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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [41-D]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 821 a 828, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Cia. Telefônica Rio-Grandense: 1) Vista do frontispício, Porto Alegre; 2) A sede em Pelotas; 3) Centro das ligações, Pelotas; 4) Centro das ligações, Porto Alegre
Foto publicada com o texto, página 820. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Rio Grande do Sul (cont.)

Comércio

Praça do Comércio de Porto Alegre - Fundada em 1857, a Praça do Comércio de Porto Alegre é antes de tudo uma sociedade civil, com personalidade jurídica, sendo o órgão autorizado do comércio da capital do Rio Grande do Sul. À testa dos seus destinos, encontravam-se em 1911 os seguintes senhores representantes do alto comércio local: presidente, Hemeterio Mostardeiro; vice-presidente, Arthur Bromberg; 1º secretário, João Henrique Aydos; 2º secretário, Frederico Gomes; tesoureiro, Theobaldo Francisco Xavier Friederichs; diretores, João Patzel, Leopoldo Descheimer, Herminio de Almeida, Franz Reimer, Augustin Fernandes, Arthur Mundt, José Barbará, Theodor Jacobi, F. G. Bier, Mario Amaro da Silveira, Honorio Brito e Antonio Chaves de Barcellos Filho; suplentes: Floriano Nunes Dias, Affonso Selbach, Francisco Soares Bento; Comissão Fiscal: Antonio Francisco de Castro, Tito L. C. Barbosa, Nicolau Ely; Comissão Arbitral: Guilherme Luce, Pedro Chaves de Barcellos, Euripides Mostardeiro.

Além destas comissões, a Praça de Comércio reveza mensalmente dois dos seus associados na Comissão de Pauta, para assistirem, no Tesouro do Estado, à confecção das pautas de exportação; e dois membros da diretoria, para receber as partes. O presidente, porém, comparece à sede social, diariamente, da 1 à 1½ horas da tarde, para despachar o expediente e ouvir as comissões e o pessoal interno.

À entrada do edifício social, à Rua Sete de Setembro, 103, encontram-se, em excelente ordem, seguras informações do movimento de entradas e saídas de vapores, taxas de exportação, câmbios etc. No pavimento térreo há uma excelente seção de leitura e um arquivo de alta estima. Aí o serviço é atendido por um contínuo e um auxiliar de rua. Na parte superior do prédio funciona a Secretaria Geral, junto ao salão das sessões e reuniões dos sócios, para tratar de assuntos de interesse da classe.

A Praça do Comércio se comunica diretamente com o farol da Itapoã, à entrada da Lagoa dos Patos, tendo para tal fim mandado construir uma linha telefônica, que mais tarde encampou à Empresa Ganzo, por conveniências do serviço público. A utilidade primordial daquela construção consiste em se poder averiguar se os navios de cargas e passageiros transpuseram o estreito sem novidade; e nos casos contrários, enviarem-se socorros.

Atualmente, o governo do estado está mandando dragar a parte baixa da Itapoã, que já se acha muito melhorada. Entra nos planos futuros da Praça do Comércio, isto é, logo que adquirir edifício próprio, a manutenção de uma exposição permanente de amostras de artigos de comércio e produtos de indústrias nacionais e estrangeiras, com um escritório de informações sobre os mesmos artigos; e bem assim a criação de um museu aduaneiro onde figurem os exemplares variados da nossa importação nacional e estrangeira.

A Praça do Comércio de Porto Alegre não tem filiação partidária nem credo religioso. Aos forasteiros, a Praça do Comércio da capital do futuroso estado do Rio Grande do Sul impressiona agradavelmente, pela simplicidade, ordem e respeito disciplinares que ali se observam.

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Bromberg & Cia., Porto Alegre: 1) A matriz; 2) Departamento das ferramentas; 3) Vista geral do interior
Imagem publicada com o texto, página 825. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Companhia Telefônica Rio-Grandense - O serviço de comunicações telefônicas no estado do Rio Grande do Sul foi iniciado pela Empresa Industrial Construtora do Rio Grande do Sul, proprietária dos centros telefônicos estabelecidos nas cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre, e bem assim dos privilégios concedidos pelas extintas Câmaras Municipais das três cidades, constantes dos contratos que adquiriu. O da cidade de Porto Alegre é datado de 8 de março de 1884 e o da do Rio Grande de 27 de maio de 1885, ambos por 15 anos; e o da de Pelotas é datado de 13 de outubro de 1886, por dez anos. Todos esses privilégios foram aprovados pela Assembléia Legislativa da antiga província.

Para comprar o acervo daquela empresa, organizou-se em Pelotas, a 24 de maio de 1895, uma sociedade anônima de responsabilidade limitada, sob a denominação de Empresa União Telefônica, com o capital de Rs. 500:000$000, que foi, mais tarde, elevado a Rs. 600:000$000. Esta sociedade continuou explorando, sem concorrentes, os serviços de sua antecessora nas três cidades acima mencionadas, até que, tendo já há muito expirado o prazo do privilégio que possuía, o coronel Juan Ganzo Fernandez, proprietário de diversos centros telefônicos em várias localidades do estado, obteve em 1906, da Intendência Municipal de Pelotas e da de Rio Grande, concessões para instalar centros telefônicos nessas duas localidades.

Estabelecidos tais centros e após um ano de funcionamento, solicitou a Sociedade concessão para instalar um novo centro na capital do estado. Havendo o coronel Ganzo Fernandez, para continuação desse e outros negócios, organizado a firma Ganzo, Durruty & Cia., iniciou, em 1908, as obras do centro telefônico de Porto Alegre, para as quais, no ano anterior, obtivera concessão do governo desse município.

Em maio desse ano, incorporou-se à mesma firma a Companhia Telefônica Rio-Grandense, que em 15 do mês seguinte ficou definitivamente instalada, e tomou a si todos os negócios da seção de telefones pertencentes a Ganzo, Durruty & Cia. O capital da nova companhia, em seu início, era de Rs.1.100:000$000, quantia que, em virtude de resolução da assembléia geral realizada em 15 de abril do corrente ano, foi aumentada para Rs. 1.300:000$000.

Para fazer face às despesas resultantes do acréscimo de suas instalações primitivas, contraiu ela um empréstimo de Rs. 500:000$000, em obrigações ao portador, ao juro de 8%. Tendo posteriormente feito aquisição da Empresa União Telefônica, emitiu um segundo empréstimo de Rs. 800:000$000 nas condições do precedente.

Com a realização dessa compra, está a Companhia Telefônica Rio-Grandense unificando o serviço nas localidades em que existem dois centros telefônicos, de forma que, presentemente, estão funcionando os seguintes, de acordo com diversos privilégios e concessões municipais: Porto Alegre, Pedras Bancas, Barra do Ribeiro, Itapoã, Belém, Tristeza, Canoas, Pelotas, Piratini, Monte Bonito, Cascata, Capão do Leão, Rio Grande, Povo Novo, Quinta, Ilha dos Marinheiros, Ilha do Leopídio, Cassino, São Leopoldo, Retiro, Nova Hamburgo, Santa Cruz, Vila Tereza, Rio Pardinho, Ferraz, São João do Montenegro, São Sebastião do Caí e São Lourenço.

Também de conformidade com as concessões que lhe foram dadas pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, fez a companhia construir e estão funcionando as seguintes linhas intermunicipais: Porto Alegre e São Leopoldo, 6 linhas, 33 quilômetros cada uma; Porto Alegre a Canoas, 2 linhas, 14 quilômetros cada uma; São Leopoldo a Caí e Montenegro, 2 linhas, 44 quilômetros cada uma; Pelotas a Rio Grande, 10 linhas, 65 quilômetros cada uma; Pelotas a Piratini, 1 linha, 63 quilômetros; Pelotas a São Lourenço, 5 linhas, 90 quilômetros cada uma; Santa Cruz a Venâncio Aires, 1 linha, 40 quilômetros; Santa Cruz a Poço do Sobrado, 1 linha, 20 quilômetros; Pelotas a Capão do Leão, 4 linhas, 17 quilômetros cada uma.

O centro de Porto Alegre, a subestação de Navegantes, nesta cidade, e os de Pelotas, Rio Grande, São Sebastião e Monte Bonito estão instalados em prédios da companhia, tendo sido o primeiro deles especialmente construído para esse fim e os demais convenientemente adaptados à natureza de tal serviço.

Na central que a companhia possui em Porto Alegre, funciona uma mesa múltipla, Siemens & Halske, de bateria central, com capacidade para 10.000 assinantes. Existe um distribuidor primário, de ferro, também para 10.000 subscritores; 2 baterias de 12 acumuladores cada uma; e diversos dínamos, funcionando junto a motores, para carregar baterias e produção de luz.

Desta central, partem 25 cabos subterrâneos, os quais, por sua vez, na área da cidade em que a população é mais densa e em lugares mais adequados, se subdividem em outros, numa extensão de 42 quilômetros.

Na central de Pelotas, funciona uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.600 subscritores e com capacidade para 3.000 linhas; na do Rio Grande, uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.200 subscritores, com capacidade para 2.000 linhas; nas de São Lourenço, Santa Cruz, Montenegro, São Leopoldo, Ilha dos Marinheiros e Nova Hamburgo, mesas Standart, de 100 linhas duplas; nas do Capão do Leão, Monte Bonito e Povo Novo, mesas Standart, de 50 linhas; nas de Quinta e Cassino, mesas de 30 linhas; nas de Tristeza, Belém e Canoas, mesas de 25 linhas; nas de Vila Tereza e Barra do Ribeiro, comutadores de 20 linhas; nas de Itapoã e Cascata, comutadores de 12 linhas; nas de Rio Pardinho e Ferraz, comutadores de 10 linhas.

A companhia, em sua maior parte, usa os aparelhos J. Berliner, de Hanover; L. M. Ericson & Co., de Estocolmo; Western Electric Co. e Kellog Switchboard & Supply Co., de Chicago.

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Companhia Aliança do Sul: 1) A matriz; 2) Departamento de vendas; 3) O escritório; 4) A entrada
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Aliança do Sul - A Aliança do Sul, companhia nacional, importadora, técnica, comercial e construtora, foi instalada a 5 de julho de 1911, na cidade de Porto Alegre. O objeto da companhia é a importação de toda a sorte de máquinas e seus acessórios, para fábricas e oficinas, agricultura e mineração; aparelhos elétricos, ferro bruto para construção e para oficinas; execução de trabalhos técnicos, como montagem de fábricas, obras hidráulicas etc. etc.

O capital da companhia é de Rs. 2.000:000$000, dividido em 10.000 ações nominativas de Rs. 200$000 cada uma. A companhia foi incorporada por vários bancos e casas importantes de Porto Alegre, tais como Banco da Província do Rio Grande do Sul, Banco do Comércio de Porto Alegre, Thomsen & Cia., Secco & Cia., Edmundo Dreher & Cia., Jung Jacobi & Cia. e outras.

A diretoria da Aliança do Sul se compõe dos srs. dr. Rodolpho Ahrons, diretor-presidente; João Chardonay de Freitas, diretor-comercial; dr. Max Eder, diretor técnico. A Comissão Fiscal se compõe dos srs. Edmundo Dreher, Adolpho J. da Silva e comendador Antonio Francisco de Castro.

O sr. J. C. de Freitas, diretor comercial, nasceu no Rio de Janeiro em 1874. Estudou na Alemanha e Inglaterra e praticou o comércio no Rio com a firma Castro Silva & cia., exportadora de café, onde se conservou durante 10 anos. Vindo para o Rio Grande, foi agente geral dessa firma durante 6 anos; e em 1911 foi nomeado diretor da Aliança do Sul. É presidente do Clube de Regatas e tem obtido diversas medalhas de ouro neste esporte, no Rio de Janeiro, no Rio Grande e na Europa.

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Companhia Aliança do Sul: 1, 2 e 5) Vistas do Departamento de Máquinas; 3) Seção de eletricidade; 4) O escritório; 4) Trapiche junto do rio
Imagem publicada com o texto, página 823. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Bromberg & Cia. - A firma Bromberg & Cia. figura entre as mais antigas e importantes, no seu ramo de negócio, do Rio Grande do Sul. Para se dar uma idéia da sua importância, basta dizer que, além das suas casas do Rio Grande, Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Passo Fundo e Porto Alegre, neste estado, possui ainda filiais no Rio de Janeiro, Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai).

De vários portos ingleses, de Hamburgo, Antuérpia e de Nova York, importam os srs. Bromberg & Cia., em grande escala, todas as espécies de ferragens, ferro bruto, maquinismos para toda a sorte de indústrias, arame, máquinas para agricultores, cimento, tintas, cevada e lúpulo para cervejarias e outros materiais para uso de fábricas diversas. A firma, que negocia a varejo e por atacado, tem igualmente uma bem montada seção de engenharia e outra para instalações elétricas.

Alguns dos maiores trabalhos de engenharia a executar no estado têm sido confiados aos srs. Bromberg & Cia. A linha de Nova Hamburgo a Taquara, numa extensão de 46 quilômetros e em zona que tornava necessárias diversas pontes, foi por eles construída, assim como a da Cruz Alta a Ijuí, num percurso de 51 quilômetros. Atualmente constroem os mesmos senhores uma linha de 40 quilômetros, de Ijuí a Sant'Angelo.

Pelas suas instalações de luz elétrica, adquiriu a firma grande fama. Ultimamente, fez nada menos de 16 instalações para diversas Câmaras Municipais, algumas já terminadas satisfatoriamente e outras ainda em via de complemento.


O sr. Martin Bromberg
Foto publicada com o texto, página 824

A firma tem trabalhado para o desenvolvimento do estado, pelos seus projetos de colonização; comprou vastos terrenos, grande parte com florestas ainda virgens e os quis, uma vez desbravados, serão muito apropriados a qualquer ramo de agricultura.

A firma tem grandes interesses em diversas das principais empresas do Rio Grande do Sul, como sejam fábricas de tijolos, plantações de arroz e serrarias, a fábrica de chapéus Oscar Teichmann, instalações elétricas e outras de força e luz.

Foi fundadora das casas: João Day, Bromberg & Cia., importadores; Luiz Noelcher & Cia., negociantes a varejo, de ferragens, utensílios sanitários e caseiros; O Cilindro, importadores de máquinas de costura, utensílios para eletricidade, instalações elétricas, máquinas de escrever, espingardas e armas diversas, munições etc.; União de Ferros (Bromberg, Daudt & Cia.), importadores de ferro bruto, aço, cobre, bronze e outros materiais, ferramentas para ferraria e materiais para construção.

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Bromberg & Cia., Porto Alegre: 1) Departamento de Máquinas; 2) Os armazéns e trapiche no Rio Guaíba, com um guindaste de 10 toneladas, o maior de Porto Alegre; 3) Vista geral dos armazéns, do lado do rio
Foto publicada com o texto, página 826. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Os srs. Bromberg & Cia. são os únicos agentes, para o estado do Rio Grande do Sul, das casas Siemens Schuckertwerke de Berlim, para instalações elétricas; Heinrich Lanz, Mannheim, fabricantes de locomóveis, debulhadeiras, desnatadeiras de leite; L. e C. Steinmiller de Gumersbach, caldeiras multitubulares ou inexplosíveis; Hannoversche Maschinenbawanstalt A. G. Hannover, locomotivas e máquinas a vapor, tipos para tipografia e prelos rápidos Phenix; Fred Krupp A. G., moinhos de qualquer espécie; Sellerhausen, máquinas para beneficiar madeiras, arados, semeadeiras, rastrilhos, máquinas para compor tipos, máquinas rotativas para impressão sem estereotipia, motores a gás, querosene etc., máquinas para funileiro e fabricação de latas de conserva; máquinas de costura Original Saxonia, máquinas de costura Original Victoria e New Home, ceifadeiras, trilhadeiras e outras máquinas agrícolas, tintas para impressão e litografia; Underwood Typewriter Co. New York, máquinas de escrever, tubos e outros artigos de borracha, desnatadeiras e máquinas para laticínios; Humber Limited, Coventry, automóveis, máquinas para litografia, máquinas para fabricação de fósforos, máquinas para encadernação, moinhos de trigo etc.

Os depósitos dos srs. Bromberg & Cia., que se comunicam com os armazéns, estão situados à margem do Rio Guaíba, onde aqueles senhores possuem uma ponte para o recebimento e expedição de mercadorias. Nestes diversos prédios tem a firma a sua brigada de bombeiros com uma possante e moderna bomba elétrica, a qual pode ser transportada por meio dum carro sobre trilhos para qualquer parte do estabelecimento, que tem de comprimento 325 metros. Nos armazéns de Porto Alegre estão empregadas 140 pessoas, além dos viajantes em propaganda da casa nos diversos pontos do estado.

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Bromberg & Cia., Porto Alegre: 1) Departamento das ferramentas e tintas, nos armazéns de varejo; 2) Armazéns de varejo - departamento de esmaltes, chapas e eletricidade; 3) Trem carregado com maquinismos agrícolas para plantações de arroz: um simples carregamento para o interior, feito por Bromberg & Cia.; 4) Departamento dos utensílios de cozinha nos armazéns de varejo
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A casa matriz acha-se em Hamburgo e foi o seu fundador, sr. Martin Bromberg, que iniciou os negócios no Brasil, abrindo uma filial em Porto Alegre, em 1863. Presentemente, os seus cinco filhos fazem parte da firma como sócios. Um deles, o sr. Martin Bromberg Junior, acha-se em Hamburgo em companhia de seu pai. Os srs. Waldemar e Arthur Bromberg estão em Porto Alegre, o sr. Fernando Bromberg em RIo Grande e o sr. Erwin Bromberg em São Paulo.

O sr. Martin Bromberg nasceu em Hamburgo em 1889, foi educado na Alemanha e Inglaterra, e adquiriu prática comercial em Hamburgo. Na idade de 21 anos, veio para Porto Alegre, a rogo dos credores europeus, liquidar os negócios duma firma falida. Uma vez isto realizado, iniciou os seus negócios, em princípios de 1863, como importador. Foi provido de capitais por seu pai, o sr. Ludwig Bromberg, banqueiro conhecido em Hamburgo. A firma ainda hoje existe, dirigida pelo irmão mais moço do sr. Martin Bromberg.

O sr. M. Bromberg foi muito feliz e rapidamente conseguiu colocar-se ao nível das primeiras casas do Sul. Depois de oito anos de tenaz trabalho, voltou para a Europa, onde ficou à testa da casa compradora. Foi ele o primeiro a iniciar as plantações de arroz no Rio Grande e foi um dos que mais concorreram para a colonização. O estado deve à sua energia e espírito empreendedor diversas indústrias. O segundo filho, sr. Arthur Bromberg, nasceu em Porto Alegre, em 1869; foi, moço, para a Alemanha, onde se educou e adquiriu a necessária prática comercial. Na idade de 21 anos, voltou para Porto Alegre, e seis meses depois fazia parte da firma como sócio. Presentemente, ele e seu irmão Waldemar dirigem a casa de Porto Alegre e a filial na cidade de Rio Grande.

O sr. Waldemar Bromberg nasceu em Hamburgo, onde foi educado e adquiriu prática comercial. Na idade de 21 anos veio para a casa de Porto Alegre, da qual, quatro anos depois, se tornava sócio. É dono de valiosas propriedades em Porto Alegre.

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Instalações de Frederico Mentz & Cia. e um dos seus vapores descarregando no cais
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Frederico Mentz & Cia. – Esta grande casa importadora de manufaturas foi fundada em 1898. Os sócios são os srs. Christiano Frein, Frederico Mentz e Felippe Ritter. A casa gira com o capital de Rs. 1.000:000$000 e o seu movimento anual vai a Rs. 4.000:000$000. Negocia a firma em cereais, secos e molhados; fazendas e miudezas; sal, folhas de zinco, arame farpado, máquinas para lavoura e máquinas de costura, que importa da Inglaterra, Alemanha, Bélgica, França e América do Norte.

A casa exporta, para a Europa, cera; e vende os seus gêneros em todo o estado, por onde traz seis viajantes em serviço permanente. O negócio está situado nas margens do Rio Guaíba, num prédio de propriedade da firma, que é avaliado em Rs. 30:000$000. A firma tem filiais em Caxias e em São Sebastião. Tem 3 vapores de sua propriedade que navegam entre São Sebastião do Caí e Porto Alegre, para cargas e passageiros. A banha das duas fábricas de sua propriedade tem a marca Phenix, e a produção anual dessas fábricas é de 1.500.000 quilos.

Os empregados das duas fábricas são em número de 50, e os prédios onde elas funcionam são de propriedade da firma. Os maquinismos ali usados são de fabricação alemã e inglesa, moderníssimos; custaram Rs. 180:000$000, e podem produzir 1.500 quilos por dia. A banha é comprada em diversos pontos do estado.

O sr. Frederico Mentz nasceu em Nova Hamburgo em 1867; foi educado e praticou o comércio em São Sebastião; e veio para Porto Alegre em 1908. Tinha começado o seu negócio em São Sebastião, sob a firma Chr. J. Frein & Cia. e com o capital de Rs. 50:000$000, que se acha elevado agora a Rs. 1.000:000$000.

O sr. Ritter entrou para sócio em 1909 e deve os seus haveres exclusivamente ao seu trabalho. O sr. Mentz é membro da Praça do Comércio e dos principais clubes de Porto Alegre. O sr. Felippe Ritter nasceu em 1870, no município de São Sebastião (estado do Rio Grande), educou-se aí e completou os seus estudos na Alemanha. Abraçou a carreira comercial em Porto Alegre e negociou durante 17 anos em São Sebastião. Em 1909, entrou para a atual firma. O sr. Ritter é membro de diversos clubes sociais.

O sr. Christiano J. Frein, chefe fundador da casa, nasceu no município de São Sebastião do Caí, no lugar chamado Linha Hortencia, em 28 de setembro de 1850.

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Sede do negócio de Pedro Pereira & Cia.
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Pedro Pereira & Cia. - Esta firma, que negocia em armarinhos e modas, é sucessora dos srs. Sebastião de Barros & Cia., casa fundada em 1880 pelo sr. Sebastião de Barros. A firma atual foi organizada em 1902, sendo sócios os srs. Pedro Pereira da Silva e Euripides Mostardeiro. O seu capital é de Rs. 500:000$000.

Os srs. Pedro Pereira & Cia. importam as mercadorias de seu comércio da Inglaterra, Alemanha, Áustria, França, Espanha e Estados Unidos. A casa traz sete viajantes pelo interior do estado.

O sr. Pedro Pereira nasceu em 1863; educou-se e adquiriu a prática comercial em Porto Alegre; e entrou para a firma em 1892, como sócio do sr. Sebastião de Barros. Em 1902, reuniu-se ao sr. Mostardeiro, tomando conta da casa. O sr. Pedro Pereira faz parte dos clubes sociais de Porto Alegre.

O sr. Euripides Mostardeiro nasceu no Rio Grande em 1867, educou-se em São Leopoldo e praticou o comércio em Paris, Hamburgo e Manchester. Voltou para Porto Alegre em 1885; foi sócio de seus irmãos durante vinte anos; e em 1902 fundou a atual firma com o sr. Pedro Pereira. Durante 10 anos, foi membro da Junta do Tribunal do Comércio. Faz parte dos principais clubes de Porto Alegre. Em Cachoeira, é o sr. Mostardeiro proprietário de três plantações de arroz que ocupam uma área total de 500 hectares e produzem anualmente 15.000 sacos.

O sr. Mostardeiro é sócio da firma Aydos Neves & Cia., com moinhos para beneficiar arroz, cuja produção vai de 220 a 300 sacos diariamente. O capital desta firma é de Rs. 150:000$000. Os sócios são os srs. João Aydos, Frederico Descheimer, Isidoro Neves e Euripides Mostardeiro. Os empregados são em número de 25. O arroz é obtido das propriedade do sr. Mostardeiro e por compras. A firma exporta também para o resto do estado, Rio de Janeiro e Paraná.

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Pessoal da casa de Pedro Pereira & Cia.
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