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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM... - LIVROS
Séc.XX - por Edith Pires Gonçalves Dias (13)

Um passeio pela cidade de Santos, com os olhos que a viram durante boa parte do Clique na imagem para ir ao índice deste livroséculo XX: assim é a obra Santos de Ontem, de Edith Pires Gonçalves Dias, publicada em 2005 pela autora, com apoio cultural da Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS), Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) e Museu Martins Fontes (mantido pelo Instituto Cultural Edith Pires Gonçalves Dias), todas instituições santistas.

Com 179 páginas, o livro teve curadoria de Rafael Moraes, revisão de Manuela Esquivel Rodriguez Montero e Manuel Leopoldo Rodriguez Montero, capa de Marco A. Panchorra, projeto gráfico de Marcelo da Silva Franco, colaboração de Cynthia Esquivel e impressão Cromosete. A autorização para esta primeira edição eletrônica foi dada pela autora a Novo Milênio, em 30 de julho de 2010. Páginas 162 a 171:

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Santos de ontem

Edith Pires Gonçalves Dias

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OUTRA AVENIDA IMPORTANTE

Santos é rica em avenidas. Todos os canais são avenidas cada vez mais bonitas. Seria talvez cansativo referir-me a todas elas. Mas, além da célebre na Costa, temos outra, a Avenida Conselheiro Nébias, que tem por característica especial e única, ir de mar a mar, cortando a ilha transversalmente, numa linha reta.

Da mesma forma, façamos nossa caminhada imaginária a partir da Avenida Epitácio Pessoa, pois já descrevi demoradamente o Miramar e o Parque Indígena nas quadras da praia.

Em sua segunda quadra havia de um lado a residência do dr. Waldomiro Silveira. A seguir, uma casa térrea toda branca, com janelas e grades de cor azul escura, onde moravam os Ribeiro Leite. Essa casa possuía um detalhe diferente. À sua frente havia duas grandes árvores, e para não sacrificá-las, a grade da residência as contornava, sem prejudicar a passagem de pedestres na calçada. Assim se respeitava a natureza na "Santos de ontem". Hoje, grande parte das árvores que ladeavam as avenidas têm sido retiradas, em razão das entradas de automóveis nos lotes. Se observarmos melhor, veremos muitos espaços vagos, onde outras árvores poderiam estar plantadas. É a vegetação verde que oxigena a atmosfera, amenizando os efeitos da poluição.

Segue-se o passeio com a casa dos Laranja, dos Tapiê Nogueira. Na esquina com a Rua Minas Gerais, a casa que ainda existe, embora mutilada, era a outrora residência do dr. Edmundo Ribeiro de Mendonça. Lá, por muito tempo, funcionou um restaurante e pizzaria. Em seguida a mansão dos Santos Dias. Aqui, um pensamento de saudade para Merita, que foi casada com o dr. Alberto Aulicino, famoso pediatra. Quando entrei como aluna para o Colégio Stella Maris, Merita terminava o curso e tornou-se um ídolo para mim. Hoje, naquela casa, está o Colégio Objetivo e felizmente ainda tem muito na edificação do seu tempo como residência.

Na esquina da Rua Azevedo Sodré era a casa da família Quintino. Ivone Quintino costumava ir á nossa casa para jogar tênis e eu, ainda uma pirralha, já sabia admirar a sua beleza! Na esquina ao lado, residia a família Couceiro.

Pouco antes, onde hoje ainda é o Colégio Stella Maris, foi residência dos Carraresi. A casa mais parecia um castelinho. Tinha uma grande escada externa que levava ao andar superior. A princípio, a capela era na sala principal da moradia. Apesar de bastante modificada, e sem a escada, a construção ainda lembra a original. As cônegas de Santo Agostinho, que têm conduzido essa escola, aproveitaram muito bem o grande terreno que circundava a casa. Outras construções foram levantadas, inclusive na frente que dá para a Rua Osvaldo Cruz.

Em seqüência, desse mesmo lado havia a residência da Nogueira, a do dr. Carlos Barreto, um grande pediatra; e ao lado, uma mansão enorme, a princípio da família Mello, que se mudou para Ribeirão Preto e a vendeu para o dr. Bias Bueno, que ali residiu por muitos anos. Posteriormente, a propriedade passou à família Vaz Guimarães. Esses foram seus últimos moradores, pois chegou o dia de a casa ser demolida para dar lugar a mais um prédio. A rua que ali foi aberta recebeu o nome de Dr. Bias Bueno, um cidadão muito atuante.

Na quadra depois da Rua Dr. Amílcar Mendes Gonçalves, residiu uma grande amiga de nossa família, dona Mocinha Rodrigues Alves, que também participava da firma Rodrigues Alves e Cia., da qual meu pai era sócio. Não muito antiga, a casa foi aberta para ligar a Rua Bento de Abreu à avenida que estamos percorrendo.

Dona Mocinha ia todos os anos à Europa e sempre trazia uma lembrança. A que mais recordo foi uma sombrinha de ráfia, debruada com uma fita de gorgorão vermelho, tendo flores bordadas com a agulha mágica, apetrecho que hoje creio não existir mais. Às vezes ela nos enviava um delicioso bolo em forma de coração. Como é bom lembrar de tantas coisas que ficaram gravadas em minha mente e no meu coração. Mais tarde, essa casa foi adquirida por um dos Malzoni, que fez um grande reforma.

Na esquina da Rua Azevedo Sodré, era a casa da família Quintino. Ivone Quintino costumava ir à nossa casa jogar tênis, e eu, ainda muito pequena, já sabia admirar sua beleza! Na esquina ao lado residia a família Loureiro.

Outras casas foram sendo demolidas, dando lugar a uma grande loja de automóveis, hoje sem uso. Ao lado, ergue-se o casarão que sedia o Instituto Histórico e Geográfico de Santos, hoje dirigido por Carolina Ramos, intelectual inovadora em sua gestão, que tem sabido cultivar os valores de nossa história e tradição, juntamente com a preservação do patrimônio, cada vez mais bonito e bem cuidado. O imóvel foi adquirido pelo economista Valentim Bouças, e doado para o Instituto, em magnânimo gesto, pelo qual é sempre lembrado.

Onde hoje está o Educandário Santista, foi residência da família Reis. E onde está o Internato Maria Imaculada, houve também um orfanato; hoje é um pensionato de estudantes universitários, e antes residência dos Alcântara. Defronte há um estacionamento, onde existiu uma construção enorme, uma casa de porão alto, que pertenceu ao dr. Flor Horácio Cirylo, advogado e militante político. Foi uma pena demolirem essa casa, cuja arquitetura era digna de ser preservada, mas reconheço a necessidade de se aproveitar todos os espaços em razão do crescimento vertiginoso da cidade. Ruim mesmo, é ser incorrigível saudosista, apegada às imagens do passado, então vivido de uma maneira tão diferente!

Adiante, na sede do Laboratório Menzen, vivia a família Bernils. Sempre que vou ali para exames necessários, vejo-me menina, em visita a essa família. A casa conserva ainda os seus traços originais, mesmo que adaptada aos serviços ali prestados. Os vitrais coloridos da sala de refeições, local onde hoje é colhido o sangue, ainda filtram a luz solar. O terraço em forma de um "L", as correntes que pendem do beiral do telhado, os vidros lapidados, tudo nos transporta a um passado distante. Apenas a fachada de grandes janelões foi alterada, modificando muito sua aparência original.

Passando em frente da Casa de Saúde, vem a lembrança do primeiro edifício desse hospital. Era uma casa branca, quadradona, bem distante da avenida. Possuía muitas palmeiras em seu grande terreno. Ali, nos anos trinta, meu irmão Olavo foi operado de apendicite pelo dr. Guilherme Gonçalves, quando conheci essa casa em todos os detalhes. Alguns anos depois, construíram novas instalações na frente, aproveitando o vazio do recuo frontal. O novo prédio permaneceu ligado à antiga casa por longo tempo. Aos poucos foram reformando e ampliando suas instalações, e hoje nada mais existe da casa que iniciou ali suas atividades. Todos os nossos hospitais aumentaram suas instalações para atender à grande demanda da população. Lembro-me bem de quando o dr. Marcílio sonhava com a maternidade! Mostrava-me os desenhos que fazia e falava de seus projetos, todos realizados. Com muita justiça, essa maternidade leva o seu nome, por decisão dos médicos militantes.

Mas um recente desaparecimento nesse trecho da Avenida Conselheiro Nébias deixou-me triste: o fim da Chácara Brasil. Desde 1953, quando construímos nossa casa na Ponta da Praia, a chácara fez todo o ajardinamento do terreno e nos tornamos seus assíduos clientes.

Sempre que necessitava de alguma planta para enriquecer minha estufa, ou adornar um canto da casa e do jardim, deles me valia, sempre atendida com especial atenção. Certamente o Seu Antonio cuida hoje dos jardins do Pai... Posta à venda há muito tempo e finalmente comprada, seu terreno vem sendo preparado para um novo empreendimento. Com a morte do seu criador, a chácara perdeu sua clientela e seu fim era inevitável.

Nessa mesma quadra ainda há uma casa bem antiga que pertencia à família Pacheco. Em frente, a casa de Marino Leite, hoje uma fábrica de pães. Nessa quadra ainda, o dr. Jordão de Magalhães construiu sua residência, num lote que ia até a Rua Armando Salles de Oliveira. Era chamada Vila dos Pássaros, pela variedade de aves que ele colecionava. Algumas bastante raras. E o canto dos pássaros era ouvido até na rua.

Do outro lado da avenida, a família Molinari habitava uma grande casa, onde se instalou nossa primeira faculdade de Direito. Apelidada de "casa amarela", foi desaparecendo à medida que levantavam novas edificações à sua volta, até sumir completamente. A seu lado, ergue-se a Faculdade de Arquitetura, e na esquina, uma construção mais recente, onde outrora havia o bangalô de minha querida e saudosa amiga Iracema Marques. Carinhosamente tratada por Tia Iracema pelos alunos da faculdade, deixou boas lembranças e muitas saudades.

Desse ponto em diante encontramos muitas casas, algumas residenciais, outras servindo a fins comerciais. Na esquina da Rua Alexandre Herculano, naquele casarão que foi a residência da família Álvaro Pinto Novaes, hoje está a Delegacia de Trânsito. Ao lado, uma casa que permanece original, e pertenceu à família Morel. Na quadra em frente, existiu um bangalô no meio de um enorme terreno cheio de árvores, que pertenceu à família de Vavá Martins. Esteve muito tempo abandonada, mas depois de demolida, em seu terreno foi construído o imponente prédio da Cultura Inglesa.

A seu lado, onde está a Imobiliária Ferja, havia a residência de Francisco de Barros Mello, que abrigava em sua casa um pequeno museu particular, cujo acervo é ignorado. Que pena!

Passando a linha férrea, ergue-se a grandiosa Faculdade de Educação Física, onde funcionou durante muito tempo o Colégio Independência.

Na esquina ao lado era a residência do dr. Jerônimo La Terza, um casarão que depois de demolido deu lugar a um grande prédio comercial de consultórios médicos.

Do outro lado, está um prédio de apartamentos, de construção pequena, que leva o nome de Iracy Pinheiro Tucci, de tradicional família da cidade. Domingos Tucci foi alto funcionário da Recebedoria de Rendas.

Atravessando a Avenida Rodrigues Alves, encontramos o belo prédio onde durante anos funcionou a Capitania dos Portos. A casa foi construída nos anos 20, e é um marco daquela época. Ali residiu por longo tempo a família Baccarat.

Recentemente, num jantar em casa de amigos, conversando com Dorinha Cândido Gomes, casada com Ronaldo, muito conversamos sobre essa casa, em que ela, neta dos Baccarat, residiu por alguns anos. Nossa apreensão em relação a essa casa é o seu destino. Em meu entender ela seria o local apropriado para a instalação de um museu. Externamente, essa construção conserva as mesmas características, mas internamente sofreu muitas modificações de adaptação funcional.

Passando a pequena praça entre a Rua Luiz de Camões e a Avenida Conselheiro Nébias, continuam firmes várias casas. Numa delas residia um casal amigo, Margot e Jeferson Martins, cirurgião dentista. Eles gostavam de reunir os amigos para um bate-papo. Foi ali que conhecemos Nair e Pedro Felipe Lessi. Ela se foi, mas ele continua bastante saudável e sempre que nos encontramos é motivo de alegria. Lembramos dos tempos que se foram. Não posso deixar de dizer o quanto ele é benquisto entre os advogados militantes de nossa cidade, por ser considerado um mestre. Adoro alimentar velhas amizades, é uma fonte de alento, pois há sempre o que recordar!

A seguir está a Gota de Leite, num edifício muito antigo, cuja arquitetura retrata os áureos tempos que se foram. Rica em detalhes, hoje o pavilhão principal é ocupado pelo Fundo Social de Solidariedade, e as funções da Gota de Leite instalaram-se noutros pavilhões construídos no terreno que vai até a Rua Luiz de Camões. Assim continua a cumprir as finalidades para que foi criada pelo saudoso médico dr. Alcides Lobo Viana.

Na esquina ao lado foi a residência do dr. João Carvalhal, militante político, que na revolução de 1930 teve sua casa saqueada e incendiada por vândalos que buscam a oportunidade de dar vazão a instintos de destruição.

Mais adiante, encontramos uma casa muito antiga onde reside o arquiteto Nelson Zorovich, que foi casado com Maria Rebelo da Motta, professora e notável historiadora. Há pouco tempo, em entrevista ao jornal A Tribuna, ele confessou a sua satisfação de morar num lugar com tantas recordações! Acordar com o canto dos galos é um prazer, disse ele. O mobiliário da casa retrata uma época que se distancia e revela o bom gosto da família.

Algumas casas foram reformadas e ampliadas, passando a ter diferentes utilizações. É o caso do prédio onde funciona o 2º Cartório de Registro Civil. Era um sobradinho construído por Florinda Saddi e seu marido. Ela era nossa amiga, e gostava tanto da entrada de carro que havia em nossa casa, que também a fez na sua. Esse foi o casal fundador da Casa Leipzig, que depois de passar por vários donos, hoje está ainda melhor. As irmãs Indes conduzem os negócios com extremo bom gosto, na matriz da Rua Euclides da Cunha e nas filiais da Avenida Marechal Deodoro e no Shopping Praiamar. São peças para presentes ao alcance de todos.

No trecho contíguo, havia a casa da família Bezerra, que vem sendo demolida vagarosamente. Lembro com saudade de quando ali ia com minha primeira professora, dona Tereza Nicoline, que morava no número 312. Outras casas desapareceram para dar lugar ao novo edifício da Universidade Católica de Santos, que vai até a Rua da Constituição.

Daí em diante, há poucas construções de importância. Onde hoje existe um supermercado, na esquina com a Avenida Campos Sales, havia uma grande casa que foi construída por Flaminio Levy, sócio majoritário da Sociedade Anônima Levy, onde meu pai foi gerente. Transferida a empresa para São Paulo, a casa foi ocupada por uma congregação religiosa que ali manteve um abrigo para meninas, durante muitos anos. Com a explosão do gasômetro na proximidade, a construção teve que ser demolida.

Do outro lado, residia a família da professora de piano Oraida Amaral. Na quadra seguinte, mais duas construções retratam época. Uma delas, enorme, onde hoje está uma casa de repouso, e na outra, uma dependência do Corpo de Bombeiros.

Ainda nessa quadra, em frente, a Escola José Bonifácio, onde a primeira mulher santista foi professora aos dezesseis anos: Vitalina Caiaffa. E onde inúmeros santistas de renome estudaram. A escola nasceu como Academia do Comércio de Santos, primeira escola de Economia da região, na Rua Sete de Setembro, e só mais tarde instalou-se onde está até hoje. Em 1910 passou a ter o curso ginasial e em 1917 seu nome foi alterado para Associação Instrutiva José Bonifácio. Sempre procurando atender às necessidades do ensino, em 1927 instalou a primeira Escola Normal, formando professores. Nela lecionaram mestres ilustres como Martins Fontes, Benedito Calixto e Adolfo Porchat de Assis. Este último fundador do Ateneu Santista (N.E.: na verdade, o Liceu Feminino Santista), instalado na esquina ao lado.

Na esquina com a Rua Sete de Setembro, duas casas que jamais esqueci: de um lado a residência do coronel Evaristo Machado Neto, uma edificação sem recuo, embora guardasse um ar de nobreza. E defronte, a casa construída por J. D. Martins, durante algum tempo sede do Clube XV. Em estilo rico, com uma espécie de torre que a distinguia encantadoramente. Pobre casa! Sofreu tantas transformações que acabou sendo demolida, dando lugar a uma nova agência do Banco Itaú.

Na esquina próxima, uma enorme casa pertenceu à família Freire, onde por muitos anos esteve o Colégio Coelho Neto. O prédio mais antigo desse trecho é o que abriga o Centro Social e Educacional Cantinho Alegre, entidade de assistência que realiza um trabalho digno dos maiores elogios. Cada vez que recebo o relatório anual de suas atividades, surpreendo-me com magnífico trabalho da entidade, sob a direção da dedicada presidente Suely Freitas de Vasconcelos.

Essa casa foi comprada por dona Nina Faria, pessoa extremamente caridosa, e por ela doada à Cruzada das Senhoras Católicas, para instalação dessa entidade filantrópica. Durante muito tempo foi uma escola profissionalizante que preparou centenas de moças para um trabalho digno e compensador. Sua atuação é hoje bastante diversificada e abrangente, indo do berçário à adolescência e mantendo uma creche onde as mães deixam os filhos para poderem trabalhar. Ali existe uma capela com belas peças também doadas por dona Nina Faria.

Até a Rua Bittencourt, a avenida é larga, com duas pistas e um canteiro central. A seguir ela estreita, deixa de ser avenida, mas com a intensificação do trânsito, passou a ser rua de mão única, sentido praia-centro. Muitas casas do trecho são habitadas como moradia coletiva e apresentam alto grau de deterioração. Projeto de ampliação da rua parece abandonado temporariamente.

Entre a Avenida São Francisco e a Rua Amador Bueno, destaca-se a sede da Associação Espírita Beneficente Anjo da Guarda, inaugurada em 1928.

Quase na esquina da Rua General Câmara, situava-se o palacete Aranha, a casa das palmeiras, como era chamada. Rodeada por um florido jardim, onde se destacavam as palmeiras, arrematando a nobreza da construção, foi aí que nasceu Maria José Aranha de Rezende, nossa saudosa poetisa. Zezinha Rezende nos deixou valiosa obra literária. Sentia enorme admiração por essa casa, e sofri muito com a sua destruição, depois de servir por muitos anos como habitação coletiva.

Assim concluímos nosso passeio por essa avenida tão significativa para todos nós. Começa no porto e finda na praia, junto à Praça Paulo Viriato Corrêa da Costa, santista de renome mundial no meio rotário. Paulo Viriato, arquiteto, construtor e empresário de múltiplas atividades, foi presidente do Rotary Club de Santos, governador do Distrito 461, presidente do Rotary International e também da Fundação Rotária. Desenvolveu excelentes trabalhos, deixou bons exemplos, boas lembranças e muita saudade.

Palacete Aranha, a "casa das palmeiras", na esquina com a Rua Gal. Câmara, em postal de 1910

Imagem: acervo do professor e pesquisador santista Francisco Carballa