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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [45-C]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 939 a 946, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Algumas personalidades do Recife, Pernambuco: 1) Dr. Manoel Gomes de Mattos; 2) Dr. Manoel Pontual; 3) Dr. Luiz Corrêa de Brito; 4) Comendador José Maria de Andrade 5) Major Deodoro Corrêa; 6) Frederick Lundgren; 7) O falecido cel. Manoel Antonio dos Santos Dias; 8) O falecido barão de Frecheiras; 9) Major Antonio dos Santos Pontual; 10) O falecido Leocadio Alves Pontual; 11) Dr. H. Bandeira de Mello; 12) J. G. Pereira Lima; 13) H. Perey Caley; 14) Cel. Cornelio Padilha; 15) Dr. Samuel Pontual; 16) Dr. Davino dos Santos Pontual; 17) Dr. José Candido Dias; 18) Comendador José Pereira de Araujo; 19) Adolpho Cavalcanti de Albuquerque; 20) Bento Brito; 21) Dr. André dos Santos; 22) B. H. Tuckniss; 23) Cel. Thomaz d'Aquino Pereira; 24) Augusto Cavalcanti de Albuquerque; 25) Dr. Z. Marques da Silveira Lins; 26) O falecido Hermann Lundgren
Foto publicada com o texto, página 944. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Pernambuco (cont.)

Indústrias

Alfred J. Watts – O sr. Alfred J. Watts, químico e mecânico técnico, foi educado em Londres e veio para o Brasil em 1884, para os Engenhos Centrais do Brasil, a fim de estudar e remediar uma moléstia que apresentava a cana-de-açúcar. Ficou nesta empresa durante três anos. O sr. Watts construiu várias usinas de açúcar, foi gerente da Usina Fiuma e é químico e técnico consultor da Usina Bulhões. O sr. Watts tem o seu escritório no Recife, à Rua Bom Jesus, 17, 1º andar.

Rossbach Brazil Company - Esta empresa de Nova York estabeleceu-se em 1888 em Pernambuco e mais tarde também na Bahia. A sua fábrica do Recife produz diariamente cerca de 30 barris de óleo de colza para o consumo público. O óleo é manufaturado em dois tipos, conhecidos pelas denominações de Summer Yellow e Winter Yellow, sendo que este último é cuidadosamente refinado e extraído da estearina, de modo a permitir o seu uso em climas frios.

Os principais mercados para os produtos da companhia são: Rio de Janeiro, São Paulo e os estados do Sul do Brasil. A Rossbach Brazil Company prepara também uma forragem para a qual encontra ótimos mercados na Inglaterra, Bélgica e Alemanha. Possui ainda uma tanoaria, para a manufatura do vasilhame de que necessita e na qual trabalham 10 operários. Na fábrica de óleo há 35 operários trabalhando durante o dia, além duma turma de 20 homens, que trabalha durante a noite.

A Rossbach Brazil Company faz também largo negócio na exportação de couros, peles, semente de algodão, semente de mamona e borracha. Os couros e peles são enviados para os Estados Unidos e neste ramo faz a companhia um enorme movimento, que vai a 2.000.000 de couros e peles anualmente. O sr. W. Rosenthal, que foi anteriormente gerente da sucursal desta companhia na Bahia, tem a seu cargo a gerência em Pernambuco desde 1900.

Fábrica de Fósforos da Torre – Cerca de 450 operários trabalham nesta importante fábrica de fósforos, pertencente ao sr. Antonio Mendes Fernandes Ribeiro. A fábrica data de 1894 e foi propriedade da Companhia Manufatora de Pernambuco, que entrou em liquidação em 1900. Três anos depois, foi adquirida pelo sr. Ribeiro, que a remodelou inteiramente, tornando-a o importante fator de desenvolvimento industrial que hoje é.

Esta fábrica produz diariamente 3.000 grosas de fósforos de segurança e 1.200 grosas de fósforos de cera, que são vendidos, não apenas no estado de Pernambuco, mas por todo o Brasil. A fábrica está montada com os mais modernos maquinismos. A madeira é obtida no estado, à exceção de pequena quantidade, importada da Rússia; as drogas químicas são também importadas. Esta fábrica obteve uma medalha de ouro na exposição Nacional de 1908, outra medalha de ouro na Exposição de Bruxelas em 1910 e um grande prêmio na Exposição de Turim em 1911.

Companhia de Pesca Norte do Brasil – As águas ao longo de toda a costa do Brasil são extraordinariamente abundantes de peixe. Recentemente, formou-se em Pernambuco uma companhia com o objetivo de desenvolver a indústria da pesca. A companhia tem um capital de Rs. 800:000$000, todo ele subscrito em Pernambuco. Iniciou a empresa as suas operações com uma flotilha de três barcos de pesca, dois a vapor e o terceiro a gasolina. Os dois barcos a vapor são providos de instalações frigoríficas e construídos de acordo com os princípios modernos.

São diretores da Companhia de Pesca Norte do Brasil os srs. Antonio Mendes Fernandes Ribeiro, presidente; Julius von Sohsten, diretor-gerente; e Joaquim lima do Amorim, diretor-secretário.

Antiga Fundição Cardoso – As oficinas mecânicas pertencentes ao barão de Suassuma e conhecidas pela denominação de Antiga Fundição Cardoso foram fundadas em 1844. Foram seus fundadores os srs. Francisco Antonio Corrêa Cardoso e Antonio Pinto Mesquita, o primeiro pai e o segundo tio do atual chefe da firma, e o engenheiro sr. Francisco Corrêa Mesquita.

Essas oficinas, que se tornaram propriedade do barão de Suassuma em 1897, estão aparelhada para a execução de toda a sorte de trabalho mecânico; mas a especialidade da casa é o fornecimento de maquinismos para a indústria açucareira. A casa é sub-agente, na zona da Bahia ao Maranhão, dos conhecidos manufatores de maquinismos para a indústria do Açúcar, George Fletcher & Co., Derby, dos quais tem importado numerosas instalações para usinas.

Entre as maiores instalações recentemente feitas pela firma, figura a da Usina Catende, propriedade dos srs. Mendes Lima & Cia. Entre outras usinas a que tem fornecido maquinismos, contam-se as seguintes: Cachoeira Lisa, Frecheiras, Massauaçu, Timbó, Trapiche, São José, Goiana, Caxangá, Jamundá, Concessão, Maranhão, Leão e a Usina Nacional, no Rio de Janeiro.

O gerente da casa, sr. Gabriel Cardoso, está com a firma desde 1877 e ocupa o seu presente cargo há 20 anos. O sr. Francisco Corrêa Mesquita entrou para a casa em 1874. Estudou Engenharia em Londres, praticando com a firma George Fletcher & Co., Derby, e faz parte dos Institutos de Engenheiros Civis e de Engenheiros Mecânicos, ambos de Inglaterra.

Companhia Fábrica de Estopa – As indústrias de açúcar e de tecidos em Pernambuco animam várias outras subsidiárias; e destas, uma das mais importantes é a de tecidos de sacos de juta. A mais antiga das fábricas de tecidos deste gênero é a que pertence à Companhia Fábrica de Estopa, situada no bairro Sul da cidade, à Rua do Gasômetro.

A companhia foi fundada em 1891, com o capital de Rs. 300:000$000, elevado em 1908 a Rs. 500:000$000. Conta 120 teares de proveniência inglesa, dos quais, atualmente, trabalham apenas 50. A força motriz é fornecida por dois motores a gás. Quando trabalha com todos os seus teares, ocupa a fábrica 230 operários. A matéria-prima é importada de Dundee, importante centro do comércio de juta.

O presidente da companhia é o sr. T. A. Comber, secretário o sr. Antonio Mendes Fernandes Ribeiro, e tesoureiro o sr. Thomas Griffiths. O sr. Griffiths é também o representante da casa T. D. Evans, agente da Prince Line e exportador de açúcar e algodão.

Companhia Agro Fabril Mercantil – Esta companhia foi organizada em 1912, com um capital de Rs. 1.200:000$000, dividido em 2.400 ações de Rs. 500$000 cada uma. Tem por fim explorar, nos estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia, o comércio de gado vacum, cavalar etc., o plantio de algodão, irrigação de terras, força elétrica e suas aplicações e indústria fabril. Em breve inaugurará a empresa uma fábrica de linhas, movida por força elétrica, cujo maquinismo é todo ele de proveniência inglesa e o mais aperfeiçoado possível.

A diretoria se compõe dos srs. Balthazar de Albuquerque Martins Pereira, presidente; Guido Ferrario, secretário; e John Krausé, tesoureiro.

F. Görtz & Cia. – A firma F. Görtz & Cia. Foi fundada em 1896; ocupa-se ela da fabricação de óleo de rícino, para uso farmacêutico, óleos para iluminação e lubrificação, e do preparo químico de tintas para pintura, alvaiade, secantes, óleo de coco etc.

A fábrica, propriedade dos srs. F. Görtz & Cia., emprega cerca de 20 operários, é montada com maquinismos modernos de origem alemã, movida a vapor e iluminada à luz elétrica. Fica situada à Rua dos Prazeres. Os produtos dos srs. F. Görtz & Cia. gozam da melhor reputação nos mercados do Sul e Norte do país, para onde a firma faz larga exportação.

Coronel Carlos Frederico Xavier de Britto – A fábrica de doces M. B., propriedade do coronel Carlos Frederico Xavier de Britto, fica situada na cidade da Pesqueira e ocupa uma área de 10.000 metros quadrados. A fábrica é dividida em 8 seções: 1ª seção, recebimento e escolha de frutas; 2ª seção, preparo das frutas e fabricação das massas; 3ª seção, com 40 tachos e 28 turbinas, cozimento dos doces; 4ª seção, fabricação de massa de tomates; 5ª seção, confecção das latas; 6ª seção, depósito dos doces; 7ª seção, embalagem dos doces; 8ª seção, fabricação de caixas.

O maquinismo é todo moderno, aperfeiçoado, dos fabricantes Joseph Backer & Sons e Blicer, e é movido por um motor a vapor de 111 hp, dos fabricantes Crossley Bros. Ltd., mouro de 24 hp do mesmo fabricante, um outro também de 24 hp dos fabricantes Robey & Co. Ltd., aos quais fornecem vapor duas caldeiras do fabricante G. Fletcher, uma de 80 hp e outra de 40 hp.

A fábrica possui também 3 grandes depósitos de açúcar com uma capacidade para 7.000 sacos. Os produtos da fábrica – goiabada, goiaba em calda, doces de araçá, banana, figo-caju, compotas de manga, abacaxi etc. – gozam de grande reputação em todo o país e no estrangeiro, e receberam o Grande Prêmio na Exposição Nacional de 1908, Grande Prêmio na Exposição Internacional de Bruxelas em 1910, Prêmio de Honra na Exposição Municipal do Recife em 1911, Diploma de Honra na Exposição Internacional do Centenário da República Argentina em 1911, e Grande Prêmio na Exposição de Turim em 1911.

Amorim Costa & Cia. – Os srs. Amorim Costa & Cia. são estabelecidos em Olinda com fábrica a vapor de conservas, massa de tomates e doces de frutas. Os sócios solidários da firma, cujo capital é de Rs. 600:000$000, são os srs. João José de Figueiredo e José Leonardo de Amorim Costa, que têm como sócio comanditário o sr. Candido de Amorim Carvalho Neves.

Esta firma foi fundada em 1890, ficando a fábrica e edifícios anexos situados à margem do Rio Beberibe, sendo os transportes para o Recife feitos por esta via fluvial. A caldeira e o motor que aciona os maquinismos da fábrica são do fabricante alemão Lanz; os dínamos de Siemens Schuckwerke; e os maquinismos da funilaria dos fabricantes americanos E. W. Bliss & Co.

Dispõe a fábrica de cozinha mecânica, estufas a vapor, funilaria e caixotaria a vapor, sendo os edifícios de sólida e moderna construção e de propriedade da firma. A produção da fábrica se eleva a 3.000.000 de quilos anualmente, sendo as suas especialidades: massa de tomate em latas de 1, 4 e 8 libras, preparada pelo processo Appert; abacaxi de Pernambuco, inteiro ou em fatias; goiabada marca Leão, doces de caju, goiaba e manga em calda; Goiaba Jam, mangaba em compota etc. etc.

Estes produtos são exportados em larga escala para os diversos estados da União e para a Europa e repúblicas do Prata; e nas diversas exposições em que têm figurado têm obtido elevadas recompensas. Foram premiados na Exposição Universal de São Luiz em 1904 e nas de Bruxelas e Buenos Aires em 1910; na Exposição Nacional do Rio de Janeiro em 1908, a firma obteve Grande Prêmio e foi membro do júri; receberam o Grand Prix na Exposição Internacional de Paris em 1909, e também o Grand Prix na Exposição Internacional de Turim em 1911.

Petit & Cia. – A firma Petit & Cia. foi estabelecida na cidade do Recife em maio de 1912. É proprietária de uma grande fábrica de botões de madrepérola, osso chifre etc., e manufatura, também, placas de chifre, adubos químicos e carvão animal. A fábrica dos srs. Petit & Cia. fica situada á Rua Barão de Benfica, nº 38; é movida a vapor e dispõe dos mais modernos maquinismos, sendo o motor de proveniência inglesa e de 80 hp de força, e as máquinas para o fabrico dos botões de origem alemã.

O pessoal operário é composto de homens e mulheres e sobe a 200 pessoas. A produção deste importante estabelecimento é avultadíssima, compreendendo semanalmente 12.000 grosas de botões de osso, 1.200 grosas de botões de madrepérola, 1.200 grosas de botões de chifre, além de 4 toneladas de adubos químicos por dia e 2 toneladas de carvão animal, também diariamente.

O Rio Capiberibe, que passa pela fábrica, é utilizado para o transporte dos artigos manufaturados na fábrica que, por essa via fluvial, são levados ao Recife; pelo Capiberibe são também transportados para a fábrica o material e a matéria-prima utilizados por essa indústria.

Os produtos deste conceituado estabelecimento já gozam de renome em todo o Brasil, não só pela excelência da matéria-prima como também pela perfeição do fabrico e excepcional acabamento. Em geral, a firma Petit & Cia. apenas executa os pedidos de encomenda que lhe são feitos de vários pontos do Brasil, tendo agentes representantes nas principais cidades do país. O estabelecimento dos srs. Petit & Cia. muito tem concorrido já para dar impulso a essa indústria, até pouco tempo ainda mal conhecida no Brasil.

São sócios da firma os drs. Euphrasio da Cunha e J. V. Lins Petit, ambos solidários. O dr. Euphrasio da Cunha é nascido no estado de Pernambuco, onde foi educado, formando-se em Direito em 1903; após a sua formatura foi o dr. Euphrasio da Cunha para o território do Acre, onde permaneceu durante quatro anos; de volta ao Recife iniciou com seu cunhado o presente próspero estabelecimento. O dr. J. V. Lins Petit, cunhado do dr. Euphrasio da Cunha e sócio solidário desta firma, é formado em Medicina, profissão que também exerce, além da parte ativa que toma na direção do estabelecimento industrial de que é sócio.

Cardoso, Tavares & Cia. – Esta importante casa, estabelecida com fábrica de vinhos de frutas, vinagres, gasosas etc., foi fundada em 1872, datando a presente firma de 1908. A fábrica dispõe de ótimo e moderno maquinismo, movido a vapor, e é iluminada à luz elétrica, tendo para esse fim instalação própria. O álcool e o açúcar empregados são produzidos no estado, sendo importadas da Europa as garrafas e as drogas necessárias ao fabrico; os cascos são feitos na fábrica, que tem para isso uma seção especial. Os produtos deste importante estabelecimento gozam de ótima reputação, sendo exportados para todo o Brasil.

São sócios da firma os srs. Joaquim Cardoso e Alfredo Tavares do Amaral. São agentes da firma: na Bahia, o sr. Fernando carvalho de Silveira; em Sergipe, o sr. O. Amadeu; em Paraíba, o sr. Antonio A. Bezerra; em Natal, os srs. Lorintzen & Leite; em Mossoró, os srs. J. F. Leite & Sobrinho; em Aracati, o sr. Francisco Gerson Saboya; no Ceará, o sr. Mozart Barros; em Camocim e Ipu, o sr. O. Mendes; no Maranhão, os srs. M. A. Barros & Cia.; em Manaus, os srs. Figueiredo & Magalhães. A firma tem sempre 2 viajantes percorrendo as zonas do interior, Norte e Sul.

Fábrica de Pólvora de Pernambuco – Esta fábrica foi fundada em 1891 pelo falecido sr. Hermann Lundgren e hoje pertence à firma A. Lundgren, de que é chefe o sr. Arthur Lundgren. A fábrica, que fica situada no município do Cabo, a cerca de 20 quilômetros do Recife, produz pólvora de diversas qualidades e vários explosivos. Emprega cerca de 300 homens.

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Comerciantes do Recife: 1) Dr. Euphrasio Cunha; 2) Dr. J. V. Lins Petit; 3) José Pessôa de Queiroz; 4) Ernesto P. Carneiro; 5) Emygdio Figueira da Silva Fonseca; 6) Alexandre Lopes de Medicis; 7) Camillo L. Carneiro; 8) Dr. João Eustachio Pereira (Faneca); 9) T. A. Comber; 10) Manoel Pontual; 11) Dr. Acacio Umbelino Pereira Pinto da Silva (Maceió); 12) Samuel Pontual Junior; 13) Manoel Almeida Alves de Brito; 14) W. Rosenthal; 15) Delfino da Silva Tigre; 16) Odorico Gonçalves de Oliveira; 17) Francisco Pontual; 18) A. T. Connor; 19) Klaus Poeschmann; 20) Francisco Barros Barreto; 21) E. A. M. Fenton; 22) T. Bryers; 23) Albert Grotscke; 24) W. Ewart Gladstone Boxwell; 25) Eduardo de Lima Castro; 26) Sydney G. Rhodes; 27) Chas. D. Clunie; 28) Adolf Petersen; 29) O falecido Joaquim Pinto Alves
Foto publicada com o texto, página 945. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Comércio

Associação Comercial – A Associação Comercial de Pernambuco, instalada em 1º de agosto de 1839, agraciada com o título de beneficente por decreto imperial em 14 de agosto de 1854 e por atos julgados de benemerência, pelo então chefe da nação brasileira, fundiu-se com a Associação Comercial Agrícola de Pernambuco, em assembléia geral mista de 16 de março de 1904.

Os objetivos principais da associação são: promover e defender os interesses do comércio, indústria, lavoura e das artes; coligir e publicar mensalmente dados estatísticos de interesse para as classes que representa. A associação tem também por fim a manutenção e direção de um montepio para os associados e suas famílias e a criação dum edifício para exposição de amostras de artigos de produção, tanto nacional como estrangeira. Estes objetivos constam dos estatutos da associação; e já está elaborado o projeto do novo edifício,situado numa das novas avenidas, e o qual melhor lhe permitirá desempenhar a sua missão.

Os dois principais produtos sobre os quais a associação publica boletins são o açúcar e o algodão. Por um destes últimos boletins se verifica que a produção de açúcar desde 1900 foi a seguinte: 1900-1, 1.974.013 sacos; 1901-2, 2.632.950; 1902-3, 1.313.634; 1903-4, 1.361.964; 1904-5, 1.520.614; 1905-6, 2.047.038; 1906-7, 1.181.455; 1908-9, 2.115.978; 1909-10, 1.933.514 sacos.

Quanto ao algodão, os algarismos são os seguintes: 1900-1, 158.925 fardos; 1901-2, 305.218; 1902-3, 280.055; 1904-5, 247.069; 1905-6, 246.726; 1906-7, 274.455; 1907-8, 161.658; 1908-9, 205.218; 1909-10, 183.841 fardos.

Os portos principais para onde foi exportado, em 1910, o açúcar, e a quantidade em quilos, foram os seguintes: Antonina, 3.039.400 quilos; Ceará, 2.970.370 quilos; Greenock, 8.353.590 quilos; Londres, 10.910.970 quilos; Liverpool, 13.358.020 quilos; Manaus, 5.543.908 quilos; Nova York, 1.048.460 quilos; Pará, 11.296.406 quilos; Porto Alegre, 1.247.214 quilos; Pelotas, 3.385.080 quilos; Paysandú, 1.063.750 quilos; Rio Grande do Sul, 3.044.020 quilos; Rosario de Santa Fé, 14.891.240 quilos; Rio de Janeiro, 12.201.700 quilos; Santos, 31.710.420 quilos; além de vários outros portos menos importantes.

A exportação total de açúcar feita pelo porto do Recife, durante o ano de 1910, foi de 1.777.828 sacos, ou 129.615.023 quilos. A exportação total de algodão em 1909-10 foi de 9.657.240 quilos, dos quais 6.297.880 quilos foram enviados para Liverpool, 2.464.720 quilos para Santos e os restantes para diversos portos.

A Associação Comercial conta 300 sócios e é dirigida por uma diretoria atualmente constituída do seguinte modo: presidente, barão da Casa-forte; vice-presidente, sr. Alvaro Pinto Alves; 1º secretário, dr. Francisco José da Silva Guimarães Junior; 2º secretário, dr. Antonio Vicente de Andrade; tesoureiro, sr. Manoel Ferreira Leite; diretores, srs. Guilherme Dantas Bastos, Arthur de Souza Lemos, Antonio Pinto Lapa, Francisco Carneiro da Cunha, Othon Lynch Bezerra de Mello, J. F. Monteath, Manoel José da Silva Guimarães, Francisco José Jayme Galvão, Claudio José Guerra e José Maria Teixeira Braga; Comissão Arbitral, srs. José Joaquim Dias Fernandes, Henry Shorto e dr. Manoel Martins Fiuza; Comissão Fiscal, srs. Francisco d'Assis Cardoso, Francisco Augusto Pacheco e Affonso de Britto Taborda.

O barão de Cosaforte (N.E.: SIC: acima e mais abaixo, aparece a grafia Caixa Forte), presidente da Associação Comercial, ocupa este lugar pela quarta vez, tendo-o exercido em 1889, 1896 e 1904. É natural de Pernambuco e chefe das firmas Silva Meira & Cia. e Loyo & Cia.

Boxwell & Co. – A maior prensa para algodão existente no Brasil é a que possui a firma de Boxwell & Co., de Pernambuco; a sua capacidade de preparação é de 500 fardos por dez horas. Esta prensa está montada no armazém da firma, à Rua do Brum, onde também ficam situados o escritório e depósitos da casa. A instalação foi feita pelos srs. Fawcett, Preston & Co., Liverpool (manufatores que têm a patente Watson). A prensa é operada por vapor e fornece uma compressão máxima de 1.800 toneladas.

A casa Boxwell & Co. Opera há longos anos sobre a exportação de algodão no Norte do Brasil. Foi ela fundada em 1870, pelo sr. J. H. Boxwell. A presente firma foi organizada em 1896; são seus sócios o sr. William Ewart Gladstone Boxwell e seu tio sr. John H. Boxwell; este último fazia já parte da firma fundadora. Atualmente, está a direção dos negócios da firma a cargo do sr. W. E. G. Boxwell e do sr. Richard Hamilton Conolly, associados aos srs. John H. Boxwell, Londres, e srs. Brancker, Boxwell & Co., Liverpool.

O sr. W. E. G. Boxwell é natural de Cheshire e se ocupa do comércio em Pernambuco há mais de 22 anos. O sr. Conolly nasceu em Pernambuco, de pais irlandeses, e é irmão do sr. C. A. Conolly, da firma Conolly & Co. A firma Boxwell & Co. Faz também larga exportação de açúcar, café e cereais, e é agente da Northern Insurance Co. Ltd.

Wilson, Sons & Co., Limited – Uma das primeiras sucursais estabelecidas no Brasil pela tão conhecida casa Wilson, Sons & Co. Ltd. foi a do Recife, fundada em 1879. Esta casa, que é a maior importadora de carvão no Brasil, recebe, só no porto de Pernambuco, cerca de 40.000 toneladas, anualmente, para o suprimento do comércio e indústrias locais. Outra seção importante desta casa é a de estiva. Possui a firma uma flotilha de 32 saveiros, com a capacidade total de 3.000 toneladas, além de três poderosos rebocadores, um dos quais para alto mar. Esta casa também faz o suprimento de água doce aos navios que tocam no porto.

A sucursal está sob a gerência do sr. Sidney Gerald Rhodes, que durante longos anos trabalhou em diversas casas da firma no Rio de Janeiro, São Paulo, Santos e Bahia. O sr. Rhodes, natural de Weymouth, Dorsetshire, está ao serviço desta casa há 20 anos e é gerente em Pernambuco há 3 anos.

Neesen & Cia. – A firma Neesen & Cia. é uma das mais antigas e das principais casas européias em Pernmbuco. Foi fundada pelo sr. Victor Neesen, falecido em 1909. Nesse ano, passou a casa a vários sócios, dos quais o principal era o sr. Albert Groschke, que, a 1º de janeiro de 1912, se tornou o proprietário único.

O negócio mais importante desta casa é a exportação de algodão. A firma iniciou os seus negócios em pequena escala; hoje, porém, possui cinco prensas para algodão, um grande e quatro pequenas. As pequenas prensas se destinam a preparar os fardos e a grande é empregada para o acabamento dos mesmos. Cada fardo pesa 180 quilos e recebe, por meio de bombas hidráulicas, uma pressão de 1.120 libras por polegada quadrada. A produção diária desta instalação é de 456 a 500 fardos de algodão.

As exportações anuais da firma vão a mais de 100.000 sacos. Este grande movimento necessariamente exige grandes armazéns, como os que a firma ocupa, sendo que nove deles, de sua propriedade, têm capacidade para 60.000 a 70.000 fardos.

Os principais mercados para as exportações da firma são o Rio de Janeiro e São Paulo; mas os srs. Neesen & Cia. enviam também grandes quantidades para Liverpool. Os srs. Neesen & Cia. são agentes de várias companhias de navegação, tais como a Norddeutscher Lloyd, Bremen, e a Roland. São também agentes da The Marine Insurance Company, Nord-Deutsche Versicherung Gesellschaft, Hamburgo, e North British Mercantile Insurance Co. Ltd., Londres. A casa emprega 80 a 90 homens na seção de algodão, e 50 na de navegação. Os escritórios de administração ficam situados no Cais do Ramos.

O proprietário da casa, sr. Groschke, é também cônsul alemão, tendo sucedido neste cargo ao falecido sr. Neesen. O sr. Groschke nasceu na Pomerânia, Alemanha, e foi educado em Swinemünde. Entrou para a casa Neesen & Cia. em 1901 e passou a sócio em 1909.

A. Lundgren & Cia. - A família Lundgren tem grandes interesses em Pernambuco, no comércio por atacado e a retalho de tecidos de algodão. A firma A. Lundgren & Cia., estabelecida há dois anos, tem como sócios o sr. Arthur Lundgren e sua mãe. A firma possui dois estabelecimentos, um à Rua do Imperador, 29, e o outro à esquina das ruas das Florentinas e Rangel.

Vendem os srs. A. Lundgren & Cia. tecidos nacionais de algodão de todas as qualidades. A firma emprega 60 pessoas, inclusive vários viajantes que percorrem as zonas do Norte e Sul de Pernambuco. A casa tem também sucursais na Bahia, São Paulo e Ceará.

J. Clemente Levy & Son. - Existe um largo comércio de exportação de couros e peles entre o Norte do Brasil e a França; um só firma de Paris, os Anciens Etablisements Blumenthal, recebe anualmente nada menos de 1½ milhão de peles e couros de diversas qualidades. Os agentes em Pernambuco desse importante estabelecimento francês são os srs. J. Clemente Levy & Son, que há muito se ocupam do comércio de couros em Pernambuco, Paraíba e Norte do Brasil.

O chefe da firma é o sr. J. Clemente Levy, natural de Malta, que veio para Pernambuco em 1873, como telegrafista da então Brazilian Submarine Company. Em 1880, abraçou a carreira comercial; e negociou como importador até 1887, ano em que fundou a casa de que tratamos, sob a firma de Levy & Cia. Em tempos, houve também uma sucursal desta casa no Ceará; atualmente, porém, existem somente a casa em Pernambuco e a sucursal na Paraíba.

A casa em Pernambuco gira hoje sob a firma J. Clemente Levy & Son (o filho do sr. Levy foi admitido como sócio em 1909) e a casa na Paraíba sob a firma Levy & Cia., Sociedade Exportadora Paraibana. Na Paraíba, possui a firma seis ou sete armazéns para classificação, depósito e exportação de couros e peles; e em Pernambuco abriram-se recentemente dois armazéns seus, de três andares, situados no distrito de Santa Rita. Ficam estes armazéns próximos à linha do cais e, quando se concluam as obras do porto, ficarão vantajosamente colocados para a importação e exportação de mercadorias.

Além do comércio de couros e peles, exportam os srs. J. Clemente Levy & Son algodão, semente de algodão, açúcar, cera de carnaúba, gêneros para os quais os principais mercados da firma são o Havre e Liverpool.

Mendes, Lima & Cia. - É esta uma das mais conhecidas casas de Pernambuco. Foi fundada em 1875 e está ligada a várias empresas comerciais, na cidade e no estado. Os seus fundadores foram os srs. Antonio Fernandes Ribeiro e João José Rodrigues Mendes, ambos portugueses, vindos para o Brasil mais ou menos em 1860. O sr. Mendes faleceu em 1894; e por morte do sr. Ribeiro, em 1902, passou a casa para seu filho, sr. Antonio Mendes Fernandes Ribeiro, e para o cunhado deste, sr. Joaquim Lima de Amorim.

Entre os vários ramos de comércio a que se dedica esta casa, figura a importação de bacalhau e outros produtos. Tendo começado em pequena escala, a casa tem hoje proporções gigantescas, fornecendo bacalhau aos estados do Norte e Sul de Pernambuco. Os seus carregamentos mais importantes procedem de São João da Terra Nova, onde a firma é representada pelo sr. Carlos Blackburn; e para se mostrar a importância deste comércio, basta dizer que as importações anuais da firma se elevam a perto de 100.000 barricas.

Os srs. Mendes Lima & Cia. fazem também larga exportação, para a Europa e Sul do Brasil, de açúcar, algodão, café e outros produtos locais. Entre outros interesses financeiros desta firma, figura a concessão para a construção duma estrada de ferro de Sertãozinho a Tamandaré, a qual terá uma extensão de 105 quilômetros e ligará o vale do Rio Jaguaípe com o porto de Tamandaré, ao Sul de Pernambuco. Esta firma é também proprietária da usina de açúcar Catende, da qual damos notícia detalhada em outra seção desta obra.

Monteath & Co. - A firma Monteath & Co. foi organizada há três anos, em sucessão aos srs. Nathan & Co., e dela é sócio residente no Recife o sr. M. J. F. Monteath. Esta firma faz largo comércio de importação, exportação e comissões, e é agente de várias casas manufatoras.

As suas importações consistem principalmente em máquinas e acessórios para a agricultura e para a indústria, cimento e outros materiais para construção e ferragens grossas. As exportações consistem em açúcar, algodão, caroço de algodão, que enviam principalmente para os mercados do Rio de Janeiro e São Paulo. Para depósito das suas mercadorias e de inflamáveis, tem a firma vários trapiches de grandes dimensões, arrendados, na cidade do Recife.

Os srs. Monteath & Co. representam no Norte do Brasil a conhecida casa dos srs. Fry Miers & Co., Londres, com a qual fazem avultadas transações. São também agentes da Guardian Insurance Co. Ltd. A firma tem também sucursais na capital e no interior do vizinho estado da Paraíba, onde opera no mesmo ramo de comércio. O sr. Monteath, natural de Glasgow, está no Brasil há mais de doze anos. Atualmente, é diretor da Associação Comercial.

Pohlman & Co. - A firma de Pohlman & Co. opera quase exclusivamente sobre açúcar; e neste ramo de comércio é muito conhecida nos mercados ingleses e norte-americanos, para onde faz avultada exportação. Esta casa foi fundada em 1881 pelo sr. Adolph Pohlman, hoje retirado dos negócios e residente na Alemanha. Desde a sua fundação, tem esta casa continuamente aumentado o volume de suas transações. Em 1886, abriram os srs. Pohlman & Co. uma sucursal em Maceió e em 1901 outra em São Paulo, onde, nestes últimos anos, a casa tem realizado avultadas transações.

Tanto em Pernambuco como em Maceió, possui a casa grandes depósitos para açúcar. Representa também a firma a Vacuum Oil Company e tem correspondente em Sergipe. Os sócios da firma são os srs. Gustav Wittrock, que tem a seu cargo a casa matriz em Pernambuco; Hans Meyn, que dirige a filial em São Paulo; Oscar Jensen, em Maceió, e Wilhelm Gildemeister, residente em Darmstadt. O sr. Wittrock entrou para a casa Pohlman & Co. em 1892 e foi feito sócio dez anos depois.

A. Böckmann & Co. - A importância da indústria açucareira em Pernambuco se reflete, de certo modo, na grande importação de maquinismos e acessórios feita de várias partes do mundo para essa indústria. Neste ramo, ocupa posição eminente a firma A. Böckmann & Co. Foi esta casa fundada há 17 anos e tem se identificado com as necessidades das usinas de açúcar, não só no que diz respeito a novas instalações, como também no que concerne a melhoramentos a introduzir nos maquinismos existentes.

Os srs. A. Böckmann & Co. são agentes da Siemens Schuckertwerke, Berlim; dos srs. Orenstein & Koppel, Arthur Koppel, A.G., Berlim; Gebr. Kalkmann, Hamburgo; e Arkell & Douglas, New York, dos quais recebem diretamente, não só maquinismos para usinas de açúcar, como também locomotivas, vagões, trilhos e toda a sorte de material elétrico. Tem a casa dois engenheiros práticos europeus e também a cooperação do engenheiro sr. Henry Mariolle, de Saint Quentin, o qual é especialista em maquinismos para a indústria do açúcar e se encarrega da montagem das usinas.

Os srs. A. Böckmann & Co. têm executado várias instalações elétricas na cidade do Recife, tais como a da Faculdade, e fornecem acumuladores para a iluminação elétrica dos tramways.

À testa da firma, acham-se os srs. A. Böckmann, educado em Hamburgo, e A. O. Coimbra, natural de Pernambuco. Já há alguns anos a firma se ocupa do comércio de automóveis, e o primeiro carro desse gênero, visto em Pernambuco, foi por ela importado. A firma é agente dos carros Adlerwerke, Frankfürt, e dos carros Ford.

Fonseca Irmãos & Cia. - A antiga firma Fonseca & Irmãos emprega a sua atividade em vários ramos do comércio. Importa esta casa cimento, madeiras e outros materiais para construção, além de querosene e banha, produtos esses que recebe de Nova York, Inglaterra, Alemanha e Buenos Aires. Da capital argentina e do Rio Grande do Sul, importa a firma grandes partidas da matéria-prima para a sua manufatura de sabão e velas, que funciona num edifício fronteiro ao seu escritório e armazém, situados à Rua Barão do Triunfo, 4 e 6.

A fábrica de sabão e velas, iniciada em pequena escala, atinge hoje elevado grau de prosperidade e é uma das maiores do seu gênero, no estado de Pernambuco. A fábrica, instalada com maquinismos e aparelhos ingleses de tipo moderno, possui duas caldeiras a vapor e emprega nas suas várias seções 100 operários. O sabão e as velas são exportados para os estados vizinhos e vendidos pelo interior de Pernambuco.

Os srs. Fonseca & Irmãos têm também agências na Paraíba e em Natal. A casa foi fundada pelo coronel Corbiniano d'Aquino Fonseca, que foi uma das figuras eminentes do Recife. Foi ele o último presidente da Câmara Municipal no tempo da monarquia; foi deputado estadual, presidente da Associação Comercial e um dos fundadores da Companhia de Seguros Thetis. Faleceu em 1904, e seus dois filhos, dr. Corbiniano e sr. Horacio d'Aquino Fonseca, que tinham entrado como sócios desde 1891, continuaram o negócio, tomando como sócio em 1907 o sr. Manoel Martins Fiuza. Todos os três sócios dirigem os negócios da casa com atividade notável e tomam parte importante no desenvolvimento comercial da sua cidade natal.

Fenton & Co. - Muito poucos dos membros da colônia inglesa em Pernambuco se lembram do falecido Edward Fenton, um dos primeiros comerciantes ingleses estabelecidos no Norte do Brasil. Edward Fenton, filho de Benjamin Fenton, nasceu em Sheffield em 1813. Veio para Pernambuco mais ou menos em 1835, para a casa de Crabtree Heyworth & Co., importadores e exportadores, mais tarde James Crabtree & Co. e na Bahia Crabtree Aked & Co.

Começando a trabalhar por conta própria, o sr. Edward Fenton foi feito agente da Brazilian Submarine Telegraph Co.; assim como o gerente dessa companhia, sr. José Howe, recebeu do imperador d. Pedro II a Ordem da Rosa. Por ocasião da abertura da caixa filial do London & Brazilian Bank em Pernambuco, foi-lhe oferecida a gerência, que ele não aceitou, indicando para o lugar o sr. Peter C. von Löhsten, que foi aceito pela diretoria do banco.

Edward Fenton morreu em 1885. Seu filho, sr. Edward A. M. Fenton, veio para o Brasil, após a sua educação, em 1861; e depois de trabalhar algum tempo com seu pai, foi para o Rio de Janeiro, como ajudante do caixa dum banco inglês. Entrou mais tarde para a firma Brown, Thompson & Co., depois Brown & Co. Como sócio e gerente desta firma, contratou em 1893 a montagem de duas usinas de açúcar, Salgado e Catende. Em 1891, incorporou também a Companhia Fábrica de Estopa, para a tecelagem de juta para sacos. Dez anos mais tarde, organizou outra companhia para a mesma indústria, a Companhia Fábrica de Tecidos de Cânhamo e Juta. Em 1905 importaram os srs. Fenton & Co., de Manlove, Alliott & Co., maquinismos importantes para a Usina de Açúcar Aripibu.

A atual firma Fenton & Co. foi estabelecida pelo sr. Fenton em 1897 e opera principalmente como agente comissária. Os ss. Fenton & Co. são também agentes do desinfetante Zoudo, manufaturado pela Standardised Desinfectants Co. Ltd., de Londres.

Barreto & Cia. - A firma Barreto & Cia., de conhecidos engenheiros empreiteiros e agentes comissários, iniciou as suas operações no Recife em 1907. O sócio solidário da firma é o sr. Francisco C. Barreto, filho do dr. Ignacio de Barros Barreto, advogado e proprietário da usina de açúcar Meio da Varzea.

O sr. Francisco Barreto passou quatro anos com a firma George Fletcher & Co., Derby, praticando a Engenharia. Voltando a Pernambuco em 1906, estabeleceu a sua presente casa, cujo movimento tem aumentado de ano para ano. O sr. Barreto é agente único, na Bahia e Norte do Brasil, da Harvey Engineering Co., Glasgow, e tem fornecido instalações para várias usinas de açúcar.

O sr. Barreto, que é engenheiro prático e emprega pessoal seu, não só importa os maquinismos como também se encarrega do seu assentamento nas usinas. Entre as usinas em que o sr. Barreto tem feito instalações, contam-se as seguintes: Mameluco, Cumbé na Paraíba, Muribeca, Bulhões, Jaboatão, São José e outras.

Esta firma tem também fornecido materiais importantes para a Companhia das Obras do Porto de Pernambuco, tais como vagões, locomotivas (até 30 toneladas), britadores de pedra, saveiros e material rodante de toda sorte. Este material tem sido importado principalmente da Inglaterra.

Os srs. Barreto & Cia. são também agentes da British Manufacturers Association, Newcastle, e representam a Dicks Asbestos Co., 51 Fenchurch Street, Londres; Avery Plows, New York, etc. etc. A firma tem agentes compradores em Londres e Nova York.

Pontual & Primo - Os srs. Pontual & Primo fazem, na praça do Recife, o comércio da importação e o de comissões. Importam principalmente máquinas para a lavoura e são agentes, entre outras casas, de Deer & Co. Ltd., USA, arados Reversible; J. W. Bird & Son, New York, material para telhados; Simon Frères, Cherbourg, França, aparelhos para laticínios; A. Bajac, Liancount, França, e F. Upton & Co., Rio de Janeiro e São Paulo, máquinas e acessórios para a lavoura. Importam também máquinas para a indústria do açúcar, de George Fletcher & Co., Derby.

O estabelecimento fica à Rua da Guia, 54, onde os armazéns se vão tornando pequenos para o crescente movimento comercial da firma; por isso, já os srs. Pontual & Primo adquiriram um espaçoso terreno na nova avenida, ora em construção, a qual se tornará no futuro o centro comercial do Recife.

Os srs. Pontual & Primo obtiveram ultimamente, entre 10 concorrentes, para a firma Dodsworth & Co., do Rio de Janeiro, a concessão para a eletrificação dos tramways na cidade do Recife.

A casa tem uma sucursal em Nazareth. São sócios d firma o sr. Samuel Pontual Junior, seu irmão sr. Manoel A. Pontual Junior, seu irmão sr. Manoel A. Pontual e seu primo sr. Francisco A. Pontual. O sr. Samuel Pontual, natural de Pernambuco, é formado em Engenharia Civil e Agronomia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, tendo-se diplomado a 19 de maio de 1903. Depois da sua formatura, estudou a questão da manufatura de máquinas para a indústria do açúcar e métodos de cultura da cana nos Estados Unidos, Cuba e Porto Rico, e viajou também pela Europa.

O sr. Manoel Pontual adquiriu a sua experiência técnica em várias usinas do estado, e o sr. Francisco Pontual, competente engenheiro mecânico, fez o seu tirocínio com os srs. George Fletcher & Co., Derby.

Pinto Alves & Cia. - Entre as principais casas exportadoras do Recife, figura a dos srs. Pinto Alves & Cia., fundada em 1870 pelo falecido sr. Joaquim Pinto Alves. A princípio, tinha o sr. Alves uma refinaria de açúcar; atualmente, porém, o negócio da casa é quase exclusivamente o da exportação de açúcar, que ela envia principalmente para os mercados do Rio de Janeiro e São Paulo. Operam também os srs. Pinto Alves & Cia. sobre arroz e café e sobre algodão e semente de algodão.

Atualmente, os sócios da firma são os srs. Alvaro Pinto Alves e seu cunhado João Cardoso Ayres. São ambos naturais de Pernambuco e muito conhecidos ns rodas comerciais. O sr. Pinto Alves, diretor da Usina Sinimbu e do Banco do Recife, tem sido várias vezes diretor da Associação Comercial e é hoje o seu vice-presidente. O sr. Cardoso Ayres é diretor da Companhia de Tecidos da Torre e presidente da Junta Comercial.

Just Basto & Cia. - Da grande quantidade de farinha de trigo enviada anualmente da Argentina e Estados Unidos para o Brasil, um dos maiores importadores é a firma Just Basto & Cia. Esta casa, fundada em 1902, é hoje uma das mais importantes no comércio de importação e também como casa de agentes comissários.

A princípio, faziam também os srs. Justo Basto & Cia. exportação de açúcar; atualmente, porém, se ocupam unicamente do comércio de importação, recebendo não só comestíveis como também máquinas para a indústria e outros artigos. A firma possui um depósito à Rua Barão do Triunfo.

No estabelecimento, trabalham 14 empregados. O chefe da rima é o sr. Just Basto, muito conhecido nas rodas comerciais de Pernambuco. O sr. Basto é concessionário para o estabelecimento, no Recife, dum moinho para farinha de trigo, o qual virá a representar mais um importante elemento da indústria local.

H. da Silva Loyo & Cia. - A família Silva Loyo está associada ao comércio de exportação de açúcar, em Pernambuco, há mais de 25 anos. O chefe da família, o falecido sr. Hermenegildo da Silva Loyo, fundou esta casa em 1887; por sua morte, em outubro de 1911, sucederam-lhe seus filhos srs. Hermenegildo, Arnaldo e Alberico da Silva Loyo, que hoje se acham à testa dos negócios da firma. O falecido sr. Loyo, natural de Pernambuco, fez parte de várias empresas locais e foi vice-presidente da Associação Comercial.

Esta firma faz hoje importantes transações, nas quais avultam as exportações de açúcar para Porto Alegre. Faz também grande movimento para o Rio de Janeiro, São Paulo e Norte do Brasil, exportando em média um total anual de 100.000 sacos de açúcar de 60 quilos cada um.

Pereira Carneiro & Cia. - A casa Pereira Carneiro & Cia. representa um fator importante na vida comercial de Pernambuco. Ocupa ela importante posição como casa exportadora e importadora, consistindo a sua exportação em açúcar, aguardente e algodão, e a importação em charque do Rio Grande do Sul e Rio da Prata e farinha do Rio de Janeiro.

Os srs. Pereira Carneiro & Cia. são agentes em Pernambuco da Rio Flour Mills Ltd. São também agentes da Companhia Comércio e Navegação, cujos vapores fazem a carreira entre o Rio Grande do Sul e Manaus, e também da Empresa de Navegação Sul Rio-Grandense, cujos vapores fazem a carreira entre o Rio Grande do Sul e Pernambuco.

Os srs. Pereira Carneiro & Cia. são também agentes financeiros e representantes do Banco do Brasil e diretores-tesoureiros da importante Companhia Industrial Pernambucana. A criação desta casa remonta a mais de meio século. Foram seus fundadores os srs. Adolfo Pereira Carneiro e Antonio Muniz Machado, o primeiro pai e o segundo tio dos atuais sócios, srs. Camillo P. Carneiro e Ernesto P. Carneiro, os quais tomaram conta da casa em 1903.

O falecido sr. Adolfo Carneiro, natural da Argentina, associado com seu cunhado sr. Machado, fundou não só esta casa, como também a Companhia Industrial Pernambucana. Ambos ocupavam posição eminente no comércio pernambucano.

Borstelmnn & Cia. - É esta um das mais antigas casas européias do Recife. Foi estabelecida em 1862 pelo sr. John Borstelmann, que começara um no antes a sua carreira comercial em Maceió. Colocou este à testa da casa em Pernambuco seu irmão sr. Peter Borstelmann. Este último morreu em 1º de janeiro de 1907 e desde então tem sido a casa dirigida por seus filhos, srs. G. Borstelmanan e Hans Borstelmann, os quais têm como sócio o sr. W. Luhr.

Tanto em Maceió como em Pernambuco, faz a firma uma grande exportação de açúcar, algodão, cera de carnaúba, não só para os mercados europeus como para o Rio de Janeiro e São Paulo. Em Pernambuco, onde os interesses da firma estão a cargo dos srs. G. Borstelmnn e W. Luhr, são eles agentes da Hamburg-Amerika Linie e da Hamburg-Sudamerikanische. Em Maceió, onde ocupa o cargo de gerente o sr. Hans Borstelmann, são agentes do London & River Plate Bank Ltd. e da usina de açúcar em Atalaia, conhecida pela denominação de Usina Brasileira.

Julius von Söhsten - A casa comercial do sr. Julios von Söhsten é uma das mais conhecidas no comércio de exportação da praça do Recife. A sua fundação remonta a 1820. A firma inicial foi a de Macalmont, Bros. & Co., à qual sucedeu a de Saunders, Bros. & Co. Passou depois aos srs. Blackburn, Needhaam & Co., a quem sucederam Blackburn & Co., que por sua vez tiveram como sucessor o atual proprietário.

O sr. Julius von Söhsten entrou para a casa quando vigorava a firma Saunders Bros. & Co. e foi chefe da firma Blackburn & Co. até 10 de julho de 1901, quando se estabeleceu por conta própria. A casa negocia como agente de navegação e exportadora de açúcar, algodão e semente de algodão.

O sr. Julius von Söhsten é agente das companhias de navegação Lamport & Holt, Thos & James Harrison e da Booth Line de Liverpool, além das linhas da La Veloce e Italia. Os vapores da linha Harrison tocam em Pernambuco mais ou menos três vezes por mês e fazem o serviço entre Aracaju, Maceió, Pernambuco, Paraíba e Natal (Rio Grande do Norte). Os navios da Booth Line tocam em Pernambuco uma vez por mês, na viagem de retorno do Rio da Prata, tocando também nos portos de Maceió, Paraíba e Natal. A linha de Lamport & Holt mantém um saída para Pernambuco e portos do Sul, cada dois meses.

A casa do sr. Julius von Söhsten ocupa importante lugar no comércio pernambucano, mantendo relações contínuas no exterior e interior da República.

Conolly & Co. - É esta uma das mais importantes casas de comissões e consignações da praça do Recife. O seu fundador foi o falecido sr. R. H. Conolly, o qual veio da Irlanda para o Brasil há mais de quarenta anos e tomou sempre parte muito ativa na vida comercial de Pernambuco. Foi várias vezes diretor da Associação Comercial. Sucedeu-lhe na casa seu filho sr. Charles A. Conolly, que tem como sócio o sr. João Raposo de Souza.

O sr. Charles A. Conolly nasceu em Pernambuco e, depois de fazer a sua educação na Europa, voltou para o Brasil. Tendo passado quatro anos no Rio, entrou para a casa paterna em 1894 e foi feito sócio em 1899. O sr. R. H. Conolly morreu em 1905. A presente firma de Conolly & Co. data de 1911. A casa faz avultado movimento em açúcar e algodão. O sr. Charles Conolly representa no Brasil a North Brazil Sugar Factories Ltd., cuja sede é em Londres.

Griffith-Williams & Johnson - Como agente da Royal Mail & Pacific Steam Navigation Co. e da Houston Line, tem a firma Griffith Williams & Johnson interesses importantes no comércio marítimo do Recife. A firma faz também os serviços de estiva, para o que possui um flotilha de 22 saveiros e um rebocador. Entre as empresas com que tem contrato para esta sorte de serviços, contam-se a Great Western of Brazil Railway Co. Ltd., a Companhia das Obras do Porto e a Repartição de Esgotos.

A firma foi organizada em 1904, sendo seus sócios os srs. A. Griffith Williams e F. Johnson. O sr. Griffith Williams foi muito conhecido nas rodas comerciais de Pernambuco e Maceió, durante mais de um quarto de século. Anteriormente, fora sócio da casa Boxwell, Williams & Co., hoje Boxwell & Co.; chefe da firma de Maceió, Williams & Co.; e diretor-gerente da usina de açúcar conhecida por Sinimbu, também naquele estado.

O sr. Griffith Williams reside atualmente em Londres. O sr. Johnson, natural de Yorkshire, veio para o Brasil há cerca de 20 anos e entrou para a casa Wilson, Sons & Co. Ltd., no Rio. Em 1901, veio para Pernambuco, como gerente daquela firma em sua sucursal no Recife; e três anos depois, entrou para sócio da casa de que trata esta notícia.

Adolf Petersen & Cia. - Os interesses comerciais de várias casas importantes, inglesas, alemãs e norte-americanas, no Rio, São Paulo e Santa Catarina, estão, no Recife, a cargo da firma Adolf Petersen & Co., a qual faz avultado negócio como agente comissária. Essa firma é agente dos afamados pneumáticos Continental, de que tem sempre grande estoque, bem como de toda a sorte de acessórios para automóveis.

São também os srs. Adolf Petersen & Co. agentes da grande casa manufatora Auer, de Berlim, especialistas dos bicos Auer e das lâmpadas Osram. Entre as casas representadas pelos srs. Adolf Petersen & Co., contam-se as seguintes: Alex, Kalkmann & Co., exportadores de Hamburgo; Gebr. Weyersberg, Ohligs; T. Adam Ltd., Londres; Johnson Bros., Stoke-on-Trent, louças; Uenschel & Sohn, Cassel, locomotivas.

O sr. Adolf Petersen, individualmente, representa os srs. Victor Uslaender & Cia., do Rio de Janeiro, construtores de usinas de açúcar, máquinas, material para estradas de ferro e máquinas para a indústria de tecidos. O sr. Petersen exerce o cargo de cônsul sueco em Pernambuco.

A firma Adolf Petersen foi fundada em 1907, e em 1909 sucedeu-lhe a atual firma de Adolf Petersen & Cia., quando entrou para sócio o sr. Klaus Poeschmann, cunhado do sr. Petersen.

O sr. Petersen, natural de Hamburgo, veio para o Brasil em 1896. Esteve empregado numa casa comercial do Rio, durante quatro anos; depois, foi trabalhar, durante alguns anos, na África alemã do Sudoeste, como empregado dos srs. Carl Bödiker Co., de Hamburgo. De volta ao Brasil, em 1907, estabeleceu-se em Pernambuco, começando a negociar em pequena escala; foi, porém, alargando o seu campo de ação, e hoje é notável a posição que em tão poucos anos a sua casas conquistou.

O sr. Klaus Poeshmann veio para Brasil em 1903 e esteve durante algum tempo com os srs. Wilhelm Overbeck & Cia., uma das maiores casas exportadoras da Bahia. Veio depois para Pernambuco e trabalhou na casa Max Drechsler & Co., até entrar como sócio para a firma Adolf Petersen & Cia.

Amorim & Cardoso - A importante casa exportadora de açúcar Amorim & Cardoso foi fundada em 1872. A sua exportação sobe, anualmente, a cerca de 60.000 sacos de 75 quilos cada um, sendo o açúcar exportado de vários tipos. Os mercados para onde exporta a firma são os do Norte e Sul do Brasil, Liverpool e Norte América. Os sócios são os srs. Francisco de Paula Amorim e Francisco de Assis Cardoso.

Leão & Cia. - Esta importante firma de fabricantes e exportadores de açúcar, álcool e aguardente foi estabelecida em 1907. Os srs. Leão & Cia. fazem também um grande movimento no negócio de comissões e consignações, recebendo do interior peles e couros, secos ou salgados, borracha de maniçoba, algodão etc.

O açúcar é exportado para a Europa e estados do Norte e Sul do Brasil, fazendo a firma, neste artigo, um movimento de cerca de 80.000 sacos, de 75 quilos cada um, anualmente. A borracha é enviada para Liverpool, Hamburgo e Havre, e o algodão para vários pontos da Europa. O escritório da firma fica à Rua Bom Jesus, 28, 1º andar. Os sócios são os srs. Francisco de Amorim Leão, Claudio Dubeux e Luiz Dubeux.

Silva Guimarães & Cia. - A firma Silva Guimarães & Cia., uma das mais importantes casas importadoras e exportadoras do Recife, foi fundada há 30 anos. A importação mais considerável que faz a firma é a de charque, que recebe em larga escala do Rio da Prata e do Rio Grande do Sul; a importação de charque feita pela casa em 1911 subiu a 4.340.525 quilos.

No ramo de exportação, a casa faz um largo movimento em açúcar, que é enviado para o Norte e Sul do país, e em algodão, o qual é na totalidade enviado para os estados do Sul. Os sócios da firma são os srs. Torquato José da Silva Guimarães, Manoel José da Silva Guimarães e Luiz José da Silva Guimarães.

Guimarães Filhos & Oliveira - A firma Guimarães Filhos & Oliveira ocupa, no comércio de importação de charque, no Recife, um lugar proeminente. O charque importado pela firma provém do Rio da Prata e do Rio Grande do Sul e é vendido pelo interior do estado e também exportado para os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e para Manaus. As importações vão em média anual a 60.000 fardos de charque de 75 a 80 quilos e em 1911 atingiram a 4.140.375 quilos.

Esta firma foi fundada em 1905 e tem como sócios os srs. Francisco José da Silva Guimarães, Manoel José da Silva Guimarães Sobrinho, Francisco José da Silva Guimarães Junior e Manoel Bernardes de Oliveira.

Loyo & Cia. - A casa hoje propriedade da firma Loyo & Cia., sucessora de Loyo & Filhos, foi fundada há 40 anos; a firma atual foi estabelecida em 1886. É esta casa uma das mais importante no movimento de exportação de açúcar.

O srs. Loyo & Cia. exportam principalmente para o Norte e Sul do Brasil, Liverpool e América do Norte, sendo a sua exportação de açúcar de 160.000 a 200.000 sacos de 75 quilos cada um, em média anual. Os sócios da firma são os srs. barão da Casa Forte e Antonio Loyo do Amorim, vice-cônsul do Chile no Recife.

Gomes Fonseca & Cia. - Esta importante casa exportadora de açúcar foi fundada em 1875; seus escritórios e depósitos ficam situados à Rua Visconde de Itaparica, 34 e 36. A firma exporta a maior parte de seu açúcar para os estados do Norte e Sul do Brasil, assim como uma quantidade considerável de Liverpool e Estados Unidos para a América do Norte. A média anual de suas exportações vai a 120.000 sacos de açúcar, de 75 quilos cada um.

Presentemente, os sócios da firma são os srs. João Gonçalves da Fonseca, sócio comanditário, e Alberto dos Santos Gomes Fonseca, solidário.

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Estabelecimento do sr. J. Pessôa de Queiroz
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João de Meira Lins - O sr. João de Meira Lins é estabelecido, sob sua firma individual, dede 1882, com casa de comissões e exportação de açúcar. O sr. Lins exporta para os estados do Norte e Sul da União, fazendo um movimento de 80.000 sacos, de 75 quilos cada um, em média anual.

André Pinheiro Genro & Cia. - Esta casa remonta ao ano de 1852, tendo então a denominação de Souza, Pinheiro & Cia.; a presente firma data de 1904. A firma opera como agente comissária e consignatária e faz um largo movimento em produtos do estado, principalmente em açúcar. Recebe açúcar em consignação, que vende por comissão e também, quando necessário, adiante dinheiro aos produtores. Do mesmo modo, negocia também, em escala avultada, em outros produtos do estado, tais como cacau etc.

Em açúcar apenas, o movimento da firma, durante o ano passado, atingiu a cerca de 80.000 sacos. O escritório da casa fica situado à Rua do Bom Jesus, 7, e é ela agente, no Recife, das conhecidas usinas de açúcar Cabeça de Negro, Muribeca, Bulhões e outras mais.

O chefe da firma é o dr. João Eustachio Pereira (Faneca), natural do estado do Pará, que veio para Pernambuco há longos anos. Ainda muito moço, formou-se em Direito, entrando, porém, para o comércio. O dr. Pereira é membro da Sociedade Geográfica de Lisboa, da Real Sociedade Geográfica de Londres, do Instituto Arqueológico de Pernambuco, da Associação de Advogados de Lisboa, da Société Académique d'Histoire Internationale de Paris e de várias outras sociedades; é também cavaleiro da Ordem de Cristo e faz parte da Maçonaria brasileira. É há seis anos cônsul geral da Bolívia em Pernambuco, onde é também grande proprietário.

Companhia de Serviços Marítimos de Pernambuco - Esta empresa foi fundada em 1892 e tem o por objeto facilitar ao comércio e indústria os serviços de transportes marítimos. Para esse serviço, dispõe a companhia de 76 alvarengas de 50 a 150 toneladas cada uma e de 4 rebocadores, que aluga às diversas firmas, para depósito de carvão. A companhia também possui docas no Brum e em Santo Amaro, para concerto de embarcações, e aí tem também boas oficinas anexas.

A diretoria é composta dos srs. Thomaz Comber, presidente; Rosa e Silva Junior, secretário; Candido Affonso Moreira e Eduardo Ferreira. As funções de gerente estão a cargo do sr. Cleto Campello.

E. brack & Cia. - Esta firma é uma das mais conhecidas casas de fazendas e modas no Recife e faz um largo movimento, fornecendo as últimas modas à sociedade feminina da cidade. Os artigos que vende esta casa são especialmente adquiridos e importados diretamente da Europa e Norte América, e sempre no rigor da moda.

O edifício ocupado pela firma fica situado à Rua Barão da Vitória, 16 e 18, e é bem adaptado a seu gênero de negócio. Este edifício, especialmente construído para a firma, tem dois andares e é um dos mais bonitos na cidade: fica na principal rua do Recife. A casa é dirigida por miss Emily Brack e por seu irmão sr. William Brack e emprega cinqüenta caixeiras, das quais seis são inglesas e vieram contratadas de Londres.

A Casa Brack foi fundada em 1881 por miss Emily Brack, no Maranhão; sete anos mais tarde, miss Brack veio para Pernambuco e, de sociedade com seu irmão, fundou a casa E. Brack & Cia., no Recife.

Casa Alemã - É esta uma das mais modernas casas de fazendas, armarinho e modas, do Recife. Ocupa o estabelecimento um vistoso edifício expressamente construído à Rua Barão da Vitória, 46, na esquina com a Rua de Santo Amaro. Este edifício tem quatro pavimentos e possui amplas salas e armazéns, onde se acha exposto um grande e variado sortimento de vestidos, chapéus, fazendas e roupas brancas para senhoras. Todos estes artigos são diretamente importados da Europa. A casa tem um pessoal de cinqüenta e dois empregados, inclusive várias modistas de primeira ordem, as quais executam, para a sociedade feminina do Recife, as últimas modas européias.

Os proprietários desta casa são a sra. Julia Doederlein Santos (née Julia Doederlein) e seu irmão, sr. A. Doederlein. O estabelecimento foi fundado por d. Julia Doederlein em 1892, começando em pequena escala à Rua Barão da Vitória.

O sr. Doederlein entrou para a casa, fundada por sua irmã, em setembro de 1896, tornando-se sócio no fim desse mesmo ano. A casa foi crescendo, sendo necessário mudá-la, sucessivamente, para edifícios mais espaçosos, até que em 1908 os sócios compraram o prédio à Rua Barão da Vitória, 44, onde ficou por algum tempo o estabelecimento; mais tarde compraram também o prédio vizinho, nº 46, onde construíram o belo edifício, que hoje ocupam.

Moreira Lima & Cia. - Esta casa foi fundada na Paraíba em 1876, sob a firma Castro Irmão & Cia.. Em 1900, o filho do fundador, sr. Eduardo Lima Castro, e os srs. João Antunes Alves da Silva e Albino Moreira Souza fundaram a casa no Recife, sob a firma Moreira Lima & Cia., ficando sendo sucursal a casa da Paraíba. Os sócios atualmente são os fundadores e o sr. Bento Magalhães Junior. O capital registrado é de Rs. 1.000:000$000.

A firma faz no Recife o comércio de fazendas por atacado e na Paraíba o mesmo ramo de negócio. Opera ainda como casa bancária, sendo agente do London & River Plate Bank, do Banco do Brasil e do Banco do Recife.

Os srs. Moreira Lima & Cia. são diretores-gerentes da Companhia de Tecidos Paraibana, a qual tem um capital de Rs. 900:000$000 e trabalha com 400 teares. As vendas efetuadas pela firma, só no ramo de fazendas, elevam-se a Rs. 5.500:000$000 e são feitas por todo o país, tendo ela viajante que percorrem a zona entre a Bahia e Ceará. No Recife, tem a casa 14 empregados, e 18 na sucursal da Paraíba.

O sr. Eduardo Lima Castro, filho do fundador da casa da Paraíba, entrou para essa casa em 1893, tornando-se chefe da firma em 1900. Fala várias línguas e tem ido à Europa por várias vezes; foi já deputado estadual e, por duas vezes, presidente da Associação Comercial do Recife.

O sr. Lima Castro foi o fundador da Fábrica de Tecidos Cânhamo e Juta, da qual é atualmente diretor-tesoureiro. O sr. João Antunes Alves da Silva é português, tendo entrado como sócio em 1900; está no Brasil há 25 anos. O sr. Albino Moreira de Souza é português e se acha no Brasil há 30 anos; é sócio desde 1900. O sr. Bento Magalhães Junior é brasileiro e foi, durante muitos anos, caixa do Banco do Recife; é sócio desde 1911.

Oscar Amorim & Cia. - Esta firma foi estabelecida em 1907 e faz o comércio de açúcar, que envia em larga escala para o Norte e Sul do Brasil, América do Norte e Liverpool. Os srs. Oscar Amorim & Cia. são também agentes da Cia. Paulista de Navegação. São sócios solidários os srs. Oscar Amorim e Agostinho José da Costa, que têm como comanditária a firma Loureiro Barbosa & Cia.

Alves de Brito & Cia. - Esta importante casa de fazendas por atacado foi fundada há quarenta e cinco anos. Presentemente, os sócios são os srs. Manoel Almeida Alves de Brito, chefe da firma; Antonio da Cunha Brandão, Antonio Joaquim dos Santos e mais quatro interessados.

A firma importa fazendas da Europa e Norte América, mas vende, sobretudo, fazendas de manufatura nacional; negocia com quase todo o Brasil, tendo agentes nos estados do Sul e viajantes nos estados do Norte, inclusive na Bahia. A casa vende apenas por atacado; as suas vendas em 1911 foram de Rs. 6.200:000$000 e em 1912 irão provavelmente a Rs. 7.000:000$000. Tem 26 empregados, além dos sócios e interessados.

O sr. Manoel Almeida Alves de Brito é português e está em Pernambuco há 32 anos, onde começou como empregado na casa de que hoje é chefe. Foi feito interessado em 1899, tornando-se sócio em 1899 e chefe da firma em 1905. O sr. Antonio da Cunha Brandão é também português e está no Brasil há 33 anos; entrou como sócio em 1904. O sr. Antonio Joaquim dos Santos é brasileiro, entrou para a casa em 1883, sendo admitido como sócio em 1904.

Machado, Pereira & Cia. - Esta conhecida casa importadora de fazendas, estabelecida em 1860, é uma das mais antigas no Recife. Atualmente são sócios da firma os srs. Antonio Machado Bastos Tigre, Delfino Pereira Bastos Tigre e Delfino da Silva Tigre, chefe da casa e pai dos dois primeiros. Tem a casa um capital de Rs. 200:000$000, fazendo um movimento anual de Rs. 1.800:000$000 a Rs. 2.500:000$000. Importa fazenda da Europa, sendo, porém, o seu principal negócio a venda de tecidos de manufatura nacional, que envia para os diversos estados, entre Ceará e lagoas, onde tem viajantes.

Os sócios são todos de nacionalidade brasileira, sendo o chefe d casa natural do estado do Rio Grande do Sul; está no Recife há 37 anos, tendo entrado para a casa em 1880; entrou para sócio em 1889 e é chefe da firma desde 1907, ano em que tomou como sócios seus dois filhos.

Eugenio Cardoso & Cia. - Esta importante casa exportadora de açúcar foi fundada em 1888. A firma envia o seu açúcar para os Estados do Norte e Sul da República, para a América do Norte e para Liverpool, exportando anualmente, em média, 100.000 sacos de 75 quilos cada um. Os sócios da firma são os srs. João Cardoso Ayres Filho e Luiz Eugenio Cardoso Ayres.

Silva Meira & Cia. - Esta firma, fundada em 1911, é constituída por todos os armazenários de açúcar da praça do Recife. O seu movimento, em 1911, foi de 1.200.000 sacos de açúcar, de 75 quilos cada um, exportados para todos os estados da União.

J. Pessôa de Queiroz - O sr. J. Pessôa de Queiroz é estabelecido com casa de modas, armarinho e confecções à Rua 15 de Novembro, 81. Esta casa, fundada em 1909, importa da Europa, Norte América e outros estados do Brasil, sendo as importações provenientes da Europa avaliadas em cerca de Rs. 1.200:000$000, anualmente, e o movimento total da casa de Rs. 3.000:000$000, em média anual.

O sr. J. Pessôa de Queiroz envia as suas mercadorias para o interior de Pernambuco, para os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e, em pequena escala, para o estado do Maranhão. A casa tem 4 viajantes e 25 empregados de balcão.

O sr. J. Pessôa de Queiroz é brasileiro e natural do estado da Paraíba; iniciou a sua carreira comercial no Recife; foi, durante algum tempo, despachante da Alfândega, entrando depois, como sócio, para a casa de J. Rufino Fonseca & Souza, da qual saiu em 1909, para se estabelecer por conta própria.

Rosa Borges & Cia. - Esta conhecida casa importadora e exportadora foi estabelecida em 1901; a firma atual, sucessora de A. B. da Rosa Borges, data de 1906. Os srs. Rosa Borges & Cia. importam em larga escala charque do Rio Grande do Sul e do Rio da Prata e farinha de trigo do Rio da Prata, América do Norte e Áustria (farinha Buda). Em 1911 receberam 80.000 sacos de farinha do Rio da Prata e 25.000 barricas da América do Norte e Buda. Exportam produtos do estado, tais como açúcar, algodão e cereais, que enviam para o Norte e Sul do país. Os sócios da firma são os srs. Alfredo B. da Rosa Borges e Carlos Alberto Burle.

Chas. D. Clunie - O sr. Chas. D. Clunie, conhecido comissário e fornecedor de navios, tem o seu escritório na Lingueta nº 8, onde se acha estabelecido há 22 anos, tendo sucedido ao sr. John Carroll, que fundou esta casa em 1839 - há 73 anos passados, portanto. É esta uma das mais antigas casas de artigos para navios no Brasil; e o edifício que ocupa foi antes a sede do English Bank of Rio de Janeiro, hoje British Bank of South America.

Gomes de Mattos Irmãos & Cia. - Esta casa foi fundada em 1870 pelo dr. Manoel Gomes de Mattos, sob a firma de Gomes de Mattos & Irmãos, tomando a presente dominação em 1898; são sócios da firma os srs. dr. Manoel Gomes de Mattos, comanditário, e Emilio Gomes de Mattos e Manoel Gomes de Mattos Junior, solidários.

Importa esta firma artigos de armarinho, miudezas e máquinas de escrever, que recebe da Europa e Norte América, negociando também em artigos manufaturados no país. As vendas da casa são feitas nos estados de Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Ceará e Maranhão, por onde a firma tem viajantes.

Os srs. Gomes de Mattos Irmãos & Cia. foram, durante muito tempo, agentes das máquinas Singer; presentemente, representam, nos estados acima mencionados, a Fabrik Gritzner e são agentes de Baxter & Co., Dundee.

O fundador da casa é natural do estado do Ceará, achando-se, porém, no estado de Pernambuco há quarenta anos. Foi senador estadual, deputado federal e vice-governador do estado durante 4 anos. Retirando-se da vida ativa comercial em 1908, conservou-se, porém, como sócio comanditário da casa que havia fundado, e da qual são sócios solidários seus dois filhos.

Fonseca Nunes & Cia. - Esta conceituada e antiga casa comercial da praça do Recife foi fundada em 1864 pelo sr. Manoel Nunes da Fonseca, de nacionalidade portuguesa, o qual, vindo para o Brasil muito moço ainda, se empregou no comércio e, depois de alguns anos de vida ativa e laboriosa, se estabeleceu por conta própria. Os srs. Fonseca Nunes & Cia. importam em larga escala, dos principais centros manufatureiros da Europa e Estados Unidos da América do Norte, toda a sorte de artigos de armarinho, modas, confecções etc.

Vendem em escala avultada, não só na capital do estado de Pernambuco e zonas do interior do mesmo estado, como também para vários outros estados, tendo numerosos viajantes que percorrem a freguesia da casa nas diversas zonas dos diferentes estados.

Os srs. Fonseca Nunes & Cia. têm os seus escritórios e armazéns instalados em dois bons prédios à Rua Visconde Inhaúma nºs. 9 e 11, e aí têm sempre um grande e variado estoque de artigos do seu comércio. A casa Fonseca, Nunes & Cia. é considerada no Recife uma das primeiras em seu gênero de negócio e faz avultado movimento anual de vendas por atacado e a varejo; da Europa recebe sempre as últimas novidades em tecidos e vestidos e outros artigos de seu comércio, que se recomendam não só pela qualidade como também pelos seus preços razoáveis.

Presentemente, o chefe da casa e gerente ativo do negócio é o sr. Emygdio Figueira da Silva Fonseca, de nacionalidade portuguesa, que se acha no Brasil há longos anos; o sr. Fonseca está na casa, de que hoje é chefe, há 30 anos, e muito contribuiu para o grande desenvolvimento e prosperidade a que hoje atingiu este estabelecimento.

Odorico de Oliveira & Cia. - Esta conhecida e popular casa do Recife, conquanto de fundação relativamente recente, ocupa já um lugar proeminente no comércio pernambucano. A casa foi fundada em 1909 pelos srs. Odorico Gonçalves de Oliveira e João Luiz Freire, os quais, com os srs. Mizael Montenegro e Juvencio Bello, compõem a firma Odorico de Oliveira & Cia.

São estabelecidos com armazém de miudezas, modas, perfumarias etc., que importam diretamente das principais casas manufatoras da Inglaterra, França, Alemanha, estados Unidos da América do Norte etc. Os srs. Odorico de Oliveira & Cia. vendem para a capital e interior do estado de Pernambuco e para os estados vizinhos, inclusive Piauí, tendo viajantes que percorrem a freguesia da casa nesses estados.

A casa, que vende também, embora em pequena escala, artigos de manufatura nacional, tem um capital registrado de Rs. 300:000$000, elevando-se as suas vendas anuais de 800:000$000 a 1.000:000$000, o que constitui um esplêndido movimento para o gênero de negócio da casa. Os escritórios e armazéns da firma ficam situados em um bom edifício à Rua 15 de Novembro, 77, e têm também uma filial no Recife, à Rua Barão da Vitória nº 27, e uma outra em Timbaúba, no interior do estado de Pernambuco. Nesta última filial vendem os srs. Odorico de Oliveira & Cia. a retalho e por atacado e fazem um movimento anual de 150:000$000 a 180:000$000.

Os sócios são todos de nacionalidade brasileira. O sr. Odorico Gonçalves de Oliveira, chefe da casa, está no comercio há 22 anos e tem uma longa prática neste ramo de negócio; anteriormente ao estabelecimento de sua presente firma, fez parte, como sócio, da importante e conceituada firma de Rufino Fonseca & Cia.

Andrade Lopes & Cia. - Esta conhecida casa de fazendas por atacado foi fundada em 1875, datando a presente firma de 1896; são sócios da firma, atualmente, os srs. José Maria de Andrade, Alexandre Lopes Medicis e Joaquim Moreira. Esta firma importa fazendas diretamente da América do Norte, negociando também, em grande escala, em artigos de manufatura nacional, que compra nas principais fábricas do país. Vende principalmente em Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Pernambuco, onde tem sempre viajantes visitando a sua freguesia. As suas vendas anuais atingem de 1.800:000$000 a 2.000:000$000.

O sr. José Maria de Andrade, chefe da firma, é de nacionalidade portuguesa, achando-se no Brasil desde 1872; é cônsul da Bélgica em Pernambuco. O sr. Alexandre Lopes Medicis é suíço; veio para o Brasil em 1872 e faz parte da firma desde 1896. O sr. Joaquim Moreira é sócio desde 1904.

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