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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [46]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 947 a 959, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Palácio do Governo, Curitiba
Foto publicada com o texto, página 947. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Paraná

estado do Paraná é uma área de território de forma quase retangular, situada entre os estados de São Paulo e Santa Catarina, e que a Sudeste apresenta uma parte saliente que avança para o mar, com 93 milhas de litoral. De Norte a Sul, tem o comprimento máximo de 246 milhas e sua parte mais larga, entre o mar e a confluência dos rios Iguaçu e Paraná, mede 447 milhas. A sua área é aproximadamente de 240.000 quilômetros quadrados, isto é, uma área igual à da Suécia, ou 5 vezes a da Suíça. É limitado ao Norte pelo estado de São Paulo, ao Sul pelo de Santa Catarina - formando o Rio Iguaçu a linha divisória -, a Leste pelo Oceano Atlântico e a Oeste pelo estado de Mato Grosso e pelas repúblicas do Paraguai e Argentina, sendo nesta parte a separação feita pelo Rio Paraná.

Em seu todo, o estado é montanhoso, ainda que, para o lado de Leste, o terreno se apresente, em geral, um tanto baixo. De Norte a Sul, é atravessado pela Serra do Mar, a qual constitui uma peculiaridade da costa brasileira desde a Bahia até o Rio Grande do Sul.

"Uma convolução do maciço central - afirma uma autoridade - que forma o thalweg entre as bacias do Paraná e do Tocantins, bifurcando-se, manda um contraforte (que é a Serra de Maracaju) para o Paraguai e outro para o lado de Leste, que entra no Paraná. A primeira é cortada ao meio pelas águas do Paraná, em Sete Quedas, a rainha das cascatas do mundo. Os contornos da última alargam-se e abaixam-se à proporção que se aproximam da Serra do Mar, com a qual finalmente entroncam e, assim, constituem o grande planalto de Curitiba".

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Antonina
Foto publicada com o texto, página 948. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

O estado é naturalmente dividido em três seções, a saber: a zona do litoral, com uma extensão média de 55 quilômetros, possuindo uma flora singularmente bela; a zona ocidental, compreendida entre o Rio Paraná e as serras da Esperança e Apucaranas; e a zona central que é o planalto de Curitiba.

As zonas ocidental e central diferem extraordinariamente, tanto quanto às condições climatéricas, como no que concerne à vegetação. Esta parte ocidental é considerada a região mais salubre do Brasil e indubitavelmente está excelentemente situada para a localização de habitantes do Norte da Europa. O clima é temperado, na melhor acepção deste termo, uma vez que ali se desconhecem os extremos de frio e de calor, sendo certo, porém, que a neve, no tempo de inverno, não é coisa fora do comum.

Imensos pinheirais se alternam com ricas campinas. Com o aumento da população, a exploração desta área constituirá importantíssimo capítulo no desenvolvimento do Brasil. As imensas florestas de pinho são suficientes para fornecer de madeira bastante os mercados da América e da Europa, ao passo que as vastas planícies são eminentemente apropriadas ao cultivo do trigo e mais tarde, pela diminuição da área destinada à produção do trigo nos Estados Unidos, esta parte do território paranaense virá a constituir uma reserva das mais valiosas. Com estas vantagens, cite-se também a das maravilhosas condições deste mesmo terreno para a criação do gado.

O terreno mais baixo é mais quente e de caráter sub-tropical; entretanto, saudável. Sem dúvida, a vegetação difere inteiramente, ou pelo menos em grande parte, daquela que caracteriza as terras altas, sendo as matas formadas de cedro e outras árvores de madeiras de lei.

O rio principal é o Paraná, que nasce no estado de Minas Gerais e que, no território do Paraná, recebe, como afluentes, o Ivaí, o S. João, o Pequiri, o Tatuí e o Itatu, o S. Francisco, o Jupihi e o Iguaçu. O Paraná corre pela fronteira ocidental do estado, formando em seu curso as famosas cataratas das Sete Quedas, que são talvez as maiores do mundo.

Eis como Azara as descreve: "Imagine-se uma vasta catarata, digna de ser cantada por poetas, formada pelo majestoso Paraná, que, mesmo neste ponto, a 470 léguas de sua embocadura, contém mais água, em uma extensão de 4.200 metros, do que quase todos os maiores rios da Europa, se fossem reunidos no ponto em que a queda começa. Este poderoso rio se contrai subitamente em um estreito canal de 60 metros, através do qual as águas se precipitam com fúria indescritível. Essas águas não caem verticalmente, mas por um declive de 50º, com uma queda vertical de 17 metros. A névoa, produzida pelo embate das águas sobre as margens de granito e obstáculos à corrente, forma colunas de vapor sobre as quais o sol desenha inumeráveis arco-íris visíveis à distância de léguas. A condensação dos vapores produz uma chuva perpétua, o solo abala-se, e os roncos da catarata são ouvidos a milhas de distância".

O Tibagi, que nasce mais ou menos a 3.936 pés acima do nível do mar, é o tributário mais importante do Rio Paranapanema, no qual vem desaguar, abaixo de Salto Grande, depois de um curso de 62 milhas. O seu curso é irregular e encachoeirado, havendo quedas rápidas como se encontram no Iguaçu e outros rios. É navegável em toda a extensão por canoas e embarcações pequenas; durante a guerra do Paraguai, tentou-se transportar tropas, por tal caminho, mas a tentativa foi abandonada. A navegação também é possível entre os rápidos do Ivaí. No Iguaçu, pouco antes de sua confluência com o Paraná, encontram-se as universalmente afamadas Cachoeiras de Santa Maria, de 60 pés de altura e de grandeza sem rival.

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A Alfândega de Paranaguá
Foto publicada com o texto, página 948. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

História

Todo o litoral da região, atualmente conhecida sob a denominação de estado do Paraná, fez parte das 50 léguas da Terra de Sant'Anna, doadas sob o nome de Capitania de Santo Amaro a Pero Lopes, irmão do fundador de São Vicente. Uma expedição que partiu de São Vicente, nas proximidades de 1560, descobriu a baía de Paranaguá, donde irradiaram as futuras excursões de exploração para o interior. Todavia, só em 1600 se formou em Paraná o primeiro núcleo de população que, 48 anos mais tarde, foi elevado à categoria de cidade. Os Campos de Curitiba foram, pouco depois, povoados por evadidos de S. Paulo e, em 1693, Curitiba tornou-se cidade.

Um pouco antes de começar o século XVIII, praticou-se a exploração ativa do ouro em depósitos de terrenos de aluvião, adjacentes a rios nas proximidades de Paranaguá, Morretes, Antonina, Assungui, Curitiba e São José dos Pinhais - e essas minas se apresentaram de tal riqueza que determinaram a fundação de uma fundição oficial. Entretanto, em 1733, foi a exploração das referidas minas abandonada.

Até 1853, o Paraná, sob a denominação de Comarca de Curitiba, dependeu de S. Paulo, mas, naquele ano, pela lei de 9 de setembro, foi declarado autônomo e elevado à categoria de província. Quando, em 1889, se proclamou a República, foi o Paraná considerado como um dos estados da Federação Brasileira.

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Vistas de Paranaguá: 1 e 2) O porto; 3 e 5) Rua 15 de Novembro; 4) A Intendência Municipal
Foto publicada com o texto, página 949. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Clima, salubridade, população

As quatro estações se sucedem regularmente umas às outras e o clima de toda a região paranaense é excelente, ainda que um tanto úmido e quente nas terras baixas, adjacentes ao litoral.

A salubridade do estado é a mais satisfatória possível. Em 1906, por exemplo, houve 8.474 nascimentos, na cidade de Curitiba, contra 3.944 óbitos, o que determina um excesso de 4.530 unidades de natalidade sobre a mortalidade. Quanto ao coeficiente da mortalidade de Curitiba, fazem os algarismos seguintes ressaltar as condições favoráveis da capital paranaense, em confronto com diversas capitais estrangeiras:

Paris 17.80
Londres 16.57
Berlim 16.94
Roma 19.85
Washington 20.49
Viena 18.31
Curitiba 13.90

Isto em relação a 1907. Em 1906, o coeficiente da mortalidade em Curitiba não excedeu 10.90. A facilidade com que os estrangeiros se aclimatam no Paraná transparece do seguinte fato: em 1906, registraram-se 3.944 óbitos. Dos falecidos, 3.615 eram nacionais, 2 eram de nacionalidade desconhecida e 327 estrangeiros.

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Edifícios públicos em Curitiba: 1) Penitenciária; 2) Supremo Tribunal; 3) Estação da São Paulo-Rio Grande; 4) A Casa do Congresso; 5) O Ginásio
Foto publicada com o texto, página 950. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

O Paraná é ainda o menos conhecido, talvez, dos estados marítimos do Brasil. A sua população consta apenas de 500.000 habitantes, mais ou menos, pertencendo um nono deste número à capital. O governo do estado faz tudo quanto pode para animar a imigração. Havendo sempre falta de quem trabalhe, nenhum recém-chegado deve recear a falta de imediata remuneração da sua atividade.

O estado mantém duas hospedarias para acolher e receber imigrantes, sendo uma em Curitiba e outra em Paranaguá. O transporte do imigrante e sua bagagem do paquete para a hospedaria, a sua alimentação e alojamento, por um espaço de tempo razoável, são feitos à custa do estado, que recebe, para estas despesas, uma auxílio do governo federal.

Em 1908, 1.031 famílias, compreendendo 6.2331 imigrantes, entraram no Paraná. Destes, 3.881 eram austríacos, 1.565 russos, 175 alemães, 203 suíços, 375 holandeses, 7 franceses, 6 italianos, 7 belgas e 2 escandinavos. Tem-se reconhecido que o meio mais certo de prender o imigrante à terra é garantir-lhe a posse do terreno que ele melhora com o suor do seu rosto. A divisão e demarcação dos lotes é executada com o maior cuidado e, na distribuição pelos recém-chegados, leva-se em grande conta a região ou país de que o imigrante veio.

Outra vantagem de que geralmente gozam as colônias é estarem elas perto de centros de consumo e de estradas de ferro. Em pouco tempo, todos esses centros de colonos das mais variadas procedências vivem na melhor comunhão.

Assim, a colônia de Assungui nasceu da mistura de alemães, que para o local vieram em 1857, com ingleses, norte-americanos e franceses, que se estabeleceram na mesma região três anos depois.

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Na estrada de ferro do Paraná: 1) Um túnel; 2) Ponte São João; 3) Túnel nº 8; 4) Quilômetro 65; 5) Viaduto do Carvalho
Foto publicada com o texto, página 951. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Vias de comunicação

Diversos rios formam, na sua foz, baías, portos e enseadas que facilitam muito a navegação fluvial. A principal destas baías é a de Paranaguá, vasto e pitoresco porto que, de Leste a Oeste, tem a extensão de 30 milhas. À sua entrada fica a Ilha do Mel, que divide a baía em dois canais, cada um dos quais com profundidade bastante para dar passagem a navios com 5 ou 6 pés de calado. No interior da baía encontra-se, além dos portos de Paranaguá e Antonina, que comerciam diretamente com a Europa e a América, o de Guaraqueçaba, que serve de quartel-general aos navios costeiros.

Paranaguá tem um movimento considerável de erva-mate, arroz e madeira, sendo que, em Antonina, distante 10 quilômetros ao Noroeste de Paranaguá, também se embarca grande quantidade de erva-mate. Esses portos são servidos por vapores que fazem a navegação de cabotagem e que pertencem ao Lloyd Brasileiro, Companhia Nacional de Navegação Costeira, Serviço Marítimo Joaquim Garcia e Companhia Comércio e Navegação do Rio de Janeiro. As comunicações com o Uruguai, a Argentina e o Paraguai são feitas por linhas do Lloyd Brasileiro. As relações comerciais com a Europa são mantidas por meio de navios da companhia do Lloyd Austríaco.

Os rios do Paraná são, atualmente, mais utilizados como elementos de irrigação e de produção de energia, do que como vias de navegação. Os transportes fluviais estão, na verdade, limitados a duas passagens dos rios Iguaçu e Negro. No primeiro navegam os barcos entre Porto da União e Porto do Amazonas, onde vai ter um ramal da Estrada de Ferro do Paraná.

O estado do Paraná conta diversas estradas de rodagem extensas e bem construídas. Entre elas, notam-se:

A estrada de Ponta Grossa a Guarapuava, com 178 quilômetros
A estrada de Mato Grosso, com 122 quilômetros
A estrada do Serro Azul, com 99 quilômetros
A estrada de Tijuca a S. José, com 66 quilômetros
A estrada de Castro a Tibagi, com 67 quilômetros
A estrada de Mandirituba, Tietê e Areia Branca, com 67 quilômetros
A estrada da Lapa, com 56 quilômetros
A estrada de Jaguariaína a S. João da Boa Vista, com 51 quilômetros
A estrada de Colombo e Bocaiuva, com 36 quilômetros
A estrada de Conchas a Ipiranga, com 27 quilômetros
A estrada de Fernandes Pinheiro a Imbituba, com 27 quilômetros
A estrada de Graciosa a Quatro Barras, com 21 quilômetros
A estrada de Quatro Barras a Campina Grande, com 9 quilômetros
A estrada de Barras a Piraguara, com 9 quilômetros
A estrada de Barreirinha a Tamandaré, com 9 quilômetros

Há também as seguintes, que foram melhoradas em 1907: de Porto da União a Palmas, de Porto de Cima a Morretes e Colônia Marques, de Campina Grande a Bocaiuva, de Lapa à Colônia Antonio Olyntho, de Castro a Serro Azul, de Campo Eré a Bela Vista e Dionisio Cerqueira, de Palmeira a Triumpho e outras.

O estado tem perto de 850 quilômetros de estradas de ferro, dos quais quase metade pertencem à Estrada de Ferro Paraná. Esta linha é especialmente destinada a servir a parte oriental do estado, enquanto que o Oeste é servido pela S. Paulo-Rio Grande, que liga Paraná a S. Paulo e a Santa Catarina. Estão em construção as estradas de ferro de Assungui, Norte do Paraná e Curitiba.

O estado está bem servido pelo sistema federal de correios e telégrafos e conta atualmente 350.000 metros de linhas telefônicas, ligadas a 400 aparelhos.

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Pitoresco trajeto da estrada de ferro: 1) Uma das passagens difíceis, na linha; 2) Pico do Diabo; 3) Cachoeira do Rio Oiapó; 4) Viaduto Três Irmãos
Foto publicada com o texto, página 952. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Agricultura e outras indústrias

Quanto à produção da erva-mate no Brasil, o Paraná guarda a mesma proporção que S. Paulo em relação ao café, porque o mate ocupa na República uma das maiores áreas de produção. Cada ano são exportados do Paraná de 30 milhões a 40 milhões de quilos de mate, não estando incluídas nestes algarismos as quantidades que clandestinamente saem do estado, pelo Rio Paraná, e os contrabandos que passam na parte contestada do Iguaçu-Uruguai.

Nestes últimos anos, a exportação foi:

1906-7 36.362.314 quilos
1907-8 33.020.090 quilos
1908-9 36.641.626 quilos
1909-10 40.679.387 quilos

O valor da exportação, no período de 1909-1910, foi de Rs. 20.639:693$500, contra Rs. 18.320:813$000, correspondente ao exercício de 1908-1909.

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Colonos no "armazém", Colônia Cruz Machado
Foto publicada com o texto, página 953. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Quanto a madeiras, é o estado excepcionalmente rico, e na Exposição Nacional, que teve lugar no Rio de Janeiro em 1908, o Museu do Paraná apresentou espécimes de 90 variedades. Contudo, a especialidade do estado é o pinho, de que possui e exporta diversas variedades.

O número de serrarias a vapor e de estabelecimentos de aparelhar madeira existentes no estado excede a 100. Durante o exercício de 1909-1910, a exportação da madeira foi avaliada em Rs. 1.729:813$286 contra Rs. 1.049:155$836 em 1908-1909. A carestia dos transportes por estrada de ferro retarda o desenvolvimento cada vez mais pronunciado desta indústria.

A produção de frutos também aumenta rapidamente, sendo a banana (musa paradisiaca) a especialidade do estado. Atualmente, a cultura é quase toda de frutos japoneses, que se adaptam admiravelmente ao solo, qualquer que seja a sua qualidade. O ministro japonês, quando visitou Curitiba, muito admirou a grande produção e a magnífica qualidade dos frutos de ameixeiras que apenas tinham dois anos.

A exportação de animais vivos está positivamente diminuindo. Os animais exportados desceram de 23.027, no exercício de 1907 a 1908, a 14.904, no exercício de 1908 a 1909, e a 8.135 no de 1909 a 1910, tendo sido os respectivos valores destas exportações Rs. 1.708:950$, Rs. 947.095$, Rs. 413.376$.

Quanto à indústria extrativa, é preciso que se afirme que o território do Paraná não está de qualquer forma baldo de riqueza mineral. Com efeito, as primeiras descobertas de ouro, no Brasil, foram feitas em Cananéia e Paranaguá, onde também foi estabelecida a terceira fundição para a mineração de ouro, criada para o país. Tem sido encontrado ferro em Antonina, São José dos Pinhais e Veterava. Em Tibagi têm sido encontrados diamantes; em Guarapuava e em Curitiba, cobre; na Lapa, antimônio; em Imbituba, carvão, e em Jaguariaiva, sal-gema. E em outros pontos existem riquezas minerais, ainda por explorar.

Quanto às indústrias manufatureiras, o Paraná, excluído o Distrito Federal, ocupa o quarto lugar. Dentro de seus limites funcionam 300 estabelecimentos manufatureiros, que dão trabalho a 5.000 operários. A totalidade do capital empregado nesses estabelecimentos está calculada em Rs. 21.000:000$ e a produção anual em Rs. 34.000:000$.

Os trabalhos mais importantes são os da preparação da erva-mate, seguindo-se, de perto, as fábricas de fósforos, as oficinas de carpintaria e as serrarias a vapor. As fábricas de fiação e tecidos estão também em rápido aumento. O valor total das exportações do estado em 1909-1910 foi de Rs. 24.522:330$ e a importação atingiu Rs. 21.155:436$.

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Casa dum colono, Colônia Ivaí
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