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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [06-C]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa, nas páginas 47 a 52, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte


Notáveis orquídeas brasileiras: 1) Lucita harpophylla; 2) Cattleya Guttala Leopoldii; 3) Zygopetalum gautieri; 4) Lucilla elegans broomeana
Foto-montagem publicada com o texto, página 47

Flora (c)

Dr. J. R. Monteiro da Silva,

 vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura

 e comissário do Ministério da Agricultura.

As orquídeas

O Brasil é o país que possui a maior variedade de orquídeas. Das oito mil espécies conhecidas, só a América possui 4.130 espécies e para esse número entra o Brasil com 1.059; depois, vem a Colômbia, com 614; o Peru, com 526; México, 504; Venezuela, Equador etc. Os mais importantes estabelecimentos de horticultura mandam para o Brasil agentes coletores que percorrem o país de Norte a Sul; à procura de orquídeas.

Se por acaso aparece, nas estufas européias, algum tipo novo que chame a atenção dos amadores, os coletores recebem pedidos insistentes de seus chefes e tratam de percorrer as zonas respectivas, isto depois de terem procedido às possíveis investigações nos escritórios das companhias de transatlânticos.

O agente coletor que descobre um belo exemplar desconhecido nas estufas, trata de guardar a maior reserva para não chamar a atenção dos colegas, sempre alerta e ativos no que diga respeito a novidades. Porque o valor da orquídea está na razão direta de sua raridade. Desde que as estufas estejam abastecidas de uma espécie, o valor desta diminui pela concorrência; quando, porém, só um horticultor possua uma determinada espécie, essa espécie pode representar uma fortuna.

Não há muito tempo, apareceram na Europa alguns exemplares de Loelia grandis tenebrosa, que foram ardentemente disputados pelos amadores. Imediatamente uma casa de Londres ordenou ao seu coletor que enviasse com urgência uma boa quantidade da nova orquídea. A pessoa que mandara a planta fizera o despacho do Rio de Janeiro para Bahia e deste porto a redespachara para a Europa, com o fim de ludibriar os coletores e assim conservar o monopólio de uma planta de tanto valor.

Alguma notícia, porém, transpirou do caso, porque um coletor ativo foi até a Bahia, e percorreu todo o estado, onde nada encontrou; voltou então ao Rio de Janeiro e depois de muito trabalho de pesquisa, conseguiu indicações reais sobre o primeiro coletor da Loelia tenebrosa e, pode-se dizer, o seu descobridor. Foi a Maricá entender-se com a pessoa, que, por sua vez, guardava o maior sigilo quanto ao esconderijo da planta cobiçada; mas, ante as ofertas e instâncias do coletor, desvendou o segredo, recebendo em paga um conto de réis; o agente achou mais lucrativo fazer o negócio para si e ganhou em duas remessas mais de 50:000$.

As orquídeas entram no comércio como qualquer outra mercadoria, cujo lucro esteja na razão direta de sua raridade; por isso, não escapa à lei geral de que o segredo é a alma do negócio. As orquídeas oferecem, nas suas flores, a graça perfeita, a radiante beleza, o brilho e a variedade de colorido, reunidos ainda, muitas vezes, ao encanto e à delicadeza dos perfumes. Perfumada, porém, ou não, a flor de orquídea possui sempre uma poesia particular, uma sedução toda sua.

No Brasil, as melhores espécies se encontram na Serra do Mar, onde, do ar puro, da umidade, do calor e da luz tiram os melhores elementos de vida, de robustez e de beleza. As orquídeas são muito exigentes e caprichosas quanto ao seu habitat, a ponto que, nas montanhas, se pode de longe determinar a sua zona e pelas madeiras conhecer-se a sua espécie.

Um exemplo frisante é o Oncidium sarcodes, o qual se parece tanto com o Oncidium pubes, que o único meio de os diferençar antes de darem as flores é o lugar em que vivem: se em baixo da serra, é o Oncidium pubes; se no alto, é o sarcodes. O mesmo se dá com a Miltonia spectabilis e a Miltonia morelliana, que só se encontram, uma no alto da montanha e a outra na base, até o meio, mais ou menos.

As orquídeas dão sempre preferência às madeiras de qualidade, como, por exemplo, o cedro, o vinhático, o jacarandá acaiúna (palissandre), o jequitibá, o gurubu etc. Por este motivo, os proprietários de matas proíbem a coleta de epífitas em seus terrenos, porque sabem que as melhores madeiras são sacrificadas para se aproveitar muitas vezes uma ou duas plantas, pois as restantes se espatifam com o tombo da árvore ciclópica.

A exportação de orquídeas tomou grande impulso nos anos de 1900 a 1907, no período de câmbio baixo, porque com pouco ouro se comprava muita planta e o lucro dos horticultores era enorme.

Um grande exportador de orquídeas, que conhecia intimamente o seu comércio e o valor das plantas, indo ao Espírito Santo, no lugar denominado Mimoso, e percorrendo uma fazenda de café, onde havia belas montanhas, donde já tinham saído muitas orquídeas, calculou que as plantas colhidas em um perímetro de 18 quilômetros representavam a elevada soma de 2.000:000$, valor muito superior aos cafezais ali existentes. Mas o lucro que daí havia a tirar foi para os horticultores da Europa, porque no Brasil talvez não ficassem 50:000$. Nas grandes remessas que iam para a Europa, muitos milheiros de plantas, só as variedades albas e as híbridas cobriam, naquele tempo, todas as despesas.

Entre os estados do Brasil mais procurados pelos coletores de orquídeas está o Espírito Santo, atravessado pela Serra do Mar e seus contrafortes, onde existem mais de cem espécies.

Destas, podem citar-se as seguintes: Aspasia, Lunata; Brassavola, Nodosa; Burlingtonia, Decora, Frangans e Venusta; Catasetum, Semiapertume e Tridentatum; Cattleya, Guttata, Guttata Leopoldii, Harrisoniae Violacea, Gross, Labiata Wameri, Schilleriana, Schofieldiana e Velutina; Comparetia, Cocinea; Coryanthe, Maculata e Speciosa; Cyrtopodium, Andersoni e Punetatum; Epidrendum, Cinnabarinum, Odoratum e Radicans; Gongora, Buffonia; Houlletia, Brocklehurstiana; Huntleya, Meleagrias; Tonopsis, Paniculata; Loelia, Cinnabarina, Dayana, Flava, Grandis Tenebrosa, Harpophylla, Pinelli, Perrinii e Xanthina; Leptotis, Bicolor; Lycaste, Harrisoniae e Harrisoniae Alba; Maxillaria, Picta, Pracan hesa e Segigeza; Miltonia, Candida Grandiflora, Clowesii, Flavescens Stellata, Regnelli e Spectabilis; Oncidium, Altissimum, Barbatum, Crispum, Divaricatum, Flexuosum, Forbesi, Harrisonianum, Praetextum, Pumilu, Phymato-chilum, Pubes, Pulvinatum, Sarcodes e Trulliferum; Schomburckia, Crispa; Sophornitis, Cernua, Grandiflora e Violaceo; Stanhopea, Maculata-Edumea e Insignis; Tricho Centrum, Albo Purpuacum; Warseewiczella, Diversas; Zygopetactum, Crititum, Gantieri, Intermedium e Mackayii.

Em Santa Catarina encontram-se: Cattleya Amethistina, Leopoldii e Intermedia; Loelia, Elegans e suas variedades e Purpurata; Miltonia, Regnelli, Virginalis, Burlingtonia Venusta.

Em Minas Gerais: Cattleya, Pinelli, Bicolor, Walkeriana, Dolosa e Harrisoniae; Loelia, Perrini, Praestans, Cinnabarina, Flava e Iongheana; Oncidium, Crispa, Forbesii, Varicosum Rogersi, Marshallianum, Concolor e Orispum; Sophonitis, Grandiflora.

Em S. Paulo: as mesmas espécies de Minas, mais: Cattleya Loddigesi e Burlingtonia Fragans; Loelia, Purpurata.

Na Bahia: Cattleya, Aniapae, Aclclanidae e Amethistoglossa; Loelia, Grandis; Burlingtonia, Baliensis; Oncidium, Ceballeta; Brifenaria, diversas.

Em Pernambuco: Cattleya, Laluata Autumnalis e Granulosa; Oncidium, Gravesianum.

Estado do Rio: Cattleya, Forbesi, Crispa, Dormaniana, Dayana e Harrisoniae Violacea; Loelia, Perinii e Lobata; Zigopelum, Crinitum Gantieri e Meckay; Miltonia, Flavescens, Spectabilis e Cuneata; Oncidium, Curtum, Crispum e Praetextum.

Amazonas: Cattleya, Eldorado, Superba e Luteola; Oncidium, Lanceanum e Papilio.

São estas as orquídeas de flores grandes ou de longos cachos de pequenas flores, belas e vistosas, mais procuradas pelos horticultores e amadores. Já os naturalistas procuram, com o mesmo carinho, tanto o Pleurothalis, de diminutas e pálidas flores, como a Cattleya Warneri, de grandes sépalas e cores vivas. O horticultor, para o seu comércio, quer o brilho que impressione e a grandeza que atraia; e o botânico quer a raridade da espécie, a excentricidade das formas e, principalmente, a planta nova que possa aumentar o cabedal científico. Um se guia pelas leis do mercantilismo, o outro só pensa em devassar novos mistérios da Biologia.

Os viveiros naturais das orquídeas tendem a escassear, devido à grande exportação para a Europa e aos incêndios nas florestas, principalmente nas serras, as suas melhores e mais ricas habitações. Outrora, encontravam-se, sobre as rochas, orquídeas em tão grande número que pareciam batatais. Essas maravilhas desapareceram, carbonizadas, pelo fogo que o caboclo caçador lhes ateava, para gozar, na sua inconsciência de bárbaro, o espetáculo do incêndio a destruir preciosidades, algumas das quais nenhum horto ainda possui.

As mimosas orquídeas de hoje como que receiam a maldade e a estupidez dos homens e por isso se encarrapitam nas ramagens mais altas das grandes árvores. Ninguém lá pode ir colhê-las; e o único meio de as haver à mão é derrubar o enorme madeiro...

Já um conceituado naturalista disse, e com verdade, que o Brasil ainda teria de pedir às estufas da Europa exemplares de sua flora epífita; porque as derrubadas, a devastação das florestas e os incêndios liquidariam em pouco tempo essa riqueza natural!

O comércio dessas plantas tomou incremento, como já dissemos, na época do câmbio baixo, em que pouco ouro valia muito dinheiro em papel. O preço oferecido pelos horticultores varia de £12 a £15 cada cento de orquídeas, incluindo a embalagem e o transporte até a bordo. Atualmente, devido à melhoria do câmbio  e à sua fixação pela Caixa de Conversão, aquele preço não compensa o trabalho. Por outro lado, os impostos têm aumentado muito; basta dizer que o Espírito Santo cobra quinhentos réis por cada planta exportada, pequena ou grande, de maior ou menor valor. De modo que o comércio de orquídeas tem estado ultimamente paralisado, em vista das ofertas baixas, dos impostos elevados e, repetimos, da sua escassez cada vez mais sensível, motivada pela devastação das florestas e os incêndios, no tempo seco, das montanhas.

Mesmo no Rio de Janeiro, as coleções são raras: o número dos amadores diminui de dia para dia. No próprio Jardim Botânico, não existe nenhuma coleção. Quem quiser conhecer as orquídeas brasileiras precisa ir à Europa e visitar as estufas, ou, então, dispor-se a enveredar pelas matas virgens e remotas e procurá-las sobre as árvores. Não há cultura apreciável de orquídeas no Brasil, e raramente elas aparecem nos ramalhetes dos floristas.

O preço das flores regula de 300 a 500 réis para os negociantes, que, por sua vez, as vendem por 1$000 a 1$500, em bouquets ou soltas, para a lapela. No entanto, no Rio de Janeiro, se poderiam cultivar, com a maior facilidade, as orquídeas que, no seu país de origem, não exigem instalações complicadas nem custosas estufas. Basta um pedaço de madeira, um simples estrado de bambu e musgo sphagnum, para se ter a mais variada e valiosa coleção. A planta, instalada em um vaso, bem desenvolvida e em flor, custa nas casas de horticultura de 10$ a 15$000. No interior, o seu preço varia de 30$ a 50$000 o cento de plantas fortes, bem coletadas, de cinco bulbos, com folhas para cima. Os horticultores pagam, no Rio de Janeiro, à razão de Rs. 100$ a $s. 200$000 o cento das melhores espécies. Os horticultores da Europa pagam de £12 a £15 o cento, entregue a bordo.

Antigamente, as híbridas naturais valiam muito e os agentes tinham o cuidado de as separar como preciosidades. Hoje, porém, que as estufas cultivam em larga escala as híbridas produzidas no próprio estabelecimento, perderam estas a antiga cotação e valem até menos do que as próprias espécies. As melhores híbridas custam hoje 10 schillings; e já valeram dezenas, até centenas de libras. Só as variedades "albas" conservam muito valor, devido à sua raridade e ao fato de se lhes não poder aplicar, como às outras híbridas, o progresso da fecundação artificial. A Cattleya Laluata Autumnalis de Pernambuco, quando é branca, vale £50. A Cattleya Laluata Warneri, de Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas, branca, vale £500. Nos sertões do Brasil, ainda existe muita orquídea desconhecida, pois que, devido à falta de comunicações fáceis, muitos estados, como Mato Grosso, Goiás, Pará, Amazonas, Maranhão, Piauí etc., não foram ainda visitados convenientemente pelos naturalistas.


Orquídeas brasileiras: 1) orquídeas colhidas no mato; 2) orquídeas em flor, especialmente Cattleya intermedia; 3) Epidendrum; 4) orquídeas cultivadas num jardim
Foto-montagem publicada com o texto, página 48

Plantas medicinais

É um assunto de suma importância para o Brasil, que possui uma flora variada e exuberante, desde a restinga, ao nível do mar, até altitudes elevadas de mais de mil metros. Nessa ascensão suave, os tipos vegetais vão por sua vez mudando, à proporção que o clima vai se modificando. Em um perímetro limitado encontra-se uma variedade assombrosa de espécies, gêneros e famílias, sobretudo nas vertentes e contrafortes da Serra Geral, que costeia o Oceano Atlântico.

Coberta de densa floresta, recebendo a ação da brisa do mar, as chuvas aí são freqüentes e o calor úmido dá alento e vigor a tantos vegetais de diferentes tipos. A matéria médica brasileira começa a ser estudada com entusiasmo e dedicação e, em breve, tornar-se-á uma realidade a sua confecção nos moldes mais científicos. Conhecida a composição química de tantas plantas úteis, a Medicina cercar-se-á de poderosos recursos terapêuticos para debelar as moléstias.

Quantos alcalóides, glicosídeos, resinas não serão ainda descobertos pela análise química e confirmados pela síntese? O profissional que tiver dispensado alguns momentos ao estudo da Botânica e conhecer tantas plantas úteis, tornar-se-á um acérrimo propagandista de tanta riqueza natural. No seio das ínvias florestas, bastam um gral e uma retorta para se conseguirem as curas mais vantajosas, talvez com mais probabilidades de êxito do que ao lado de luxuosas farmácia com seus laboratórios amplos e aparelhos modernos. A farmácia da natureza contém substâncias mais puras e virtudes curativas mais acrisoladas.

Não admiramos as curas do herbanário, com suas mezinhas mal manipuladas e, mesmo assim, obtendo tanto resultado? É porque as ervas valem muito; e que diremos se elas forem manejadas pela ciência que, desdobrando os seus princípios imediatos, vai isolar aqueles que parecem mais ativos e enérgicos? Já os trabalhos de Velloso, Arruda Câmara, Freire Allemão, Martius, Nicolau Moreira, Peckolt e tantos outros, acumularam um precioso cabedal para a confecção de matéria médica brasileira.

Mais um esforço de seus filhos dedicados e o grande problema da biologia vegetal será desvendado e a grande obra sobre os vegetais indígenas será uma realidade. Já se nota na população certo entusiasmo pelas riquezas naturais do país. Qualquer trabalho, qualquer comunicação são recebidos com agrado; e por seu lado a Medicina profissional não deixa de se interessar pelas coisas pátrias.

Plantas tônicas amargas - Mil-homens ou Cassaú (Aristolochia cymbifera, Ducht.) - Planta de muito valor medicinal, pouco empregada pelos médicos, porém, em compensação, muito procurada na medicina popular. As dispepsias, paralisias, impaludismo, reumatismo, asma, nevralgia, diarréias rebeldes, enxaquecas, convulsões, histerismo, palpitações, flatulências, são eficazmente combatidas pelo cassaú. É ainda regulador da menstruação, sendo útil na amenorréia e supressão dos loquios. Externamente, é usado para lavar feridas e úlceras.

Mil-homens Preto (Aristolochia odora, Stend.) - É uma variedade muito mais enérgica, que exala cheiro forte canforáceo. As próprias folhas são aromáticas.

Paratudo (Rowalfia bahiensis, D.C.) - As cascas são muito amargosas, de cor branca quando frescas, tornando-se avermelhadas com a ação do ar. É um grande remédio para combater as dispepsias, anemias, impaludismo etc.

Tinguaciba (Xanthoxylon tinguassiuba, St. Hil.) - A tintura das cascas é um poderoso medicamento contra as cólicas intestinais. Em certas localidades, é muito comum adicionar a tinguaciba às bebidas brancas, como um corretivo às irritações próprias do álcool. Na epidemia de cholera morbus, no Rio de Janeiro, médicos de nomeada conseguiram muitas curas com o seu emprego exclusivo. A tinguaciba constitui um específico energético das moléstias graves do tubo digestivo.

Maminha de Porca (Xanthoxylon rhoifolium, Lam.) - A casca da raiz, de cor amarela, é amarga, acre e aromática; usada em cozimento contra as dores de dente e ouvidos, nos resfriamentos, mordeduras de cobras, como um excelente antiofídico. Atua como tônico e é também útil nas flatulências.

Peroba (Aspidosperma peroba, F. Allem.) - Tônico amargo de muita utilidade nas convalescenças de moléstias graves.

Calunga (Simaba ferruginea, St. Hil.) - A falta de apetite, as más digestões, são combatidas pelo uso do chá ou da tintura de calunga. As cachexias e as anemias, cachexias palustres, cedem prontamente ao seu uso.

Quina Cruzeiro (Strychnos trinervis, Mart.) - A casca da raiz é muito empregada nas diversas dispepsias, sempre com bom proveito. Apesar de conter brucina - alcalóide tóxico - é muito usada no interior do Brasil, sem nunca ter produzido envenenamento. Basta pertencer ao gênero Strychnos para que deva ser cercada de toda a cautela. As pirexias palustres são facilmente curadas pela Quina Cruzeiro e bem assim as dispepsias por atonia gastro-intestinal.

Quina do Mato (Exostema cuspidtaum, St. Hil.) - As cascas, que são grossas e vermelhas, são tônicas amargas de muito valor e empregadas com freqüência nas anemias, cachexias, palustres, ankilostomiase, convalescenças e pirexias de qualquer natureza.

Parreira do Mato ou Brava (Cissampele parreira, Linn.) - As raízes são empregadas nas afecções da bexiga, icterícia, hidropsias, na menstruação difícil e dolorosa ou dismenorréias. Nas congestões de fígado como febrífuga, anti-dispéptico e diaforática. As raízes têm um gosto amargo e nauseoso, e constituem um excelente tônico amargo.

Abutua Legítima ou Preta (Botyopsis platyphylla, Miers.) - Tônico amargo enérgico, de muita utilidade nas anemias, cloroses, dispepsias, impaludismo e como diurético e eliminador das areias e dissolventes dos cálculos. Também nas cólicas uterinas e dismenorréias é empregada com vantagem. Contém um alcalóide que foi isolado pelo professor Wiggers, o qual lhe deu o nome de Pelosina. O sulfato de pelosina é um sucedâneo da quinina no tratamento do impaludismo, na dose de 1 a 1,5 g, tomada várias vezes durante o dia. As fábricas de cerveja poderiam tirar grande proveito usando-a em vez do lúpulo.

Abutua Miúda (Cocculus filipendula, Mart.) - As raízes, que são fortemente amargas, têm a propriedade de atuar como excitantes das fibras lisas do estômago e intestinos, sendo, por isso, de grande vantagem na atonia desses órgãos. Combatem a neurastenia abdominal, tão comum nos centros de atividade, motivada pela vida intensa e exaustiva; têm ação especial sobre o fígado, que descongestionam, e sobre a bexiga, combatendo as inflamações crônicas e agudas deste órgão.

Espinho de Carneiro (Xanthium spinosum, Vell.) - Usado com vantagem nas linfagites agudas. É muito amargo e constitui uma praga nos pastos e lavouras velhas.

Melão de S. Caetano (Momordica charantia, Linn.) - Excelente para cólicas intestinais, enérgico anti-dispéptico e um poderoso anti-periódico, de utilidade no impaludismo e um bom vermífugo.

Cordão de Frade (Leonetis nepaetifolia, Benth.) - Muito usado no interior nos casos de metrorragia ou hemorragia uterina, sempre com vantagem. Também nas perturbações gástricas é aconselhado. Em banhos, é aplicado para a cura do reumatismo e nevralgias.

Língua de Vaca (Chaptalia nutans, Hensl.) - Tônica e amarga, usada de mistura com outras ervas nas pirexias palustres e na gripe pulmonar. As folhas nas fontes aliviam as enxaquecas e servem para o curativo das feridas; o cozimento é empregado para lavar as mesmas.

Pau Pereira (Geissospermum vellosii, Fr. Allem.) - Importante anti-períodico, que já gozou de merecida fama, sendo o seu alcalóide, Pereirina, universalmente empregado.

Quassia do Mato (Quassia simaruba, Aubl.) - Excessivamente amarga, não só a casca, como as folhas e a madeira. Muito recomendada nas dispepsias, anemias e febres típicas. Nas gastro-enterites das crianças, atua com muito proveito. Goza de muita voga no Espírito Santo, onde é abundante. A madeira é alva e amarga, igual à verdadeira Quassia do Norte.

Angelica (Guellarda angelica, Mart.) - Um excelente tônico amargo conveniente nas anemias e convalescenças de moléstias graves.

Peroba Rosa ou Sobro (Aspidospermum gomesianum, D.C.) - A análise feita pelo dr. Peckolt patenteou um alcalóide que tem a mesma ação da quinina. O uso da casca de peroba rosa deve ser bem divulgado nas zonas palustres como um enérgico remédio contra o plasmódio de Laveran. A casca é grossa, avermelhada e muito amarga. A madeira é excelente para construções civis.

Cangerana (Cabralea cangerana, Sald. Gam.) - Tônico de préstimo nas convalescenças e anemias.

Fedegoso da Capoeira (Cassia affinis, Benth.) - As raízes, que são amarelas e amargas, têm aplicação nas moléstias de fígado, nas anemias, nas febres típicas e outras. Quase todas as mezinhas dos ervanários e curandeiros levam a raiz de Fedegoso da Capoeira, que é uma planta sub-arbustiva. No impaludismo crõnico, a sua ação é muito proveitosa.

Jurubeba (Solonum insidiosum, Mart.) - As raízes e frutos são comumente empregados nas hepatites crônicas. A sua benéfica ação também se faz sentir nos órgãos digestivos, curando o seu catarro crônico, estimulando as suas funções pelo aumento do apetite e digestões fáceis. Vegetal útil, amplamente empregado em todo o Brasil, a sua boa qualidade medicinal é aproveitada sobretudo pela população agrária. Jurubeba é o nome de uma planta muito conhecida, que conta várias espécies, com efeitos mais ou menos iguais.

Butuinha (Aristolochia filipendula, Duchtr.) - As raízes são pequenas túberas alongadas, extremamente amargas e aromáticas. A sua aplicação principal é nas flatulências, atuando como carminativas e excitantes da camada muscular. É uma planta de valor nas afecções gastro-intestinais, sobretudo combatendo a sua atonia.

Uva do Mato (Cissampelos vitis) - Raízes grossas de cor cinzenta, amargas, de utilidade nas afecções do estômago e intestinos e nas cachexias, como um bom tônico.

Erva de S. João (Ageratum cunizoides, Linn.) - A planta contém muita cumarina e tem uma ação especial no reumatismo, aplicada em banhos e internamente. Erva aromática e amarga, útil nas perturbações gástricas, curando os vômitos, expelindo os gases e fazendo cessar as irritações.

Baba de Sapo (família das compostas) - De utilidade contra o impaludismo.

Picão da Praia (Acathospermum xanthioides, D.C.) - De grande valor nas linfagites agudas e nas pirexias típicas. É também enérgico diurético, muito empregado nas gonorréias agudas e crônicas.

Erva Macaé (Leonuros sibiricus, Linn.) - De gosto amargo, a sua infusão combate os vômitos nas gastrites e gastro-enterites. Nas febres palustres, é muito empregada e sempre com os melhores resultados, prevenindo pirexias graves, como o tifo e a malária. Em várias localidades do interior a Erva Macaé é conhecida por Quinino dos Pobres e a população tira o maior proveito de sua ação. É uma planta que se deve cultivar nos jardins ou nas proximidades das habitações, como se pratica com a losna, a macela etc.

Jurubeba de Cipó (Salanum sp.) - Estomático e contra o ingurgitamento de fígado.

Erva Grossa ou Sucuaia (Elephantopodus scaber, Linn.) - Anti-febril e expectorante. As raízes são tônicas, empregadas nas febres intermitentes. As folhas têm propriedades expectorantes. Esta planta constitui a base de muitas mezinhas aconselhadas pelos ervanários curandeiros.

Casca d'Anta (Drymis winteri form revoluta, Forst.) - As cascas grossas e quebradiças, amareladas, são excessivamente amargas. Nas dispepsias atônicas, a Casca d'Anta é aplicada com muito proveito e bem assim nas dispepsias por deficiência de sucos digestivos. De um amargo puro, a sua ação tônica e eupéptica é de uma vantagem extraordinária nas convalescenças, anemias, cloanemias e na fraqueza geral do organismo.

Castanha de Puri (Hypanthera guapeva, Manso.) - Tônica amarga em pequena dose e purgativa drástica em dose elevada. É muito útil nas dispepsias.

Castanha Mineira (Anisosperma passiflora, Manso.) - As sementes são oleaginosas e amargas, de muito efeito nas afecções de estômago e intestinos. Em dose alta é um purgativo cholagogo de valor nas congestões de fígado. Os viajantes ligam muita importância às qualidades medicinais da Castanha Mineira e conduzem-na no bolso para usá-la nas perturbações gástricas, quando as refeições são feitas com irregularidade. É um poderoso remédio para as dispepsias, porque ativa as digestões, estimula os movimentos peristálticos do intestino, e é ligeiramente laxativo, em dose pequena. A Castanha Mineira, em tintura, deve fazer parte saliente da farmácia caseira, como um enérgico recurso terapêutico para curar as perturbações digestivas, tão comuns nos climas tropicais. Basta tomar algumas gotas em um pouco d'água para sentir-se bem do estômago. A sua solução n'água toma a cor leitosa.

Mata Pau (Urostigma hirsutum, Miq.) - Amargo e adstringente, de utilidade nas diarréias, hemorragias internas etc.

Losna do Mato (Egletes viscosa, Less) - Anti-disentérico ativo e da mesma maneira anti-diarréico de valor. Usada em gotas misturadas n'água, serve os embaraços gástricos ou nas perturbações digestivas.

Erva de Santa Maria (Chenopodium ambrosioides, Linn.) - As sementes frescas destiladas fornecem um óleo essencial, um princípio orgânico volátil sui generis e profilamina. Toda a erva fresca fornece óleo essencial. A Chenopoidina, que é o princípio volátil, existe tanto nas folhas como nas sementes. A Erva de Santa Maria é um anti-helmíntico popular, em muitos casos preferível à santonina.

Marinheiro ou Nogueira do Mato (Guarea trichilioides, Cav.) - Muito usado em banhos nas metrites com muita vantagem. Em doses altas, é drástico e abortivo.

Fedegoso (Cassia occidentalis) - Um excelente tônico amargo, muito aplicado nas moléstias do fígado e febre tifóide. A parte empregada é a raiz, onde reside sua ação medicamentosa. As sementes torradas e tomadas em infusão, como o café, são tônicas e estomáquicas.

Mata Pasto (Cassia sericea, Sw.) - As raízes são tônicas amargas de vantagem nas anemias, impaludismo e dispepsias. As folhas são purgativas, atuando da mesma maneira que o sene.

Plantas purgativas -Agoniada (Plumeria lancifolia, Muell) - Somente as cascas são purgativas. É de uso no interior preparar o extrato mole, reduzir a pílulas, com o auxílio de polvilho, e dar 3 de uma vez, quando se deseja um efeito rápido e uma ação enérgica, e 1 de hora em hora, como purgativo brando. Esta planta contém um alcalóide, Agoniadina, extraído pelo dr. Peckolt, e que tem as mesmas propriedades do quinino contra o plasmódio de Laveran. Em dose purgativa é de vantagem nos ingurgitamentos ganglionares e infagites. É um poderoso descongestionante da mucosa uterina, regularizando as suas funções e auxiliando a concepção.

Suma (Anchieta salutaris, St. Hil.) - As raízes, que são grossas, com a camada cortical rica de amido e matéria picante, produzem excelente efeito purgativo, sem cólicas e irritação. Basta um palmo de raiz regular, que se deixa em decocção por três horas com água suficiente; tomando-se o cozimento de uma vez, a ação purgativa é certa e garantida. O amido, na dose de uma colher de sopa, é também purgativo, com ação especial sobre as moléstias da pele. O povo sabe que, tomando dois purgantes de suma, a pele fica macia e a erupção desaparece.

Maravilha (Mirabilis dichotoma, Linn.) - Tubérculos volumosos e purgativos. Contém amido, resinas purgativas e matéria sacarina. É uma planta muito cultivada por causa de suas flores, de cores variegadas, brancas, amarelas, vermelhas e rosadas. É muito abundante nos terrenos abandonados. O seu fruto, um cariopse, se parece com a pimenta do reino, porém maior, de pericarpo rugoso e de cor quase preta. Abaixo deste há uma película, que envolve um perisperma amiláceo e seco. O amido, que é abundante, serve para tirar as sardas e os panos do rosto, preparando-se com o auxílio de limão azedo uma pasta mole.

Nhandiroba (Fevillea trilobata, Linn.) - As sementes, que são muito oleaginosas, empregam-se como purgativas drásticas, com uma ação especial sobre o órgão hepático, que se descongestiona, estimulando a circulação. É uma cucurbitácea muito útil, de fácil cultura, produzindo muitos frutos redondos, com uma cinta branca, chamados pelo povo "fava de Santo Inácio". Cada fruto contém 9 sementes, cobertas de uma película preta.

Castanha Mineira (Anisosperma passiflora, Velloso) - As sementes são muito oleaginosas e amargas e muito purgativas. No Norte do Espírito Santo preparam uma tintura que se toma na dose de uma colher de chá e meio cálice d'água, durante as refeições, como um excelente estimulante da secreção dos sucos digestivos. Todos os viajantes levam nos bolsos uma ou duas amêndoas, que raspam e tomam n'água fervendo, quando se sentem perturbados do estômago e dos intestinos. É um anti-dispéptico poderoso. O seu óleo amargo é um purgativo cholagogo, que deveria ser muito empregado, sobretudo em um país em que os engurgitamentos do fígado são tão comuns.

Taiuiá ou Tomba (Trianosperma tayuya, Mart.) - A raiz tuberosa é de um amargo insuportável e contém grande quantidade de amido. Enquanto fresca, é muito drástica; seca, o efeito purgativo é mais brando. Os criadores cortam o tatuiá em rodela, secam e guardam e, quando precisam dá-lo ao animal, misturam duas ou três com a ração de milho. É o melhor meio que eles conhecem para a engorda de animais cavalares ou muares.

Anda-Açú (Johannesia princeps, Velloso) - As sementes em emulsão são purgativas drásticas. Contêm muito óleo, que outrora foi muito empregado, quando os médicos brasileiros cuidavam com mais amor da rica flora indígena. os homens do campo combatem as febres de mau caráter com o anda-açu em dose purgativa. Muitas vezes só com este purgante enérgico as febres cedem e abortam. É admirável que nenhum farmacêutico tratasse de aproveitar em cápsulas gelatinosas purgativo tão útil.

Maririço (Sisyrinchium galaxoides, Fr. Allem.) - A raiz tuberosa é a parte empregada como purgativo. Planta comum nos arredores do Rio de Janeiro, o seu uso é vulgarizado e indicado na medicina popular. Não há purgante preparado pelos curandeiros e mezinheiros que deixe de levar o maririço.

Bálsamo Coral (Curcas multifida, Endl.) - Planta muito cultivada pela beleza de seu porte e utilidade de seu suco, que é um bálsamo para estancar hemorragias e ligar carnes dilaceradas. As sementes descascadas e secas fornecem 4% de um óleo purgativo, que atua na dose de 4 a 8 gotas, sem possuir a qualidade corrosiva do óleo de croton.

Plantas vomitivas - Poaia ou Ipecacuanha (Urogoga ipecacuanha, Baill.) - Raiz geralmente conhecida em todo o mundo como vomitiva e anti-disentérica. É esta justamente a melhor espécie e a que contém maior quantidade de emetina, que é o seu alcalóide. Antigamente só o estado de Mato Grosso exportava Ipecacuanha; atualmente, os estados de Minas e Espírito Santo, que também possuem grandes depósitos naturais, exportam bastante e as qualidades são bem cotadas. Os preços são os mesmos para os três estados. É pena que no Brasil não se cultive planta de tanto valor medicinal e só se cuide de aproveitar os depósitos naturais, que podem acabar, ou tornar-se de difícil extração, encarecendo assim o produto e sobrevindo como conseqüência a falsificação, em detrimento dos doentes. De janeiro a setembro de 1908, a exportação da poaia regulou 18.944 quilos, no valor de 174:196$000; em 1909 já foi muito menor, regulando 7.485 quilos, no valor de 69:232$000.

Seivas medicinais - Seiva de Jatobá (Hymenoea courbaril, Lin.) - Ao cortar-se uma árvore de jatobá, logo que o machado toca o âmago da madeira, escorre um líquido cor de vinho do Porto, que constitui uma bebida saudável e tônica. Os machadeiros tratam de aproveitar toda a porção que podem, não deixando perder um líquido natural que tanto benefício faz à humanidade. O seu gosto é amargo e resinoso, conservando-se por muito tempo engarrafado. Tomando-se aos cálices às refeições, produz o mesmo resultado que os tônicos enérgicos e, ainda com a particularidade de ser expectorante, pela resina que contém. Tem a propriedade de aumentar o apetite, facilitar as digestões e ativar as trocas orgânicas.

Seiva de Sapucaia (Lecythis pisonis, Cambes) - É muito apreciável como bebida agradável e saudável. Bebendo-se em porção, pode produzir a embriaguez. Contém muito tanino e é empregado nas diarréias.

Seiva de óleo vermelho - Muito balsâmica e útil nas moléstias pulmonares e da bexiga. A tosse, a coqueluche e o catarro crônico cedem ao uso desta seiva, que é muito expectorante.

Seiva de Roxinho - As suas aplicações medicinais ainda não são bem conhecidas; contudo, é indicada nas moléstias do aparelho digestivo. Tem o gosto estíptico e é agradável ao paladar.


Outros espécimes de orquídeas: 1) Cattleya loddigesii; 2) à cata de orquídeas; 3) Zygopetalum meleagris em flor, na mata; 4) Stanhopea insignis; 5) Cattleya Harrisoniae
Foto publicada com o texto, página 49

Divisor de espaço, publicado com o texto, página 52

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