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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TELECOMUNICAÇÃO
Um século de telecomunicações (1)

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Datam dos anos finais do século XIX as primeiras referências sobre os serviços de telecomunicações em Santos. E, apesar de ser importante porto e estar próxima a centros de negócios como a capital paulista, só em fins da década de 1960 (como o resto do Brasil) começou a ter serviços como a discagem direta à distância. Passou pelas eras dos telegramas, do telex, do fac-símile (fax ou telefax), do videotexto, dos BBSs e desembarcou na Internet, com todos os seus recursos.

A participação santista na implantação da telefonia no Brasil, via Companhia Telefônica Brasileira (CTB) é citada (ressaltada em negrito) em diversas páginas Web sobre essa história.

Uma dessas páginas é a do site Inventa Brasil e se refere à criação do telefone público, registrando:

[...]

Alexander Graham Bell inventou o telefone em 1876, mas coube a seu assistente Thomas Watson - famoso por ter recebido o primeiro telefonema - a invenção da cabine telefônica. Os primeiros TPs (telefones públicos), na área da CTB, foram instalados na cidade de Santos (São Paulo) a partir de março de 1934, com utilização de moedas de 400 réis. Em 1935, a antiga CTB instalou o primeiro posto público do Rio de Janeiro, na antiga Galeria Cruzeiro, hoje Edifício Avenida Central. Em 1945, devido à escassez dessas moedas a Companhia modificou o dispositivo interno dos aparelhos que começaram a funcionar com duas moedas de 20 centavos. Essas caixas coletoras, a título de experiência, foram colocadas na Galeria Cruzeiro, no Rio de Janeiro.

Mais tarde foram instalados telefones públicos em bares, farmácias e mercearias. Visando facilitar o uso, devido as trocas de moedas, algumas companhias introduziram as fichas. No entanto essas fichas eram exclusividade de cada companhia de cada localidade. Em 1964 foi introduzido o sistema padronizado na área CTB e, em 1970, foi implantado já pela Telebrás, o sistema em todas as companhias do Brasil. Novos postos públicos foram inaugurados no Aeroporto Santos Dumont (1959), Copacabana e Ipanema. No Galeão e Madureira (1963) e na rodoviária (1966). Em 1971, a CTB lançou um plano-piloto, instalando em diferentes pontos da cidade 25 cabines cilíndricas. Elas tiveram curta duração, devido à fragilidade do material empregado e de pouca aceitação do público.

Até meados de setembro de 1971, no Brasil, não eram usados TPs nas calçadas, apenas em interiores. Nesta época, na cidade de São Paulo, foram realizadas experiências com cabines circulares de fibra de vidro e acrílico. O resultado foi desastroso devido ao uso inadequado e as ações de vândalos. Para substituí-las a CTB-São Paulo desenvolveu um projeto também em fibra de vidro que, apelidado carinhosamente pela população de orelhão, passou a ser utilizado em grande escala, ganhando as ruas do Brasil. Em 20 e 25 de janeiro de 1972, quando as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo respectivamente comemoravam sua fundação, a empresa lançou um novo tipo de cabine em fibra de vidro, formato de concha e cor laranja, logo apelidados de orelhão, como até hoje são conhecidos. Tiveram excelente aceitação por parte do público e esse número vem sendo continuamente ampliado.

[...]


Projeto do telefone público que ficou conhecido como orelhão

Também o site da Anatel cita a participação santista na história da telefonia:

[...]
O telefone chegou ao Brasil em 1877, poucos meses depois da exposição de Filadélfia. O primeiro aparelho foi fabricado nas oficinas da Western and Brazilian Telegraph Company, especialmente para D. Pedro II. Foi instalado no Palácio Imperial de São Cristovão, na Quinta da Boa Vista, hoje o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Ainda em 1877, começou a funcionar uma linha telefônica ligando a loja O Grande Mágico, na Rua do Ouvidor, ao Quartel do Corpo de Bombeiros.

Dois anos mais tarde, em 15 de novembro de 1879, era feita a primeira concessão para estabelecimento de uma rede telefônica no Brasil. Quem ganhou a concessão foi Charles Paul Mackie. Foi também em 1879 que a repartição de telégrafos organizou no Rio de Janeiro um sistema de linhas telefônicas ligadas à Estação Central de Bombeiros, para aviso de incêndios.

Mais um ano, e estava formada a primeira companhia telefônica nacional, a Telephone Company of Brazil. Criada em 13 de outubro de 1880, ela tinha um capital de 300 mil dólares e foi instalada em janeiro de 1881, na Rua da Quitanda nº 89. Em 1883, a cidade já tinha cinco estações de mil assinantes. A primeira linha interurbana também é de 1883. Ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis.

A novidade logo se espalhou para o resto do País. A primeira concessão para outros estados foi realizada em 18 de março de 1882. Foram atendidas as cidades de São Paulo, Campinas, Florianópolis, Ouro Preto, Curitiba e Fortaleza. Em 1884, São Paulo e Campinas foram beneficiadas com novas concessões.

A permissão para a construção de uma linha ligando São Paulo ao Rio de Janeiro foi concedida em 1890, para J.O. Simondsen. Ele teve a idéia de seguir pelo litoral e chegou a construir 60 km de linha. Acabou desistindo do projeto. Talvez por simples superstição, a população dos lugarejos por onde a linha passava derrubava de noite os postes levantados de dia.

Mas a telefonia não parava de avançar. O primeiro cabo interurbano subterrâneo no Brasil foi inaugurado em 1913. Eram 30 pares, ligando Santos a São Paulo, numa distância de cerca de 70 km. Pouco mais tarde, a ligação foi feita também com Campinas. Os telefones tiveram uma responsabilidade e tanto no progresso de São Paulo.
[...]

O Museu do Telefone, mantido pela empresa Telefonica, registra em sua linha do tempo, na Web:

1883 - Instalada por Walter Hemsley, com 75 assinantes, a primeira estação telefônica na cidade de Santos, talvez a primeira do Estado de São Paulo

Ainda nesse site, a história dos telefones de uso público:

Os primeiros TPs (Telefones de Uso Público) surgiram nos EUA, em 1878. Eram aparelhos comuns instalados em "estações telefônicas" que consistiam geralmente em uma sala com uma atendente para fazer a cobrança e, se necessário, ajudar o usuário. Contudo, com o entusiasmo vitoriano por máquinas vendedoras automáticas, não demorou muito para que inventassem um mecanismo para coletar moedas automaticamente.

Em meados da década de 1880, existiam já várias patentes de caixas coletoras. Na Inglaterra, foram logo instaladas em Manchester, e em muitas outras centrais de Lancashire, ao mesmo tempo que as caixas coletoras "Smith e Sinclair" (nomeados seus inventores) foram usadas em Glasgow, Escócia.

Nos EUA a primeira patente é de 1885. E a primeira caixa coletora da América foi instalada em Hartford, Connecticut, em 1889, cidade que se transformou em grande centro de fabricação de TPs, com a Companhia de Telefones Públicos Gray.

No início do século XX, havia dois tipos de caixas coletoras, as integradas ao telefone e as adaptadas a um aparelho comum. Aquelas localizavam-se em postos telefônicos pertencentes às companhias telefônicas que cobravam uma tarifa para a utilização, e as outras eram instaladas em bares, cafés, padarias e outros estabelecimentos comerciais que tivessem contrato com a companhia telefônica. Estes possuíam uma caixa coletora que ao final do mês era contabilizada por um funcionário da companhia. Caso a quantia arrecadada fosse menor que o estipulado em contrato, o comerciante pagava a diferença e, se fosse maior, recebia uma porcentagem do arrecadado. Este princípio, nos anos 20, chamado de semi-público, foi muito usado no Brasil, na área abrangida pela CTB (Companhia Telefônica Brasileira), e retornou, nos anos 60, como "vilafone".

A história dos TPs é cercada de problemas e curiosidades. Um problema que requeria solução era quando o cliente introduziria a moeda, se antes de falar ou depois. Outro era quanto à devolução das moedas quando a ligação não se completasse.

Vários processos mecânicos e elétricos foram adotados. Primeiramente tentou-se o princípio de que o usuário colocaria a moeda antes de falar. Depois foi estabelecido que o pagamento se faria após o usuário pedir a ligação à telefonista e obtê-la.

Uma forma curiosa de se tentar resolver problemas foi instalar o TP numa cabine cuja porta se fechava automaticamente logo que o cliente entrasse, e só abriria com o depósito da moeda numa abertura da porta fechada, não importando se a ligação tivesse sido completada ou não. Nos TPs de pagamento posterior, o sinal de linha na estação era dado quando o fone era retirado do gancho. A telefonista, obtendo o número desejado, fazia a ligação. Se a linha estivesse disponível, pedia ao usuário que depositasse na caixa coletora a moeda, que produzia um ruído característico, indo cair em um compartimento de depósito.

Nos de pagamento prévio, o sinal de linha era dado pela telefonista após a colocação da moeda na caixa coletora, ficando retida em um determinado ponto e daí poderia ser recolhida ao depósito, quando a ligação era estabelecida, ou devolvida, quando a ligação não era completada. A coleta da moeda e a devolução ficavam a cargo da telefonista, que antes de comprimir o botão de "devolução de moedas", para restituí-la ao cliente, dava um aviso para evitar que ele se retirasse sem a moeda.

Os primeiros TPs de pagamento prévio, na área da CTB, foram instalados na cidade de Santos (litoral de São Paulo), a partir de março de 1934, com utilização de moedas de 400 réis. Em 1945, devido a escassez dessas moedas, a Companhia modificou o dispositivo interno dos aparelhos, que começaram a funcionar com duas moedas de 20 centavos. Essas caixas coletoras, a título de experiência, foram colocadas na Galeria Cruzeiro, no Rio de Janeiro.

Visando facilitar o uso, devido às trocas de moedas, algumas companhias introduziram as fichas. No entanto, essas fichas eram exclusividade de cada companhia, de cada localidade. Em 1964, foi introduzido o sistema padronizado na área da CTB e, em 1970, foi implantado, já pela Telebrás, o sistema em todas as companhias do Brasil.

Ficha telefônica da Telesp para ligações locais
Foto publicada com a matéria

Até meados de setembro de 1971, no Brasil, não existiam TPs nas calçadas, apenas em interiores. Nesta época, na cidade de São Paulo, foram realizadas experiências com 13 cabines circulares de fibra de vidro e acrílico. O resultado foi desastroso devido ao uso inadequado e às ações de vandalismo.

Para substituí-las, a CTB-Divisão São Paulo desenvolveu um projeto também em fibra de vidro que, apelidado carinhosamente pela população de "Orelhão", passou a ser utilizado em grande escala, ganhando as ruas de todo o Brasil, e até de alguns outros países.

Foram apresentados à população em 20 e 25 de janeiro de 1972, nas comemorações dos aniversários das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, respectivamente.

Em meados da década de 70, foram introduzidos dois modelos diferentes de aparelhos, um o vermelho, para ligações locais, e outro o azul, para ligações interurbanas, cada qual com sua correspondente ficha padronizada para todo o território nacional. A primeira central escolhida como piloto do projeto foi a “577”, no Jabaquara (São Paulo), e para primeiro ponto interurbano que receberia as chamadas, devido ao interesse de tráfego, foi designado o Rio de Janeiro, com o código de acesso "021".

Os "Orelhões" passaram com sucesso as últimas décadas do século XX e entraram no século XXI fazendo parte de nossa paisagem.

Cabines em concreto instaladas pela Telesp em 1980
Imagem publicada com a matéria

Em abril de 80, a já Telesp iniciou um novo projeto para cabines em concreto com inserção de vidro temperado incolor, tendo como experimento piloto a Capital de São Paulo, as cidades litorâneas de Santos, Guarujá e São Vicente e ainda Campinas, no interior.

Com a aprovação da população, esse projeto estendeu-se por todo o Estado.

No Grande Prêmio de Fórmula 1, no Autódromo de Interlagos, São Paulo, realizado no início de 1992, foi apresentado o primeiro TP a Cartão brasileiro. Desenvolvido pelo CPqD (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Telebrás), levando em conta até as características de nosso clima, resultou em um cartão indutivo que queima créditos à medida que as ligações são efetuadas. Mas só em junho - durante a ECO 92, Conferência das Nações Unidas sobre Meio-Ambiente, que contou com a participação de vários chefes de Estados, ONGs e autoridades - é que foi lançado oficialmente.

Araras azuis, estampa no cartão telefônico do Sistema Telebrás, de 1992
Imagem publicada com a matéria
São aparelhos que se comunicam com uma unidade centralizada para reportar defeitos, receitas, tráfego e outras informações necessárias automaticamente, e ainda que possibilitam ligações locais e interurbanas e não têm cofre.

Até agosto de 1982, no Brasil não era possível receber chamada através dos TPs. Com a inauguração do primeiro "Orelhão Comunitário" em São Paulo, na favela de Vila Prudente, os aparelhos começam a tocar, e com a introdução dos TPs a Cartão, em 1997, dá-se a implantação generalizada, no Estado de São Paulo, de TPs que recebem chamada.

Com a privatização do Sistema Telebrás, em junho de 1998, a Telefônica adquiriu a Telesp, e na noite do dia 25 de novembro lançou sua marca mundial em São Paulo. No dia seguinte, dia 26 de novembro de 1998, a população paulistana acordou com os "Orelhões" verde-limão espalhados por vários pontos da Capital.

Em 1999, a Telefônica implantou novos totens nas ruas da cidade de São Paulo, e em cidades litorâneas, importados da Europa. Em outubro de 2000, a Telefônica, em São Paulo, fez implantação experimental de TPs que recebem moedas, instalando cerca de 30 aparelhos em shoppings e aeroportos.

No início do novo milênio, a Telefônica introduziu dois novos modelos de TPs: o de ambientes internos, cujo tamanho é um pouco maior do que os telefones residenciais convencionais e permite que sejam colocados em balcões, mesas ou mesmo fixados na parede; e os com leitora externa de cartões telefônicos que inibem o vandalismo, já que os cartões não são inseridos no aparelho. Em 2003, é lançado um novo modelo de cabine interna, mais confortável, onde o usuário paga ao final da ligação.


Inauguração dos primeiros telefones de uso público (orelhões), da CTB, em São Paulo, em 1972
Foto publicada com a matéria

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