Santos, F. S. Hamilton e Gabriel Viveiros da Costa. Sete, ao todo, ademais dos 77 que assinalamos em destaque.

No Relatório da Diretoria do período bienal de 1877 e 1878, presidida pelo com. Nicolau Vergueiro, não mais constavam os nomes de nada menos de 22 sócios considerados fundadores. Ei-los: Salvador Batista Nunes Babosa, Rudolph Roelfs, Peres da Silva, R. Zinard, Manuel José Carneiro Bastos, João Teixeira Coelho, Joaquim Pereira Morais, Joaquim Ricardo de Castro, Jaime Romanguera Hijo, João Batista de Paiva Baracho, João Bernardes Pereira, João Bernardino de Lima, João Domingues da Costa, João Paulo Rodrigues, José Augusto Pereira Sobrinho, Augusto Monteiro de Freitas, G. Gropps, Guilherme Froh, H. Northon, Henrique de Paula Freitas, Ildefonso João de Figueiredo e Antônio Sebastião Gonçalves. Vinte e nove nomes, portanto, estão aqui assinalados, que com os 77 que destacamos perfazem 106, o número de sócios fundadores da Associação Comercial de Santos.


Os presidentes

Francisco Luís Cunha Bueno (1961-1962)

Bico-de-pena de Ribs publicado com a matéria

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