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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [37-b]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa, nas páginas 463 a 475, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Banco do Brasil, Rio de Janeiro
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Finanças (cont.)

Banco do Brasil - O atual Banco do Brasil não é senão o herdeiro de estabelecimentos financeiros precedentes, que, no correr do século XIX, foram sucessivamente tesoureiros do Governo Brasileiro. O primeiro, em antiguidade, foi o "Banco Público", ou "Nacional", criado por decreto régio de d. João VI em 1808, que, pouco depois, se tornava o Banco do Brasil, com o capital de Rs. 1.200:000$000 que, ao câmbio de então, equivaliam a Frs. 10.000.000.

Este banco era o único que tinha o direito de emitir papel-moeda; fez ao governo adiantamentos de uma soma equivalente ao valor das notas em circulação. Este estado de coisas em pouco tempo acarretou a liquidação do banco, que se deu de 1829 a 1835.

Os outros estabelecimentos que precederam o atual banco foram o Banco Comercial, fundado em 1838, e o segundo Banco do Brasil, criado em 1851; da mesma forma que o Banco do Pará, os bancos de Pernambuco, da Bahia e do Maranhão, que estavam autorizados a emitir "bonds" ou "vales", aceitos como moeda corrente, foram todos, em 1853, reunidos em um só banco, com a denominação de Banco do Brasil. Em 1860, foram por este último banco absorvidos os dois últimos que tinham ainda o privilégio de emissão de papel-moeda e eram o Banco Rural Hipotecário e o Banco Comercial e Agrícola.

Em 1890, logo depois da proclamação da República, foi criado um novo banco, o Banco dos Estados Unidos do Brasil, que teve um existência muito curta, sendo em 1893 reunido ao Banco do Brasil; com esta fusão, tomou o estabelecimento a denominação de Banco da República.

As enormes emissões de papel-moeda feitas pelo novo estabelecimento trouxeram-lhe, em breve, grandes embaraços, e em 1900 foi precisa a intervenção direta do Governo Brasileiro, para garantir as emissões do Banco da República e provocar a sua liquidação, que terminou em 1905. A herança deste estabelecimento foi recolhida pelo terceiro Banco do Brasil, o atual estabelecimento.

Forma o banco uma sociedade anônima, fundada pelo decreto federal nº 1.455, de 30 de dezembro de 1905, em continuação à liquidação do Banco da República do Brasil. Tem por objeto:

1. Receber em conta corrente os saldos do Tesouro Nacional e fazer a este os adiantamentos de que possa necessitar, contra letras do Tesouro dadas em garantia até uma soma fixada por lei, como limite às despesas antecipadas nas condições que se tratarem. Em tempo oportuno, o Tesouro porá à disposição do banco os saldos que tiver a receber das coletorias federais nos diversos estados e receberá estas somas no Rio de Janeiro, sem despesa alguma para o Tesouro.

2. Receber qualquer soma em papel-moeda ou em moeda metálica, em conta corrente de movimento ou contra títulos ao portador ou nomináveis, para prazos que não sejam inferiores a 60 dias, indicando-se nos títulos a moeda em que será feito o reembolso do capital e juros.

3. Receber em depósito, mediante comissão, dinheiro, títulos de crédito, metais e pedras preciosas, jóias, ouro e prata em barra, sendo o valor de todos estes artigos arbitrado por pessoa competente, antes de feito o depósito.

4. Descontar letras de câmbio, letras hipotecárias e outras, títulos comerciais à ordem ou a prazo não excedente a 4 meses, devendo estes títulos trazer a assinatura de duas casas ou pessoas notoriamente reconhecidas, abonadas na Praça do Rio de Janeiro.

5. Descontar letras do Tesouro, certificados de depósito da Casa da Moeda e letras das coletorias federais pagáveis no Rio de Janeiro.

6. Contratar com o Governo da União ou dos Estados e do Distrito Federal, toda a sorte de operações; servir-lhes de intermediário para o movimento de seus fundos nas praças nacionais e estrangeiras, tornando-se assim o seu banqueiro ou agente financeiro; emitir empréstimos por conta desses governos ou por conta de companhias ou empresas de boa cotação.

7. Subscrever, comprar e vender, por conta própria ou por conta de terceiros, títulos da dívida pública da União, dos Estados ou do Distrito Federal, metais preciosos, obrigações das companhias ou empresas de boa cotação.

8. Encarregar-se de cobranças ou pagamentos a efetuar, por conta de terceiros, realizando, depois da entrada dos fundos necessários, toda e qualquer operação não proibida pelos presentes estatutos.

9. Efetuar operações de câmbio, por conta própria, ou por conta de terceiros, nas praças nacionais ou estrangeiras, fazer transferência de fundos de uma praça para outra e fornecer cartas de crédito sobre estas mesmas praças, mediante garantia.

10. Conceder empréstimos contra caução de valores por um prazo não excedente a 6 meses, por letras ou em conta corrente.

A denominação do banco é Banco do Brasil e sua sede social fica na cidade do Rio de Janeiro; o banco tem agências em Manaus, Belém, Bahia, Santos e uma sucursal em Campos. Poderá estabelecer agências em qualquer ponto do território nacional ou do estrangeiro. A sua duração está limitada a 30 anos. O capital social é de Rs. 70.000:000$)00, divididos em 350.000 ações do valor nominal de Rs. 200$000 cada uma, havendo a deduzir deste capital Rs. 25.000:000$000 em ações por emitir. Os dividendos têm sido de 9% pagáveis em janeiro e julho.

O banco é administrado por um presidente e quatro diretores; o presidente e o diretor da Carteira de Câmbio são nomeados pelo governo. O conselho fiscal conta 5 membros efetivos e 5 suplentes, eleitos anualmente e escolhidos entre os acionistas possuidores de mais de 100 ações. A assembléia geral ordinária realiza-se no mês de abril em cada ano, e o ano social vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro.

Em relação à divisão dos juros, as disposições do banco são as seguintes: o fundo de reserva será constituído por 10% retirado dos lucros líquidos de cada semestre. Esta retirada cessará logo que este fundo de reserva tenha atingido 30% do capital nominal do banco, podendo então a assembléia geral resolver sobre a criação de fundos de reserva para fins especiais. O fundo de reserva será empregado na compra de fundos públicos federais. Depois de feita a dedução para a porcentagem destinada o fundo de reserva, o saldo dos lucros líquidos do banco, constatados pelos balanços, será repartido entre os acionistas, cada semestre, como dividendo. As ações do banco têm cotação na Bolsa do Rio de Janeiro. O presidente é o sr. Norberto Custodio Ferreira (interinamente); fazem parte do Conselho Fiscal os srs. barão das Águas Claras, R. G. Vianna; dr. A. C. Moreira de Carvalho, Antonio M. da Silva Jor., Ernesto M. Guimarães. A cotação das ações do banco é de Rs. 213$000.

Balanço semestral a 31 de dezembro de 1910

Ativo

Ações a emitir Rs. 25.000:000$000
Apólices em garantia Rs. 1.879:263$052
Contas correntes garant. Rs. 17.238:109$266
Carteira Rs. 34.189:369$344
Valores a receber Rs. 2.476:307$446
Valores em caução Rs. 65.378:102$800
Valores em depósito Rs. 45.264:228$034
Correspondentes Rs. 91.475:866$373
Títulos de propriedade do banco Rs. 13.735:207$700
Negócios em liquidação Rs. 4.224:617$371
Saldo de diversas contas Rs. 12.053:940$197
Juros do semestre próximo Rs. 405:374$770
Caixa Rs. 53.654:438$020
                                   Total Rs. 368.405:191$373

Passivo

Capital Rs. 70.000:000$000
Fundos de reserva Rs. 2.018:247$758
Contas corr. credoras Rs. 131.024:741$893
Correspondentes Rs. 1.293:278$996
Letras a prazo Rs. 17.015:801$695
Depósitos judiciais Rs. 1.703:133$366
Garantias diversas Rs. 110.642:330$834
Tesouro Federal Rs. 27.440:092$591
Bônus Rs. 74:364$500
Dividendos não reclamados Rs. 346:461$500
9º dividendo Rs. 2.025:000$000
Saldo de diversas contas Rs. 2.883:641$942
Desconto do semestre próximo Rs. 376:919$180
Lucros e perdas Rs. 1.561:177$118
                                   Total Rs. 368.405:191$373

Balanço semestral de "lucros e perdas"

Débito

Juros Rs. 1.657:689$213
Despesas gerais Rs. 793:162$295
Descontos Rs. 1:480$780
Comissões Rs. 15:911$417
Perdas totais Rs. 165:575$542
Negócios em liquidação Rs. 845:990$430
Fundos de reserva Rs. 138:350$813
9º dividendo Rs. 2.025:000$000
Frações Rs. 48:206$250
Saldo a transportar Rs. 1.561:177$118
                                   Total Rs. 7.252:543$852

Crédito

Transporte de 30 junho 1910 Rs. 2.389:226$051
Juros Rs. 1.443:333$462
Descontos Rs. 1.403:718$987
Juros de títulos de propriedade do banco Rs. 339:453$545
Comissões Rs. 67:059$404
Agência do Pará Rs. 300:000$000
Agência de Santos Rs. 162:064$990
Agência de Manaus Rs. 66:525$034
Agência da Bahia Rs. 2:849$200
Agência de Campos Rs. 18:245$470
Lucros diversos Rs. 1.060:068$215
                                   Total Rs. 7.252:543$852

Lucros, desde a reorganização do banco: em 1906 (2º semestre), Rs. 1.597:173$785; em 1907, Rs. 5.068:355$877; em 1908, Rs. 9.137:253$796; em 1909, Rs. 10.500:460$861; em 1910, Rs. 10.415:523$655.

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London and Brazilian Bank, Ltd.: a sede no Rio de Janeiro
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London & Brazilian Bank Ltd. - Esta conhecida instituição bancária, que ocupa um lugar proeminente nas rodas comerciais da América do Sul, tem a sua sede em Tokenhouse Yard, Londres E.C. O capital subscrito é de £2.000.000, das quais £1.000.000 foram realizadas, havendo ainda um fundo de reserva de £1.000.000.

Como a denominação do banco o indica, o seu maior movimento bancário é feito no Brasil. Neste país, tem o London & Brazilian Bank Ltd. sucursais no RIo de Janeiro, Manaus, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Santos, São Paulo, Curitiba, Rio Grande do Sul e Porto Alegre. Na República Argentina, tem sucursais em Buenos Aires e Rosário; no Uruguai, em Montevidéu; em Portugal, em Lisboa e Porto; em França, em Paris; e nos Estados Unidos, em New York.

O balanço, em 31 de janeiro de 1911, mostra um saldo disponível de £481.758, incluindo £209.075, que passaram do ano anterior, tendo sido o dividendo de 17% sobre o capital realizado, o que constitui um ótimo juro para o capital acionista.

A diretoria em Londres compreende os srs. John Beaton esq., presidente; Maurice George Carr Glyn, esq..; John Gordon, esq.; Charles Seymour Grenfell, esq.; William Douro Hoare, esq.; Charles Evelyn Johnston, esq.; William Wilton Phipps, esq.; e sir Charles Day Rose, bart. O gerente é o sr. E. A. Benn e o secretário o sr. A. W. Saunders. O gerente do banco, no Rio de Janeiro, é o sr. F. S. Pryor, que em 1911 sucedeu ao sr. F.F. Broad. O edifício do banco, na esquina das ruas da Alfândega e da Candelária, pode ser considerado um eixo em torno do qual se move o mundo financeiro do Brasil. (N.E.: esquire, abreviado como esq., é um título não oficial de respeito, usado para indicar um alto mas indeterminado status social. Baronet, abreviado tradicionalmente como bart. e modernamente como bt. para homens ou btss. para mulheres, é o mais baixo título de nobreza concedido pela coroa britânica e seus portadores antepõem ao nome o prefixo sir para os homens ou lady para as mulheres).

Balanço, Londres, 31 de janeiro de 1911

Passivo

Capital: 100.000 ações emitidas de £20 cada uma £2.000.000       

£

s. d.

realizado 50/00   1.000.000 0  0
Fundo de Reserva   1.000.000 0  0
Pensões e Fundo de Beneficência   70.000 0  0
Contas correntes e depósitos em conta corrente nas sucursais £6.852.322 15  1    
Contas correntes na Matriz 244.631  8 10 7.096.054 3 11
Contas a pagar   4.772.652 19  9
Agentes e contas diversas   533.074 6  1
Cobranças por conta de terceiros   3.460.676 5  7
Lucros e Perdas £481.758 18  8    
Menos dividendo pago em 30 de julho de 1910 £60.000  0  0 421.758 18  8
  £18.355.116 14  0
N. Saques das sucursais aceitos pelos banq. em Londres £145.000 dos quais vencidos $110.000

Não

incluído

no

balanço

Letras estrangeiras negociadas

£144.961 3 1, das quais vencidas

£121.961 3 1

Ativo

 

£

s. d.

Caixa na matriz e sucursais 4.139.119 12  3
Contas a receber 4.186.386 1  1
Letras desc. e empréstimos 6.061.431 7  8
Valores e remessas (em trânsito) etc. 356.660 3  6
Cobranças 3.460.676 5  7
Edifícios na sede e sucursais 136.646 10  0
Mobiliário na sede e sucursais 14.196 13  9
  £18.355.116

14  0

Conta de lucros e perdas, 31 de janeiro de 1911

Passivo

  £ s. d.

Divid. de 14% por ação e

Bônus de 10% por ação para o semestre até 31 janeiro 1910

120.000  0   0
Bonificação aos empregados 11.500  0   0
Saldo que passa para o ano seguinte 209.071  2   8
  £340.571  2   8
Despesas na matriz e sucursais 224.958 10   7
Taxas diversas 35.674  6   4
Divid. do sem. último 60.000  0   0
Saldo anterior    421.758 18   8
  £742.391 15   7

Ativo

Saldo existente em 31 de janeiro 1910   340.571  2   8
  £340.571  2   8
Saldo que passa deste ano 209.071  2   8
Lucro em 31 de janeiro, depois de descontados os juros de letras não vencidas e dívidas perdidas    533.320 12 11
  £742.391 15   7
Saldo que passa para o ano seguinte £421.758 18   8

London & River Plate Bank. - Este banco, um dos mais prósperos da América do Sul, foi fundado como o London, Buenos Aires and River Plate Bank em 1862, começando suas operações na Argentina e Uruguai no ano seguinte. Atravessou, inabalável, as várias crises por que tem passado a Argentina, no curso de seu desenvolvimento fenomenal e rápido. Manteve-se absolutamente firme em 1871, quando ficaram paralisados o comércio e a indústria, por ocasião da grande epidemia; e ainda durante a corrida que sofreram os bancos após a revolução de 1890. E, no ano seguinte, deram os diretores uma prova evidente da vitalidade do banco, absorvendo a casa bancária de Carabassa & Cia.

Atualmente, tem o banco quatro sucursais em Buenos Aires, e outras em Rosario de Santa Fé, Mendoza, Córdoba, Tucuman, Paraná, Concordia e Bahia Blanca (Argentina); em Montevidéu (Uruguai); e no Brasil, no Rio de Janeiro, Santos, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Pará, Curitiba e Vitória e uma agência em Manaus; mantém, igualmente, sucursais em Valparaiso (Chile); em Paris (França); em Nova York (Estados Unidos); em Antuérpia (Bélgica); e agências em Paysandu e Salto (Uruguai). A casa matriz fica em 7, Princes Street, London, E.C.

Na época da fundação das sucursais, o capital autorizado era de £500.000, dividido em 80.000 ações de £25 cada uma, havendo sido realizadas £1.200.000 ou £15 por ação. Na assembléia geral, em 12 de dezembro de 1911, foi o capital acionista elevado para £4.000.000, sendo emitidas 80.000 ações novas, de £25 cada uma, para atender ao crescente volume das transações no Brasil, Argentina e países vizinhos.

O balanço do ano de 1911, em 30 de setembro, mostra um fundo de reserva de £1.300.000, havendo sido pago um dividendo de 20% (livre de despesa de taxa sobre renda), sobre o capital realizado; passando ainda um saldo de £231.350 para o ano presente.

A diretoria se compõe dos srs. E. Ross Duffield, presidente; hon. Hugo Baring e srs. William T. Brand, Charles W. Drable, John G. Griffiths, Kenneth Mathieson, Herman B. Sim e Robert A. Thurburn, diretor-gerente. O edifício do banco, no Rio de Janeiro, fica à Rua da Alfândega. Aí, o gerente é o sr. C. D. Simmonds e o subgerente o sr. H. P. Weigall.

Passivo

£

s.d.

Capital:    
80.000 ações de £25 cada uma £15 realizadas por ação 1.200.000  0  0
Fundo de Reserva 1.300.000  0  0
Aceites das sucursais 2.603.150  4  2
Warrants (por dep. de mercad.) 1.748.392 15  8
Letra avis. saques ou trans. 1.386.477  2  1
Cont. corr. e dep. em c/c nas suc. 21.071.615  0  9
Cont. corr. e dep. em c/c na matriz 300.077  9  3
Sucursal de Montevidéu 11.941 14  4
Cobranças por conta de terceiro 4.237.589 19  5
Bancos liq. em Buenos Aires 1.167.196 15  6
Dif. em j. de letras a vencer 99.260 16  3
Lucros e Perdas 525.350  4  9
   £35.651.052  2  2
N. letras do estrangeiro em que o banco é endossante, negociadas £1.426.730, da quais vencidas £718.390.

Ativo

£

s.d.

Dinheiro em caixa na matriz e sucursais 7.207.447 19  6
Dinheiro em caixa saldo de liq. 1.167.196 15  6
Letras a receber e letras desc.    
Adiantamentos, garantias, deduzida parcela para impr. 22.832.738  8 10
Cobranças de contas 4.237.589 19  5
 Edifícios do banco e mob. 206.078 18 11
   £35.651.052  2  2

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Sede do London and River Plate Bank, Ltd., no Rio de Janeiro
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Brasilianische Bank Für Deutschland - Esta sociedade alemã foi fundada a 15 de dezembro de 1887 e autorizada por decreto imperial de 7 de setembro de 1888 a funcionar no Brasil. Tem por objeto toda a sorte de operações bancárias. A sede social fica em Hamburgo, e há cinco sucursais no Brasil. A sua duração é indeterminada. O capital social é de R.M. 10.000.000, dividido em 10.000 ações de valor nominal de 1.000 marcos cada uma, que foram inteiramente realizados. O fundo de reserva do banco atinge R.M. 2.800.000,00 e os dividendos são pagos em novembro, reunindo-se a assembléia geral ordinária em outubro de cada ano. O ano social vai do 1º de julho a 30 de junho; as ações tem cotação em Hamburgo e no Brasil. Os seus diretores são os srs. Max Schinckel, presidente, e A. Sehreller, vice-presidente.

Balanço em 30 de junho de 1910

Ativo Ms. Pf.
Caixa e agências

41.141.590

64
Carteira 40.384.165 20
Contas corr. garant. 32.206.597 52
Devedores diversos 16.703.604 14
Móveis 5 00
Imóveis 1.646.563 82
Valores de propriedade do banco      5.938.525 95
             Total 138.021.052 27
Passivo Ms. Pf.
Capital 10.000.000 00
Fundo de reserva 1.000.000 00
F. de reserva especial 1.800.000 00
Fundos de reforma 270.000 00
Saques 2.549.391 04
Depósitos 33.976.705 25
Contas correntes cred. 86.902.578 16
Porcentagens 57.391 30
Dividendos não recl. 700 00
Dividendos 1.000.000 00
Lucro que passa para o exercício próximo         464.286 57
             Total 138.021.052 27

Conta de Lucros e Perdas em 30 de junho 1910

Débito Ms. Pf.
Despesas gerais 3.068.311 08
Amortizações 375.336 04
Fundos de Reserva 200.000 00
Fundos de reforma 60.000 00
Porcentagens 57.391 00
Dividendo 1.000.000 00
Saldo que passa para exercício próximo     464.225 52
             Total 5.225.325 74
Crédito Ms. Pf.
Saldo que passou do exercício anterior

439.397

30
Lucros brutos   4.785.928 44
             Total 5.225.325 74

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Brasilianische Bank für Deutschland, Rio de Janeiro
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Os dividendos distribuídos nos diferentes anos têm sido os seguintes: em 1889, 5%; em 1890, 10%; em 1891, 16%; em 1892, 16½; em 1893, 8½; em 1894, 10%; em 1895, 12%; em 1896, 6%; em 1897, 12%; em 1898, 12%; em 1899, 12%; em 1900, 9%; em 1901, 8%; em 1902, 6%; em 1903, 6%; em 1904, 8%; em 1905, 10%; em 1906, 10%; em 1907, 10%; em 1908, 10%; em 1909, 10%; em 1910, 10%.

British Bank of South America - O British Bank of South America é uma das mais antigas instituições bancárias que operam no Rio de Janeiro. Foi registrado em Londres a 20 de julho de 1863 com o título de English Bank of Rio de Janeiro, Banco Inglês do Rio de Janeiro, e autorizado a funcionar no Brasil, por decreto datado de 28 de dezembro de 1863. Em 1891, entretanto, foi o título do banco mudado para a sua presente denominação. O capital subscrito do banco é de £1.500.000, dividido em 75.000 ações de £20 cada uma. Metade deste capital foi realizado. O fundo de reserva atualmente atinge £800.000.

De acordo com o relatório de 1910, o lucro bruto total foi, para este ano, de £39.705-12-11 que, com o saldo de £50.645-5-6, que passou do ano anterior, perfaz o total de £410.350-18-5. Depois da dedução de todas as despesas, ficaram £252.207-18-5 de lucro líquido, havendo sido creditadas várias somas em diversas contas. Foi pago um dividendo de 15% sobre o capital realizado, e £68.707-18-5 foram levadas ao exercício seguinte.

O balanço, ao terminar o ano financeiro de 1910, mostrava os seguintes ativo e passivo: Ativo: Dinheiro em cofre, nos banqueiros etc., £2.697.622-18-3; Letras a receber e depositadas com banqueiros, £7.307.961-0-7; Outras contas, £5.907.455-17-3; Imóveis do banco na América do Sul, menos os abatimentos feitos conforme o balancete de 31 de dezembro de 1909, £104.386-11-5; Despesas feitas, £64.988-1-8; Menos abatimento agora feito, £20.000-0-0. Total ativo: £16.062.454-9-2. Passivo: Capital realizado a £10-0-0 por ação sobre 65.000 ações, £650.000-0-0; Fundo de Reserva, £700.000-0-0; Fundo de Pensões e Beneficência, £56.362-11-3; Contas correntes e depósito a prazo fixo, £8.453.161-7-8; Letras a pagar, incluindo os aceites dos banqueiros, £4.997.615-4-6; Responsabilidades diversas, £1.071.607-7-4; Lucros e Perdas, £133.707-18-5. Total Passivo: £16.062.454-9-2.

Os escritórios centrais do British Bank of South America ficam em 2 A, Moorgate Street, London E.C., e há sucursais na Bahia, São Paulo, Montevidéu, Buenos Aires e Rosario de Santa Fé, e correspondentes em Antuérpia, Bordéus, Constantinopla, Havre, Marselha, Trieste, Ceará, Maceió, Manaus, Pará, Pelotas, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santos e nas principais cidades da Europa, Estados Unidos da América do Norte, Brasil, Rio da Prata, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e África do Sul.

Os diretores são os srs. Hugh Kinsman Brodie, Charles Carrington, Philipp Moritz Deneke, Frederic Lubbock, Francis Mackenzie Ogilvy, Ross Pinsent e John Conrad im Thurn. O sr. Alexander Dick-Cunyngham é o gerente; o sr. Henry Kimber Gregory, subgerente; o sr. Herbert Hollis, secretário, e o sr. James Creasy, guarda-livros. É gerente no Rio de Janeiro o sr. J. W. Applin, e subgerente o sr. P. H. Weeks.

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The British Bank of South America, Ltd.: 1) Sede do banco no Rio de Janeiro; 2) Instalações interiores
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Crédit Foncier du Brésil - Esta sociedade anônima, constituída em Paris em 1906 e autorizada a funcionar no Brasil, por decreto n. 6.593 de 1º de agosto de 1907, tem a sua sede social em Paris à Rua Pillet-Will, 8. A companhia tem por objetos principais: fazer empréstimos sobre hipotecas, a pequeno e a longo prazo, resgatáveis por anuidades ou de qualquer outro modo; abrir contas correntes garantidas por hipoteca; emprestar ao Governo da União ou aos estados e municipalidades etc. etc.

O capital da sociedade é de 12.500.000 francos, dividido em 25.000 ações de 500 francos cada uma e com 50% de entrada, podendo esse capital ser elevado a 25.000.000 de francos, por simples deliberação do Conselho de Administração. Em assembléia geral de acionistas, foi autorizada a emissão de uma primeira série de obrigações no valor de 250.000.000 francos, de que foi já emitida uma parcela de 37.500.000 francos, divididos em 75.000 obrigações de 500 francos cada uma, a juros de 5%, resgatáveis em 50 anos. Estes títulos gozam de um direito preferencial sobre um terço de todo o ativo da sociedade.

A direção da companhia é confiada a um Conselho de Administração, constituído por 6 membros, no mínimo, e 17 no máximo, eleitos por seis anos. O Conselho de Administração elege, entre os seus membros ou não, um diretor geral e um comitê de direção, encarregados da administração ativa dos negócios da empresa; o Conselho Fiscal é constituído pelos seguintes srs. residentes em Paris: Achille Adam, presidente; barão Amédée Reille, vice-presidente; Marcel Bouiloux-Lafont, Joseph Bouvard, Joseph Loste, Edouard Quellenec, Raymond Richou, Vicomte Le Bourdais des Fouches, Augustin Mellian, Edmond Claude. O Comitê de Direção, no Brasil, é formado pelos seguintes srs., todos residentes no Rio: dr. João Teixeira Soares, presidente; dr. Emile Grandmasson, Tobias do Rego Monteiro, dr. Pedro Nolasco da Cunha, dr. Carlos de Oliveira Sampaio. O diretor geral do Crédit Foncier du Brésil é o sr. Camille Voullemier.

Balanço na sede social em 31 de dezembro de 1910

Ativo

Francos

 
Acionistas 6.250.000 00
Cota de amort. sobre obrig. série A 6.200.000 00
Empr. s/hipoteca e empr. os estados e municípios  fr.9.929.924 69    
Empr. s./div. do Tesouro Federal e sobre obrigações estaduais e municipais 2.511.073 98    
Empréstimos s/warrants e mercadorias   907.158 83 13.348.157 50
Títulos a prazo 10.000.000 00
Títulos em carteira 919.568 20
Depósitos nos bancos, em França 1.519.749 30    
Depósitos nos bancos, no estrangeiro 24.724.928 74 26.244.678 04
Cota para pag. dos cupons de obrig. 880.212 60
Devedores diversos 1.321 00
Despesas de organização 62.730 50    
   (amortiz. de ¼) 15.682 63 47.047 87
Mobiliário e despesas de instalação 130.830 22    
   (amortiz. de ¼) 32.707 55 98.122 67
Cauções 50.335 58
  Fr. 64.039.443 46

Passivo

Fr.

 
Capital 12.500.000 00
Obrigações de 5% da série A 37.500.000 00
Contas correntes credoras 8.809.473 63
Contas credoras dos estados e municipalidades 2.708.036 10
Credores diversos 599.099 18
Cupons de obrigações a pagar 880.212 60
Prêmio de reembolso dos empréstimos aos est. e munic. 520.323 42
Juros de empréstimos (1911) 97.561 65
Cauções 50.335 58
Lucros e Perdas 374.401 30
 

Fr.

64.039.443 46

Lucros e perdas 1910

Débito

 Fr.

 
Juros de obrigações 1.875.000 00
Direitos do Fisco (1910) 15.919 79
Comissões e despesas diversas 135.220 43
Despesas gerais 390.131 60
Despesas com a confecção das obrigações 18.430 00
Despesas de organização (amortiz. de ¼) 15.682 63
Mobiliário e despesas de instalação (amortiz. ¼) 32.707 55
Saldo dessa conta 374.401 30
          Total

Fr.

2.857.499 30

Crédito

Fr.

 
Juros de empréstimos e emprego de fundos 2.857.097 22
Amort. de prêmios e empréstimos a estados e municípios 402 08
          Total

Fr.

2.857.499

30

Balanço no Rio de Janeiro, 30 de junho de 1911

Ativo

Rs.

Acionistas (6.250.000 a 600 Rs.) 3.750:000$000
Sede social e bancos no estrangeiro 10.310:251$709
Emprs. hipotecários, estaduais e municipais 13.828:424$374
Adiantamentos sobre caução 956:550$800
Contas correntes garantidas 348:054$670
Caixa e nos bancos do Brasil 1.540:258$452
Depósitos à ordem 1.276:549$015
          Total 31.918:089$020

Passivo

Rs.

Capital (Fr. 12.500.000 aa 600 Rs. p. Fr) 7.500:000$000
Obrigações 5% série A (Fr. 37.500.000 a 600 Rs. p. Fr.) 22.500:000$000
Devedores e credores diversos 382:124$227
Prêmio de reembolso s/empr. estados e municípios 311:898$753
Depósitos à ordem 1.278:066$040
          Total 31.918:089$020

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Sede do Credit Foncier du Brésil no Rio de Janeiro
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Banque Française et Italienne pour l'Amérique du Sud - Esta sociedade anônima, fundada em 1º de abril de 1910 e cujo fim principal é promover e desenvolver as relações comerciais entre a França, a Itália e a América do Sul, tem por objeto fazer por conta própria e por conta de terceiros em França, Itália, nos países da América do Sul e outros, toda sorte de operações bancárias, comerciais, financeiras e industriais, sobre bens de raiz inclusive.

A sua sede social é em Paris, com sucursais no Brasil, em Santos, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, e agências em Ribeirão Preto, São Carlos, Botucatu, Espírito Santo do Pinhal, Mococa, São José do Rio Pardo, Jaú, Ponta Grossa e uma sub-agência no Braz (arrabalde de São Paulo). A sua duração foi fixada até 31 de dezembro de 1959.

O capital social é de Fr. 25.000.000, divididos em 30.000 ações do valor nominal de Rs. 500$000 cada um e que têm 50% de entradas realizadas; os dividendos são de 6% ao ano.

A sociedade é administrada por um conselho de 11 membros no mínimo e 21 no máximo, nomeados em assembléia geral, para um período de 6 anos, e por um Conselho Fiscal de um ou mais membros nomeados também em assembléia geral para cada ano, encarregados de lhe apresentar um relatório sobre a situação da sociedade. A assembléia geral é convocada anualmente, no semestre seguinte à terminação do ano social, contado este do 1º de janeiro a 31 de dezembro.

A divisão de lucros será feita do seguinte modo:

1º - 5%, no mínimo, serão retirados dos lucros para a formação de um fundo de reserva; segundo as prescrições da lei, esta retirada cessará de ser obrigatória, desde que o fundo da reserva tenha atingido 25% do capital social; se, porém, por um motivo qualquer, este fundo for reduzido a menos de 25%, deverá ser reconstituído por meio das retiradas de 5% acima indicadas.

2º - Será retirada dos lucros a soma necessária para distribuir aos acionistas um primeiro dividendo de 6% sobre o capital realizado.

3º - Do excedente, 10% serão reservados ao Conselho de Administração.

4º - O restante, salvo a restrição abaixo, será dividido entre os acionistas e os portadores de títulos de fundação, respectivamente, na proporção de 30% aos primeiros e 20% aos segundos.

Entretanto, depois de retiradas, nos lucros disponíveis, as somas destinadas à reserva legal, ao pagamento de um primeiro dividendo de 6% aos acionistas e à porcentagem ao Conselho de Administração, de acordo com as explicações que foram dadas, a assembléia está autorizada a retirar ainda, antes de qualquer outra distribuição, uma soma para constituir um fundo de reserva especial e extraordinário, cujo fim e importância ela determinará.

Sobre estas somas assim aplicadas à organização do fundo de reserva extraordinário, 80% pertencem aos acionistas e 20% aos portadores de títulos de fundação, devendo estes últimos suportar na mesma proporção qualquer prejuízo que se produza ulteriormente e que tenha sido coberto com a parte do fundo de reserva que lhes pertence.

Em qualquer época, a assembléia geral poderá, mas somente por proposta do Conselho de Administração, resolver a repartição, em parte ou total, das somas que constituem o fundo de reserva extraordinário, entre quem de direito, feita esta divisão proporcionalmente à parte deste fundo pertencente os acionistas, quer se trate do resgate de títulos de fundação, quer de outro qualquer objeto. As somas pertencentes a estes títulos assim resgatados são propriedade exclusiva dos acionistas, de acordo com o parágrafo precedente ao penúltimo do artigo 49 dos estatutos.

Segundo a decisão de assembléia geral, que não poderá ser tomada senão por proposta do Conselho de Administração, estes produtos serão, ou distribuídos aos acionistas, ou levados a um fundo de reserva extraordinário, propriedade exclusiva destes últimos. As propostas relativas à aplicação do fundo de reserva extraordinário e imanentes do Conselho de Administração só poderão ser rejeitadas por uma maioria de pelo menos dois terços das ações presentes ou representadas.

O pagamento de dividendos terá lugar em uma ou por várias vezes nas épocas determinadas pelo Conselho de Administração, que poderá, sem esperar a reunião da assembléia geral, fazer  distribuição, "por conta do dividendo do exercício findo".

Em caso de aumento do capital social, se as novas ações forem emitidas com prêmio cima do par, as somas provenientes deste prêmio serão levadas em conta a uma reserva, que será propriedade exclusiva dos acionistas. As ações têm cotação na Bolsa de São Paulo.

Os administradores são os srs. Eduardo Noetzlim, presidente; senador Cesare Wangili, vice-presidente, e Giuseppe Balduino. Fazem parte do Conselho Fiscal os srs. G. Delbruck e A. Ghisalberti.

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Banque Française et Italienne pour L'Amérique du Sud: instalações na Capital Federal
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Banco Español del Rio de la Plata - Este banco tem feito uma carreira de ininterrupta prosperidade. Foi fundado em 1887, por intermédio do sr. Augusto J. Coelho, a cuja competência como gerente se deve atribuir grande parte do êxito obtido. O capital primitivo do banco era de $3.000.000 pesos argentinos, dividido em 3.000 ações de $1.000 cada uma, que foram subscritas por 555 acionistas.

Em 1908 foi o capital elevado a $50.000.000. Ao cabo de seis meses depois de sua instalação, o balanço em 30 de junho de 1887 mostrava um saldo na conta de Lucros e Perdas de $133.383, sendo desta soma distribuídos $100.162, como dividendo. No ano financeiro até 30 de junho de 1909, o lucro líquido foi de $6.147.562, sendo distribuído, como nos anos anteriores, um dividendo de 12%. Os fundos de reserva representam o total de $11.232.074.

O banco opera em toda a sorte de negócios bancários, com exceção de hipotecas. Aceita depósitos, desconta letras, e compra e vende títulos nacionais e estrangeiros. Além disto, opera também como Caixa Econômica. A maior parte de suas transações é feita na República Argentina; e para atender ao grande aumento no volume de negócios, foi o capital elevado a $100000.000 (pesos argentinos) e o balanço em 30 de junho de 1911 mostra um fundo de reserva de $32.457.437, havendo sido distribuído, neste período, um dividendo de $9.301.471 aos acionistas.

Além de sua sede, à Calle Reconquista, Buenos Aires, tem o banco 15 sucursais nessa cidade e 38 outras em diversos pontos da Argentina; tem ainda sucursais em Barcelona, Gênova, Hamburgo, Londres, Madrid, Montevidéu, Paris e Vigo. No Brasil, apesar de recente a sua instalação, ocupa já o banco um lugar importante e está aumentando o seu campo de operações. A sucursal do Rio construiu um edifício próprio, à esquina das ruas da Alfândega e 1º de Março; e a sua gerência está a cargo do sr. Arthur Bilbao. O banco tem também sucursais em São Paulo e Santos.

Balanço em 30 de junho de 1911

Ativo Papel Ouro
Em caixa na matriz e sucursais $84.854.492,29 $14.836.929,08
Acionistas $20.021.5570,00  
Contas correntes dev. $49.961.704,01 $3.180.618,08
Valores desc. em carteira $171.594.824,37 $2.861.376,10
Saldo da conversão (metalización) $25.287.104,41  
Móveis, imóveis e instalações $6.772.842,98 $172.497,96
Diversos $1.617.426,29 $346.200,12
  $360.110.064,34 $21.397.621,34
Passivo Papel

Ouro

Capital nominal $100.000.000,00  
Depósitos em contas correntes: a prazo fixo, venc. juros e Caixa Econômica $220.690.697,23 $10.197.886,44
Descontos corr. ao prox. exercício $1.789.309,69 $32.153,80
Saldo de conversão (metalización)   $11.126.325,94
Diversos $412.041,74 $41.255,16
Fundo de reserva e previsão $31.713.702,73  
Saldo da conta de Lucros e Perdas $5.504.312,96  
  $360.110.064,34 $21.397.621,34

Conta de Lucros e Perdas em 30 de junho de 1911

Débito

 

Papel

Juros, amortizações, quitações despesas, imposto sobre depósitos, letras de câmbio, cartas de crédito, patentes, corretagens, dividendo sobre títulos de fundador, saldos etc.   $6.931.422,09
Dividendo distribuído em janeiro último:    
80% aos acionistas    
Sobre 452.811 ações integ. até 30 de junho 1910 a $6 $2.716.866  
Sobre 2.670 ações integ. até 30 de setembro 1910 a 5,10 $13.617  
Sobre 145.318 ações integ. até 10 de dezembro de 1910 a $0,6666 $96.868,98  
Sobre 44.519 certif. com a 7ª cota paga a $4,20 $186.979,80  
Sobre 351.271 certif. com a 1ª cota paga a $0,0666 $23.394,65  
Sobre 3.411 certif. sem div. --  
1.000.000 $3.037.726,43  
1% ao Hospital Espanhol $37.971,38  
1% à Soc. Benef. da Capital $37.971,38  
1/8% o 1/3 à Soc. Esp.  de S. M. de Buenos Aires $1.582,15  
1/8% o 1/3 à Soc. Esp. Damas de Caridade $1.582,15  
1% ao fundador dom Augusto J. Coelho $37.971,58  
2½% 2/3 aos diretores e síndicos $63.285,07  
2% 1/3 aos diretores e síndicos $25.394,39  
2½% 2/3 para o fundo de auxílio os empregados $63.285,97  
2¾ 1/3 para o fundo de auxílio aos empregados $34.807,28  
12% ao Fundo de Reserva $455.658,96 $3.797.158,04
Saldo   $5.504.312$96
    $16.232.893,09

Crédito

 

Papel

Descontos - saldo $14.634.785,68  
Menos os corr. ao exercício próximo $1.789.309,69  
  $12.845.475,99  
idem idem $ ouro 32.153,50 $73.076,82 $12.772.399,17
Câmbio e comissões   $3.460.493,92
    $16.232.893,09

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Banco Español del Rio de la Plata, Rio de Janeiro
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Deutsch-Sudamerikanische Bank - O Deutsch Sudamerikanische Bank A. G. foi fundado em Berlim, em janeiro de 1900, com o capital de 20.000.000 de marcos, pelo Dresdner Bank, Berlim, pela A Schaffhausen'schea Bankverein, Küln e pelo Nationalbank für Deutschland, Berlim. Estes três bancos, que operam com um capital inteiramente realizado de 435.000.000 de marcos e 110.000.000 de marcos de fundos de reserva, querendo prestar mais atenção aos seus grandes negócios de além-mar, pensaram que o melhor meio de conseguir o seu intuito seria o estabelecimento de bancos especiais nessas paragens. Daí se originou, com o intuito de desenvolver os negócios com a América central e do Sul, a criação em 1906 do Sudamerikanische Bank A.G., que tem a sua sede em Berlim e uma sucursal em Hamburgo.

Neste mesmo ano, foi a primeira sucursal transatlântica fundada em Buenos Aires em julho; e em junho de 1907 foi instalada um sucursal na capital do México. O êxito que tiveram estas sucursais levou a direção do banco a abrir novas agências; em princípios de 1910, a primeira sucursal chilena foi inaugurada, e na primavera de 1911, outra foi também instalada em Santiago, enquanto que as operações no México eram estendidas com a instalação de uma agência naquele país.

O escritório no Rio de Janeiro abriu as suas portas em 1º de agosto de 1911, estando a gerência confiada ao sr. Christian Heckler. O banco encontrou no Brasil ótimo acolhimento, e há toda a probabilidade de que, com o sempre crescente desenvolvimento do comércio e indústrias alemãs no Brasil, o Deutsch-Sudamerikanische Bank tenha um desenvolvimento dos mais rápidos.

Banco Hipotecário do Brasil - O Banco Hipotecário do Brasil foi fundado a 14 de novembro de 1890, para operar sobre negócios bancários usuais, tais como hipotecas, empréstimos sobre garantia de penhor mercantil etc. O banco aceita pequenos depósitos e faz empréstimo aos pequenos agricultores, negociantes etc., mediante acordo verbal ou por escrito, ou por garantia de colheitas futuras.

O banco se empenha também em toda a sorte de transações comerciais e industriais, tais como subscrição de ações, incorporação de companhias, emissão de debêntures, operações de desconto, importação e exportação de artigos em comissão, fazendo também empréstimos a prazos longos, a saldar em três prestações mensais. Aceita depósitos a taxa fixa, ou então, com ou sem juros, sendo feitos os pagamentos diretamente ou ao portador.

O banco se ocupa também com a organização de pequenas colônias agrícolas por conta própria ou por conta de terceiros, e para esse fim mantém uma seção de imigração. Faz transações importantes na compra e venda de prédios, fazendas, terrenos etc., e faz empréstimos sobre penhor de ouro e jóias. O capital do banco é de Rs. 16.000:000$000; e sua diretoria se compõe dos srs. Jaguanharo Rocha Miranda, presidente; A. L. de Araujo Costa, G. Chouffour, C. Voullemier e Alfred Conein. O gerente é o sr. Jules Bartholomé, sob cuja ativa e hábil administração o banco muito tem progredido e continuará certamente a aumentar a sua reputação.

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Banco do Comércio, Rio de Janeiro
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Banco do Comércio - Este banco foi autorizado pelo decreto nº 5.742, de 16 de setembro de 1874, a funcionar, fazendo toda a sorte de operações bancárias, e os seus estatutos foram registrados no Rio de Janeiro em outubro de 1874. O capital autorizado foi de Rs. 16.000:000$000, em 80.000 ações de Rs. 200$000 cada uma. Destas, 60.000 ações, representando Rs. 12.000:000$000, foram emitidas; as restantes não o foram, senão alguns anos depois, com uma chamada de 80$000 por ação, sendo as ações integrais dadas em troca na razão de 1 para 2½ e ficando assim o capital reduzido  Rs. 13.600:000$000.

Posteriormente, em fevereiro de 1902, por alteração registrada na Junta Comercial, foi o banco autorizado a reduzir o seu capital a Rs. 10.000:000$000, por compra de ações quando estivessem abaixo do par. De acordo com esta resolução, havia o banco resgatado 6.883 ações até 30 de junho de 1907, ações essas que figuram agora em seu ativo, o passo que o seu fundo de reserva atingiu já o limite marcado por seus estatutos, isto é, um quinto do capital realizado.

O banco está estabelecido com um prazo de duração de 50 anos, que termina em 1925; mas pode este prazo ser prolongado. Os atuais diretores do banco são os srs. conde de Villela, presidente; Luiz José dos Santos Dias e Carlos de Carmo Oliveira. O seu balanço em fim de junho de 1910 foi o seguinte:

Ativo

Ações amortizadas   2.279:120$000
Letras descontadas 4.039:161$190  
Ditas caucionadas 59:088$640 4.098:249$830
Títulos em liquidação   1.183:365$306
Edifício do banco   450:000$000
Móveis e casa-forte   28:000$000
Contas correntes com garantia 1.996:862$007  
Ditas idem de movimento 682:643$178 2.679:505$185
Efeitos a receber de conta alheia   248:250$989
Títulos caucionados 1.200:000$000  
Ditos recebidos em penhor mercantil 4.846:634$950  
Ditos pertencentes a terceiros 66.110:319$102 72.156:954$052
Ações de diversos bancos e companhias 4.258:738$512  
Títulos preferentes de diversas instituições 746:327$000 5.005:065$502
Fianças   135:000$000
Hipotecas   30:000$000
Correspondentes   661:331$555
Propriedade do banco   379:571$247
Juros a receber 176:525$740  
Ditos pertencentes ao semestre seguinte 1:962$000 178:487$740
Diversos: saldos de várias contas   851:529$025
Apólices gerais e estaduais   1.598:388$100
Caixa: dinheiro existente no cofre do banco   1.919:348$992
  Rs. 93.882:167$533

Passivo

Capital 13.600:000$000
Fundo de reserva 2.046:500$000
Lucros suspensos 100:395$210
Contas correntes de prazo e letras a pagar 611:802$920
Contas correntes de comitentes 305:800$345
Ditas idem de movimento 4.110:378$131
Ditas de depósitos 4:720$823
Valores hipotecários 166:000$000
Títulos em cauções, garantia e pertencentes a terceiros que figuram no ativo 72.156:954$052
Impostos: o do dividendo de 7% a pagar 7:073$550
Descontos: os que passam para o semestre seguinte 20:723$000
Dividendo 7%: o do semestre a distribuir-se 283:022$000
Correspondentes: por títulos a cobrar 248:185$929
Diversos: saldos de várias contas 187:679$160
Lucros e perdas: saldo que passa para o semestre seguinte 32:930$413
 

Rs.

93.882:167$533

Banco Mercantil do Rio de Janeiro - O Banco Mercantil do Rio de Janeiro, que goza de excelente reputação nas rodas bancárias brasileiras, encarrega-se de toda a sorte de negócios bancários. O capital deste banco é de Rs. 5.000:000$000, completamente realizados. Em 30 de abril de 1911 o balanço do Banco Mercantil do Rio de Janeiro era o seguinte:

Ativo

Acionistas: entradas a realizar 2.352:280$000
Ações em caução 80:000$000
Carteira: títulos descontados 5.816:439$213  
Carteira: efeitos a receber 577:691$270 6.394:130$483
Contas correntes garantidas 1.310:452$260
Valores caucionados 4.085:216$563
Valores depositados 954:076$000
Diversas contas 475:620$921
Caixa: em moeda corrente 1.896:404$573
 

Rs.

17.548:180$800

Passivo

Capital 5.000:000$000
Fundo de reserva 8.633$821
Depósito da diretoria 80:000$000
Depositantes:
   por contas correntes de movimento 4.128:854$296  
   idem de aviso 432:890$933  
   idem a prazo fixo 112:091$000  
   idem por letras a prem. 1.77:087$149 6.451:023$378
Depósitos iniciais 56:020$000
Depositantes de títulos e valores 5.039:292$563
Diversas contas 913:211$038
 

Rs.

17.548:180$800

Banco Nacional Brasileiro - Este banco, fundado em 1893 e cujo capital é de Rs. 2.000:000$000, em 10.000 ações, tem a sua sede no Rio de Janeiro, à Rua da Alfândega, 28, prédio próprio. Incumbe-se de empréstimos externos, de cobranças e saques para as principais praças do país e do estrangeiro, por intermédio de seus agentes e opera, enfim, em toda a sorte de operações bancárias.

São seus diretores os srs. dr. Luiz da Rocha Miranda, engenheiro, industrial, grande capitalista e proprietário; dr. Aprigio Alves de Carvalho, advogado, proprietário e fazendeiro; coronel Benedicto Antonio Bueno, antigo diretor no Ministério da Justiça e proprietário. E o seu Conselho Fiscal compõe-se dos srs. dr. Raymundo de Castro Maya, engenheiro, grande capitalista e proprietário; dr. José da Cunha Ferreira, médico; e Eugenio Honold, proprietário e capitalista.

Union Financière Franco-Brésilienne - Esta importante instituição financeira, que representa enormes interesses no Brasil e que tem ramificações em quase que todos os pontos do país, é de fundação relativamente recente. A sua instalação foi preparada pelo sr. Albert Landsberg, que, para isso, voltou ao Brasil em 1907.

Os interesses financeiros, que apóiam a Union Franco-Brésilienne, são os da grande casa bancária de Paris dos srs. Perier & Cia., que têm feito ao governo e municipalidades do estado de Minas Gerais empréstimos em valor superior a 50.000.000 de francos, para serem empregados em canalizações, melhoramentos das cidades, suprimento de água e eletricidade etc. Os srs. Perier & Cia. têm também preferência apara o fornecimento de materiais e execução destes trabalhos.

Todos estes privilégios foram transferidos à Union Financière. Noutra seção desta obra é feita referência à empresa Credit Foncier de l'Etat de Minas Geraes, financeiramente dependente da casa bancária dos srs. Perier & Cia.; na Seção de Estradas de Ferro, o artigo sobre a Compagnie Générale des Chemins de Fer des Etats-Unis du Brésil mostrará a influência da Union Franco-Brésilienne nesta companhia, a que também a Union fornece todo o material de construção.

O sr. Albert Landsberg veio para o Brasil em 1878, e logo começou a ocupar-se de negócios e finanças; foi durante algum tempo corretor de fundos públicos e retirou-se da vida comercial em 1899. Em 1907, como dissemos, voltou novamente ao Brasil e é atualmente administrador delegado e representante dos srs. Perier & Cia., diretor do Crédit Foncier e da Union Financière. O escritório da companhia fica à Rua de São Pedro, 36.

Banco Aliança do Porto - Este banco, que faz grandes transações no Brasil, é, como seu nome o indica, uma sucursal da conhecida casa bancária do Porto, que foi fundada em 1863 com o capital de Rs. 4.000:000$000, moeda portuguesa. O seu negócio consiste principalmente na emissão de saques, cartas de crédito e ordens para Portugal, Ilhas Canárias, Espanha, Itália, França, Inglaterra, Alemanha, Áustria, Dinamarca, Holanda, Bélgica e Suíça, e também na emissão de ordens telegráficas sobre Portugal, Madrid, Paris e Londres. Também se encarrega a empresa de administrar propriedades, comprar e vender papéis de crédito e cobrar rendas e dividendos. A força dos seus negócios está, porém, n emissão de pequenos saques sobre Portugal e Espanha, em número de cerca de 80.000 por ano. O seu último balanço foi o seguinte:

Resumo do ativo e passivo do Banco Aliança em 31 de dezembro de 1910

Ativo

Dinheiro em caixa 779:023$773
Letras de câmbio 668$180
Letras descontadas 968:949$562
Letras a receber 25:162$863
Ações de conta própria existentes antes do decreto de 11 de julho de 1894 180:017$500
Fundos flutuantes 2.911:624$000
Empréstimos e contas correntes com caução 800:996$216
Empréstimos com caução das próprias ações 18:725$500
Agências e correspondências 537:250$832
Devedores gerais 828:445$161
Ações - prestações a receber 1.600:000$000
Propriedade 36:000$000
Móveis 2:000$000
Letras protestadas 34:131$579
Empréstimos sobre penhores      306:450$385

Rs.

9.029:445$551

Passivo

Capital 4.000:000$000
Notas emitidas 1:540$000
Fundo de reserva 120:000$000
Reserva para liquidações 25:000$000
Depósitos à ordem 1.052:696$693
Depósitos a prazo 2.295:095$393
Letras a pagar 241:027$721
Credores gerais 1.121:477$280
Dividendos por pagar 12:200$000
Ganhos e perdas      160:408$464

Rs.

9.029:445$551

Garantia da Amazônia - A Companhia de Seguros mútuos sobre a vida Garantia da Amazônia, estabelecida em 1897 com sede em Belém do Pará, tomou desde logo um impulso considerável e pouco a pouco alastrou o campo das suas operações por todo o Brasil.

Em 1907, tinham as suas operações no Sul do Brasil tomado tal incremento que a diretoria sentiu  necessidade de iniciar uma organização nova dos seus trabalhos, fundando no Rio de Janeiro o Departamento dos Estados do Sul para dirigir os serviços desde a Bahia até o extremo Sul.

A partir desta data, os negócios tornaram-se ainda mais prósperos, demonstrando assim que, para a extensão considerável do território do Brasil, a subdivisão dos trabalhos era conveniente e frutífera.

Em 1910, criou a Garantia da Amazônia o Departamento dos Estados do Centro, com sede em Pernambuco, para dirigir os trabalhos do estado do mesmo nome e vizinhos, sempre com o mesmo resultado satisfatório.

A Garantia da Amazônia demonstra assim que, graças à correção das suas operações, à largueza de vistas de sua diretoria, está conseguindo, como empresa brasileira, a expansão racional e o incremento colossal tomado pelas companhias norte-americanas, cujo caminho segue. constitui, pois, um título de orgulho para o país em que nasceu e prosperou, fazendo jus às opiniões emitidas a seu respeito por célebres profissionais estrangeiros e à medalha de ouro que lhe foi conferida pelo júri da Exposição Nacional de 1908.

Eis os algarismos referentes às suas operações desde o princípio, e que constituem a melhor prova do seu progresso. O total das garantias oferecidas desde o início até 31 de dezembro de 1910 é o seguinte:

1898 4.957:479$591 1899 6.711:860$558
1900 8.523:116$428 1901 9.853:332$377
1902 10.212:100$776 1903 11.067:367$765
1904 12.053:760$628 1905 12.110:304$200
1906 12.947:863$397 1907 13.572:290$830
1908 13.787:260$932 1909 14.542:194$688
1910 16.107:406$559    

Os sinistros pagos desde o início até 31 de dezembro de 1910 foram nos diversos anos os seguintes:

1898 319:539$870 1899 682:483$590
1900 760:694$335 1901 1.203:607$274
1902 582:612$630 1903 791:881$640
1904 985:827$380 1905 756:609$610
1906 653:783$620 1907 428:814$110
1908 492:376$080 1909 670:953$940
1910 534:549$540 Total 8.863:733$619

As reservas técnicas  desde o início até 31 de dezembro de 1910 estão assim especificadas por anos:

1898 1.275:176$349 1899 2.611:265$577
1900 3.934:381$024 1901 5.011:689$180
1902 5.608:308$786 1903 6.100:950$146
1904 6.339:944$522 1905 6.441:831$692
1906 6.722:853$259 1907 7.075:102$815
1908 7.210:630$949 1909 7.770:805$908
1910 8.529:041$855    

As sobras e outros fundos de reserva da Garantia da Amazônia, desde o início até 31 de dezembro de 1910, foram as seguintes:

1898 245:511$969 1899 491:282$804
1900 837:479$899 1901 1.309:312$748
1902 1.786:639$969 1903 2.154:158$190
1904 2.245:663$820 1905 2.567:802$218
1906 2.992:884$545 1907 3.210:555$537
1908 3.372:598$480 1909 3.497:276$322
1910 3.713:853$854    

A situação financeira da companhia em 31 de dezembro de 1910 era a seguinte:

Total das garantias 16.107:406$559
Sinistros pagos 8.863:733$619
Reservas técnicas 8.529:041$855
Sobras e outros fundos de reserva 3.713:853$854

A apresentação clara e simples destes algarismos é a melhor prova do progresso da Garantia da Amazônia e a melhor promessa para o seu futuro.

A tabela comparativa abaixo mostra bem o desenvolvimento que teve a companhia entre os nos de 1898 e 1910:

 

Em 31 de

dezembro de 1898

Em 31 de

dezembro de 1910

Total das garantias 4.957:479$591 16.107:406$359
Sinistros pagos 319:539$870 8.863:733$619
Reservas técnicas 1.275:176$349 8.529:041$855
Sobras e outros fundos de reserva 245:511$969 3.713:853$854

A Garantia da Amazônia percorreu este caminho em 14 anos, apresentando um progresso que nem mesmo foi atingido, no mesmo espaço de tempo, pelas suas congêneres norte-americanas; e a simples exposição destes algarismos basta para que seja possível descortinar o brilhante futuro que lhe está reservado.

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Sede e escritórios da Garantia da Amazônia na Avenida Rio Branco, Rio de Janeiro
Foto publicada com o texto, página 475. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Companhia Cruzeiro do Sul - Esta companhia nacional de seguros de vida foi autorizada por carta patente nº 33 de 15 de setembro de 1908. Em fevereiro de 1909, fundou um seção de seguro industrial contra acidentes; e em 1911 alargou ainda mais o seu campo de operações, criando uma seção de acidentes contra o fogo.

A Companhia Cruzeiro do Sul constitui uma sociedade anônima com o capital de Rs. 800:000$000, estando, de acordo com as leis brasileiras, sujeita à fiscalização do governo e tendo feito no Tesouro Federal o depósito de Rs. 300:000$000.

As apólices emitidas pela companhia não incluem "acumulação de lucros"; entretanto, os seus segurados participam, no fim do terceiro ano de vigência da apólice, de 20% dos lucros.

Esta companhia emite apólices individuais e coletivas; nesta última classe de seguros, várias fábricas têm feito entrar os seus operários. A sua seção de seguros contra fogo - marítimos e terrestres -, como dissemos, de fundação muito recente, tem já um desenvolvimento razoável e promete apresentar em 1912 um bom resultado.

No decurso de três anos, fundou a Cruzeiro do Sul sucursais no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, e no Norte, em Belém do Pará, sucursais essas que obtiveram todas elas grande êxito.

Os atuais diretores, que foram também os incorporadores da companhia, são os srs. dr. João T. Soares, por demais conhecido nas rodas comerciais e industriais do Rio de Janeiro, e eminente presidente de várias e futurosas estradas de ferro do país, presidente da companhia. O conselheiro João de Sá Camelo Lampreia, que foi ministro plenipotenciário de Portugal junto ao governo brasileiro, desde a sua volta ao Brasil, é o vice-presidente da companhia. O diretor jurídico é o dr. Moniz Freire, senador federal e ex-governador do estado do Espírito Santo, por duas vezes. O diretor técnico é o sr. Eric Mathieu, que foi diretor das agências, em Paris, da New York Life Insurance, e colaborou na fundação da The Popular Life Assurance Co., de Londres e Paris. O diretor tesoureiro é o sr. J. A. Americo Machado, capitalista, negociante de café, arrendatário e diretor de várias companhias de estradas de ferro.

A Companhia Cruzeiro do Sul, conquanto de fundação relativamente recente, goza já de uma grande confiança no país e conta cerca de 60.000 segurados contra acidentes.

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